Boa vitória, ontem em Chaves. Jogamos contra uma equipa que é, inegavelmente, muito boa. Já nos tinham feito o funeral neste jogo. Já tínhamos perdido pontos e já houve quem festejasse às 20h (outra vez). Tivemos (outra vez) uma primeira parte mázinha e uma segunda parte onde se melhorou muito. E de resto, tudo igual, ainda que com outros intervenientes. A mesma falta de ligação entre defesa e ataque. A mesma falta de ligação e jogo excessivamente pelos corredores. Só que a bola entrou. Vamos a notas.
Meio-campo - Começando por ordem ascendente de números, Rúben Neves esteve absolutamente excelente. Evidentemente, não tem o físico de Danilo nem a sua capacidade de choque, mas tem um elevadíssimo sentido posicional, uma leitura de jogo muito boa, uma capacidade de passe fora de série, ao que agora se acrescentou uma capacidade de pressão, de corte e de segurar a bola muito boa. Além de tudo, tem um belo remate exterior. Joga muito poucas vezes porque a concorrência é o que é, mas merece muito mais. De equacionar um duplo-pivot defensivo em alguns jogos de maior intensidade. André André esteve soberbo. Foi às bolas todas, pressionou, procurou sempre a baliza e tentar assistir para golo. Não tem a capacidade de leitura rápida de jogo que resolva o problema da transição defesa-ataque mas... sobre isso tenho uma opinião que, oportunamente, darei. Otávio emprestou criatividade e raça à parte final do ataque, com mais um jogo muito bem conseguido.
Reacção à perda - Não houve Chaves porque o FC Porto foi sempre intenso e pressionante na reacção à perda de bola. Não o foi sempre no ataque, mas o facto do Chaves não ter tido uma ocasião de golo diz bem da forma como o FC Porto trabalhou bem - e na maioria das vezes no sítio devido, que é fora da área. Nas poucas situações em que o Chaves conseguiu penetrar a primeira linha defensiva, os centrais e os laterais, com o apoio defensivo dos colegas, salvaram muito bem, de tal forma que Casillas só fez duas (simples) defesas. Que pena o trabalho ofensivo não ter sido como o defensivo. Menção para a entrada de Óliver nesse capítulo - embora me irrite que ele seja reduzido a isso - fez dezenas de recuperações e equilibrou a posse como nenhum outro.
Mais do mesmo - Comecemos pelo futebol. Não gosto da falta de ligação entre defesa e ataque. Não gosto do futebol em profundidade mas, para este estilo de... jogo... acho que os intervenientes estão correctos. Não gosto das entradas em jogo do FC Porto e acho que o ataque tem de ser melhorado já! Posto isto, subscrevo inteiramente as visões de Cândido Costa e José Fernando Rio que podem ser vistas aqui e também à posição de Francisco J. Marques na Dragões Diário. Mais uma corrida, mais uma viagem. Maxi é (bem) expulso, mas Luisão não foi contra o Moreirense. E assinala-se um penalti favorável ao benfas que depois ao contrário, para o senhor Fejsa, já não existe. Esta inimputabilidade tem tudo para acabar muito, muito mal.
Em jeito de conclusão, deixem-me rir acerca do Mr Hyde do jornal O Jogo de hoje. Além das avaliações estapafúrdias dos jogadores e do Tribunal d'O Jogo lhe ter dado os cinco minutos - então o penalti sobre o Otávio a semana passada era e esta já não é? - ainda faz juízos de valor absolutamente surreais! Meus caros, o Marcano não fez nenhum "passe" para o Perdigão! Este é que entrou de fora do campo de uma forma porca e fez um corte veementemente protestado por Casillas! Não é a mesma coisa! Querem quê, agradar aos vermelhos? Dr Jeckyll, por favor!