No excelente artigo do Vila Pouca, ele coloca esta interessante pergunta, à qual gostaria de dar a minha opinião e assim contribuir para o debate. No meu ponto de vista é essencial falar de dois aspectos. Um primeiro, que concerna o Futebol Clube do Porto. O FC Porto vive, neste difícil período de mudança de pele, de dois problemas fundamentais, quanto a mim: A falta de identificação com o clube de muitas das suas pedras e a inexperiência de Lopetegui em tudo o que é questões do futebol português. Algumas das principais figuras do 11 Portista estão cá de passagem (casos de Casemiro, Jackson, Brahimi, Danilo, Herrera e quem sabe Quintero, Alex Sandro e Tello). E só coloco este último na questão do "quem sabe" porque temos opção de compra sobre Tello - pode ser que ele esteja com a cabeça no Dragão nessa altura. A meu ver não está. Também não insiro Óliver nessa categoria, porque está mais que visto que o pequeno maestro joga com tudo sempre. No entanto, nenhum tem um amor profundo ao FC Porto, ainda que alguns devessem ter. Mas faz parte daquilo que tem sido a estratégia do nosso Clube - comprar barato e vender caro.
No meu entender, apenas Helton se insere dentro das características do que é um Capitão. E têm-se visto que faz a diferença ter-se essa capitania - veja-se a diferença de atitude e de garra quando está lá o nosso Bom Capitão. Quem vai ao Dragão pode ouvir bem a diferença. Eu tenho a convicção que Lopetegui veio para potenciar a formação, e acho que isto vai fazendo. No meu entender, é bom que Lopetegui tenha "a lagosta" que muitos dizem, para dar competitividade e capacidade imediata ao nosso modelo de jogo que ele implementa. Não acredito que haja muita gente que aposte que ele faria melhor se fosse buscar valores à formação para ter resultados imediatos. Ainda assim lançou Rúben Neves. E mudou a posição de Ricardo. E - vamos ver - lançou Gonçalo Paciência. E teremos o "nosso" Sérgio Oliveira já para o ano. Esta entrada de jogadores com critério, modelo e sistema de jogo definidos, impede que eles seja "queimados" ao ser responsabilizados por algo que não podem, ou não sabem, fazer melhor.
É óbvio que havia - há sempre - o claro objectivo de ganhar o campeonato, evidentemente. O que não é verdade é que o benfas tenha um "plantel pior". Verdade que benfas vendeu/está a vender os seus principais jogadores do ano passado, mas também é verdade que as compras deste ano ultrapassam já os 40M. Se o investimento é feito com critério ou não, já não é nada que nos concerne, não é problema nosso. Agora, a esta altura, não é verdade que não tenham soluções para as posições. E tem uma vantagem básica - 6 anos do mesmo treinador, e muitos, muitos jogadores habituados ao futebol português, ao modelo de jogo do benfas e rotinados uns com os outros. Óbvia vantagem que, apesar do insistentemente propagado, não os faz jogar um futebol melhor - muito pelo contrário. Enquanto o nosso vai crescendo e melhorando - embora com muitas arestas para limar - o deles está estagnado num modelo que, ainda por cima, está baseado no pressuposto da tendência permissiva arbitral. E todos nós conhecemos o campeonato do colinho que este está a ser.
Quando posto à lupa da isenção europeia, a última afirmação está bem patente e demonstrada nos seus confrangedores 1-1-4. E nas constantes expulsões. E aqui entra o último ponto que quero falar. O factor Champions. Os nossos jogadores mais vendáveis (Jackson, Brahimi, Herrera, Danilo) estão a ser decisivos e fortes nos jogos da Champions, que também essa já rendeu nos cofres do Dragão. Que ninguém duvide que se perdeu o jogo da Taça de Portugal para apostar no de San Mamés. O nosso capítulo europeu tem sido imaculado. E isso vai trazer dividendos. Quem sabe não contribua para o pagamento da grande folha salarial que vai necessariamente diminuir para o ano. Mas aí, Lopetegui já terá o seu modelo assente, os seus tweakings e afinações feitas e o seu principal valor assente - o colectivo acima do individual. Em conjunto com a identificação com o clube que estes jovens tem e um modelo de jogo insersor e não discriminatório, uma máquina vitoriosa vem a caminho. Portanto, eu acho que se deve dar tempo, por muito que o critiquem a esta altura. Todos os grandes treinadores passam por essas fases. E Lopetegui não é excepção.
