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sábado, 13 de fevereiro de 2016

Análise ficaben - FC Porto (22ª Jornada) Estamos Vivos!


Há hora que escrevo, estão quatro aziados no MaisFutebol a dizer que só Casillas jogou. É verdade, nada nunca muda. Mas a felicidade do FC Porto é muito esta - estarmos vivos quando toda a gente nos diz mortos.

Vamos a factos, sim? Se perdêssemos, estaríamos  agora a 9 pontos do ficaben. Completamente fora da corrida. Aliás, não houve programa de comentário, jornal, comentador e isto e aquilo, que não dissesse que o ficaben iria golear o FC Porto.

Graças a Peseiro - e só a ele! - isto foi aproveitado como gasolina para incendiar a Chama de Dragão, que afinal existe dentro dos jogadores Portistas. Entraram Dragões, a saber que tinham de sair vivos e a entregar-se totalmente ao jogo. Via-se que se entregavam todos a cada lance, nem sem sempre da melhor maneira mas com toda a atitude. Depois de uma entrada algo trapalhona, onde sofremos o golo com uma falha de marcação.


Mas reagimos, arregaçamos as mangas e fomos à luta. Intensificamos o ataque, pressionamos e Herrera marcou um golo na linha de outros que ja marcou na Champions. O grito de revolta de Herrera galvanizou a reacção. E fomos para intervalo equilibrados.

E viemos, mais uma vez, com a injeção atrás da orelha, que Peseiro tão bem sabe dar, a carregar para cima deles e aos 69', com uma jogada fantástica de 1-2 entre Brahimi, André André e Aboubakar, que este finaliza na raça contra Jardel com um grande golo.

Daí até final, o ficaben carregou, mas uma defesa atenta e San Iker numa noite de melhor do mundo guardaram os 3 pontos até final. Merecemos ganhar! Estamos na luta! 3 pontos não são nada, e os rivais vão jogar entre si. Com este espírito, seremos campeões!

Vamos a notas.


San Iker - Casillas fez uma exibição do outro mundo. O golo que sofreu não era defensável - talvez fosse por ele - mas o festival de defesas espetaculares de Iker Casillas, esta noite, não teve fim. Até salvou Indi e uma humilhação. Gracias, San Iker!


Na raça - Este é o FC Porto à Porto. Solidário, unido, aguerrido, lutador, entregue. À parte das exibições de gala que eu destaco, não posso dizer que todos os outros não fizeram o mesmo! Este FC Porto tem raça de campeão! Vamos a eles!

Pivots Capitães de luxo - Hector Miguel esteve no estádio da Luz. Não houve dividida a que não fosse, lance que não orientasse e colega que não servisse. Hector Miguel fez uma exibição monstruosa. E pegou-se com o Eliseu. E gritou "golo caralho!" e ostentou aquela braçadeira com orgulho! Assim, sim! Danilo Pereira, por seu turno, é um monstro indispensável. Mais do que um Polvo, é um Buldozzer que, com Peseiro, marcha por aí fora e leva tudo na frente! Um verdadeiro herói! Que enormes jogadores!

Chidozie -  Não é fácil ter como primeiro jogo na A este. Mas Chidozie esteve irrepreensível. Limpou e varreu quase tudo o que havia pela frente e a jogada do golo da vitória nasce de um contra-ataque que veio dos seus pés. Ganhamos o central que precisamos! Põe-te a pau, Indi! (Já agora, não surpreende todos os que acompanhamos a equipa B. Cada vez mais defendo que, com inteligência, temos muitos valores seguros para lançar).


Maxi - Enfrentar 60 mil contra si de cabeça erguida e dar o corpo ao manifesto desta maneira, é de homem. Mais até do que o jogo, sempre na linha do que sabe fazer e faz tão bem, é esta coragem que acho admirável. Até festejou desta maneira. É assim mesmo, Victório Paez. És um dos nossos!

Aboubakar - Lutou, deu, defendeu, insistiu, foi duro, agressivo, pegou-se com os rivais e marcou o golo na raça! E já não são assim tão poucos! A subir em confiança, será que vamos ter o Rei Bakar de volta?

Layún - Para lá das assistências - um número que já roça a pornografia - defende cada vez melhor e incorpora a raça do Dragão como só Danilo e André André mais. A melhor contratação deste ano, de longe. Para manter, por favor!

