sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Para Terminar de Vez Com o Assunto e O Ego e as Suas Variantes

Esta temática do assobio tem dividido muito a comunidade Portista. Se há quem ache que o assobio serve para mostrar que a massa adepta está descontente, outros há que - como eu - crêem que o melhor incentivo que se pode dar a uma equipa que nós amamos são as palmas, os cânticos, a exultação.

Qualquer outro tipo de atitude vai desconcentrar e pressionar a equipa. Surpreende-me que possa achar quem pense que, por pagar o bilhete, porque os jogadores ganham muito dinheiro, porque a vida deles é isto, etc, se ache que se tem o direito de insultar e vilipendiar a equipa.

Não entendo, e não sou o maior fanático do Futebol Clube do Porto que eu conheço, como isso possa beneficiar o resultado, a exibição ou sequer a possibilidade de vitória. 

Sou, no entanto, capaz de entender que a massa adepta assobie no fim do jogo, para mostrar que não pode compactuar com determinado nível exibicional, incompatível com aquilo que é, e aí concordo, a cultura de exigência de qualidade do Futebol Clube do Porto.

Antes de continuar, queria dizer que, embora discordando, respeito opiniões diferentes da minha. No entanto, gostaria de relevar que este sinal aqui, no canto direito, foi posto pelo nosso Clube do coração, como um expresso pedido aos adeptos. Se assim é, ainda serei capaz de entender menos quem, amanhã ou em jogos em casa subsequentes, desatar a assobiar nos passes para guarda-redes, no jogo defensivo e por aí em diante.

Se somos todos apaixonados pelo nosso Clube, o que nos poderá fazer pensar que o melhor apoio é o contrário à união que a própria equipa pede? 

Deixo à vossa meditativa consideração.


Não vou fazer um hábito neste blogue de falar das outras equipas e membros das mesmas. Tenho amigos benfiquistas e sportinguistas e até de outras equipas, e respeito o facto de, da mesma forma que não gosto que chamem Flopetegui ou Lopatêgo ao meu treinador, que gozem com jogadores e dirigentes do meu Futebol Clube do Porto, não fazer o mesmo aos deles. A não ser, claro, que as conversas dos ditos abram precedentes à minha reacção. Assim sendo, reagirei. Com veemência.

Posto isto, abro aqui uma breve excepção para falar do absurdo que é ver o Grande Mestre da Táctica indignar-se por não caber nos 10 melhores do Mundo. É este o tamanho do ego de Jesus. É ele próprio o cancro dentro da sua equipa. É ele quem faz - e eu agradeço-lhe por isso - com que, ano após anos, temporada após temporada, ele desgaste o seu plantel até não poder mais, use uma táctica tão kamikaze que só funciona à base da protecção do Nomeações, e que faça com que ele antagonize um balneário inteiro, ao ponto dos jogadores, no final do ano, terem pressa de se pôr a milhas.

Que fez, então, o Grão-Mestre Táctico no ano passado? Tendo uma equipa orçamentada em 230 M €, o nosso amigo conseguiu vencer as tacinhas tugas e o Campeonato. Ir a uma final onde o seu clube conseguiu jogar à constante defesa enfiada em 20 metros, para tentar o que estava a fazer há 3 jogos seguidos, ir a penalties e... perder. Que este homem seja protegido ao abrigo dos media tugas (dos quais falei anteriormente), ainda vá. Agora que ele se ache um dos melhores treinadores do Mundo é absurdo.

Ignóbil. Ridículo. 

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Autofágica "Cultura de Exigência" e o Trauma de Tordesilhas

Associo-me neste momento a alguma da bluegosfera , denunciando claramente a política do assobio e da "cultura de exigência".

Mas qual "cultura de exigência" dá a um "adepto" a veleidade de comentar criticamente uma tatuagem feita no corpo de um atleta do Futebol Clube do Porto, acusando-o de ser "sportinguista"?

Então o nosso super veloz ala é zbordem porque tatuou um leão? Mas estas sapiências tem alguma noção do que significa este leão para Cristián Tello?

Não tenho nada que teorizar se é sobre o signo, sobre o seu animal totem, o seu espírito protector, um acontecimento marcante da tua vida, alguém a quem ele associa. Não é da minha conta!

