sábado, 31 de janeiro de 2015

Mas Que É Isto?



Afinal em que ficamos? Para quê impedimos jogadores de saírem? Porque os pomos a jogar? A convocatória directa de Aboubakar da CAN para o jogo do Dragão é, para mim, incompreensível. Se Gonçalo Paciência marca um golo, tira um penalty, que espécie de motivação para um verdadeiro Dragão é esta, ao retira-lo assim? Os 20 anos de Gonçalo não são os 17 de Rúben Neves e, se é verdade que Aboubakar fez mais treinos no geral, também é verdade que vem da Guiné Equatorial e com o desgaste próprio de um torneio. Não posso entender qual a lógica, senão a de jogar pelo seguro e pôr a experiência à frente da motivação.

No basquetebol há uma expressão - "on fire" - que designa um jogador com a chamada mão quente, tudo o que pega encesta, de qualquer ponto do campo. Todos nós vimos a felicidade que foi para Gonçalo Paciência vestir o manto sagrado com o seu brasão abençoado e o orgulho e a vitória que isso significou para ele. Querem mais motivação que esta? Já com o Bom Capitão - já agora, Jackson ser Capitão com Helton no relvado também não me caiu bem - se passou a mesma coisa: depois de uma exibição de gala, foi relegado para o banco de suplentes. E acredito piamente que todos nós pensemos, ainda hoje, se Helton teria, ou não, defendido aquela bola. 

É preciso polvilhar com Portistas a sério o 11 do FC Porto, Mister! Se o Mister viu, e bem, que os jogadores jogaram a passo, não acho mesmo nada correcto que o 11 se vá repetir. Discordo, veementemente, com esta convocatória. Mister, o Gonçalo, o Rúben e o Helton são da casa. Não há nenhuma razão para não os convocar. E se percebo uma certa protecção do caminho do Rúben - e já percebi mais, uma vez que, para mim mete o Casemiro no chinelo - não há nenhuma razão para proteger um rapaz que está na nossa Grande Casa há 14 anos.

Não gostei. Ou se aposta ou não se aposta. Tudo o resto é sadismo e falta de entendimento da psicologia básica.

Amanhã falarei sobre o jogo.

(Imagem retirada da Tribuna Portista)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

"No F.C.Porto há tempo para ter tempo?" - O Meu Ponto de Vista

No excelente artigo do Vila Pouca, ele coloca esta interessante pergunta, à qual gostaria de dar a minha opinião e assim contribuir para o debate. No meu ponto de vista é essencial falar de dois aspectos. Um primeiro, que concerna o Futebol Clube do Porto. O FC Porto vive, neste difícil período de mudança de pele, de dois problemas fundamentais, quanto a mim: A falta de identificação com o clube de muitas das suas pedras e a inexperiência de Lopetegui em tudo o que é questões do futebol português. Algumas das principais figuras do 11 Portista estão cá de passagem (casos de Casemiro, Jackson, Brahimi, Danilo, Herrera e quem sabe Quintero, Alex Sandro e Tello). E só coloco este último na questão do "quem sabe" porque temos opção de compra sobre Tello - pode ser que ele esteja com a cabeça no Dragão nessa altura. A meu ver não está. Também não insiro Óliver nessa categoria, porque está mais que visto que o pequeno maestro joga com tudo sempre. No entanto, nenhum tem um amor profundo ao FC Porto, ainda que alguns devessem ter. Mas faz parte daquilo que tem sido a estratégia do nosso Clube - comprar barato e vender caro. 

No meu entender, apenas Helton se insere dentro das características do que é um Capitão. E têm-se visto que faz a diferença ter-se essa capitania - veja-se a diferença de atitude e de garra quando está lá o nosso Bom Capitão. Quem vai ao Dragão pode ouvir bem a diferença. Eu tenho a convicção que Lopetegui veio para potenciar a formação, e acho que isto vai fazendo. No meu entender, é bom que Lopetegui tenha "a lagosta" que muitos dizem, para dar competitividade e capacidade imediata ao nosso modelo de jogo que ele implementa. Não acredito que haja muita gente que aposte que ele faria melhor se fosse buscar valores à formação para ter resultados imediatos. Ainda assim lançou Rúben Neves. E mudou a posição de Ricardo. E - vamos ver - lançou Gonçalo Paciência. E teremos o "nosso" Sérgio Oliveira já para o ano. Esta entrada de jogadores com critério, modelo e sistema de jogo definidos, impede que eles seja "queimados" ao ser responsabilizados por algo que não podem, ou não sabem, fazer melhor.