O segredo do F.C.Porto sempre passou por formar e contratar bem, de preferência juventude, valorizar, transferir com mais valias... Porque é assim, porque temos essa fama e proveito, conseguimos contratar alguns jogadores que vêem no F.C.Porto uma espécie de trampolim para chegarem a outros patamares, campeonatos mais visíveis, mais pasta no bolso e isso não vai mudar nos tempos mais próximos. Nesta altura há dúvidas, hesitações, porque se criaram grandes expectativas, cada contratação era saudada como mais um craque para um grande plantel, criou-se aideia que tudo ia ser fácil, o campeonato seria um passeio. Não colocamos água na fervura, agora que estamos mal na liga, já tudo é colocado em causa, mesmo que os erros cometidos não sejam motivo para isso, já há quem peça a cabeça do treinador, mesmo sabendo que tem 3 anos de contrato e PC não o vai despedir. E para esses não há tempo para ter tempo. Independentemente do que acontecer, na próxima época vamos ter vários jovens da formação no plantel principal, juntar-lhe outros d eforma que tenhas um plantel competitivo e capaz de discutir títulos cá dentro e fazer boa figura lá fora, é um desafio difícil, mas que temos de vencer. Se fosse fácil ia para lá eu.
ResponderEliminarPara mim o F.C.Porto tem sempre todo o tempo do mundo, o que me custa é ver conformismo, passividade, falta de reacção... quando há motivos para reagir e em força
Abraço
Essa passividade terá uma razão que eu não consigo perceber...
ResponderEliminarMas, como você diz, e bem, reage-se ao Inventonas mas não se reage ao colinho...
Abraço
ResponderEliminarsó para afirmar três verdades de 'la palisse' que convém termos sempre presentes e por vezes nos esquecemos de que existem:
1)
no futebol existem três resultados possíveis: vitória, empate e derrota
2)
não jogamos sozinhos mas contra adversários - sim!, plural. a equipa contrária, a equipa de arbitragem, o nomeações e o Sistema.
3)
para lá do 'saber perder', mais importante é o 'saber vencer' e mantermos a nossa personalidade na Vitória. e, claro, que em todos os jogos, o mínimo que vejamos em cada um dos atletas que envergam o nosso manto sagrado seja que deram literalmente o litro.
afirmo estas verdades pois não é possível vencemos sempre, sempre, sempre e apesar desse ser o nosso maior desejo diário.
abr@ços
Miguel | Tomo II
Caros amigos... MVP, Jorge e Miguel, bom mesmo era vocês deixarem espaço pra outros comentários! :)
EliminarTou a brincar claro...apenas depois de ler os 3 post's fiquei sem comentários porque está tudo lá, um bocado em cada um, mas está tudo lá!
Abraço tripeiro aos 3
André Guimarães
Miguel, três verdades de Lapalisse que muitos teimam esquecer...
EliminarAndré, não foi planeado mas mostra uma bonita simbiose do pensamento Portista.
Abraço
Como o Jorge, também entendo que se deve dar tempo ao tempo, até porque, como diz o Miguel, não é possível vencer sempre, sempre e, por isso, tal como o Vila Pouca, também para mim, o FC porto tem todo o tempo o mundo. Exige-se, isso sim, a quem serve o FC Porto, o máximo de profissionalismo , já que, o apelo ao amor profundo ao Clube, nos tempos que correm, é práticamente limitado aos sócios e adeptos. E, diga-se em abono da verdade, que tal não é exclusivo o FC Porto.
ResponderEliminarUm abraço e...
FC PORTO SEMPRE
Subscrevo!
EliminarAbraço
@ André
ResponderEliminar'obrigado!' pelas palavras elogiosas. fiquei sem jeito :)
é bom perceber que nada foi planeado e a sintonia (atrevo-me a afirmá-lo) foi perfeita. o teu comentário confirma-o :)
abr@ço
Miguel | Tomo II
Caro Jorge,
ResponderEliminarSó passei por cá para dizer-lhe que concordo...
Cumprimentos
Ana Andrade
www.portistaacemporcento.blogspot.com