O que sei é que não faz dele MENOS jogador do Porto! Nem menos entregue à sua equipa. Faz sim é, de certeza, com que ele pense onde raio se veio meter! 

Não é "cultura de exigência", é burrice! Quem se ortoga a si próprio o direito de vilipendiar o próprio atleta, não compreende que está a prestar um péssimo serviço ao seu próprio clube! Será que é o seu próprio clube? Será que estes "adeptos" são Portistas? Não creio!

Creio que cresceram com a absurda noção de que estão com uma instituição 100% vitoriosa e que, qualquer que seja a competição ou jogo, tem de ser vencida por goleada!

A título de exemplo, o Barcelona de onde veio o Tello (sim, do Barcelona!) ainda ontem empatou com o Espanyol a uma bola, e só passou à fase seguinte da Taça do Rei nos penalties! Se fosse cá, aqui d'El Rei de assobios, lenços brancos e demais parvoíce.

E, por falar em Espanyol, venho expôr aquele que, para mim, é o verdadeiro problema: O Trauma de Tordesilhas. Podem ser brasileiros, colombianos,mexicanos,holandeses, caramaroneses. Não podem é ser espanhóis! 

Uma vez mais o "exigente adepto" passa por duas fases. A fase de emprenhar pelos ouvidos dos média e seu correspondente brainwashing.

Aí vem a armada espanhola! Soem as trombetas! Todos para a torre! Fujam!

Qual armada espanhola?

Tello, Óliver, Marcano, Campaña (chegou muito depois!), Andrés Fernandez - 4.

Contemos os estrangeiros, só no 11:

Fabiano, Danilo, Maicon, Alex Sandro, Casemiro - 5 brasileiros
Jackson, Quintero - 2 colombianos
Herrera - mexicano
Brahimi - argelino
Martins Indi - holandês
Tello - espanhol

UM espanhol é uma armada!? Temos um trauma quinhentista! Não é "o gajo não percebe disto" é "este espanhol não percebe nada disto"! É este trauma conquistador que está por detrás de muito assobio.

Mas meus amigos, somos todos celtas. A região Norte portuguesa é praticamente indistinta da região Galega. Temos a mesma cultura, os mesmos costumes. temos praticamente a mesma língua. Trocamos os vs pelos bs. Temos o nosso som musical. A nossa música tradicional é igual. Nada distingue uma muñeira de um vira, ritmicamente. Então porquê esta xenofobia à lá carte?

Estou com a bluegosfera. Acabemos com esta estupidez. Abafemos os assobios. Deixemos de dar pontos ao inimigo.

Se continuarmos assim, jogaremos melhor fora de casa do que em casa, teremos fama de fazer mal a atletas e treinadores, de sermos mais papistas que o Papa. A 2ª circular esfregará as mãos de contente!

Uma coisa é ser exigente, não os deixar dormir na forma, criticar, pressionar para mostrar que não batemos palmas a derrotas. Porque não, assobiar NO FIM a uma má exibição. Agora, nada ganhamos em estar a perseguir atletas e treinador a toda a hora. Desestabiliza e não ajuda ás vitórias! 

Sábado já sabem, todos ao Dragão. E nós, Portistas, abafemos o voz da "cultura da exigência" autofágica.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Assintota Entre a Contabilidade e a Mística


Sou um indefectível Portista. Vibro com o Porto, canto o Hino, vou - tanto quanto possível - ao Dragão e, não sendo doente, pois por formação de carácter, tenho tolerância para pontos de vista díspares, tenho no Futebol Clube do Porto a minha tribo.

Vejo-a um pouco como a aldeia do Astérix. Somos Unidos, irredutíveis, contra tudo e contra todos. Somos fortes, avassaladores nessa União, autenticamente imbatíveis, juggernaults.

Tenho também formação em Matemática, apesar de ser um Humanista convicto. Mais até. Um Universalista. Tive a obstinação de fazer as cadeiras e os cadeirões de Matemática, no então pólo dos Leões da Faculdade de Ciências, agora a Reitoria. Confesso que a Matemática me dá a sensação de uma compreensão da Mecânica do Universo. A cadência repetitiva e formular do Todo.

