É impossível não sorrir nem ter saudades ao ouvir Aloísio e André Villas-Boas a falar ao Porto Canal. Especialmente no caso deste último, a forma apaixonada como ele fala do seu clube do coração além de enternecer pode dar saudades. E dar-nos a ânsia de um saudosismo de tempos idos. Não caiamos nesse erro. Não nego que aquele discurso apaixonado é fervilhante ajuda imenso a criar a ideia de que "antes é que era bom". Não nego que gosto que quem jogue no meu Clube seja adepto de Alma e Coração. E quem treine ainda mais. O ano de Villas-Boas foi excelente a todos os níveis. Uma parte de mim gostava de o ver de volta. Mas, ao ver as reportagens do Porto Canal, revi também a chegada de Julen Lopetegui ao FC Porto.E Lopetegui vem potenciar a formação. O projecto dele com o Nosso Grande Presidente vai muito para lá da espuma dos dias.
Lopetegui está a criar um modelo onde ninguém é indispensável, apenas o colectivo é fundamental. Por muito bom que seja o jogador, não é insubstituível. Chegou em primeiro lugar do grupo aos oitavos da Champions League. A visibilidade de Brahimi cresceu exponencialmente. A fase de grupos de Jackson deu-lhe mercado. Aliado a um excelente mundial, o crescimento de Herrera levou-o a que um golo seu fosse considerado o melhor golo da semana na UEFA. Resultado: Três jogadores do FC Porto no Top 100 do Guardian. Três vendas seguras de lucro no final da época, numa altura em que o FC Porto precisa de equilibrar finanças e recuperar uma equipa.
Essa era a prioridade de Julen Lopetegui. Queiramos ou não, perdemos a Taça de Portugal por fazer prevalecer um jogo crucial em San Mamés, que ganhamos sem espinhas. Os objectivos do FC Porto passam sempre pela conquista do campeonato, mas uma equipa que está em construção e tem objectivos tão espartilhados, não pode ser criticada por ter uma fase de crescimento e adaptação. Jogadores novos vieram para restituir o FC Porto à condição internacional que granjeou ao longo destes anos e, independentemente do que suceda com o Basileia, mas especialmente em caso de vitória, esse objectivo já foi alcançado com distinção.
Na lista do The Guardian, que pode ser consultada aqui de uma forma interactiva, a análise desapaixonada ao #92 de Herrera, ao #73 de Jackson e ao #61 de Brahimi mostra uma realidade evidente - o trabalho de Lopetegui já deu frutos. Lopetegui centrou o meio campo em Herrera (curioso ver que o The Guardian fala uma coisa que eu já falei e que aqui, quase ipsis verbis) e potenciou-o exponencialmente. Foi buscar sagazmente Brahimi, deu-lhe espaço para crescer, como já referiu o Nosso Grande Presidente, e deu-lhe a visibilidade ao The Guardian, não no Granada como muitos queriam fazer pensar, mas precisamente no jogo em San Mamés, curiosamente, lá está, depois de ter sido poupado para a Taça. E quanto a Jackson, a condição da Capitania e a sua renovação restitui-lhe a cabeça ao FC Porto e a Champions granjeou-lhe o estatuto internacional que merece.
Três jogadores do nosso FC Porto estão na mira internacional, nenhum dos nossos rivais. Mas, mesmo assim, por aqui por terras lusas as coisas não correm de feição e muitos criticam. Agora, façam-me um favor, sim? Tentem criar uma base de equipa de futuro e façam tudo ao mesmo tempo depressa e bem. Vamos ver se conseguem.
A análise independente internacional já deu ao FC Porto o estatuto de vitorioso este ano. E contra factos não há argumentos. Estou já satisfeito com isso, e acredito no nosso futuro. Acredito no trabalho visionário de Julen Lopetegui. Porque visão de futuro só está ao alcance de grandes Homens, que conseguem ver para além do imediato e da curta espuma dos dias.
Boas Jorge Vassalo antes de mais sou um leitor assíduo do teu blogue como o do sr vila Pouca normalmente estou em acordo em tudo que vocês escrevem, não sou muito de comentar mas revejo me no vosso portismo.
ResponderEliminarVou tomar a liberdade de dar uma opinião da aposta no Lopetegue, toda as pessoas sabem que no futuro temos de apostar na formação e aí tiro o chapéu a Pinto da Costa pois foi buscar um treinador com experiência em jovens e para mim com um espírito a Porto Esta a implementar um modelo de jogo e com jogadores jovens, temos o exemplo do o Rúben Neves porque fosse um outro treinador nem nos sub 19 estava... Os jogos que perdemos foi sempre por infelicidade e 90% dos jogos fomos sempre superiores.... Eu acredito muito neste projecto infelizmente temos alguns portistas que só sabem bater na equipa.... Um abraço
PS um dia temos de marcar um café pois sou da Póvoa de Varzim. 😊
Caro Hucher,
EliminarEsses que só sabem bater na equipa serão os mesmos que vão festejar as vitórias para os Aliados em Maio.
Vozes de burro não chegam aos céus.
Abraço poveiro
Não é novidade para ti, mas sabes que subscrevo na íntegra o que brilhantemente escreves (e sei que pensas) sobre o nosso Julen. Perfeitamente de acordo!
ResponderEliminarQuanto à primeira-parte, e à fotografia daquele pequeno traidorzinho, digo-te o que cheguei a dizer a algumas pessoas na época passada, quando se pedia a cabeça de meio mundo dentro do clube: esse, o Ruivinho da cadeira de sonho, cheio de portismo e de boas intenções, nem oferecido o quero. Para mim, morreu naquele fatídico dia em que terá percebido que é necessário ser um Homem para fazer juras disto e daquilo para depois fugir na primeira oportunidade.
Desculpa o desabafo
Meu amigo Z,
EliminarEu não quero outro treinador que não Lopetegui. Não se pode pensar em outro treinador quando este, em 6 meses, faz o que este fez. Mas que somos nós? O zbordem?
Se AVB vem com esta conversa é porque quer voltar. E eu gosto da ideia de alguém querer mesmo cá estar, como destino último. Tipo Mourinho no Chelsea, Agora, tinha de ser bem clausulado, para não voltar a acontecer a mesma brincadeira. Agora, Z, ele tem a minha idade pá. O que sabia ele da vida há 3 anos?
É preciso ter calma, não dar o corpo pela (i)alma.
Abraçom