É óbvio que havia - há sempre - o claro objectivo de ganhar o campeonato, evidentemente. O que não é verdade é que o benfas tenha um "plantel pior". Verdade que benfas vendeu/está a vender os seus principais jogadores do ano passado, mas também é verdade que as compras deste ano ultrapassam já os 40M. Se o investimento é feito com critério ou não, já não é nada que nos concerne, não é problema nosso. Agora, a esta altura, não é verdade que não tenham soluções para as posições. E tem uma vantagem básica - 6 anos do mesmo treinador, e muitos, muitos jogadores habituados ao futebol português, ao modelo de jogo do benfas e rotinados uns com os outros. Óbvia vantagem que, apesar do insistentemente propagado, não os faz jogar um futebol melhor - muito pelo contrário. Enquanto o nosso vai crescendo e melhorando - embora com muitas arestas para limar - o deles está estagnado num modelo que, ainda por cima, está baseado no pressuposto da tendência permissiva arbitral. E todos nós conhecemos o campeonato do colinho que este está a ser.

Quando posto à lupa da isenção europeia, a última afirmação está bem patente e demonstrada nos seus confrangedores 1-1-4. E nas constantes expulsões. E aqui entra o último ponto que quero falar. O factor Champions. Os nossos jogadores mais vendáveis (Jackson, Brahimi, Herrera, Danilo) estão a ser decisivos e fortes nos jogos da Champions, que também essa já rendeu nos cofres do Dragão. Que ninguém duvide que se perdeu o jogo da Taça de Portugal para apostar no de San Mamés. O nosso capítulo europeu tem sido imaculado. E isso vai trazer dividendos. Quem sabe não contribua para o pagamento da grande folha salarial que vai necessariamente diminuir para o ano. Mas aí, Lopetegui já terá o seu modelo assente, os seus tweakings e afinações feitas e o seu principal valor assente - o colectivo acima do individual. Em conjunto com a identificação com o clube que estes jovens tem e um modelo de jogo insersor e não discriminatório, uma máquina vitoriosa vem a caminho. Portanto, eu acho que se deve dar tempo, por muito que o critiquem a esta altura. Todos os grandes treinadores passam por essas fases. E Lopetegui não é excepção.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A Dança dos Contrastes


Foi uma note boa. Uma daquelas que me ficará na memória. Há noites assim, com uma certa ressonância quase mística, onde os paradoxos que normalmente se anulam, aqui se entrecuzam num bailado perfeito e levam a uma fluência quase ondular. Foi o caso de ontem. Desde o momento em que o meu caro amigo Miguel Lima me veio buscar a casa até à hora em que retornei, todo aquele momento foi suave poesia de contrastes e momentos felizes. Chegamos ao Dragão, encontramos aquele que é já um hábito feliz nos jogos em casa, a companhia do senhor Vila Pouca, do senhor Manuel Rocha (que encontramos fortuitamente - e ainda bem!) e daqueles que eu acho que são os verdadeiros Dragões de Ouro: João Santos e Ana Neves. Este casal Portista está lá em todas as horas, a fazer do seu Portismo o seu grande amor - para alem, claro, do seu próprio. Tenho-me enriquecido também ultimamente e felizmente, com a sua companhia nos jogos - uma paleta colorida dos verdadeiros tons Azuis e Brancos.

O primeiro contraste surge logo no 11 escolhido por Lopetegui, uma mescla dos titulares e das segundas linhas, sendo que felizmente esse contraste foi benéfico para os dois. A entrada de Tello, Danilo e, principalmente, Jackson deu um colorido bonito à noite. Dos pés do nosso grande ponta de lança sairia o seu momento histórico, de calcanhar, o golo que o torna o maior goleador do Dragão. A dança entre posições de Campaña e Rúben Neves potenciava o paradoxo do encontro. Como podia uma equipa que trocava mais bola do que atacava, estar a ganhar desde os 6 minutos. Simples. Um domínio avassalador que fazia do sentido único uma coisa natural. 