Mas tenho para mim que a Paixão pelo Futebol Clube do Porto é toda do lado sentimental. Toda do lado sensorial. Toda vibrante. Toda sentida. Como numa batalha, em que a União faz a Força.

Aprecio e admiro o adepto que quer saber quantos milhões "nos" custou o jogador A ou B. Como está o balancete, o passivo, as contas de merceeiro todas. Se pagamos quotas, somos todos, associados co-donos do Clube.

Agora, uma outra coisa eu não admito. Se falamos hoje do Futebol Clube  do Porto, devemo-lo inteiramente a Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa. Ele, e a sua estrutura, há 32 anos que nos fazem o Clube de projecção internacional. A ele tudo isto devemos. E tenho a CERTEZA que ele põe o Clube à frente de todo o interesse paralelo ou efémero. Tenho a CERTEZA que este é o seu Legado. Tenho a CERTEZA que ele tem consigo os melhores fiscalistas, economistas, que há um plano a longo prazo para o Clube. Que sim, temos fases de maior despesismo, que a fase das vacas gordas pode estar a acabar, mas não será justamente aquilo que querem muitos dos "adeptos", até aqueles que assobiam? (Juro pela Divindade - inserir aqui divindade que professem, se alguma - que estou farto de escrever esta puta desta palavra)

Se perdermos a capacidade de comprar atletas estrangeiros, estamos MESMO assim tão mal? Temos ou não boa prata da casa? Estes jogadores que estamos a formar terão ou não Garra e Atitude Portista? Serão ou não jogadores com a Poção Mágica? Não é o que se reclama?! Então em que é que ficamos, pá?

Querer o Todo e o seu Contrário, não é só esquizofrénico, é estúpido!  Lembro-me perfeitamente que uma das premissas para a contratação a longo prazo de Julen Lopetegui ser justamente a aposta na Formação.

Agora, claro que a Estrutura do FCP sabe que tem de ser com critério, devagar, inserindo os atletas num modelo forte e vencedor. Não se queimam atletas, não se põe miúdos impreparados sobre o jugo do assobio do "Tribunal do Dragão". Dá-se tempo porque nem a Divindade, desde Mithra até Deus, criou o Mundo num dia.

Acho interessante que se falem de números, que se dêem alternativas a uma "política desastrosa". Aliás, incito e desafio o adepto consciente deste comboio desgovernado, como muito se diz por aí, a apresentar um plano e uma alternativa credível à SAD numa qualquer Assembleia Geral do Clube. Em vez de crítica, acção.

Mas, para mim, que se pare por aqui. Porque a Mística e a Contabilidade são assintotas. Pare-se, de uma vez por todas, de humilhar e criticar jogadores por serem demasiado caros e não serem colossos desportivos. O que se está a fazer a Adrián Lopez, como se fez a Danilo e a outros, é uma vergonha sem paralelo. Eu não sei quanto custou Adrián. Pode ter sido mau negócio ou bom, o Tempo o dirá.

Porque é o passe de Adrián e não o próprio. Porque é nosso. Da nossa Casa. Porque há jogadores que brotam em tempos diferentes. Parem de vaiar Adrián. Parem de vaiar um jogador porque é caro, mal entra. Parem de colocar a fasquia a x ou y milhões. Parem de uma vez. Estão a destruir a confiança de um jogador que acabou de aterrar. Eu aposto que Adrián ainda nos dará muitas alegrias. Tem velocidade e sentido de passe e posição. Ainda não está calibrada? Não, mas estará. 

Esta exigência, que nem os sócios maioritários do Clube tem, de querer tudo já, agora, só porque "nos" custou x ou y, mesmo sem se saber se a) verdadeiramente custou b) em que maturidade e condições custou e c) com que apoios; é uma coisa muito parvinha. Não NOS custou nada. Custou-LHES!

Podemos pedir a Vitória ("Queremos esta Vitória/Conquista-a por nós"), mas não podemos pedir mais de um jogador porque ele custou (x+y) milhões em vez dos x milhões do outro. 

Isso é Assintoto.

Somos Porto, Todos Juntos!