Peseiro - A vitória é toda sua. Só um grande e sábio homem pode pegar numa derrota daquelas e dar-lhe a volta para ser gasolina para uma exibição deste tamanho! Mister, o que está a fazer por este grupo é ouro! Tendo, finalmente, uma semana para trabalhar, aquilo que mais se nota são os valores: intensidade, agressividade, luta, raça e querer! Fantástico! Parabéns!


Já agora, tanto hype para nada. O Renatinho não fez nada de outro mundo - o novo Pogba, ha ha! - e o senhor pistoleiro nem sequer pólvora seca disparou! É que isto de jogar contra equipas que tremem só de ver vermelho é uma coisa mas, contra homens, a conversa é outra! E que importante é ter uma arbitragem equilibrada nos jogos! Acabam por ganhar... os melhores!

Porto, carago!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Liderança E Personalidade


Todos estão revoltados com a reacção de abandono do Maicon. Entristeceu-me, mas não me surpreendeu. Tudo isto que se está a passar é apenas o corolário, a transposição, a projecção, se quisermos, da atitude apática, indiferente e amorfa da estrutura directiva Portista, de não se indignar, de não defender os seus interesses mas, para mim, mais importante que tudo, de ter interrompido a linhagem.

Os nossos rivais imitaram os nossos melhores comportamentos, nós imitamos os piores deles. O ficaben estabilizou o balneário, mudou jogadores e criou mentalidades agregadoras. Tudo para lá do #colinho, que sei que agrega muito mais que tudo. Mas as primeiras características eram nossas. O sportem, por seu turno, estabilizou balneário, foi buscar uma espinha dorsal à prata da casa, um treinador que acreditam ser competente e uma máquina, em várias frentes, contundente e incisiva, a fazer passar uma mensagem. Mensagem essa que, apesar de exagerada e grosseiramente mal trabalhada, passa. E, portanto, cumpre o seu propósito.

Mas, mais importante do que tudo, mantiveram e incentivaram os seus capitães (o sportem acaba de renovar com Adrien) enquanto formam outros e compreendem o valor de liderança em campo. No FC Porto de hoje, a braçadeira ostentada por João Pinto, Jorge Costa ou este grande senhor, o último dos capitães, Lucho González, passa de braço em braço, como trapo, sem significado algum que não o de entregar o galhardete e escolher o lado de campo. 

Ainda me lembro do jogo em que Mangala se superou a si mesmo e disse que o tinha feito por "sentir o peso da braçadeira".

Não há verdadeiros Capitães no FC Porto. Helton que me perdoe, mas a sua "boa onda" não é do que o FC Porto precisa. Ainda assim, é curioso verificar que o único título verdadeiramente ao nosso alcance, esta época, é o que tem o Helton na baliza!

Imitamos os piores comportamentos dos rivais e tornamo-los nossos. Como o ficaben de outrora, enchemos o nosso plantel de "estrelas" aliciadas com o brilho do palco europeu da Champions, que se identificam tanto com o nosso clube como com a cidade do próximo jogo fora, criamos um entra e sai de jogadores, numa roda viva infinda e vendemos TODOS os Capitães, aqueles cujo respeito deixava os jogadores em sentido, a voz chamava o árbitro à razão e passava o respeito aos adeptos. Quando o meu adorado Lucho saiu, o Portismo em mim anoiteceu. Pressenti, num arrepio da espinha, o que viria aí - uma equipa desnorteada, sem rumo nem tino.

Copiamos do sportem a bonómica indiferença, o porreirismo indiferente e a atitude passiva, que levou a toneladas de jogadores sem critério, um afundanço nas contas e o ridículo nacional. Isto para lá de um cemitério de treinadores.

Temos uma liderança que não é exemplo, e ninguém que seja exemplo no balneário. Querem Mística como? Do ar do Dragão? Temos potenciais Capitães no plantel - André André à cabeça. Está na hora de atribuir a braçadeira a quem Sinta, a quem Lidere, a quem dinamize. Pode ser que comece aí uma retoma.

Está na hora da vassoura. De encostar quem não se desunha para garantir aquilo que é um lugar de sonho para todos os jogadores, desde a B aos infantis. E deixar sair quem não quer estar. Por exemplo, Casillas. Quem sabe se o facto de ter um Capitão em campo, por muito pouco que seja, não muda alguma coisa?

Qualquer adepto só pede um FC Porto à Porto, do topo à base. Porque, sem isso, não haverá retoma possível.