Mas foi com a entrada de Quintero por troca com Campaña e para o seu 10 natural que tudo cresceu, já na segunda parte. Quando condensado, como qualquer pó mágico deve ser, em quantidade de tempo necessária e suficiente, sem exageros, faz as rodas do relógio mexer e a maravilha acontecer. Juanfer Quintero soltou a equipa, deu golos a marcar, fez passes, rompeu muros. É para isso que está cá, não para ser extremo mas para ser Mago. E Mago foi. Também porque estava cá. Com a cabeça no jogo.

Pelo meio, mais uma perda de bola estúpida, a permitir um contra-ataque rápido e os já costumeiros - infelizmente - 100% de eficácia da equipa adversária, perante uma defesa completamente descoordenada. A rever com urgência, Mister.

Logo a seguir Gonçalo entra como um terramoto, marcando e sacando um penalty para que Evandro sossegasse definitivamente o nosso coração Portista quanto aos penalties. Temos marcador. E assim foi, ainda assim com uma tentativa grave de colinho, que se passou uma noite muito agradável e fresca, comigo, o Miguel e o meu amigo Nuno a partilhar uma refeição regada de conversa futebolística ao cair da noite. Uma noite a relembrar. Como um jogo aparentemente previsível e morno pode ficar na memória Portista como um exemplo da simbiose perfeita dos contrastes.



GOLOS

Jackson - O Cha Cha Cha é uma máquina goleadora. Frio, incisivo, guerreiro, sabe ter a suavidade e letalidade de um bom PL, fazendo ainda boas compensações ofensivas quando o jogo não lhe chega. Muito completo, embora eu gostasse que ele fosse mais ponta de lança e menos médio.  

Gonçalo Paciência - Domingos foi um dos meus heróis Portistas na minha adolescência, tenho a impressão que o seu imponente filho - muito mais corpulento que o Pai - será um dos heróis da minha idade adulta, não tarda. Muito sábio na entrada ao jogo, sabe povoar bem os espaços, tem manha, ratice e força para querer estar nas jogadas. Não é um mero ponta de lança espectador. É, sem dúvida, o futuro. Que bom que a lesão de Adrián possa ter aberto o caminho para que Gonçalo Paciência possa ser feliz numa casa que, como ele bem lembrou, é a única que conhece há 14 anos. Golo celebrado como o do seu Pai, Chama de Dragão em estado bruto, pronto a ser delapidado.

O Duo Dinâmico -  O entendimento entre aquele que, para mim, é o reforço deste ano que mais veste a camisola Portista - José Campaña - com toda a sua saudável agressividade e espírito de luta e presença nas jogadas e a superior leitura de jogo do nosso menino Rúben, deram uma solidez ao meio campo que permitiu que o jogo fosse de sentido único enquanto esteve em acção. Ora 6 ora 8, ora avançando ora recuando, o pêndulo Portista bailado a duas mãos, superior qualidade.

Quintero - Juanfer Quintero ontem jogou com vontade. Juanfer jogou na posição dele. Juanfer tirou a batuta do bolso e foi o maestro da Cavalgada das Valquírias que foi o ataque desde o minuto 54. Pena que não seja tão regular e tão incisivo também na defesa. Mas Juan Fernando Quintero é um Mago 10, e é aí que, definitivamente deve jogar. Um maravilha de jogo.

Tello - Certo que não marcou, mas é bom ver que não deixou de tentar, com o marcador em muitos ou poucos golos, até ao fim, um e outro e outro (6 no total) remates do catalão, outra porradona de assistências, um jogo interventivo e presente com um infeliz sadismo de lhe negar o golo que esta vez mereceu.

FALTAS

A Falha Defensiva da Praxe - Não gostei de ouvir Lopetegui dizer que quem muito ataca expõe-se a este tipo de jogadas. Pareceu-me desculpa da preguiça. Uma equipa só é consistente se atacar bem mas defender melhor. E está visto que este é o ponto que tem de ser bem trabalhado, porque não há apoio na perda de bola, nem coragem de fazer a falta, nem compensação solidária de posições. Muito trabalho pela frente, sem desculpas!

