domingo, 29 de março de 2015

Ser Porto Na 25ª Hora


Nunca fui muito dado às modalidades. Se há alguma modalidade que acompanhei, de uma forma muito esporádica, foi o "meu" basquetebol. Joguei durante muitos anos basket de rua, sempre na minha favorita posição de base e distribuidor de jogo. Acompanhei com particular ansiedade a época em que, nas bandas rubras, jogava um ser execrável com o nome da cidade. Vi muitas derrotas injustas do nosso FC Porto, vi como um homenzinho daqueles era elevado ao estatuto de glória nacional, parecia o salvador da pátria. Manteve sempre o seu comportamento ético na linha do ser que é.

Isto para dizer que ontem tive oportunidade de ver o nosso hóquei fazer uma remontada enorme, na raça, no nunca desistir, no lutar sempre até ao fim e vi a equipa de Andebol fazer um jogo extraordinário.

Não me outorgo o direito de sequer pensar perceber alguma coisa da modalidade, muito menos sequer um décimo do que o meu amigo Z, que a joga mesmo. Mas posso dizer que vi clássico em jogos benfas-FC Porto. Jogamos num campo fora do razoável, no outro extremo de Portugal, sem razão que o justifique, com uma arbitragem que nos deixou com menos um jogador de campo 70% do tempo. Lembra alguma coisa? Pois.

Mas a verdade é que, com muito querer e raça, muita atitude à Porto e uns pontas maravilhosos, o FC Porto acabou por vencer, no último segundo, por 27-28, os rubros. Gilberto Duarte, sempre a figura de proa desta talentosíssima hexacampeã equipa, marcou o golo com uma naturalidade e força que faria alguém distraído pensar que ainda faltariam 5 minutos para o fim.

E assim se ganham os jogos à Porto. Sabendo que o jogo só acaba no apito final e que até lá há sempre que deixar tudo em campo. Espero a mesma atitude contra o grande ABC, uma grande e difícil equipa, para trazer um título que nos escapa há oito anos.

Continuo a dizer que não acredito muito no Inventonas mas, a ser verdade que Antero teve a atitude que teve no balneário, é isto que ele exige - e bem - a toda a equipa de futebol: entrega, suor, intensidade, domínio. Contra tudo, contra todos e contra tolos.

Por último, dizer que gosto muito da personalidade de Hector Herrera. Esta entrevista é para recordar. No fundo, mostra o que de melhor tem Hector Herrera - a sua humildade e entrega. Saber de onde se vem para se saber apreciar o que se tem é fundamental, e ainda bem que Herrera sabe.

Sem comentários:

Enviar um comentário