Não há nenhuma equipa no mundo que jogue sempre bem. Nenhuma. Nem City, nem Bayern, United, Real Madrid, Barcelona, nenhuma. Há bons jogos, maus jogos, jogos de intensidade alta, média ou baixa. A verdade inquestionável é que as regras de um desporto estão lá para proteger a integridade do resultado, dos jogadores e do jogo em si. Isso é indesmentível. Quando alguma equipa sofre do desvirtuamento dessas regras contra sí, está a ser amplamente condicionada. O efeito psicológico, anímico, empático, etc sobre a mesma é inegável. Porque não se pode pedir a uma equipa que jogue sempre bem. Isso, pura e simplesmente, não existe. Também não se pode pedir, em qualquer desporto, que uma equipa jogue um jogo com regras diferentes das do adversário. Não é aceitável para qualquer das duas.
É completamente evidente que qualquer adversário do FC Porto se vai, a esta altura, agigantar, vai-se sentir mais confortável, vai sentir que a estratégia do antijogo vai funcionar, vai saber que vai poder dar pau com mais força durante mais tempo, vai saber que vai poder puxar o adversário na cara do golo, vai saber que pode empurrá-lo ou abalroá-lo sem qualquer tipo de problema. Com a ansiedade baixa a defesa funciona melhor, o contra-ataque é sempre possível.
O FC Porto não jogou nada ontem. Foi mal preparado, mal orientado, mal distribuído. Tem assimetrias graves no plantel, que ficaram a olho nu. Tem jogadores cansados, tem jogadores fartos e sem confiança. Porque andar sempre contra um vento forte cansa. Mas se os penaltis fossem marcados, ou, vá, pelo menos 40% deles fossem marcados, se houvesse o mínimo de equidade e equilíbrio no julgamento dos jogos, a dinâmica de vitória seria outra, o seu número também, e tudo seria diferente. Ao não ser assim, entra em jogo o desânimo. E esse é uma realidade.

Para além disso, há sempre uma imprensa que lava, esfrega e desinfecta todas as decisões que premeiam este estado de coisas. O caso da
bolha de hoje é paradigmático. Justapus a imagem da avaliação da bolha sobre o lance da expulsão de Danilo ao que este escreveu sobre o dito lance no Instagram. Junto também, ao lado, o que disse sobre isso o
menosfutebol, que todos sabemos que, de Portista, não tem nem uma unha do dedo do pé. E, juro que não percebo, o jornal
O Jogo, para lá da sua capa, também parece querer agradar ao sistema. As avaliações, a crónica sobre o mesmo e o editorial são
surreais de tão
patéticos! Cuidado, se se baixarem mais, pode ser que exponham o vosso esfincter! Qualquer pessoa minimamente séria - e, admitidamente, tenho visto essa seriedade até em apoiantes dos rivais - vai saber admitir que fomos,
uma vez mais, corridos de uma competição por influência arbitral directa.
A verdade é a que é, cada vez mais, vamos ser visto
lá fora como uma liga de quinta categoria, corrupta, desequilibrada, com um imenso fosso de qualidade, e a percepção da mesma só se vai agravar com coisas destas. Somos chacota, senhor
Pedro Proença. Está feliz? Eu estaria orgulhoso! Ah, e
adorei a explicação do Godinho! Sabe, sr Proença, na Premier League, se se vir que o árbitro foi injusto, o castigo é
levantado! Mas eu vou esperar sentadinho! E aposto que vem nota bem positiva a caminho!
Mas a verdade do roubo arbitral e a da nossa falta de qualidade de jogo presente não são mutuamente exclusívas, mas sim duas curvas sinusoidais que se entrecruzam muitas vezes, até porque a amplitude da onda da primeira é muito inferior à da segunda.
Mas como reverter esta situação?
Será justo pedir aos jogadores para se habituarem? Obviamente que não! A verdade é que, quem deveria reagir
categoricamente, não o faz! A verdade, é que os mesmos que agora -
com justiça! - reclamam foram os mesmos que só reagiram em termos
uma vez em 3 anos. Nessa altura, reagiram jogadores, treinador e director desportivo em campo, Presidente no fim. Como deve ser, sempre! Mas a verdade é que, se
Luis Gonçalves não fica atrás de Antero nesse aspecto -
muito pelo contrário - já a atitude de NES não tem qualquer comparação com a forma como Lopetegui sempre deu o corpo às balas por este FC Porto e foi
deixado sem qualquer apoio por uma direcção que foi deixando andar esta situação da arbitragem até onde ela se encontra neste momento. Isto para nem falar de
Pinto da Costa. Quem o viu nesse dia e quem o viu ontem...
O exemplo, insisto, tem de vir de cima. Se tal não acontecer... bom... é melhor sabermos com o que contamos. Ou bem que voltamos a ser feios porcos e maus ou bem que nos habituamos a uma seca de títulos das antigas. Esperar que coisas iguais redundem em resultados diferentes é a definição da loucura!
Há que ser forte e duro para inverter este estado de coisas! Que tipo de exemplo irão os dirigentes dar aos jogadores? Aguarda-se com expectativa!