sábado, 30 de maio de 2015

A Meditar: As Perdas de Pontos e a sua Escalpelização II - Os Empates (parte 2)


O empate contra o zbordem no reino de Alvaláxia®, foi completamente diferente. Aqui ficou bem patente o quanto Lopetegui desconhecia em absoluto a realidade portuguesa. A forma atípica com que se entrou contra um "grande" em sua casa, lenta e amorfa, fez com que, na primeira parte, o golo sofrido tenha parecido escasso. E que golo, aquele. A primeira grande asneira de Fabiano, naquele que seria o seu pecado mortal - o de sair à maluca da baliza. Sem mais nem porquê, com a área cheia de zbordenguistas, sai feito louco atrás de Carillo. Resultado: cruzamento natural e golo. Mas, a partir daí, mais naturais queixas de toda a nação Portista. Aos 10', depois de um embrulhanço, Slimani atira-se ao pescoço de Indi. Amarelo. Amarelo. Depois de, na jornada imediatamente anterior, Maicon ter levado um vermelho por muito menos. Amarelo. Teria sido um jogo bem diferente, este, com um zbordem sem artilheiro e em inferioridade numérica. Uma primeira parte muito frouxa por parte do FC Porto, que só endireitou na segunda. Aqui, lá está, Aos 46', o primeiro penalty não assinalado do jogo, a Carillo que toca nitidamente Alex Sandro por trás. Nada é assinalado. Jackson aos 48' faz o que faz muitas vezes - lamentavelmente - isolado na cara de Rui Patrício, falha o golo da igualdade. O golo do empate - já há muito merecido nesta segunda parte - cruzamento de Danilo que Sarr desvia para dentro da baliza, em auto-golo. Aos 88' o caso do jogo. Maurício corta com o braço nitidamente o takonazo de Jackson. Este penalty, na altura que foi, deixar-nos-ia certamente com a vitória, justa pela segunda parte. Com estes dois, de Guimarães e este, quatro pontos que nos teriam dado o campeonato. Resumo aqui.

Mesmo assim, uma realidade que, para o ano, não existirá: Lopetegui claramente não identificou "os grandes" antes deste jogo. A atitude da primeira parte é inadmissível. E Helton, naturalmente, não teria corrido feito louco atrás da bola.


O empate seguinte é o do Estoril. Sobre esse, já escrevi tudo o que tinha de escrever aqui. Ainda assim, dizer que mais uma vez vinhamos de um jogo desgastante da Champions com muita entrega e luta e que Adrián esteve desmarcado para golo nove vezes. Não vamos bater mais no ceguinho, já sei que Adrián foi uma desilusão e sobre isso vou escrever mais tarde. Mas a verdade é que nos sonegaram um penalty duplo após passe fantástico desse mesmo Adrián e que mudaria, sem dúvida, todo o encontro. E mesmo assim, o penalty do Tozé foi por causa de mais uma saída extemporânea de Fabiano e o FC Porto massacrou autenticamente todo o jogo. Mais dois pontos que nos dariam uma grande vantagem, e que foram mais um grande manifestação do campo inclinado. Mas temos erros nossos também. Resumo aqui.

Para mim o erro não esteve na mudança de sistema, mas sim nessa transformação ter sido feita três dias depois de um jogo num sistema completamente diferente. Lopetegui vai ter de ter um plano B - para o qual Jackson não estava, claramente, preparado - mas este tem de ser testado com tempo e paciência, não posto de chofre num jogo pós Champions. A confusão gerada nos jogadores não ajuda à vitória.


Depois veio o pior de todos os empates este ano, considerado inadmissível pela maior parte dos Portistas. Era um jogo para ganhar, este. Daqueles jogos onde faltou a Raça, o Querer e a Determinação. Vinhamos de uma série de resultados muito positivos e de uma reaproximação que deixara os rubros nervosos, ao ponto de reservar rotundas para nos intimidar, acabando por perder com os Caxineiros. Entramos no relvado com a certeza de que nos podíamos aproximar decisivamente e que fizemos? Jogamos lentamente, como se o jogo não fosse vital, desinteressados do resultado. Um completo paradoxo, ainda por cima depois de Tello marcar um excelente golo no cair da primeira parte que nos colocaria a UM decisivo ponto do adversário. Entramos, inexplicavelmente, ainda mais amorfos e apáticos na segunda parte, e consentimos o empate, ficando petrificados, sem reacção. No resumo do jogo do Sapo Desporto, aqui, lê-se a frase que, para mim, resume um dos principais falhanços desta época :"Lopetegui bem grita para dentro das quatro linhas mas os jogadores parecem pouco inspirados..."

Lopetegui terá de saber passar para os jogadores que não é só a Champions League que importa. Espero que as tarjas dos SuperDragões e do Colectivo 95 tenham sido suficientes para que os jogadores percebam que não é admissível, para um Portista, que os seus jogadores joguem sem brio nem chama nem alma. O campeonato não é uma competição secundária! Lopetegui tem de fazer melhor trabalho nesse campo.

Conclui no próximo post.

Duas pequenas notas: No final de contas, percebe-se que o Marítimo é só burro. Não ganhou nada em perder 6 pontos, em abdicar de guarda-redes, em estender a passadeira. Sobretudo porque com isso estaria no comboio Europeu. Houve colinho até no final da Taça da BjeKa® e piscadelas de olho e coisas que tais. Sempre o mesmo. Mas com uma diferença muito grande: não me sinto minimamente mal com isso. Pior que um yes-man só mesmo um yes-man que não lucra nada com isso.

Danilo não deu um encaixe de 23M, meus amigos jornalistas. Danilo deu um encaixe de 31,5M. O FC Porto aproveitou foi para pagar 8,6M de coisas que devia. Como qualquer um. Mas o dinheiro entrou todo, ok?




sexta-feira, 29 de maio de 2015

A Meditar: As Perdas de Pontos e a sua Escalpelização II - Os Empates (parte 1)


No FC Porto os empates são sentidos e vividos como derrotas e estas como hecatombes. É uma boa forma de sentir, esta, uma vez que o FC Porto é um clube que tem de ganhar, tem de entrar em campo sempre com os três pontos em mente. Não há como fugir - a unica atitude razoável é a de pensar, desde a jornada inaugural , que "não podemos perder mais pontos". É razoável aos adeptos pedirem garra e suor. Por vezes as coisas não vão correr bem, mas essa distância do suor, de ir até à última, de responder com sangue, suor e lágrimas, é aquilo que se deseja. E para mim é o paradigma que Lopetegui terá de saber transmitir para esta época - que não é admissível jogar passivamente, que não há jogos menores e que, como foi visto neste campeonato, um jogo aparentemente resolvido deu para o torto. Escalpelizemos pois, os empates - muitos, demasiados, enormes.

O primeiro empate foi o primeiro choque de Lopetegui com a vergonha de arbitragem que foi o #colinho este ano. Falo do jogo da quarta jornada com o Vitória de Guimarães. À meia hora de jogo, Brahimi é agarrado na pequena área, quando seguia a isolar-se para marcar. Penalty por assinalar. Certo é que Brahimi não se deixa cair, mas isso não pode ser explicação suficiente para que o penalty não seja assinalado. É gritantemente visível, não é um "erro humano" não o marcar. E o jogo, até então, estava inclusive a ser um jogo bem disputado e intenso. Mas, a partir deste ponto, foi um festival de nojeira inclinada. Aos 68' a palhaçada do ano, dado os momentos que se seguiram ao longo do ano, o pretenso penalty sobre André André por parte de Jackson. Aquele leve toque, a existir, parece absurdo perante todos os empurrões e puxões e mãos em sítios por parte dos rubros. É de uma dualidade de critérios absurda de que se fala. E assim nasce o golo do empate do Guimarães. Mesmo assim, dois minutos depois, tudo estaria normal se fosse validado o golo de Brahimi, a quem foi assinalado um fora de jogo, existente apenas na cabeça do mui rubro Valter Rufo, o árbitro assistente que o assinalou. Assim se escreveu a história do maior roubo deste ano. Mais dois preciosos pontos que tudo teriam mudado nas contas finais. Resumo aqui. Lance do fora de jogo aqui.


