Mais a frio, venho elencar aquilo que penso ser importante de mais uma derrota Madeirense:
1 - O Factor Champions não pode ser subvalorizado e há que haver mão pesada sobre isso. Vamos jogar contra o Bayern de Munique. É muito difícil, o mais certo é que não passemos. Porque está tudo a tirar o pé? Para ver se dão o salto? Treinador e Estrutura têm de estar atentos a isto, sendo o mais flagrante caso o de Brahimi. Brahimi é um excelente jogador, mas se só o vamos ter metade da época porque a outra metade está a guardar-se para o "seu" Paris Saint Germain, que se faça uma boa venda. Nos anos 90, Pinto da Costa dizia, e com razão, quem "quem não quer estar no FC Porto não esteja". Está na hora de dizer isso de novo, e de agir. O campeonato e os títulos nacionais não são "coisas menores". Os jogadores ganham principescamente para isso.
2 - Por falar em ordenados principescos, não me venham falar do desgaste acumulado das selecções. Se qualquer um destes jogadores for jogar para a Premier League, por exemplo, vai ter um volume de jogos muito superior. Está cansado? Diz, não joga. Figura de corpo presente prejudica a equipa e o jogo.
3 - Há qualquer coisa que está errada com os jogadores emprestados. Óliver não tem estado em condições, Casemiro faz exibições bipolares, o único que me parece bem é Tello. Ontem não fez um jogo superior, mas vimo-lo tentar, pelo menos. Já o sub-rendimento de Óliver deixou-me preocupado. Se já está no modo "vou para o Atlético de volta", que fique no banco. É pena, porque se desperdiça muito talento, mas também só quero o Óliver no terreno se estiver cá a 100%. Se isto é para ser assim, vamos ter meio jogador. E, por isso, é necessário que empréstimos sem opção de compra não possam acontecer mais. O jogador X não pode dar tudo no campo só até convencer a nave mãe. Não pode ser.
4 - Super injusto tentar fazer jogadores serem o que não são. Ficou provado que Ricardo Pereira não é lateral de coisa alguma. Pode ser um bom extremo, mas ontem foi um dia em que se provou que não tem pedalada para a exigente posição. Se se quiser um extremo, muito bem, senão empreste-se ou venda-se. Eu acho que Ricardo Pereira merece jogar, mas não ser queimado. E quanto a Aboubakar, por favor, Aboubakar é um ponta de lança clássico. Não é dos que ficam na mama, óptimo, mas não pode fazer aquele híbrido Jacksoniano. Falcao, Domingos, e todos os outros grandes pontas de lança do FC Porto não faziam aquela mescla que Jackson faz. O futebol é um jogo que se ganha marcando golos. Como dizia Sir Bobby Robson "no goals, no ganha". Então deixe-se de sacrificar um bom ponta de lança com um remate potente e imediato, a tentar fazer dele o que não é.
5 - Por muito que se critique, está na cara que Herrera faz muita falta. Se Herrera estivesse no jogo, tudo teria sido diferente. O nosso box-to-box galga kilómetros mal amado faz a ponte entre o ataque e a defesa de uma forma superior. Está certo que, no próximo ano, teremos André André, mas por agora, Herrera parece-me insubstituível. E nota-se a sua ausência.
6 - Quaresma não dá para isto tudo. Haja coragem de enfrentar o FC Quaresma e tirá-lo quando complica. Vão haver jogos assim, e nesses o RQ7 tem de sair, para o seu próprio bem. Por muita coragem e determinação que se tenha, não havendo acerto só se prejudica e complica.
7 - Haja algum realismo. Só o campeonato está verdadeiramente ao nosso alcance. Se se desprezar o mesmo com queixas de arbitragem e jogo passivo, nada haverá para mostrar. E teremos um ano inteiro de hegemonia benfas nas rádios, tvs e por aí em diante. Está na hora dos jogadores perceberem o que é importante para o Clube que lhe proporciona aquilo que devia ser o seu objectivo - jogar futebol num clube de topo. Só assim ganharemos o campeonato, só assim poderemos pensar esta época como ganha.
Jorge, completamente de acordo e em especial com o ponto 3 (jogadores emprestados serão sempre jogadores com a cabeça noutro lado!), e com o ponto 4. Ricardo é um belissimo... extremo! Jamais será um lateral.
ResponderEliminarO ponto 5 é pragmático q.b. Só um cego não vê!
O ponto 7 não é realismo. Por aquilo que vamos vendo, é um apelo!
