Se há um feliz sentimento que sinto depois desta entrevista, é que a frase de Mark Twain no título ainda faz sentido quando falamos de Jorge Nuno Pinto da Costa.
Convenhamos, não estava à espera de tamanha bravura de Júlio Magalhães. Pese embora não tenha falado da estranha política de silêncios do ano passado, creio que ficou bem patente que, dado o modelo de jogo praticado por Lopetegui, e que não era do agrado do Presidente, ele não sentisse particularmente motivado.
Mas ter a coragem de abordar os negócios incómodos, como os de Adrián ou de Imbula, a relação entre Antero e Alexandre Pinto da Costa, o porquê de demorar tempo a tratar da saída de Lopetegui, a vinda de Peseiro e mesmo a fraca transição de nomes da B, é muito louvável.
Foi 1h15 min de intenso e grande nível, onde o Presidente confirmou a sua recandidatura, desafiou Baía a apresentar-se a eleições, confirmou que Tello está de saída e mais ninguém, que não gostava do futebol apresentado por Lopetegui - embora não tenha justificado a duração do contrato - e a forma como saiu, que Lichnovsky foi emprestado e deu a entender que viriam mais reforços, que Rafa, pese ter sido emprestado, será opção do plantel principal, falou do negócio com a Altice - mas não das supostas comissões - e fez, para mim, três revelações chocantes, as de Imbula, Adrián e Suk.
Lopetegui queria Imbula, que ele considerara um Ferrari, Pinto da Costa não ficou feliz com a sua (não) utilização, "afinal o Ferrari é para ficar na garagem", que me arrancou uma gargalhada, e explicou que, felizmente, na primeira quem quer cai, na segunda só cai quem quer, e que Jorge Mendes lhe traiu a confiança com Adrián. Sobre os moldes do negócio, quero aqui dizer que já me tinham contado exactamente o mesmo, ou seja, que Adrián, se não satisfizesse, seria colocado noutro lado. Estou, portanto, convencido que Pinto da Costa obrigará Mendes a devolver a parte paga, aquando de futura venda. Quero também dizer que estou convicto que, caso Imbula não seja do agrado de Peseiro, também ele terá guia de marcha, possivelmente pelo valor que foi apresentado.
O caso de Suk é interessante. Insistência de Lopetegui, o NGP diz que "ficou com Suk nas mãos". A Suk saiu-lhe, portanto, a sorte grande, e é bom que aproveite.
A respeito da suposta guerrilha Antero - Alexandre, o NGP foi peremptório ao falar que não faz nada sem o conselho de Antero e Reinaldo Teles, demonstrando cabalmente as suas alianças.
Gostei ainda da alfinetada aos rivais, indirectamente abordando que esta "guerra" é uma aldrabice.
Foi uma grande entrevista, que gostei pela forma corajosa como foi conduzida, e que me deixou ansioso por mais. Este foi o Pinto da Costa que sempre adorei, desde pequeno. A sua preocupação em agradar aos adeptos na qualidade do futebol e pelos assobios, também me deixou esperançado pelo futuro. Actualizarei o post assim que houver vídeo da entrevista.
Noticiou-se a sua morte, e essa notícia é um grosseiro exagero.