Académica - O conjunto de Paulo Sérgio tem sido sistematicamente goleado por nós, por uma razão simples, que se prende com o facto de se demitirem de jogar. É confrangedor e estranho ver uma equipa a perder e a jogar atrás, sabe-se lá porquê e para quê. Nem a perder reagem. E é isto. Com mais acerto de Tello, teriam levado uma goleada absolutamente Titânica e humilhante. Enfim. Triste. 18 equipas. 

Arbitragem - Tiago Martins já se alistou na Tropa do Colinho. Um desastre, que não tenho medo de dizer, foi propositado. A dualidade de critérios foi escabrosa, o espoliar do penalty e o amarelo a um dos jogadores mais correctos e nobres de todo o campeonato português é ridículo. Mas é assim que se reage: contrapondo com golos quem nos quer derrubar.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O Paradoxo do Portismo


Estamos neste momento num paradoxo. Este paradoxo prende-se com o facto de que parece haver mais garra, atitude e Portismo na segunda linha do que na primeira. A motivação e a entre-ajuda, mesmo numa taça da treta - que este ano é imperativo ganhar - galvaniza a luta e o espírito de sacrifício à Porto. Portanto, dá-se o caso estranho de ver mais garra, atitude e esforço nos jogadores que jogam menos. E talvez esteja na hora de Lopetegui ter a coragem - difícil é certo - de pôr as primeiras linhas de molho quando os vir marcar passo como na Madeira. Hoje é uma brilhante ocasião para JL ver quem está motivado e pensar se alguns não terão hipóteses mais que muitas de fazer parte da convocatória e do 11 inicial, inclusive. Campaña, Marcano, Evandro, Rúben Neves, Ricardo, Ángel e até Gonçalo Paciência são bons exemplos disso. e principalmente Helton. Aposto que a maioria de nós ainda pensa hoje se o Helton defenderia ou não a bola do golo. 

Outra coisa preocupante é Quintero. Nas alas, não rende. A 10, não parece motivado. E a falta de solução de extremos, retorna à convocatória Quaresma e Tello. Não sei porque, nestas circunstâncias, sem Brahimi e sem Adrián, não aposta Lopetegui em Ricardo ou Ivo Rodrigues. Portanto, o 11, quanto à linha avançada, será uma incógnita. Mas se ele apostar em Quintero, temo que seja uma formação assimétrica, porque Quintero não sabe ser ala, sobrando Quaresma, Tello... e Ricardo. Vamos ver. De qualquer forma é previsível que seja um FC Porto à Porto.

Convocados: Helton e Ricardo Nunes, Danilo, Martins Indi, Reyes, José Ángel, Ricardo e Marcano, Quaresma, Quintero, Tello, Evandro, Herrera, Campaña, Óliver Torres e Ruben Neves, Gonçalo Paciência e Jackson Martinez

Meu Onze Provável (4x3x3): Helton; Ricardo, Reyes, Marcano, Ángel; Campaña, Evandro, Quintero; Tello (?), Gonçalo, Quaresma(?)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Coisas Importantes A Reter


O elevado custo de ter de recuperar uma equipa em tempo recorde, expõe um período de adaptação natural ao escrutínio de todos. Quando se embarca numa missão de vitória mandatória já, rola-se a bola na roleta do acaso e do Destino. Conjugam-se variáveis tão difíceis de conjugar como um alinhamento planetário. Valor, Raça, Querer, jogo escorreito, ligação, união, entreajuda. No campeonato é particularmente complicado, porque a margem é ridícula. Todos os empates são derrotas, todas as derrotas hipotecas de um futuro. Parte-se sempre do mesmo princípio. Em 95% dos jogos, o grande ataca, o pequeno defende e tenta desferir um golpe certeiro quando o grande recupera o fôlego. Umas vezes resulta ou não. Aqui não se joga futebol. Joga-se contabilidade. Quantos pontos me granjeiam a manutenção? A Europa? A Champions League? O campeonato? E assim se faz.

Lito Vidigal, no fim do soporífero e insultuoso jogo no Dragão, disse uma verdade insofismável: Precisa de 30 pontos para a manutenção. Esse é o seu objectivo. Não quer mais. O que vier a mais é lucro. Entrou ultra-defensivo. Não fez nada pela vitória todo o jogo. Veio jogar pelo pontinho. Mas saiu contente porque "não perdeu por muitos". Esta é a fasquia geral do campeonato. O pontinho. Pelo meio lá vão havendo os Paços, os Bragas, os Rio Aves, os Guimarães que vão tentando contrariar essa tendência.