Na jornada seguinte, a história de um dos empates mais contestados a Lopetegui por parte dos Portistas. Sobre o jogo do Boavista tenho uma opinião particular e algo diferente. Lembrar, primeiro, que quatro dias antes apenas tinha o FC Porto vindo da sua maior goleada na Champions, o maravilhoso 6-0 ao BATE Borisov. Este efeito depressivo pós-Champions aconteceu por toda a Europa, às melhores equipas. Este foi também o dia de um enorme dilúvio - que não era esperado - pré jogo, e que levou a mais de meia hora de adiamento e a um Lopetegui à beira de um ataque de nervos. Era ver de um lado Petit, cujo "estilo de jogo" fechado - menos, curiosamente, contra o benfas na Luz - favorecia, a mandar a bola para o lado que lhe dava mais jeito e os responsáveis do FC Porto a mostrarem que o relvado estava impraticável. Isto depois de três raios (!) terem atingido (!!!) o Dragão e terem mandado a luz abaixo. Quando se decidiu jogar, os jogadores estavam visivelmente contrariados. Mesmo assim, aos 14 minutos, Tello faz um passe para Brahimi que daria golo, não fosse a bola ficar parada na marca de grande penalidade. Mudaria a história do jogo completamente. Aos 24 minutos Maicon seria expulso por um lance repetido várias vezes por outros intervenientes, como Samaris contra o Moreirense, por exemplo, sendo que este não levou senão amarelo e fê-lo de uma forma propositada, ao contrário de Maicon. E o jogo mudou. O Boavista não foi capaz de jogar senão nos últimos 30 metros e de distribuir sarrefada, murro e pontapé até mais não. Ao contrário de Maicon, nenhum jogador do Boavista seria expulso. Resumo aqui.

Uma coisa é certa, ficou bem espelhada uma falha que Lopetegui vai ter de corrigir para a próxima época: encontrar uma forma alternativa de jogo para as equipas que se fecham em 30, 40 metros. A quantidade de oportunidade de golos tem de ser infinitamente maior do que foi, para conseguir sobrepôr-se à Matemática do Pontinho, que tanto serve 80% das equipas. E a presença na área também.

Continua nos próximos posts.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

A Feliz (Não) Notícia e Alguns Considerandos


O Porto Universal não vai comentar rumores relacionados com hipotéticas contratações do FC Porto. Até 31 de Agosto, a não ser que o Nosso Grande Presidente decrete o fecho das transacções antecipadamente - ao ritmo que vai, assim o parece - vamos ter uma autêntica roda viva de valores certos no FC Porto, interesses inexistentes, números errados e saídas do mesmo jogador para onze sítios diferentes.

No entanto, se é confirmada a proposta através de um órgão oficial do Clube - e a bem dizer o NGP já tinha dito que tudo iria fazer para manter Casemiro e Óliver - de ficar com Casemiro de vez, o meu coração rejubila.

Casemiro tem apenas 23 anos, chegou este ano e a sua evolução foi extraordinária, no meu entender. Está cada vez mais essencial na sua posição 6, e a entrega que dá a todos os jogos é de Dragão mesmo. Aliás, o próprio afirma que se identifica com a atitude "guerreira" da equipa. No fundo, a Raça essencial para se ser Portista. E nota-se bem a sua ausência. Os seus pontos fortes, como a sua capacidade física - que está a crescer de dia para dia - mas também o seu passe longo, o seu tiro exterior e um bom sentido posicional nos lances de bola parada, são qualidades suficientes, no meu entender, para que o FC Porto esteja correcto em exercer a sua opção de compra.


Mais a mais, a cada vez mais certa ida de Rafa Benitez para o Real Madrid certamente que fechará a sua possibilidade de jogar convincentemente na posição 6 do Real, e Casemiro demonstra bem que gosta de estar onde o apreciem. E nós apreciamos. É bem louvável o que a SAD está a demonstrar, que tudo está a fazer para tentar preservar o máximo possível a equipa de uma época para a outra. Essa estabilidade vai possibilitar o crescimento sustentado e limar das arestas que tanto precisamos.

Ontem à noite, no 45 Minutos à Porto, o grande Bernardino Barros disse uma verdade insofismável que eu subscrevo: Só nas dez primeiras jornadas, o FC Porto foi privado de, pelo menos, 6 pontos enquanto o nosso rival teria menos 6. Assim, o FC Porto teria 28 pontos e os rubros 19. À décima jornada! Antes do benfas chegar ao Dragão! Lá se teria ido a táctica da contenção, e toda esta sobranceria que assolou o ano, nesse roubo de Catedral enormemente gigantesco que foi esta época. E se desconfiam do que digo, por favor vejam atentamente o trabalho formidável  que os grandes Guerreiros da Invicta fizeram, demonstrando-o.

Já agora, deixo no ar uma pergunta: Valeu a pena, Marafona e Goicochea? Essas oportunidades são extraordináreas, ein? O vosso nome na lama, a vossa honra questionada, e para quê? Para nada. Surpreende-me que, nos dias que correm, ainda hajam jogadores capazes de ir nesta canção do bandido do "interesse" antes do jogo contra o benfas e que depois dá em, rigorosamente, coisa nenhuma. Espero que o FC Porto tome bem nota de quem são estes meninos.

E, por último, não seria isto absolutamente lindo? Era bom para certos drs com nome de whisky e cheiro a charuto aprenderem uma coisas boas acerca de quem são os "malandros"! E quem são os "aliados" e os "bons".

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mas...? Então e...? Mas...? Como? Então e...?


A capa da travessa da Queimada hoje é muito gira. Então onde estão os 75M? Querem-me convencer que Sálvio valia 45M? Está bem, está.

Antes de começar a escrever o que quer que seja, quero apenas dizer que não quero saber da gestão financeira benfas. A casa do vizinho não me diz respeito. Diz respeito, sim, as mentiras que se vão dizendo pelos media desportivos, que engrandecem a gestão de uns enquanto ridicularizam a gestão dos outros. E isso, a mim, enoja-me. Os "grandes activos para venda" do benfas reduzem-se a Sálvio e Gaitán. E talvez Maxi Pereira. Ponto final, parágrafo. A verdade é que, nos próximos meses, vai-se conhecer o verdadeiro custo do "grande objectivo" do bi-campeonato - a equipa rubra, bem trabalhada, tem uma média de idades elevadíssima e muito pouco vendável. Júlio César tem quase 36 anos, Luisão 34. Eliseu quase 32, Maxi quase 31, Ruben Amorim 30, Lima 32 e Jonas 31.

Enquanto o FC Porto vai comprando jogadores em boa idade e crescimento e depois vendendo a preços muito mais elevados, o benfas fez o all-in e agora diz que já não precisa vender e que por isso vai apostar na formação. Tretas. Os valores - falsos, não confirmados - de Cancelo e Bernardo Silva vão demonstrando que já se vai vendendo jovens em formação, porque já nem vai havendo espaço ou atitude para os fazer crescer. Isto depois de um "forte desinvestimento" de 50.8M, sendo que o FC Porto teria feito "o maior investimento dos últimos 30 anos", com os seus 46,4M de compras - que no final, por não terem pago o Adrián López, como sempre se disse, ficam 35M. Uma diferença de aproximadamente 15M menos que o benfas. E isto sem contar com os "custos zero" do Jonas e Júlio César.

O benfas não "escolheu" apostar na formação. Com os seus supostos 600M de passivo - acho que já ninguém sabe ao certo! - não vai haver outro remédio. E é muito por isso que o chiclas não quer renovar: sabe que vai ter de fazer muito mais por muito menos. Com o patrocínio nas camisolas, não vai haver mais margem para mandar a Europa passear. E não é com uma equipa de trintões que se aguenta um ano inteiro, muito menos com uma catrefada de jovens sem experiência na equipa principal. Rui Vitória terá vida dura pela frente.


Isto para dizer que, no fundo, por muito que custe aceitar, a ideia equilibrada de Pinto da Costa e Lopetegui é muito mais forte a longo prazo. Não hipotecamos a Europa em prol de um título ou dois, nem a nossa montra vendedora, implementamos um modelo que agora está firme e que só vai precisar de ser ajustado. Vamos poder incluir formação, mas em conta, peso e medida, não para serem bodes expiatórios de maus resultados. Vamos fazendo uma equipa com maior ADN, menos custos, mas uma capitalização de vendas muito superior à chapa 15 (?!) da Segunda Circular.