P.S.: O post do Blue Boy no Bibó Porto, Carago! é de leitura absolutamente indispensável.




terça-feira, 28 de outubro de 2014

Danilo Capitão, a Garra de Ser Portista


"Foi um momento de muito orgulho, muito respeito. É muito gratificante fazer parte do quadro histórico de capitão do FC Porto. O clube tem uma grande história de capitães."

"Espero poder contribuir com o meu trabalho para ajudar a equipa a vencer sempre. Um jogador do FC Porto tem de ambicionar sempre a ganhar tudo."



Danilo Luíz da Silva é um Portista. Um Portista dos meus. Sempre insatisfeito, sempre a dar tudo o que tem no campo, sempre a suar a camisola. Jogador mal amado no Porto, foi muito criticado por causa do que custou o seu passe, os mal fadados 13M €. Por causa disso, muita da massa adepta ainda não percebeu a jóia que, no meu entender, temos no nosso plantel.

No ano passado, aquele assassino de talento que era Paulo Fonseca, desgastou-o estupidamente e limitou-lhe as duas coisas que mais gosto de o ver fazer - a superior capacidade de cruzar, de entrar pela linha, mas também por dentro. O seu poderoso remate e a sua capacidade de marcação de livres também são coisas deliciosas de ver. No entanto, desgastadíssimo, nunca o vi desistir.

Danilo, para mim, tem uma coisa que eu acho que é Ser Porto. A sua constante insatisfação é também um olhar atento para os seus colegas, no Dragão pode sempre ouvir-se a forma especial com que Danilo incentiva os colegas, puxa pelo público, vive o emblema que carrega ao peito. A raça e a pujança, a forma como sente os Clássicos e a revolta que sente cada vez que perde ou empata, é o que, para mim, significa ter a Mística do meu Porto. Não tenho dúvidas que Danilo será sempre Portista. 

O Nosso Grande Presidente disse ontem, inclusivamente, muito justamente, que ele não merecia um Dragão de Ouro, merecia dois. Esses dois são a Raça e o Coração que se lhe reconhece.

Não é português, mas é internacional brasileiro, agora muito justamente titular. É um jogador especialmente talentoso e, para mim, um orgulho enorme fazer parte da minha Casa. Foi com muita felicidade que soube da notícia da negociação da sua renovação. Este é um jogador que eu quero ver na minha casa até que não possa jogar mais.

Será, daqui a uns anos, tenho a certeza, um símbolo do nosso clube.

A imagem, no fim do jogo do Arouca, dele sem a camisola mas com a braçadeira de Capitão no braço, diz-me que era ele que merecia a braçadeira. Percebo que Jackson a tenha, mas entre Maicon e Danilo, a Mística do Porto está muito mais no número 2.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O Olibeirinha e o "Chega-Pra-Lá", O Rodolfo e o "Não Passarás", a Vergonha de um Apito Verde Sonegado.

Tenho a obrigação moral de escrever este post para elogiar a grande entrada goleadora no painel de paineleiros do Trio D' Ataque. Quando o senhor Gobernador começou, pela enésima vez, a dizer que o Lopetegui tinha perdido a questão do Quaresma, porque foi obrigado a ouvir a bancada, a resposta de Oliveira foi de antologia:
"Tive quatro jogadores que não me obedeceram e sentei os quatro na bancada, Quase perdi a final contra o Leiria, mas ganhei o balneário".
Daí em diante, foram frases curtas e incisivas mas cheias de sabedoria, a encostar o pseudo-argumento do badochinha que pensa perceber de bola, mas só até encontrar gente que realmente sabe do que fala pela frente. 

Oliveira elogiou a capacidade de liderança de Lopetegui, a reacção que teve, a forma como conseguiu já ganhar uma equipa e como está a fazer os processos, a forma como está a aprender rápido e a motivar os jogadores.

Resultado - tudo caladinho e sem resposta. Gosto muito do Miguel Guedes, acho-o uma excelente pessoa, mas isto estava a precisar de um homem que acabasse de vez com os argumentos redundantes, falsos, odiosos e vazios de gente aziada.

Também gostei do Rodolfo Reis a pôr o dedo na ferida e a dizer, alto e bom som, "Quando o Futebol Clube do Porto ganha é porque os adversários são fracos" e "achas que 5-0 é pouco? Queres mais? Prá próxima damos 10 a 0."
Ah carago! Nem sempre concordo com eles, mas estes não são paineleiros. São Portistas!