Julen Lopetegui precisa de meter isso dentro da sua cabeça. Pouco importa que o Córdoba se bata de igual para igual com o Real. Ou que o Barça perca com equipas pequenas. Ou empate. E que todos joguem futebol e não contabilidade. A La Liga não é a Liga Portugal. Aqui joga-se contabilidade. E está na hora de compreender como se vence isso. Com futebol pressionante, com elevada presença na área, água mole em pedra dura. Com os criativos a tentar explorar os buracos defensivos, e não desposicionados a tentar surpreender. Quem vê um autocarro vê centenas deles. O processo é sempre o mesmo. E, principalmente, fazer de tudo para estar atento ao apoio às surpresas nas costas, com uma defesa agressiva e solidária, sem medo. Isto é o que falta, Mister. Tudo o resto são fait divers. Qualidade e capacidade está lá, mas, pelo amor do Divino, extremos são extremos, médios médios e defesas defesas. Porque aqui não há margem para laboratório. Nem surpresas. Não há que reinventar a roda. Está tudo lá.

Com raça, força e atitude dominadora ganham-se jogos. Sem eles perdem-se. Assim é. E o resto é conversa. Não é domínio táctico - isso temos. É atitude. E é disso que precisamos. A forma de construir está lá. E o que distingue os bons jogos dos maus, neste FC Porto deste ano, é a atitude.

Não nos iludamos. O Paços foi a excepção que confirma o colinho. E houve uma tentativa de colinho. Várias, aliás. Uma sem-vergonhice sem fim. Mas podemos sempre contar com o Pecado Capital do benfas: a soberba. Quanto mais eles acharem que está no papo, mais depressa as surpresas virão. E nós temos de olhar para nós porque, em 16 jornadas, 48 pontos, tudo pode acontecer. Humildade, Raça e Vontade. Com ela tudo é possível. Sem ela, entreguemos as faixas já.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Prognósticos, Só No Fim do Jogo!


Olha! Afinal, no futebol, é possível ganhar, empatar e perder! Faltam dezasseis jornadas. 48 pontos. Hoje houve muito colo colo. Não houve foi uma equipa a fazer de conta que jogava e a estender a passadeira à outra. Convençam-se: Somos muito melhores que eles! Mesmo quando jogamos mal! E façamos por demonstra-lo no domingo! Há uma segunda oportunidade. Temos de a aproveitar. De uma vez por todas, os jogos são todos para ganhar! E o resto, vê-se no fim! Viva o FC Porto!

Ora Vamos Lá Ver Se Nos Entendemos


Vou fazer isto pela primeira e ultima vez. Não vou estar nisto a vida toda. Ontem fiz um post a quente do qual não me arrependo de uma frase. Uma só. Senão veja-se se a ideia subjacente não está aquiaquiaqui ou aqui. Temos todos nós, eu e os meus bloggers de referência - o Blue Overlap ainda não se manifestou - uma coisa em comum: Defendemos a nossa equipa e o nosso treinador desde a primeira hora. Porque é a nossa equipa e o nosso treinador. E, por isso, uns mais veementemente, outros menos, discordamos da entrada do Quintero - e depois a troca pelo Óliver - na extremidade, que fez com que jogássemos sem uma ala. Todos nós achamos que a equipa entrou apática e amorfa. E isso já não é problema de Lopetegui, nem o resto de críticas que vou fazer.

Lopetegui é, para mim, um óptimo treinador que está há 6 meses nesta casa e não seis anos como o do nosso rival. Ele não tem 50 anos de futebol português. E mais, a equipa dele não é composta de gente que está nesta casa há não sei quantos anos, como a dos seus antecessores. Vir comparar Lopetegui a Paulo Fonseca para mim é desonestidade intelectual. Como diz, e bem, Pyrokokus no seu comentário - que desde já agradeço - esta é uma equipa em construção. Com detalhes a trabalhar e uma atitude a limar. Não é cá veni, vidi, vici! Vão-se cometer erros, que serão por nós comentados. O que não impede que não estejamos no Dragão no jogo seguinte a apoiar. Eu tenho uma opinião sobre certos jogadores. Mas é a minha. E não admito ser criticado pela minha opinião. É minha. Admito, sim, a discordância da minha opinião. E encorajo a sua escrita em comentário. Agora, não dou relevância nenhuma a críticas por assinar. E ataques ad hominem, a mim ou a qualquer blogger meu colega. 

