Sinto-me agastado. Compreendo completamente o meu caro amigo Vila Pouca quando diz que "se quem de direito não faz nada pelos seu interesses, quem sou eu para ser mais Papista que o Papa?". Sinto-me da mesma maneira. Mas vou - ainda! - insistindo, por descargo de consciência Azul e Branca e pelo meu Portismo, que vejo que também existe em muito do maravilhoso mundo da Bluegosfera.
Aliás, nesse sentido, venho dizer que subscrevo integralmente o post do MM no Bibó Porto, Carago! e o comentário do MT, transcrito no Pobo Do Norte. Por ser integralmente o que defendo, letra por letra, não vou estar a repeti-los. Quero apenas juntar a isto umas breves notas.
- Não se surpreendam se for cada vez mais difícil ter um treinador em condições no FC Porto. Basta alguém se informar devidamente para ver que, quando a coisa aperta, e mesmo antes disso, a Estrutura deixa o treinador entregue às feras. E atenção, aqui, quando falo em feras, não estou só a falar dos média. Estou a falar também dos adeptos, que querem tudo e o seu contrário, para ontem e depressinha. Teremos sorte, porque parece-me que o Basco, tal como escrevi aqui, não é daqueles que sofre com a tortura psicológica e a quem lhe moi muito as contestações vazias de meninos mimados por tanto ganhar em tão pouco tempo. Agora, que fazer? Esperar que as coisas corram sempre bem, independentemente da causa e do contexto? Dizer a um treinador que tem de fazer um projecto, com jogadores novos, arranjar um sistema de jogo e tudo para ontem? Por este andar, acabaremos no refugo. Se a SAD demitir o treinador ou ele sair, vejo isso como um mau sinal.
- Não exijam que a SAD faça alguma coisa, não. Por minha parte, e aí posso falar de 100% dos bloggers que tenho o prazer de ler, tenho a consciência tranquila neste capítulo. Não me revejo na política das "notinhas de rodapé" no site do clube e das indirectas no Dragões Diário. Para mim, está ao nível do presidente do zbordem e das suas notinhas de Facebook. Exijo uma presença mais directa, mais frontal, mais musculada, em defesa de quem deu a cara pelo Clube a todas as horas e que não faz mais do que executar o projecto por todos aprovado. Tenho-o feito desde a primeira hora. Esta estratégia de silêncios e conivências, ou é um plano de longo prazo que não descortino ou então é suicídio negligente. De qualquer das formas dá-me náusea, desmotiva-me e reforça a ideia do Vila Pouca que escrevi em cima.
- Mude-se para um regime (um pouco) menos Presidencialista. Não quero, nunca quererei, ver outro Presidente do Futebol Clube do Porto, que não Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, enquanto este o desejar ser ou até ao seu último suspiro, que espero que seja daqui a muitos anos. É graças a ele que sou Portista, é por causa dele que temos um Futebol Clube do Porto, nos moldes em que o conhecemos. Agora, em muitas empresas, há o Chairman e o CEO, e esses cargos nem sempre são ocupados pela mesma pessoa. Esta imagem aqui em cima preocupa-me. Mostra um homem cada vez mais voltado para o Passado - fantástico, por ele legitimamente construído - e menos para o Presente e o Futuro. Já não sendo tão acutilante - com 78 anos quem seria - Pinto da Costa ainda carrega consigo um peso importante nas negociações de jogadores, na afirmação internacional. Agora, para consumo interno, urge ter de novo a Chama e a Garra de um Dragão a gerir o clube com a mesma frontalidade e incisividade do Pinto da Costa dos anos 80/90. E acho que nisso todos estamos de acordo. Temos de recuperar o equilíbrio perdido e sacudir estas nojenta passividade mais própria de umas lagartixas mais a Sul.
- Contratar um histórico Capitão de volta, para comandar a tropa, ou dar-se tempo ao tempo para haver referências de comando. E mudar a "política social". Não se pode exigir Portismo nos jogadores se não há quem dirja, quem comande a tropa e quem o transmita. Depois da saída de Jackson, terá de ser claro o que significa ser Capitão. Ou então deixar a nova geração de inequívocos Portistas crescer e chegar à equipa A. Não falta muito, estou em crer. E que acabem de vez twits, instagrams e posts de Facebook do balneário e de treinos - isso é um desrespeito para o processo que tem de ser e estar blindado. Nada de hashtags nem coisinhas desse género, que não são mais do que espuma dos dias, e nada tem a ver com Raça de Dragão.
E, estrutura directiva do Futebol Clube do Porto, defendam quem vos defende. Não pode ser sempre o mesmo. É ridículo. Eu já vos teria mandado apanhar nhonhos.
Boa Jorge.
ResponderEliminar:)
EliminarNem mais Jorge. Acho que é mesmo para esse "novo regime" que caminhamos. Mas também isso leva o seu tempo, não pode ser para ontem... Quer dizer, espero que seja. Para isto fazer algum sentido. De resto, o Basco é Basco, pode (felizmente!) bem com eles e com mais outros tantos e mais o Capela :)
ResponderEliminarAbraço,
O facto de ser duro não quer dizer que seja legitimo que faça tudo sozinho.
