quinta-feira, 19 de março de 2015

O Renovado Quaresma


Cada vez que se fala de Ricardo Quaresma, é quase garantida polémica. Este ano, os Portistas parecem ter visões diferenciadas e extremadas em relação... ao extremo. A verdade é que se uns acusam aqueles que serem fãs de Quaresma de serem do FC Quaresma, a verdade é que ditos fãs acusam os outros de serem Anti-Quaresma. Esta polémica teve especial zénite na entrada intempestiva de Quaresma frente ao Lille e na criação do chamado "Caso Quaresma" quando Lopetegui o sentou depois da sua reacção, o que levou a massa assobiativa a ter um ataque de nervos contra a opção do treinador.

Eu, não pertenço a nenhuma dessas "facções". Mas estive do lado da opção de Lopetegui. Acho que Quaresma, à altura, era Capitão por mero estatuto. Sou da opinião de que, sob a alçada de Lopetegui, Quaresma está mais abnegado do que nunca, menos egocêntrico, mais participativo nas tarefas defensivas e, indubitavelmente, a privilegiar o colectivo em relação ao individual. É certo que é uma característico do FC Porto de Lopetegui, mas no caso de Quaresma é especialmente delicioso de ver. No passado do Domingo, por exemplo, notou-se que entre ele e Aboubakar há uma "química" que decerto terá um eco muito positivo no que resta desta temporada e na próxima onde, julgo eu, Aboubakar será o ponta de lança titular. 

Também estou feliz por ver, ao fim destes anos todos, Quaresma aceitar que quem o dirige quer aproveitar o melhor do seu potencial em cada um dos jogos e, se não é titular, garantidamente será desiquilibrador. Por isso, fico satisfeito por vê-lo entrar com a cabeça no jogo, por vê-lo vibrar no banco e incentivar os seus colegas e por saber aproveitar ao máximo a sua entrada na maioria dos jogos para ser preponderante e decisivo.


Depois de ver o que ele teve a dizer na sua conversa Facebookiana com os adeptos, relevo que parece ter compreendido o seu papel no Clube que não tenho dúvidas que é o seu, a maturidade que parece ter adquirido, que sabe o que quer dizer ser Capitão - com ou sem a braçadeira - e que tem a consciência que teve uma segunda oportunidade na vida, coisa muito rara para um futebolista. Não posso deixar de destacar que, se ele gosta de marcar ao benfas e acha estes golos especiais, sabe bem o que é Ser Porto e merece, indubitavelmente, ser titular no Clássico que aí vem - quanto a mim, um dos principais erros de Lopetegui no jogo da primeira volta. E repito, embora para mim o Capitão deva ser sempre Hélton, pela dedicação ininterrupta ao FC Porto e a sua postura absolutamente irrepreensível, acho que, a este passo, Ricardo Quaresma pode ostentar a braçadeira com orgulho e será, sem dúvida, uma figura mítica do Futebol Clube do Porto.

Depois do que tem feito na Selecção, se não fosse convocado era, literalmente, um crime de lesa Pátria.

Parabéns Ricardo. Assim, sim! Aqui, neste blogue, és a presença mais assídua na coluna "Golos". Espero que te mantenhas assim muitos e bons anos.


3 comentários:

  1. Pena que tenha percebido tão tarde. O talento natural dele era muito superior ao de Ronaldo...
    Pena também que quem identificou e falou sobre os problemas dele e disse o que era preciso mudar, tenha sido apelidado de anti-Quaresma.
    Pena aquela reacção histérica de uma grande parte do público do Dragão contra Lopetegui quando do F.C.Porto-Athletic Bilbao, só porque as coisas não estavam bem e Quaresma que estava no banco, entrou e marcou.

    Abraço

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    1. Sem dúvida. Mas a entrar nos eixos como está, é provável que o ocaso da sua carreira seja bem mais positivo e ainda seja imortalizado na História do Clube.

      Abraço

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    2. Venha quem vier é para deixar a pele em campo... Mas... Boa sorte Grande Porto.

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