Como no brilhante exemplo do basquetebol, onde se saúda a renovação de Moncho López, que soube motivar os seus atletas para recomeçar da base e com força. O retorno à Liga Portuguesa de Basquetebol será um bem pensado, firme e com os pés assentes na terra.

Mas os média vão ignorando o andebol, desvalorizando o basket, e escondendo a sem-vergonhice de fazer as coisas por outro lado. Valha-nos o grande José Lima para nos explicar tudo bem explicadinho.

Peço aos adeptos Portistas, pelos exemplos aqui descritos, não comam a palha que vos querem vender. Cada vitória vai ser exultada, cada derrota vai ser escondida. Tentando escrever a História de outra forma. Mas o problema é que a Força Azul e Branca não vai deixar.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Hispanofobias e Poderes Absolutos Que Corrompem Absolutamente


E pronto, nem 24 horas depois da chegada, já chovem insultos a Alberto Bueno por tudo o que é rede social, e alguns blogues também. Basta ter nascido do lado de lá da fronteira para ser mau. Como o interesse em Alberto Bueno vinha sendo falado há meses, decidi acompanhar o Rayo Vallecano pela SportTV. Alberto Bueno agradou-me imenso, não só pelo que marca, mas pela forma absolutamente polivalente com que se posiciona no campo. E eu posso estar enganado, mas a comparação com Adrián López parece-me absolutamente injusta. Bueno não é só segundo avançado, faz bem a posição de extremo e de médio ofensivo. E uma coisa que Alberto Bueno não parece ter, de todo, é a falta de confiança de Adrián.

Também, admito, vejo com bons olhos um sistema de jogo de 4x4x2 no FC Porto. Ou como alternativa ao clássico 4x3x3. Sejamos francos, o nosso campeonato é jogado, predominantemente, contra equipas pequenas que se fecham na sua zona defensiva. Dois avançados e dois extremos que saibam fazer a função de médio que o 4x4x2 exige, dariam um pendor de incerteza absolutamente demolidor ao FC Porto.  As tarefas defensivas que Quaresma já vem sabendo fazer e um Tello bem trabalhado cumpririam bem esse papel.

Mas o meu post fala de "hispanofobia" porque a sinto de uma forma clara no discurso dos adeptos, pelo menos os que comentam ciberneticamente. Mal aterra, um jogador já é mau, apenas por ser do país vizinho. E o mesmo também se aplica, diga-se, ao treinador de hóquei. Mas dessa, como é a modalidade da qual menos percebo, nada falarei. Relembro apenas que nunca ouvi nada deste género falado acerca de sul-americanos vários que populam o FC Porto. Mas, insisto, Marcano, Óliver e Tello, no meu entender, foram fundamentais. Friso que Pinto da Costa já tinha dito que o mercado espanhol lhe parece apetecível e cheio de qualidade, e evidentemente que um treinador espanhol, ex-scouter do Real Madrid, a isso não é alheio.

A mim, que estou longe de ser hispanofóbico, parece-me absolutamente coerente e normal. Ter uma liga contígua à nossa daquela qualidade e não a aproveitar, parece-me absolutamente louco. E digo: se é para ser nacionalista, sejamos pois coerentemente. Privilegiar o nosso talento sobre qualquer outro parece-me razoável, por causa das razões afectivas e de conhecimento da nossa realidade futebolística. Qualquer outra razão parece-me descabida, desajustada e preconceituosa.


António Simões sempre se assemelhou, para mim, a uma cobra cascavel. Fala baixinho, naquele tonzinho contralto quase castrati, de uma forma parabólica, com as costas esticadas e pose de senador. Eu já não tenho estômago para ver o Play Off, mas ficou-me na retina a única vez que vi Rodolfo Reis defender convictamente a sua dama - quando se falou ad nauseam do caso Apito Dourado e da suposta mão opressora do FC Porto nos anos 90 - a sedosa e babosa cobra abriu a sua boca e fez o seu barulho ao tentar picar com a sua língua venenosa, mostrando as suas verdadeiras cores. Disse, já alterado, com um sorriso vitorioso: "Custa, não custa? Agora é a tua vez de levar". 

Aqui saiu a verdade das coisas. O poder foi ontem ao beija-mão no Terreiro do Paço, onde se incluiu o poder político e aquele que será, muito provavelmente, o próximo primeiro ministro de Portugal, o mesmo que iria permitir uma isenção absurda, parada a tempo por Helena Roseta. E esta é a inclinação dos próximos tempos, à qual há que reagir. A nossa SAD, contemplativa da lucrativa orla Europeia, não parece muito interessada, mas depressa terá de ficar. Lord Acton já o disse, "O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente". Estamos nessa fase absolutamente delirante em que o poder já é de tal forma absoluto que outorga o direito à sem-vergonhice.

A declaração de Simões não é mais do que o expoente máximo da impunidade rubra que grassará o horizonte enquanto o FC Porto nada fizer para retornar ao equilíbrio. De uma forma desassombrada, ostensiva, viperina, nojenta. Mas os corruptos seremos sempre nós. Porque, ao melhor estilo Goebbeliano, uma mentira repetida mil vezes tornar-se-á verdadeira.

Não me preocupa a percepção do país, sinceramente. O meu orgulho azul e branco é infinito. Preocupa-me que a massa adepta Portista coma a palha, tenha a lavagem cerebral que todos os dias, a toda a hora, de todo o lugar, se faz ostensivamente por fazer. Da mesma forma que o passivo rubro se torna infinito, também toda a podridão é assim branqueada. Mas o dia dos justos chegará. E será já o próximo campeonato. Ganharemos a guerra injusta. Sabendo com o que (não) podemos contar.

NOTA: Choques como este não podem continuar a acontecer. Há que apurar causas e responsabilidades. O número de casos destes é alarmante e aumenta exponencialmente a cada ano. Se se está a ir para lá dos limites físicos há que parar já. As minhas sinceras condolências a todos os tocados por esta perda.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Depois Da Tempestade, A Bonança Na Continuidade [ACTUALIZADO]


Se ontem fiquei algo desagradado com o discurso do Presidente - admito, posso ter levado um pouco longe as suas palavras, mas tenho sangue quente - não deixo de ficar contente com o conteúdo d'O Jogo de hoje. As palavras ditas da boca do próprio Presidente ganham um outro significado e não deixo de ficar agradado por começar a perceber uma evolução na continuidade e estabilidade bastante refrescante.

Parece ter refreado o afã contratador, apostando muito mais nos valores da casa. Ainda bem que o Nosso Grande Presidente e Lopetegui querem que Helton continue. Acho que o guardião está numa excelente forma e que é uma certeza de maturidade e de qualidade na defesa, já de si bem tratada com os M&Ms - Indi que me desculpe, mas parece-me ser muito melhor o entendimento entre Marcano e Maicon. Helton não está aflito e ansioso e a sua elasticidade não parece corresponder à sua idade. Fico também assim com a impressão de que se ganha tempo para que cresça aquele que para mim será o natural sucessor - Raul Gudiño, um excelente guarda-redes e que já é nosso.

Esrou surpreendido com o regresso de Carlos Eduardo, embora agradado. Quem acompanhou a pré-época passada, sabe que Lopetegui o queria, mas que não tinha bem lugar para ele. Evoluiu muito bem como médio ofensivo, às vezes segundo ponta de lança. Sempre gostei do faro goleador de Carlos Eduardo. Na primeira temporada no FC Porto marcou excelentes golos, um que me ficou na retina foi este. Estava verde, foi evoluir, e a sua chegada é, para mim, uma boa notícia. Forte presença na área é tudo o que faltava ao FC Porto.

Forte presença essa que também Alberto Bueno me parece que trará. Como também jogou como segundo avançado, as comparações com Adrián López são naturais. Mas este não terá, segundo consta, o ónus do custo. Coisa a confirmar nos próximos dias. Parece-me, pelo que fui vendo da liga espanhola, ser de uma grande polivalência e maturidade. Vale o que vale, mas isto serve para abrir o apetite.

De Sérgio Oliveira, dizer apenas que é da casa e que pode ser uma mais valia grande no meio campo, e a sua garra e capacidade de trabalho mostra que temos um jogador à Porto que entende o que é ser do FC Porto. Para mim é uma contratação - ou uma recuperação, se quisermos - extremamente positiva.