Em jeito de adenda, repudio moralistas. Os moralistas são sempre os mais retorcidos. Os moralistas são sempre os mais tarados, os mais subversivos, os mais perigosos. São-no porque não tem coragem alguma, são-no porque fazem as coisas enquanto se ortogam um papel moralizador. Esta vergonha que se passou com a resolução do caso Cardinal, fosse no Porto, enchia jornais, especiais de informação, ultima horas e por aí em diante.
Sendo feita pelo moralizador zbordem, dos impolutos viscondes, no pasa nada! É por isso que temos de estar sempre unidos, na nação Portista, para que estes aldrabões não passem onde tem de claudicar - em campo. Juntos somos mais fortes!



domingo, 26 de outubro de 2014

Quod Me Nutrit, Me Destruit


Muito se fala,  no maravilhoso mundo da bluegosfera,  sobre o colinho a que jornais como A Bola ou o Record fazem às equipas de regime, ou seja ao Sporting e o Benfica.

Por muito que incomode o adepto Portista, a verdade é que a tendenciosidade,  que é óbvia em relação aos ditos, é para si própria contraproducente. Ao endeusar as pequenas vitórias, exacerba qualidades frágeis, dá um tónico muito estanque e definitivo a coisas que são de carácter transitório.

Criou-se no Benfica a noção, errónea, que 4 pontos era uma vantagem "confortável" e isso faz com que o Benfica não sinta necessidade de preencher as falhas que, quando chamado a jogar com equipas mais ou menos idempotentes, tornam bem visíveis as lacunas a preencher.  E, com isso, já nem relevam os problemas financeiros e de construção de plantel óbvios que possui. 

Espero que continuem assim. Jorge Jesus não é burro e sabe das óbvias limitações do seu plantel, nomeadamente do meio campo para trás. Ontem,  acabou com o Enzo Perez a trinco e tem a vida complicada ao saber das dificuldades em renovar com Gaitan e do interesse já declarado de Peter Lim em levar Enzo para o Valência. Jesus confia no seu Milagre de Nossa Senhora,  que é tentar aguentar o seu seguro de vida, os Três Mosqueteiros, Enzo, Gaitan e Sálvio.

Mas,  para isso, Vieira já lhe terá dito, terá de passar aos oitavos da Champions League. E Jesus ter-lhe-á dito que não, que se arranje de outra maneira. Jesus ainda não percebeu que está a antagonizar quem esteve com ele num momento difícil, que fica sem rede e, sem ir pelo menos à Europa League,  não vai conseguir segurar nenhum dos três.

O seu ego é alimentado pela imprensa. Essa imprensa que o apelida de "Mestre da Táctica", que faz dele Merlin, o Mago, que transforma jogadores desconhecidos em super-potências mundiais de bola. Este homem, que se alimenta do seu ego, não fala de colectivo, fala dele próprio. E depois, como a imprensa ajuda, e muito, nessa mistificação, ele tem a base para impor o seu suicida jogo de desgaste extremo de uma equipa sem alternativas. 

Se tudo o que faz é chamado à glória como se de importantes vitórias se tratassem e todo o seu erro é abafado e diminuído como quase inexistente, nenhum erro será corrigido. E eu, como Portista, conto com isso. E agradeço. 

Quanto aos nossos adversários viscondes, a noção errada de que se embalou o rolo compressor e que dois jogadores salvam equipas, levá-lo-á ao lugar que sempre levou. Essas vitórias existem de uma forma algo dinâmica e perdulária. O Sporting tem um bom eixo ofensivo e um meio campo sólido, mas não tem matéria prima para fazer mais do que o que está a fazer e, retiradas pedras chave, fica pela medida do que teve sempre. Este fim de semana foi exemplo disso: O resultado é enganador, não fosse Montero ter saído da sua letárgica condição, estariamos com um Sporting entre o 7º e o 9º lugar. E o seu presidente, muito interessado em alimentar o seu ego e tentar ser um Pinto da Costa desbotado e gordo, a viver cada uma destas vitórias pífias como se de hinos ao futebol se tratasse. E a fazer um jogo impossível de antagonizar tudo e todos, com o apoio do "seu" Record, que o eleva á condição de "Querido Líder". Temos em presença um homem que crê que, antagonizando organismos, consegue vitórias na secretaria, consegue criar uma Liga à sua imagem, consegue manter um jogadores de outro campeonato sem pagar uma pesada factura a prazo. E ainda sendo exultado na televisão e jornais por isso.