Eu acho o Quaresma individualista. O Maicon bipolar. O Fabiano pior que o Helton. O Quintero desmotivado, ou aborrecido por não ser titular. O Casemiro muito inferior a Rúben Neves e Campaña. Gosto do Herrera. Acho que o Tello tem potencial. Nada a dizer do Indi, um autêntico patrão da defesa com 22 anos. Acho que o Alex Sandro já quis mais estar aqui. Adoro a fibra do Danilo. Depois do Jackson - absolutamente imaculado, até a fazer posições e jogo que não tinha de (nem devia) fazer - acho que ele devia ser Capitão. A não ser que esteja lá Helton, que para mim faz toda a diferença e devia já estar à frente da baliza nos próximos jogos. Acho o Óliver excelente, o Aboubakar um genial ponta de lança e que todas estas pessoas vieram pela mão de Lopetegui ou por ele foram e são potenciadas. Por isso posso criticar exibições subpar deles. Porque os defendo. E porque, umas vezes gosto, outras não. Isso não é incoerência. É análise.

Quero um FC Porto à Porto, com garra, luta e ambição. Outro que não esse, não é o meu, de que me orgulho. E tem de melhorar. Mas eu tenho paciência e sei esperar. E não estou aqui com o fogo no rabo, do "ai meu Deus se não ganharmos". Isso é a treta da imprensa, que diz que se não ganharmos dois campeonatos, acabou-se a nossa tendência vitoriosa. Meus amigos, quero é ver futebol com uma ideia de jogo e uma filosofia. E isso já temos, em 90% dos jogos - não neste. Mas eu estarei lá até ao fim. Quero ver se os meus "queridos" críticos também.

Agora há que dizer, e não serve de desculpa, que numa liga normal e verdadeira, todos os grandes perdem jogos parvos. O Real, o Barça, o Bayern, todos. O Chelsea foi eliminado da Taça de Inglaterra por uma equipa da segunda liga, bem como o City. O que é anormal é uma liga onde uma equipa nunca perde. A ninguém parece estranho. Muito bem! E agora dizer o evidente, este roubo de Catedral, já é desculpa. Não é. É a realidade. E já ninguém se escandaliza pela óbvia diferença de Marítimos. E desta fantochada. Muito bem! Bater nos nossos sem critério é que é bom!

Uma palavra para Rodolfo Reis, ontem soberbo na defesa do nosso grande amor azul e branco. Bem preparado e letal. Bravo, Capitão!

domingo, 25 de janeiro de 2015

A Derrota do Desposicionamento


Costumo apoiar a equipa, chamam-me romântico e idílico. Mas hoje digo-o, sem rodeios: Perdemos por idiotice. Idiotice de todos. De Lopetegui, antes do jogo: quantas vezes será preciso pôr o Quintero ou o Óliver na ala para ver que estes dois excelentes jogadores não rendem fora da posição? Idiotice da defesa: então não se entendem? Todos os jogos é preciso um golo parvo agora, é? Marquem cada um os seus carago, não é todos à bola! Estamos a jogar no liceu? Idiotice do meio campo: Então não há transições agora? É sempre a bola de um lado para o outro? O jogo da equipa A que mais gostei foi o do Arouca, com bola pelo corredor central e o jogo só lateralizado quando tinha de ser! Idiotice das individualidades: então e agora já não se olha para o lado, é? Vai tudo à bomba? Idiotice da equipa: Então entram moles e amorfos no jogo mais perigoso do ano? 

Não deixarei de ser Portista, estarei sempre lá. Mas confesso que foi um soco no estômago. E se estamos a lutar contra uma equipa "invencível", não é possível jogar assim. Não gostei nada. Meu caro Lopetegui, deixe-me dizer-lhe duas coisas:

- Se você tem um 6 puro como é Campaña, com critério e, viu-se, raça e luta, ponha-o, em vez de um amorfo Casemiro!