Está-se a ver então que a época já está a ser bem planeada e respondendo às necessidades colmatando cirurgicamente as falhas. Gosto desta atitude. Esperemos que assim permaneça até 31 de Agosto. Será um excelente sinal.

ADENDA: No Pasa Nada, verdade? Os arruaceiros são os gajos do Norte, esses bimbos! Pois...

domingo, 24 de maio de 2015

O Dragão Amestrado [ACTUALIZADO]


É sempre um dia triste quando percebemos que a marcha do tempo tornou fraca a gente forte. Eu não posso, em boa consciência, nunca diminuir a importância do Nosso Grande Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa. No entanto, tempos recentes sugerem que está na hora de se tornar uma figura mais abrangente, um Chairman ao invés de um CEO. No meu entender, seria muito injusto estar a exigir que Pinto da Costa estivesse com a mesma garra e determinação nas lutas diárias que tinha nos anos 80 e 90.

No entanto, a sombra que ele projecta é muito grande sobre qualquer alternativa que exista, deixando esta de poder existir, realisticamente. Mas se o Presidente deixar que os diversos departamentos cuidem das suas atribuições específicas, não vejo como pode ficar alguém a perder. O FC Porto tem uma estrutura (quiça demasiado) grande, que não necessita propriamente que seja o Presidente a falar sobre todos os assuntos. 

À margem da tomada de posse de Lourenço Pinto na liderança da Associação de Futebol do Porto, Pinto da Costa falou daquilo que são as suas prioridades neste momento e as do Futebol Clube do Porto, bem como assuntos correntes. E confesso que senti arrepios na espinha ao ler o que foi dito. Demonstra mesmo um dos meus piores receios.

Pinto da Costa parece fundamentalmente preocupado com a Federação, a Liga e todas as questões das candidaturas de Luís Figo à FIFA e por aí em diante. Nota-se nas suas declarações uma acomodação muito grande aos assuntos correntes!

Aproveitou Pinto da Costa para explicar a ausência da Championship Cup, com uma razão que eu entendo e concordo. Diz o Presidente que "Tínhamos dado o acordo para fazer jogos em Nova Iorque. Unicamente, havia um quarto jogo no México que o treinador e nós, departamento de futebol, entendemos que uma coisa é jogar no raio de 100 ou 200 quilómetros. Outra era fazer cinco horas e meia de viagem de avião e jogar a dois mil metros de altitude com 40 graus. Entendemos que era prejudicial e que não iríamos", assim como adiantando que a pré-época será Europeia. Esqueceu-se foi de explicar porque não avisou os sócios a tempo, deixando que fosse um pasquim a dar a notícia de uma forma enviesada. 


Se por um lado fico naturalmente feliz com a sua vontade em renovar mais uma vez com Jackson Martinez - na qual não acredito, sinceramente, dada a idade e vontade expressa do jogador - e em saber que vai ser feita uma detalhada análise à época e a tudo o que é necessário para a próxima antes de Lopetegui ir de férias, não fiquei nada feliz, mas mesmo nada, na demarcação feita pelo Presidente à atitude de Julen Lopetegui ao longo do ano. Se o Presidente acha que "talvez por não conhecer bem o futebol português e a Imprensa portuguesa, talvez [Lopetegui] tenha dado conversa a mais a alguns figurões", se calhar teria sido melhor avisar o treinador sobre o que iria ter pela frente, não?

Esta demarcação e este laxismo são incompreensíveis, mas demonstram-se bem vivos quando, só agora, no fim do campeonato, vem o Presidente comentar diversas incidências arbitrais, como o caso de Guimarães e outras questões avulsas, mas mesmo assim muito ao de leve e rematando com um "Quem disse, nas contas que fez, que o FC Porto foi prejudicado em 5 ou 7 pontos não fui eu. Foram os analistas.".Ou seja, vieram tarde e mal, e nem por estas declarações o Presidente se atravessa, deixando Lopetegui ainda mais isolado

E ainda mais séria é a desvalorização da questão das faixas de sexta feira. "As claques são autónomas. Elas é que decidem como actuar. Compreendo o desagrado de toda a gente, desde treinadores, jogadores, dirigentes e adeptos. Cada um escolhe a forma de o mostrar. Por isso não reprovo nem aprovo".

Eis então o Pinto da Costa, e por inerência a SAD, de 2015. Sem opiniões, sem tomada de posição, políticamente correctas, sem causar ondas, de bem com tudo e todos, para que ninguém os chateie e demarcando-se dr quem toma uma posição de força dentro do Clube. 

Está assinada a extrema unção do Futebol Clube do Porto, prosseguindo neste sentido. Somos, de novo, bons rapazes. E seremos bem comidos.

Antes eramos o Futebol Clube do Porto. Agora somos o Futebol Clube do Eu-Não-Tenho-Nada-a-Ver-Com-Isso. Triste dia. Já me estragou o fim de semana. Para cúmulo, tristemente, o Presidente ainda acabou por corroborar a minha teoria sobre quais tinham sido as prioridades da SAD para 14/15, dizendo "As pessoas acham que esta época foi uma tragédia, mas, comparando com anterior, foi bem melhor. Garantimos a ida à Liga dos Campeões e fomos a úncia equipa portuguesa que passou a fase de grupos. No ano anterior nem isso conseguimos.". Portanto, o FC Porto passa a ser FC Porto Import-Export. 

Triste, muito triste, sangra o meu coração Azul e Branco. Estamos sem Chama e sem Alma. E sem nenhum vislumbre que isto mude, porque parece que está bem para quem o comanda, assim esvaindo-se como a areia numa ampulheta.



ADENDA: O FC Porto sagrou-se Hep7a campeão de Andebol, num jogo épico de superação de si mesmos. Esperei - sentadinho - que fosse referenciado nos telejornais. Nada. Nem uma nota de rodapé. Mas nada temam! A nossa direcção vai responder em força com um comunicado ou um blackout contra estes med....ah, espera, pois....

sábado, 23 de maio de 2015

Heptas, Bis-ascendentes e a Justiça Karmica


Grande "negra" de Andebol, onde a Raça, o Orgulho e um inequívoco apoio dos adeptos fizeram com que fosse ultrapassada mais uma vergonha. Eu não sou um expert de andebol como o meu amigo Z, mas quanto mais vejo esta fantástica modalidade, mais gosto. Aqui, não adianta protestarmos, já sabemos que a famosa ponte de Pedroto está ali, hoje vestida de amarelo, e naquela mesa que hoje até ostentava o nosso abençoado brasão. Um festival de faltas inimagináveis, decisões contestadas e oportunidades pós tempo regulamentar, que tiveram como único fito, tentar interromper o filão de títulos que teríamos direito a conquistar pela nossa superioridade todo o ano, pela nossa combatividade, Raça, Orgulho e Querer.

Ferraz foi expulso inexplicavelmente, jogamos boa parte dos prolongamentos com menos um jogador mas recuperamos heroicamente graças a um Quintana fortemente "motivado" pela claque lagarta a fazer um final épico nas cruciais defesas que garantiram uma vantagem justa, que fez desta uma final épica.

Parabéns Hep7a-campeões! São os bastiões da nossa Mística, este ano! E ainda bem que por lá também andou alguém para se inspirar! É isto, Mister, que tem de lhes passar no futebol, para o ano. Não esmorecer contra a injustiça. Não quebrar, não desfalecer. Contra tudo, contra todos e contra tolos.


A turma de Moncho López conseguiu o natural bi-campeonato da Proliga, num jogo muito mais disputado do que deveria, mas que fechou com uma recuperação boa um campeonato absolutamente esmagador da parte do Dragon Force. Vamos ver se é desta que mudam de pele novamente e voltam ao brasão abençoado e a competir na Liga Portuguesa de Basquetebol. Como merecem.


E, para terminar, nada como confirmar o Pichichi do Cha Cha Cha, apesar de tudo ser, como previsto, feito para que Jonas ficasse. Não deixa de ser de uma certa justiça poética que o golo que daria ao benfas o pichichi tenha sido anulado de uma forma polémica. É lixado, mas Karmicamente justo.

Cha Cha Cha, serás sempre um Dragão, obrigado por tudo.


E, já agora, acho que já temos um Dragão a sério connosco para o próximo ano...