Portanto, para os ver cair é só deixá-los inchar ao ficarem convencidos do passeio.

Este estilo de orientação ajuda o Porto a responder em qualidade à pressão que os media fazem por despeito, a cerrar fileiras e a investir na equipa e na sua calibração. Assim, corremos "por fora" e orientámo-nos pela exigência dos próprios media. Ao dizer que é fácil uma goleada, ao desvalorizar vitórias e a dissecar derrotas como se de vergonhas irremediáveis se tratassem, sem querer estão a enrijecer a atitude Portista. No caso do Porto, esta hiper exigência, dentro e fora de campo, faz com que trabalho de anos seja feito em meses, que se procure incessantemente o golo, porque já se sabe que não se pode contar com a isenção arbitral ou com chamadas de capa e elogios ao líder. Será no campo, será na conquista de títulos e na obtenção de objectivos que o Porto sempre irá alicerçar a sua qualidade. Que será duradoura. E uma base para um novo futuro.

Portanto, numa altura em que até já o O Jogo se vira para o mercado sulista, criticando a "rotatividade" e menorizando vitória de manita, as nossas vitórias serão nossas, para nós e para serem tornadas constantes. A pressão fará de nós resistentes e afinados e o ataque constante fará de nós uma equipa sólida e unida. Contra tudo e todos, contra este jogo desigual e escalando este campo inclinado de preconceito, manipulação e aldrabice.

"A pressão faz diamantes" - George S. Patton


Vamos, com esforço e dedicação, ultrapassar a fila do adquirido e vencer o Campeonato.


Abraço Azul e Branco.

sábado, 25 de outubro de 2014

A Carburação a Começar

E é isto. Depois de tanta histeria, eis aqui o onze encontrado a começar a entrosar-se, a ligar-se, a funcionar como equipa.

Tendo começado com alguma ansiedade, com o tempo e a procura insistente, lá encontraram o caminho do golo.

Mas solidários, unidos, em bloco, sem egos ou super egos. Quaresma também entrou, sem raiva nem ressentimento, consciente e confortável no seu papel de 12º jogador, condensado nos minutos e a dar o máximo de si próprio. Assim como Aboubakar, que mostra como ser um ponta de lança possante, bem posicionado e orientado. Até desceu à Jackson para ajudar na subida. Subida essa que já teve corredor central, e esteve voltada para a frente, orientada para o ataque em vez de atrasos e espera infinda.

Um excelente espectáculo, uma goleada calma, que conseguiu sobreviver pacificamente a mais erros de arbitragem. E adorei ver o Danilo Capitão, acho que merece e bem.



GOLOS

Quintero - Mágico distribuidor, está na posição que melhor lhe dará espaço para ser, com o seu tiro forte, o seu passe magistral e o seu extraordinário sentido de posicionamento.

Jackson - Sempre insatisfeito, à procura de mais, de servir o jogo, é tudo menos um ponta de lança parado, na mama, à espera da bolinha. Mexe-se, não se ofende se tiver de ir buscar jogo e servir outros. Bravo.

Herrera - Solto, liberto, de frente e de força, distribuiu, orientou, tentou o golo. Sei que não é amado e de vez em quando falha - embora menos - mas temos alguém que, com espaço, é uma força muito grande.

Estabilidade do onze - Está encontrado aquele que será o onze base de Lopetegui. Mude-se Quintero por Óliver, troque-se extremos ou defesas, acabou a experiência. Este onze vai aprender a ligar-se, a entrosar-se e assim sendo, uma equipa de irmãos onde todos são importantes, todos fazem falta, ninguém é esquecido, nem Adrián.


FALTAS

Tello - Apesar de não ter feito um mau jogo, não esteve tão ligado como os seus companheiros e viu-se estar ausente da sua ordem natural. A corrigir, certamente.