- Não deixe os seus criativos apagados, ao encosta-los no canto! Ricardo Pereira é extremo e o Gonçalo Paciência também pode ser! 

Não estou contente. Assim não vamos lá. E agora, abram-se as comportas e soltem-se os fígados: seja como seja, terão todos razão. Estamos todos feridos. E acreditem: quem defende o FC Porto desde a primeira hora, está bem mais. Mais, não se admite que a segunda linha tenha mais raça, querença e atitude que a primeira. Esse não é o meu Futebol Clube do Porto.

sábado, 24 de janeiro de 2015

Contra Tudo, Contra Todos e Contra Tolos


Eis chegada a véspera do grande jogo. Sim, para mim, será um grande jogo. Um jogo inflexivo. Um jogo demonstrativo. Um jogo que vai dar o tonus para o resto da temporada. Lopetegui já fez a sua parte, hoje. Não só disse o óbvio - que temos de ser muito mais competentes que os outros para vencer - mas também fez a melhor convocatória que me lembro de ver. Óbvio prémio para um lutador Campaña, para um herói Rúben Neves, para um resistente Ricardo, para um esforçadíssimo Gonçalo mas, principalmente, para o Bom Capitão Helton. O Capitão voltou! Quero, desde já, dizer que compreenderei qualquer uma das decisões de Lopetegui: a de ficar Fabiano a titular ou a de levar Helton para a baliza. Não queria estar no seu lugar! Se por um lado Fabiano nada fez para perder a titularidade, se se tem revelado sempre um bom profissional e cumpridor, para mim Helton é, de longe, muito mais importante que Fabiano no balneário, na atitude, a forma como ele discute ordeiramente as decisões com o árbitro, como galvaniza e orienta a equipa e, suponho, motiva fortemente no intervalo e no pré-jogo, fazem dele um líder natural que deve ser o detentor da titularidade por direito. E, depois do brilhante jogo em Braga, ficaria um certo amargo na boca se tal não se verificasse. Mas, insisto, compreenderei a decisão de JL, seja ela qual for. Aceitam-se as duas.

Se é verdade que isto já é um bom sinal, que não somos tão indiferentes, ganhamos uma batalha mas não ganhamos a guerra. O respeito e o medo que têm de ter de nós deve continuar a contundentemente mostrado no Domingo, e temos de partir da clara noção de que Capela não é um Cospe, e vai ser ainda mais insidioso e maquiavélico. Jogaremos contra 14 para venceremos esta batalha com Raça, Orgulho, Determinação e Querer. Contra tudo, contra todos e contra tolos.


Convocados: Fabiano, Helton; Danilo, Ricardo, Alex Sandro, Jose Ángel, Maicon, Indi, Marcano; Casemiro, Herrera, Oliver, Ruben Neves, Campaña; Quintero, Quaresma, Cristian Tello, Jackson, Gonçalo Paciência.

A minha equipa provável (4x3x3): Helton; Danilo, Maicon, Indi, Alex Sandro; Casemiro, Herrera, Óliver; Quaresma, Jackson, Tello.

(Já agora, adorei ver os "queridos" do MaisFutebol, depois de uma hora a falar do zbordem, outra meia a falar da boa venda que foi Bernardo Silva e a justificar o óbvio desinteresse do chiclas em tudo o que é benfas, a passar ao lado do jogo de Braga, com Barbosa a dizer que parece que haveria erros de arbitragem, que as atitudes de expulsão não se justificam e Nuno Madureira a dizer que a atitude de Antero é uma vergonha e não deve acontecer. Um beijinho fofinhos, não sei como a C. ainda vos fala.)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Na Ordem do Dia