Dois Faróis Trazem A Terra O Barco à Deriva


Foi um jogo surrealista. De um surrealismo estranho, algures entre o grotesto e o esperançoso. Lento e espalhado como os relógios de Dali. Mas também com atitudes nobres. E com um momento que fez com que ficasse ainda mais triste por uma pessoa. Mas já lá vamos.

Estava expectante pela entrada do FC Porto. Cedo me desiludi. Entraram lentos, previsíveis, desligados. Aquele fio condutor de jogo que vi boa parte da época, não estava lá - sim, eu lembro-me, não sou dos que acha que uma época se resume a um mês. No entanto, paradoxalmente, Rúben Neves entrou com vontade de comandar, mostrando que Lopetegui tem razão em querer fazer dele mais 8 do que 6, uma vez que o nosso menino lê o jogo muito bem mas ainda não tem a estaleca para varrer e lavrar como fez Casemiro. E Quaresma esteve com vontade, oferecendo muitos e variados golos à linha da frente, sempre inconformado com o resultado, sempre lutador.

Mas Lopetegui tem um problema para resolver. Trazer dois laterais para cada lado vai ser complicado. José Angel foi muito mau nos cruzamentos, muito lento nas progressões, muito denunciado nas fintas, muito tudo. Se, e eu acho que é provável, Alex Sandro for embora, não é só a ala direita que vai sofrer. E um jogo que vive de bons laterais, de bons laterais precisa. Eu vi uns bons na B e nos sub 19. Vamos ver o que Lopetegui nos traz.

O jogo nunca acelerou e Jackson, um herói na maior parte dos jogos deste ano, parecia o Jackson de 13/14. Estava lá, quase sempre fora da posição dele, mas quando estava na zona dele... não estava. Gostaria de ter visto um Jackson mais Cha-Cha-Cha na despedida.

E uma menção para Quintero. Mais uma vez, tendo oportunidade para demonstrar valor, à parte de um ou outro momento, fez tudo errado. E acabou a pilha aos 68'. E pronto. Muito provavelmente a última exibição no Dragão, tão triste e amorfa como a sua expressão enquanto joga. E agora digam-me que não.

Surrealista é, também, a entrada do sempre errático Herrera, mas que, paradoxalmente, dá ao jogo uma certa dinâmica que ele não tinha até ali, sendo a partir da sua entrada que o golo acontece. Um caso estranho, este.

E surrealista é, também, ver o mérito de um 4x4x2 que poderia ter sido mais aproveitado durante a época. É um plano B muito bom, enquanto há dois jogadores com golo no campo, se a atenção se foca num, o outro faz as honras da casa. Se Bueno não sair como Adrián - mea culpa, mea culpa, assumo que me enganei nesse ponto - o entendimento com Aboubakar pode ser arrasador, se o ritmo for um pouco mais alto.

O mais surrealista dos surrealismos, prova dada do aburguesamento da SAD, é a entrega da braçadeira de Capitão a Olegáio Benquerença e o abraço deste a Helton. Caso para pensar se o jogo que vira não seria uma tripe de ácido. Impressionante.

Por fim, dizer que tenho um misto de emoções sobre o comportamento das claques. Concordo com o protesto e os seus motivos. Concordo com uma mensagem de cada lado, como forma de mostrar desagrado, desagrado esse que todos sentimos. Não concordo nada, mas mesmo nada, com 3 faixas. Não concordo nada, mas mesmo nada, com o hino cantado no fim, como sempre que se vence. Se estiveram em silêncio, assim permaneciam. E, meus senhores, o FC Porto não é vosso. É nosso, dos adeptos todos, mesmo daqueles que não concordam convosco. E, finalmente, na escala de um a dez em parvoíce, dou doze à vossa saída prematura do Dragão. 

Não agradecer a um atleta que amou e deixou a pele em campo como Danilo deixou, ficando este a agradecer o apoio de um estádio vazio, é uma vergonha tal que deve envergonhar qualquer claque.

E depois, num autêntico momento Twilight Zone, saber que este ano tivemos a defesa menos batida de toda a Europa!


GOLOS

Quaresma - Inconformado e lutador, embora sem grande velocidade, foi responsável por practicamente todas as ocasiões de perigo da primeira parte. E algumas da segunda. Não tem culpa da deficiente finalização. Bravo, aguerrido e intenso, durou 90' com bastante qualidade e com abnegação. Tentou a sua sorte algumas vezes, mas isso é o que se quer, não o que se critique.

Aboubakar - Que diferença desde que entrou. Eu acho que também foi pela mudança de sistema, mas Aboubakar esteve sempre disponível e presente, fez passes de letra e deu algum colorido ao jogo, marcando o golo que abriria o contador. Teve a nobilíssima atitude de pedir desculpa à claque e de agradecer os aplausos que conseguiu receber. E ainda fez o passe de rotura para o golo de Danilo. E é a quarta assistência este ano. Aboubakar será mais avançado do que Jackson. E eu não acho que seja uma coisa má.

Helton - São Helton, mais uma vez, provou que só ele podia e devia ter sido o guardião das redes esta época, depois de Braga. Helton defendeu, organizou, pôs a defesa em sentido, deu saída de jogo. Helton safou mais erros defensivos, Helton safou coisas complicadas, Helton teve a frieza em momentos que outros deitariam tudo a perder.

Danilo - Danilo Luiz da Silva deixou-me emocionado no final. Merecia um Dragão cheio, a gritar "Danilo! Danilo! Danilo!". Mesmo neste jogo, deixou tudo no campo. E marcou um golo que mereceu por tudo. Mereceu pelo que fez este ano. Mereceu por tudo o que sofreu, pela ingratidão e impaciência dos adeptos em anos anteriores. Mereceu, porque soube superar-se. Mereceu porque vai ser, de certeza, um dos laterais mais falados do mundo, num dos maiores clubes do mundo. Mereceu porque será sempre dos nossos, será sempre Portista.

FALTAS

Brahimi - Incrível como o argelino conseguiu terminar a época. De sensação no início ao pior jogador em campo, no fim. Falhou o golo de baliza aberta, não teve capacidade de explosão, nem sequer as fintas foi capaz de fazer em condições. Muito bem substituído. Nem devia ter jogado.

À Deriva - Eu sei que não havia objectivos, mas o brasão abençoado tem de ser suficiente motivação para dar tudo de si. E a vergonha na cara. Nada justifica, sabendo do descontentamento dos adeptos e claques, que não se entre para demolir. Mas isso ninguém pode dar, a não ser os próprios. Chama-se brio profissional.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Um Jogo Para Redenção E Uma Baixaria Corrigida [ACTUALIZADO II]


No Oriente antigo, os Samaurai tinham a antiga tradição do "Harakiri", Quando a sua Honra era manchada, voluntariamente viravam a sua afiadíssima lâmina para dentro e perfuravam o estômago e intestino, em meditação pelo seu falhado acto. Enquanto a força vital se esvaía, o Samurai meditava, em purificação e sublimação da mancha que o afectava.

O jogo de hoje tem um misto de emoções. Se, por um lado, é um de despedida de Jackson e Danilo (quiça outros, mas estes já sabemos), por outro lado é um que o Tribunal do Dragão (não o obrigatório blogue, mas os adeptos) irá aproveitar, certamente, usar para demonstrar o seu descontentamento, o qual os jogadores e equipa técnica terão de aguentar como homenzinhos.

Quem quer que seja que fique para o ano, vai ter este "baptismo de fogo", para que saiba que o FC Porto não se coaduna com jogos displicentes e desinteressados, muito menos em alturas decisivas e cruciais. Estou certo que sairão dali jogadores diferentes. Só através do amargo da derrota poderão sentir o doce néctar vitorioso.

Pela convocatória, consegue perceber-se o caminho limitado de Fabiano e Adrián López no FC Porto, e também que não teremos oportunidade de despedir-nos de Óliver em campo, com muita pena minha.

Hoje será um jogo para recordar uma verdade simples: Para ser jogador do FC Porto, há que suar a camisola, deixar a pele em campo. Em princípio, trará a vitória. Não trazendo, será sempre Honrada.

Convocados: Helton,Andrés Fernández; Danilo, Martins Indi, Casemiro, Quaresma, Brahimi, Jackson Martínez, Quintero, Reyes, José Ángel, Evandro, Herrera, Hernâni, Ricardo, Alex Sandro, Rúben Neves e Aboubakar.