P.S. Lopetegui tem o sindrome do principio de Peter???
Não creio, mas creio que lhe falta apertar calos. Esta coisa de ser tudo a bem tem os seus problemas.
EliminarAbraço
Penso que o jogo contra o Estoril trará uma clarificação sobre o momento de forma do FCP, assim como sobre a "disponibilidade" de alguns jogadores em meter o pé. Caso isso se verifique, penso que o FCP terá de dizer a alguns que "se não metem o pé e se não vão com a intensidade necessária ás bolas divididas nos jogos do campeonato, também nao precisam de o fazer no jogo do Bayern porque irao assistir ao mesmo da bancada e do sofá da sala". Isso tem de lhes ser explicado de forma clara, mas mesmo de forma clara e se tiver de queimar uma substituição aos 15 minutos de jogo, que se faça de modo a que o recado seja entregue. Segundo, o FCP tem revelado uma inoperancia no que diz respeito a efectuar reviravoltas. O porque não sei, mas Lopetegui tem urgentemente de descobrir a formula, sob pena de voltar ao ambiente de inicio de campeonato, até porque me cheira que a brigada do apito vai voltar em força no jogo contra o Estoril. 3º Lopetegui está a tentar criar um clone de Jackson com Aboubakar de modo a poder continuar a jogar no estilo que tinha implantado. Parece me que vai ser dificil resultar e pior estamos a perder um excelente rematador de fora de area como é Aboubakar. Veremos o que nos reserva o jogo do Estoril, onde a margem de erro é -1.
ResponderEliminarSubscrevo 100%
EliminarAbraço
Quer gostem, quer não, o Herrera faz muita falta quando não joga. É daqueles jogadores que são obrigatórios quando vamos para a guerra, capaz de fazer qualquer coisa que lhe peçam. Nem sempre joga bem, é verdade, mas se for preciso morre a tentar.
ResponderEliminarSem dúvida! Fossem todos assim e não teríamos este jogo.
EliminarAbraço!
EliminarCaro Jorge Vassalo,
ResponderEliminarMais um excelente post. Concordo com a sua leitura. Continuo cheio de azia e acima de tudo muito desiludido com o mister. Para mim existe um núcleo de treinadores a que chamo de quase....quase que ganham. Conseguem dispor de meios fantásticos e depois são flops. Um exemplo clássico é Ranieri ou Mancini, mesmo que este tenha ganho um campeonato inglês a 3 minutos do fim com um investimento de 800 milhões em 3 épocas! Quero acreditar que Lopetegui não fara parte deste núcleo mas caramba começa a ser desesperante analisar este bipolarismo do Porto. Não duvido da sua capacidade formadora mas precisamos de treinador de campo. Alguém que tinha instinto para matar os jogos, galvanizar a equipa, puxar pelos jogadores e não apenas falar dos árbitros e azucrinar o 4 árbitro durante os jogos. Nisso e não só Robson era fantástico. Há quem diga que Oliveira não era nada brilhante nos treinos mas durante os jogos transformava-se. Não sei. Sei que assim, com esta forma de estar não vamos lá. E já não chega ganhar na segunda feira para estar tudo bem. Lopetegui tem que passar das palavras aos actos e .....ganhar. Só com vitórias pode falar do pedestal. Sem elas, não passa de um fanfarrão como tanto que por aí existem. Esperemos pelos próximos jogos.
Raoc
Concordo em teoria, mas não jogaram alguns dos melhores. No fim se fazem as contas. Mas há que abanar a estrutura, sim.
EliminarAbraço!
Independentemente das análises e nas análises pós derrotas, é sempre complicado, o que queria ouvir era um grito de revolta, algo que nos fizesse despertar a todos, perdemos, estamos fora, mas tal como aconteceu na derrota para o campeonato, vamos iniciar um novo ciclo de vitórias. E não uma análise que não correspondeu à realidade do jogo. Ontem no Porto Canal, para arranjarem oportunidades perdidas, mostraram 3, uma até estou de acordo, o lance do Aboubakar, as outras foram remates de fora da área e que passaram longe da baliza. Isto diz tudo sobre a segunda-parte do F.C.Porto e devia ser assumido sem medo, sem desculpas.
ResponderEliminarAbraço
Sublinho e subscrevo. Ou se fala a sério ou não adianta nada tudo isto. Nada de desculpas. Reacção segunda feira. Nós, lá estaremos.
EliminarAbraço