EliminarAbraço
Meu caro, tens toda a razão... Como alguém dizia lá no tasco, podemos discordar das opções do treinador, da qualidade e atitude dos jogadores, das tácticas, substituições, etc., cada um puxa a brasa à sua sardinha, mas há uma coisa em que estamos quase todos de acordo: este Porto silencioso, sem alma e sem garra, conformado, não é o nosso Porto. E assim os treinadores são quase sempre uns homens sós, se não têm fibra só querem pirar-se, se têm e têm sucesso, aproveitam a primeira oportunidade, mesmo aqueles que ainda têm um longo caminho pela frente, já dizem não. Tem sido esta ahistória do F.C.Porto nos últimos anos. Quem manda tem de liderar, criar as condições para isto mudar, caso contrário um dia destes vai ter uma grande surpresa, não vai sobrar para os treinadores, para os Anteros, vai sobrar para ele. E seria triste se isso acontecesse...
ResponderEliminarAbraço
Pois, era um fim muito injusto e inglório para quem tanto fez...
EliminarAbraço
ResponderEliminarmuito bem, Jorge! muito bem.
estamos de acordo em quase tudo, pois que eu ainda acredito que quem nos dirige também sente essas dores. quero acreditar que ainda as sente...
abr@ço
Miguel | Tomo III
Pode sentir, mas demonstra muito pouco.
EliminarAbraçom
Eu não sou de teorias da conspiração, mas já não digo nada perante tamanha passividade. Quem nos garante que não haja acordo para o futebol nacional andar calmo e para as coisas estabilizarem financeiramente? o benfas cumpre o desígnio patriótico-nacional e mesmo europeu e mundial de ganhar o bi, nós ficamos em segundo e está tudo bem porque a equipa é nova. Para o ano é a vez do benfas vender Gaitán e Salvio, reformular a equipa e nós já com a base estabilizada ganhamos. O Adolfo e o Estaline também eram inimigos mas aliaram-se quando lhes deu jeito. Depois, o Estaline também se aliou ao Roosevelt e ao Churchill. Quando há interesses superiores a falar, seja isso o que for, inimigos podem entender-se pontualmente. Será isso que está a acontecer? perante tamanha pouca vergonha em termos de arbitragens e silêncio da nossa parte, já não digo nada. Saúde. -João.
ResponderEliminarNão quero acreditar... não posso acreditar, senão terei de deixar de ser Portista.
EliminarNão gosto de wrestling.
Abraço
Jorge Vassalo,
ResponderEliminarSubscrevo por inteiro. Jamais conseguirei pagar a dívida que enquanto Portista tenho com o grandíssimo presidente Pinto da Costa, contudo não podemos ficar indiferentes ao tempo e ao desgaste que ele inevitávelmente traz. É chegada a hora de preparar o futuro é o melhor é fazê-lo com Pinto da Costa ainda de boa saúde mas já sem a energia que naturalmente teve no passado. Digo isto já algum tempo entre amigos. Urge avançar com esta medida. A bem do clube, a bem dos adeptos e acima de tudo a bem da grandíssima refutação que o Pinto da Costa granjeou pelo mundo fora. Se assim não for, não haverá treinador que nos valha.
Raoc
Não se pode pensar em vencer Pinto da Costa em eleições.. o Chairmain existe para estas coisas.
EliminarPinto da Costa merece o nome no Dragão, mas já não consegue ser hands-on.
Abraço
Caro Jorge
ResponderEliminarMais uma vez estou plenamente de acordo com o post.
Penso que foi o Dragão Vila Pouca que disse que estava na altura do numero dois da hierarquia tomar uma posição e falar em nome do clube, quando se fala de número dois fala-se do Antero Henrique.
É perfeitamente compreensível que o Pinto da Costa se reserve um pouco, mas acho que o Antero, apesar de haver muita gente que não goste dele, deveria assumir maior protagonismo e "butar" faladora tal como os outros fazem afinal ele é o Diretor Geral.
Abraço
Miguel S
O Antero, sim, já o vi reagir várias vezes, e bem.
ResponderEliminarNão desmerece ninguém.
Abraço
O que é verdadeiramente importante é que o FCP seja financeiramente viável e desportivamente competitivo (tanto no plano nacional como internacional). E isso acontece, logo o fundamental está em ordem. O resto (a estratégia de comunicação) tem a sua importância e muito provavelmente não estará tão bem quanto se desejaria, mas são coisas acessórias e por coisas acessórias não se pode, ou melhor, não é justo nem lógico, por em causa o DRAGÃO! Na minha santa ignorância acredito que o DRAGÃO está a preparar uma equipa ainda melhor que a actual, para na próxima época limpar-mos tudo. Ventura.
ResponderEliminarMude-se para um regime (um pouco) menos Presidencialista. Não quero, nunca quererei, ver outro Presidente do Futebol Clube do Porto, que não Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, enquanto este o desejar ser ou até ao seu último suspiro, que espero que seja daqui a muitos anos.
ResponderEliminarSe tem essa paixão toda por Pinto da Costa e escreve o que escreve, os inimigos deleaté nem precisam de se mobilizar.
A não ser que o seu amor por JNPC seja igual à paixão que tem por Quaresma.
J. Lopes