O meu onze provável (4x3x3): Helton; Danilo, Reyes, Indi, Alex Sandro; Casemiro, Herrera, Quintero; Quaresma, Jackson, Brahimi.

ADENDAEntretanto, mostrou-se uma vez mais o calibre dos media portugueses. O benfas não roubou a Championship Cup ao FC Porto. O FC Porto recusou participar, portanto a Championship Cup foi para uma segunda escolha!.

Na nota oficial de resposta, aqui, pode ler-se;

"O RECORD ERROU E QUIS ERRAR


​O FC Porto prescindiu do convite para participar na International Champions Cup, devido a um desacordo com a organização. Em causa estava uma deslocação à cidade do México, viagem que o FC Porto não quis efectuar, por considerar prejudicial à preparação da equipa.

É falsa, por isso, a notícia do jornal Record de hoje, quando diz que a organização prescindiu do FC Porto, optando por um clube rival. E bastaria um contacto com a organização da competição para o comprovar, mas confirmar uma informação não faz parte dos hábitos de certa imprensa, que não quer que a verdade dos factos destrua um guião previamente concebido. Como diz Julen Lopetegui, eis o manto protector em todo o seu esplendor."

COMENTÁRIO: Diga-se o que se disser, este é o género de coisas que desprestigia um Clube. Se está decidido que é prejudicial para a pré-época, porque se aceita? Se se cancela, porquê esperar que seja um jornal cujo fito maior é ridicularizar o FC Porto a dar a informação? E os adeptos além fronteiras? É assim que se fazem as coisas hoje em dia?

Por isso, insisto: mais do que treinador, o problema é que a SAD parece ter divorciado dos sócios e adeptos. Está na hora de pôr os pés no chão. Este género de tiro nos pés, constante, de certeza que bem não faz.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

A Meditar: As Perdas de Pontos e a sua Escalpelização I - As Derrotas


Gosto muito de certas enfabulações este ano. Estamos num ano complexo este, em termos de análise ao jogo. Senão vejamos algumas das ideias mais populares e erradas sobre as perdas de pontos deste ano.

Perdemos duas vezes. para o campeonato, tivemos 5 derrotas no total. Tivemos uma derrota vergonhosa, a do Marítimo. Nesse jogo tudo correu mal, mas a apatia principalmente, durante grande parte do encontro, uma falha defensiva tremenda de Maicon e Salin, que não havia jogado contra o benfas sem nada que o justificasse, defendeu tudo e mais alguma coisa - ênfase no remate de um Tello que, se tivesse a afinação que tem por estes dias, teria feito da história deste jogo outra coisa. Mas aqui quem falhou foi o benfas, que perdeu e não arrumou o campeonato. Veja-se no resumo, presença variada na área, toda a carne no assador. Não me parece que tenha havido grande erro táctico. Desde então vamos com 15 jornadas sem perder.

Contra o benfas, não vale a pena dizer nada mais do que ver o resumo. O domínio total em 70% do tempo, traduziu a injustiça do resultado, isto para lá de algum critério... estranho..., do golo mal anulado a Jackson e da forma parva que ocorreram os golos. Também, insisto, o Marcano de hoje em dia não fazia as azelhices de marcação nos dois golos e tenho a certeza absoluta que não houve erros táctico neste jogo, a não ser aquele que é transversal a esta época, o da sobre-utilização de Brahimi.

Nos dois casos, a inexperiência colectiva pesou muito. E mais eficácia na finalização.

A Taça de Portugal foi um caso ridículo de falta de sorte e inexperiência. Nenhum dos erros que deram origem aos golos do zbordem aconteceriam hoje em dia. Marcano é, hoje em dia, o mais seguro de todos os centrais. Casemiro nunca mais aliviará uma bola daquela maneira, e a falha defensiva colectiva dos terceiro golo foi um posicionamento deficiente. Do nosso lado, a falta de eficácia será uma das coisas que terá de ser revista urgentemente. De resto, vou bater na mesma tecla, desafio-vos a ver quantas vezes esteve Adrián bem posicionado para receber um cruzamento e verão quantas vezes foi ignorado. Isto para lá do remate que falhou, claro, coisa que viria a acontecer também com Tello e Quaresma várias vezes durante a época. Houve rotatividade? Sim. Mas todos os jogadores que jogaram estiveram bem em outra fase da época. Resumo aqui.

O jogo da Taça da Liga sim, foi um exemplo de amorfismo e de indiferença. O tempo parecia que seria infinito para os Portistas. A imaturidade desta equipa parecia dar de si nesta altura. As duas perdas de pontos, esta e a do Nacional, com o resultado adiantado e depois os pontos perdidos.. enfim. Esta questão ansiosa tem de ser resolvida por Lopetegui com um conjunto mais experiente e maduro. Faz falta, nestas situações, alguém que tomo o pulso e decida pôr ordem na casa. E mais uma vez, Salin, que nunca joga contra o benfas, vá-se lá saber porquê, a defender o resto das poucas bolas de golo que o encontro teve. Resumo aqui.

Lamentavelmente, o jogo em Munique deu cabo de uma auto-confiança que estava em crescendo e "matou" o resto da época para o FC Porto. Helton teria defendido algumas bolas que Fabiano não defendeu, o que terá ditado o afastamento da equipa, mas a verdade é que 450M de diferença de orçamento, a experiência e uma garra e vontade de dar a volta, trouxe um Bayern qual piranha, a rebentar connosco pelo nosso elo mais fraco, as laterais. Podemos teorizar o que quisermos, com um Bayern a jogar à Bayern, ou se jogava como se jogou na Luz ou então seria o que foi. Mas deixo no ar a pergunta: teria sido mesmo? Teria o Bayern de triangulações rápidas e movimentação acelerada, que se viria a verificar outra vez contra o Barça no mesmo Allianz, sido parado por mais Evandro e Rúben? Duvido. Duvido mesmo. Nós não somos o Barcelona, e mesmo este perdeu, e só passou a eliminatória graças aos golos de Neymar, pelo tridente ofensivo do Barça. E Brahimi, Quaresma e Jackson não é o mesmo que Neymar, Messi e Suarez.

De facto, falta um pouco mais de um plano B, falta lateralizar um pouco menos, falta frieza quando temos um resultado positivo e falta killer instinct para matar os jogos. Tudo isto está identificado. Umas coisas a experiência trará, outras uma escolha de um médio ofensivo mais acutilante (Bueno?), e de um Ponta de Lança mais... ponta de lança. Jackson é excelente, mas o facto de fazer muitas vezes o transporte de bola vicia o meio campo a não fazer o seu trabalho nesse sentido.




quarta-feira, 20 de maio de 2015

O Problema Evidente [ACTUALIZADO]



Interrompo por um dia as meditações sobre os aspectos deste campeonato, para manifestar publicamente o seguinte:

Ontem, a nossa grande claque, os Super Dragões, fez um protesto ordeiro e pacífico dando conta aos jogadores, treinador e direcção daquilo que é, no fundo, o pensamento transversal que todos temos pela bluegosfera também - que o trabalho apresentado, principalmente desde Munique, não dignifica ou honra os pergaminhos do Futebol Clube do Porto, aquela que é a sua Tradição de Raça, Luta, Querer e Vontade.

Para meu espanto - sim, devo ser crente, confesso que me espantei - nem um só segundo deste foi noticiado no Porto Canal. Nada. É como se não tivesse existido. Em vez da assunção de culpas, que as há, verticalmente, do Presidente aos jogadores, passando por toda a equipa técnica e estrutura, há a resposta no Dragões Diário, que é uma que me choca.

"A época está no fim, não correu como desejávamos e os adeptos têm direito a manifestar o seu descontentamento. Já não têm, porém, o direito de interferir com a planificação da equipa, mesmo numa altura em que se joga para cumprir calendário. Até o bloqueio a Cuba está no fim, há coisas que já não se usam."