O início pim-pam-pum - Não estou assustado, era natural a ansiedade e os nervos,mas demorou o seu tempo a conhecer o Arouca. Mesmo assim, virados para frente, apoiaram-se nas perdas de bola e erros.



sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Um Onze Estável e a Quadratura do Círculo


Muito se fala da rotatividade de Lopetegui, que ele não estabiliza um onze. No entanto, exige-se consensualmente que jogue Quaresma e Juan Quintero. Exige-se que jogue o Óliver. O onze de sonho de todas as pessoas "fãs" que joguem FM é este:

A defesa é consensual -  Fabiano, Danilo, Maicon, Indi, Alex Sandro.

Mas no meio campo começa o problema. Casemiro é mal amado mas aguenta 90'. Exigir a Rúben Neves para jogar o jogo todo, sempre, é muito difícil. Campaña, segundo Lopetegui, não está ainda pronto. Marcano é defensivo mas joga para trás e Reyes é mal amado também.

Na posição 8, não conheço ninguém tão mal amado como o Herrera, mas a sua capacidade de box-to-box e de levar tudo na frente de uma forma possante, não tem paralelo. Óliver é excelente, mas claramente ainda não tem corpo para aguentar cargas. Tal como Rúben, diga-se. Evandro pode ser uma alternativa.

E Brahimi a Médio Ofensivo é melhor que Quintero ou Óliver? Ou será na ala?

E Tello joga no onze ou não? E Quaresma? Aguenta 90'? Senta-se Brahimi? Senta-se Quaresma? Senta-se Tello?

Porque, felizmente, os nossos problemas de onze existem em bom, entenda-se a verdadeira pescadinha de rabo na boca que Lopetegui tem, todas as semanas.

Parece ter encontrado 18. 

Já agora, concordo com ele. Evandro, das vezes que jogou de início, não correspondeu minimamente às expectativas. 

Destes 18, encontrar 11 é um pesadelo e seria um bom desafio para os assobiadores.

Quaresma ou Brahimi? Brahimi ou Quintero?  Quintero ou Óliver? Óliver ou Herrera? E por aí em diante! 

Antes de se criticar, ponham-se na pele de quem tem de decidir. E assobie-se menos.  Não  é assim tão simples! 


O que queria era que me assobiassem a mim

"Como treinador, o que gostaria era que os assobios fossem para mim. Os jogadores necessitam do apoio dos adeptos, mas o FC Porto é um clube grande, pelo que são situações que temos de encarar com naturalidade e respeitar (...) O treinador pode aguenta os assobios. Mas o FC Porto tem adeptos magníficos, que  nos apoiarão nos momentos difíceis em que mais precisamos deles"


Esta é justamente a razão porque gosto de Julen Lopetegui. Ele veio aguentar e dar o corpo às balas. Ele vai proteger os seus atletas, vai dizer "batam em mim que eu não estou nem aí". E não está mesmo. Como um bom estratega, um homem com uma Missão, ele sabe entender que, muitas vezes, no caminho para se chegar ao resultado pretendido, se vai lidar, e muito, com a incapacidade da compreensão daqueles que o circundam. 

É um facto que também é perigoso, pois esse tipo de obstinação também roça muitas vezes a intransigência e a teimosia. Mas também demonstra carácter. perseverança e atitude. Já o tinha percebido no jogo de apresentação. Este não é um homem que se importe com o que pensam dele. 

Não me parece que vá atrás do brainwashing da Comunicação Social. E muito menos que não perceba que, ao mudar coisas de sistema de jogo e de jogadores, vai primeiro ser odiado para depois ser amado. É preciso que se oleie a máquina, que se afine as juntas, que se ajustem as pedras no tabuleiro.

Até lá, só um grande homem se atravessa pelos mais frágeis. Basta ver como foram assobiados Adrián e Casemiro, para se perceber como se podem expor pessoas em desenvolvimento ao escrutínio de milhares. Imagine-se o leitor que está a ser vaiado por 30 mil pessoas! Estaria indiferente?

Felizmente Lopetegui está. E ainda bem. Homens rijos não pedem quatro vezes demissão. Se vencerem, as vitórias são do colectivo. Se perdem, a culpa é deles.