Esta frase é um horror. E não a pessoalizo. Não me interessa quem assina o Dragões Diário, esta é uma resposta concertada pelo Clube e aprovada. E que mostra, infelizmente, o que mais temia. O nosso grande Clube está aburguesado de uma forma para lá dos limites do aceitável. O que já não se usa, exactamente, caros dirigentes? A vossa claque principal - não esqueço o Colectivo 95! -, que vai convosco até ao fim do mundo, manifestar-vos a mais clara evidência? É isso que não se usa? Ou será que é sentir a dor da Paixão Azul e Branca para lá da vossa apatia e amorfismo? Ou será, porventura, o "incómodo" de ter que lidar com essa "peste" que são os adeptos? Não estamos aqui para pagar quotas e ser um número no Dragão, meus caros! Sem nós, vocês cessam de existir! E, principalmente, sem a vossa Claque a puxar por vós nos mais inóspitos sítios, a força dos vossos jogadores será muito menor!

Quantos Super Dragões e Dragonas fazem um sacrifício pessoal e financeiro para lá do, por vezes, razoável, só para que saibam que nunca estão sozinhos? E é assim que vocês retribuem? Como diz a sugestão músical, dizendo, "Bate palmas e acena que sim com a cabeça"?! Nem pensar, caríssimos!

Contais muito como certo aquilo que tendes de cultivar para ter! Por isso, solidarizo-me com a resposta dos Super Dragões, agradecendo sempre a sua fundamental contribuição essencial para as vitórias do Futebol Clube do Porto.

E não confundam as coisas, meus senhores, se porventura lerem este post. Não confundam eu estar com o meu treinador e os meus jogadores, eu ter paciência para ver um projecto crescer e florescer, e por ficar feliz de ver que a cabeça está no sítio e não há tempo a perder, com o seguidismo de "bater palmas e dizer que sim com a cabeça"! Muita coisa está errada, alguma vai ser descrita nos meus próximos posts, e essa tem que ser mudada. Começo já com uma, a mais importante de todas:

O respeito pelos adeptos e pela sua enorme voz. Sem eles, nada sois. Não se convençam quem sim. Será o vosso fim.

Off-topic: Gosto desta notícia, sinceramente. E gostei mais das capas da imprensa sobre ela. Como é? 6 ou 8? Não interessa. Interessa é que se acabaram as desculpas para não olhar a Europa de uma forma séria. E assim, a coisa pia mais fininho, verdade? Pois. Coitado do senhor que se segue...

terça-feira, 19 de maio de 2015

A Meditar: Respeito E Motivação


Cada vez que vejo coisas como esta e esta, confesso que tremo um pouco. Tendo 36 anos, não vivo no mundo dos trabalhadores de uma vida numa empresa, mas assalta-me sempre a imagem daquele que dá tudo à casa e é despedido sem apelo nem agravo ao fim de 30 anos numa companhia. A antiguidade não tem de ser um posto, mas acho que há uma grande diferença entre Helton e um Maicon. O Bom Capitão merece respeito. Está numa forma espectacular, demonstrou os predicados nos seus, agora, 37 anos e mostrou que ainda tem muito para dar, muito para conquistar. O seu antecessor, Vítor Baía, despediu-se da carreira com 37 anos. Mas a forma de Helton é absolutamente invejável e num plantel com tão poucas referências históricas, acho que o nome de Helton não destoa minimamente.

Falta um pouco de noção ao FC Porto da importância das figuras em planteis. Eu sei que não é caso isolado, já aconteceu com Domingos que saiu a chorar, ou Jorge Costa que foi emprestado. E Capucho. Só para citar exemplos. Se há jogadores que são Portistas, um deles é sem dúvida nenhuma, Helton Arruda. Helton é um exemplo de superação, de vontade e de entrega ao seu FC Porto. Está na hora de se começar a entender que faz muita falta Portistas ao FC Porto. E Capitães. E Helton, devolvendo-lhe a braçadeira que injustamente lhe tiraram, tem força e carisma para ser as duas. E, mais importante que tudo, há que esclarecer com ele o que dele se pretende, e agradecer-lhe tudo o que ele ajudou a conquistar pelo FC Porto. Não se admite que jogadores destes saiam sem homenagens, sem aplausos de pé e sem o reconhecimento público do Clube.


E o mesmo digo de Reinaldo Ventura. Não se admite que um jogador que fez toda a sua vida no FC Porto - mais de vinte épocas! - tenha de terminar a carreira noutro clube. Eu sei que há pormenores administrativos, mas se estas pessoas se sentirem acarinhadas pela Estrutura, tenho a certeza que o caminho delas será diferente.

Não vamos a tempo do Reinaldo, mas do Helton sim. Não tratemos com indiferença quem deu tudo por nós. Especialmente numa altura em que, muito justamente, se fala de falta de ADN Portista no balneário do FC Porto. Helton pode estar lá para passar o testemunho à nova geração de inequívocos Portistas vindo da B e dos sub-19, que Lopetegui está a começar a acolher. No meu entender, não faltará Coração Azul e Branco no FC Porto nos próximos 5 anos. Estamos no ponto de inflexão. Mas temos de ter quem galvanize. E Helton Arruda está lá para isso.

Fala-se muito que Lopetegui não sabe motivar. Motivar quem? O quê, exactamente? Jogadores que ganham fortunas para jogar futebol? Ainda bem que há quem saiba que o que é demais é moléstia e há que saber respeitar quem é o agente de tudo isto - a massa adepta. Jogos como o do Belenenses, Nacional, Marítimo, ou mesmo Vitória de Setúbal em casa, são um insulto ao que se quer que o FC Porto seja. A frase "Contigo até ao fim, tu és o nosso Amor" não pode ser dita só por adeptos!

Ganhar, empatar, perder, tudo é aceitável. Desde com sangue, suor e lágrimas. Não com displicência e indiferença. Senão nem as vitórias serão apreciadas. E o melhor incentivo é este. Saber que não haverá tolerância à vedetice e ao borrifanso. Nova era para os jogadores do FC Porto se inicia. E, à parte de Rúben Neves, que caiu prostrado a chorar e de Helton, que deu o peito às balas, como sempre, há um que, embora não tenha podido jogar, até já vai ver os jogos da B. Assim é que tem de ser, Raça, Querer e Orgulho.

E, já agora, isto também está cada vez melhor. Se se mantiver neste bom caminho, há garantia que para o ano tudo será diferente. E eu estou confiante. Desde que haja respeito e dedicação, tudo o resto está lá.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Meditar: O Bode Expiatório


Esta é, sem dúvida, a parte mais polémica.

Para mim, Julen Lopetegui foi e é uma excelente notícia. Inteligente, forte, interessado e combativo, o nosso treinador reconstruiu a espinha dorsal do FC Porto depois de um autêntico desastre num tempo recorde. E por falar em recorde, outros tantos já bateu, embora todos nas chamadas "categorias pequenas".

Este ano fui ver todos os jogos do campeonato ao Dragão. Lamentavelmente, por razões familiares, não vou poder estar no último, mas se pudesse estaria. Gostava imenso que os jogadores tivessem metade da fibra de Lopetegui. Enquanto todos se calaram, ele falou, ao ponto de lhe chamarem "calimero". Trouxe excelentes jogadores com ele. E eu sei, eu sei, a memória do futebol é sempre a da espuma dos dias, mas não é a minha. Demos 9 goleadas e ficamos em primeiro lugar no grupo da Champions, chegando aos quartos de final com a maior equipa da Europa, com um orçamento de 450M de diferença. 

Dizem que tem um problema de ser fraco a motivar os jogadores. Como?! A motivar jogadores? Óliver e Alberto Bueno já disseram que tudo devem a Lopetegui. Lopetegui não tem culpa de que se venda aos jogadores a ideia de que o importante é a Champions! Isso é problema de outrém.

Falta a Lopetegui ser duro em momentos chave, mas também falta ao FC Porto jogadores que queiram ganhar. Fez muitos disparates, inventou muito, coisa que já não fez na segunda volta. Mas tem caminho para aprender. E não é mudando de treinador que se muda a filosofia, a garra e a atitude.

Lopetegui tem isso de sobra. Tomara todos os outros assim a terem também. Veja-se a fotografia. Lopetegui acabou a época a pensar que lutava com o apoio de todos. Mas lutava sozinho. É pena. E tem de mudar. 

A Meditar: O FC Porto Não É Uma Passagem Para A Outra Margem


Complicados vão os tempos quando os objectivos da SAD são diferentes dos objectivos dos adeptos. Nesse sentido, este ano foi plenamente conseguido. Valorizaram-se activos, vendeu-se um jogador por um preço que no ano passado ninguém esperaria. Vai receber-se dinheiro da Champions League e de todas as suas mais valias, e projectou-se o nome do FC Porto como uma das maiores equipas da Europa. Certo. É um chamariz grande para jogadores e comissões subjacentes. Certo.

Mas então e o FC Porto? É isso que querem os adeptos? É esse o objectivo, ser uma alavanca de mercado? Tornamo-nos um clube de agentes de jogadores? No próximo ano, a prioridade tem de ser interna. E para isso temos de ter no plantel quem o sinta, quem o vibre, quem o queira. Só um tolo pode achar que o rendimento dos jogadores interna e externamente foi sequer parecido! Vir para o Futebol Clube do Porto não pode ser "jogar na Champions League". Vir para o FC Porto tem de ser querer ser do Porto.

Pouco importa para o comum adepto se se vai vender os jogadores que têm de ser vendidos com um preço melhor. Isso não é possível. Não se pode pensar o Futebol Clube do Porto dessa maneira. Porque o FC Porto não pode viver sem... o futebol. Ou se muda o foco ou se começa a perder irremediavelmente o alicerce daquilo que é a identidade Portista. E isso não se é conseguido desvalorizando a Taça de Portugal em detrimento de Bilbao, dormir na forma em casa com o Boavista depois de golear o BATE ou, pura e simplesmente, andar a passo depois de Munique. Porque Taça de Portugal e Campeonato são o mais importante. Pelo menos de quem queira ser do FC Porto. Porque o FC Porto não é uma passagem prá outra margem.

A Meditar: A Atitude Museu


Este é o primeiro de uma série de posts que irei fazer sobre as questões que me inquietam no FC Porto, e que acho que devem ser mudadas urgentemente.

Há qualquer coisa de sombrio, para mim, na parte de baixo do Estádio do Dragão. Não o escondo, da mesma forma que não sou ingénuo sobre "os amanhãs que cantam", também não sou um saudosista do "Antes é que era bom". Qualquer bom historiador sabe que os contornos de uma História só se vêem com um lapso temporal, seja ele de 30, 40 ou 50 anos. E sobre isso, os próximos anos mostrarão, quando todas as paixões se tiverem sublimado, que a fabulosa história do FC Porto nos últimos 31 anos vai ser incontornável no futebol português.

Mas quando temos responsáveis em exercício, desde directores a Presidente, a fazerem balanços e a encher-se de nostalgia pela glória passada, não podemos senão temer o presente e o futuro. É que, tal como qualquer físico pode bem descrever, forças de sentido inverso anulam-se. Se o FC Porto está a promover ad nauseam o seu museu, parece indicar um sentimento de "missão cumprida", totalmente pernicioso e contra-producente para algo que se quer em eterno crescimento.

Não quero mais ouvir ou ler que ganhamos penta campeonato, já o sabemos. Não quero saber mais da Taça Intercontinental, da Liga Europa ou da Champions League. O Passado passou-se e o acabado acabou-se.

Quero saber de ouvir falar do hoje. Do imediato. Do agora. Só assim o FC Porto não se ficará pelos 30 anos de conquistas e continuará a multiplicar os seus feitos. Porque uma coisa estagnada fica decrépita. E a decrepitude não tem futuro.

A mim, não me parece coincidência que, desde que temos museu, tenhamos deixado de ganhar títulos. Sem um FC Porto de futuro, não seremos mais do que uma centelha com um brilho pequeno. Não seremos mais do que poeira ao vento.

domingo, 17 de maio de 2015

Merecer Perder [ACTUALIZADO]


Não me vou alongar nas análises. Pior do que perder um campeonato é entrega-lo. Não há a mais pequena desculpa para o jogo absolutamente deplorável que foi feito hoje. Quem não sabe ganhar nunca nas alturas importantes não merece ser campeão. Defender o 1-0 é perder o campeonato. Não dou os parabéns ao adversário, por causa da primeira metade. Mas nós não merecemos ganhar. 


Perder por falta de comparência, não.


ADENDA: Há momentos para tudo, mister. Quando a sua equipa desiste, perde-se uma certa legitimidade para ter um certo discurso. Falar assim é ignorar os seus próprios problemas. Com esta atitude, nunca seremos campeões.

Agridoces Sentimentos e Contrariar o Desígnio Nacional


Os nossos Sub-19 são Campeões! Parabéns rapazes, vocês merecem! Ontem, num jogo impróprio para cardíacos, como já tinha acontecido no anterior, alternou-se entre sabedoria, raça e querer, com erros próprios do escalão. Mas emocionante e bem merecido. E o mais importante está lá, e bem patente: temos boa gente e profundamente Portista em crescimento, independentemente da nacionalidade. Valores como Ruiz, Moreira, Cassamá, Sérgio Ribeiro ou Chidozie são uns que serão o FC Porto à Porto. E para mim é a maior das vitórias.

À noite, o andebol mostrou o seu lado lunar, que aconteceu algumas vezes ao longo da época - uma primeira parte terrível, com uma defesa de papel e um ataque pavoroso. Alguma desconcentração ou aquela típica sensação de "está feito" que não chegou a tempo de ser compensada por uns 15 minutos finais a bom nível. Se jogarmos na quarta como jogamos os últimos 15 minutos, terminaremos a contenda em Odivelas. Já agora, dizer que petardos em pavilhões são selváticos e inadmissíveis, seja qual for a razão que os "justifique". Muito mal uma e outra claque, a interromper o ritmo de jogo e, principalmente, a pôr em risco a integridade física dos jogadores.

Não sou o maior admirador de hóquei do mundo, confesso, por isso não vi a despedida de Reinaldo Ventura. Fazendo fé nos comentários que li, terá sido uma despedida como a sua saída - curta e incompreensível. Pessoas com 20 anos de casa, com golo garantido e capitania assegurada, não deviam terminar a carreira noutro clube. Não é inédito, mas é indigno e demonstra o quanto se valoriza o atleta verdadeiramente Portista. Lamentável.


Ontem lá veio Marco Silva desmentir um absurdo. Curiosamente, fê-lo num tom indignado e agressivo para com os jornalistas. Mas este, sempre bem educado e polido, um "exemplo de comportamento", não ofende Portugal e os portugueses. Pois não. Não é do FC Porto. E depois lá vimos o seu presidente a querer o foco para dizer.... exactamente o mesmo. Sem tirar nem pôr. Enfim.

Paulo Miguel Castro disse-o no "90 minutos à Porto" e eu não o diria melhor: a taxa de juro vai descer, o crédito vai aumentar, as rendas vão baixar e o desemprego também. Tudo correrá bem e tudo será felicidade no próximo ano. Já se fala em "jogadores tetra" e por aí em diante e o orgasmo colectivo aí virá. Ou não. Não interessa. Pouco resta ao FC Porto agora, senão manter o seu orgulho intacto e ficar ao mínimo número de pontos de distância possível, assim demonstrando que não ganhamos por circunstâncias externas.

Peço desculpa pela minha falta de fé, mas embora acredite ser possível que o Guimarães adie as contas, acho tão provável que o Guardanapo ganhe ao benfas como a Paz Mundial. Este campeonato foi entregue na quarta jornada. Saúdo, pois, e sei que serei o único, a convocatória de Adrián e uma última oportunidade que este mostre se vale a pena ficar com ele. Eu ainda acredito que sim. E é como especial satisfação que vejo aquele que, para mim, será o futuro Capitão Portista, no 11 inicial. Contigo até ao fim, tu és o nosso Amor.

Convocados:  Helton e Andrés Fernández (guarda-redes); Danilo, Martins Indi, Maicon, Quaresma, Brahimi, Jackson Martínez, Quintero, Reyes, Evandro, Herrera, Hernâni, Adrián López, Alex Sandro, Óliver Torres, Rúben Neves e Aboubakar.

O meu onze provável (4x3x3): Helton; Danilo, Maicon, Indi, Alex Sandro; Rúben Neves, Herrera, Óliver; Quaresma, Jackson, Brahimi;

Já agora, depois digam que nós é que somos os arruaceiros, os violentos, os insurrectos. Digam que nós é que somos baixos, que os Super e o Colectivo é que são "gangues". Digam tudo isso, mas lembrem-se bem desta imagem e da sua provocação, para memória futura. E depois digam que não avisamos.