Ontem o nosso "querido" foi embora. E lá estava a representação dos clubes, incluindo o nosso, mas foi claro o contraste entre a bonomia do senhor Carvalho e do senhor Vieira, entre beijinhos e abraços, e o constrangimento desconfortável de Antero Henrique. Ainda bem. Se a ideia, como circulou, era a estabilidade para poder dar uma imagem de pacificação e salvar a Liga de Clubes, porreiro. Assim o amiguismo sulista volta (isto é, o zbordem a curvar-se para o benfas) e nós poderemos soltar-nos do nosso agrilhoamento sufocante. Estará então de volta o nosso mui nobre e raçudo FC Porto, como a generalidade da Bluegosfera e o nosso Brasão Abençoado (via Tomo II) clama, ainda bem a tempo de reclamar como nosso o Título Nacional e, este ano, apenas como ponto de Honra, a Taça da Cerveja. Este ano tem de ser, deve ser, é elementar que seja nossa. Que a sempre benta "Santa Aliança Sulista" se mantenha, matando dois coelhos de uma só cajadada : o verde é sempre comidinho pelo rubro e dá-nos a força galvanizante para lhes rebentar a moral. Poderemos ainda contar com os seus pecadozinhos deliciosos - a vaidade e a soberba. Já está ganho, não está? Óptimo. A ver vamos. Eu acredito muito fortemente que lhes vamos mostrar que isso não é bem assim, Com a Chama Portista nas veias dos nossos jogadores.

Adrián López lesionou-se gravemente desta forma, que levará a cerca de mês e meio de paragem. Rapaz, deixa-me dar-te um conselho. Vai a Compostela pedir protecção a Santiago, benze-te bem benzidinho porque isso já não é normal, afasta daí as invejas e os maus olhados, e depois descansa e põe essa cabeça em ordem nas tuas Astúrias, volta com a cabeça fresca, no lugar e com confiança, que este lugar recebe bem quem luta e deixa tudo no campo. É um absurdo que alguém que tem os pés que tu tens, o teu sentido posicional e essa fabulosa desmarcação, seja essa sombra de gente por falta de auto-estima. Se quiseres o numero de uns bons psicólogos diz, pá! Conheço gente que te põe fino num instante. Mas entretanto temos aqui um problema. Gonçalo Paciência não pode ser a única alternativa a Jackson. E os extremos? Temos Ivo Rodrigues, mas teremos mesmo mais alguém para colmatar um Quaresma E um Tello ao mesmo tempo? Não estou de acordo com ir buscar mais um avançado ao estrangeiro e saturar o caminho da formação. Espero que isso não seja verdade. Mas a pior notícia é mesmo para Adrián. Tic Tac Adrián! Tens de te mexer e voltar confiante, ou perdes o comboio. E entretanto, temos valores que chegue na formação para não termos de pôr os médios nas alas. E não acredito que tenhamos margem para ambientar mais ninguém. Se esse for o caminho, não concordo com ele. Buscar um dos nossos emprestados, Ghilás, por exemplo - porque não - ou ir motivar um André Silva que marca muitos e bons golinhos. Julen, tu é que sabes, mas chega de gastar dinheiro, acho eu. E de "dar a conhecer o campeonato português". A esta altura do campeonato, literalmente, seria suicida.




quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

¿Nos Vamos, Quieres?

A frio, vamos a esclarecimentos cabais. O que ontem aconteceu foi muito mais do que um jogo. Foi a demonstração de que o FC Porto vive e respira. Que tem raça, querer e atitude. Mas também é a prova mais que provada de que Julen Lopetegui é o homem certo no lugar certo. O que Lopetegui fez no nosso FC Porto até agora foi mais do que excelente - foi um verdadeiro milagre. No ano passado, a Galinha Fonseca destruiu, pulverizou, implodiu com uma equipa que vinha sendo formada há anos. Com jogadores da casa que sabiam muito bem o que era - ou devia ser! - Ser Porto, mas cujo sistema de jogo e pura teimosia levou a uma derrocada. Não acredito que ninguém, depois da vergonha que foi a nossa equipa, a meados de Maio, acreditasse no que vemos agora em Janeiro. Não se viu só Raça e Atitude.

Viu-se processos solidários em que cada jogador pensava no colectivo, sem olhar a restrições de posição no campo ou a se ficam ou não bem na fotografia. Viu-se todos a atacar, todos a defender. Vi um central a correr campo fora como se fosse um 8, apenas e só para ajudar os colegas a reposicionarem-se no campo, vi um miúdo a jogar como um tipo de 30 anos, agarrado estoicamente à perna a coxear - este será um dia nosso Capitão -, vi um jogador que fez três jogos pela equipa principal a cair em cima dos árbitros como se fosse Portista desde pequenino. Vi solidariedade, união, espírito de equipa, Ser Porto. Não vi um que baixasse os braços ou se intimidasse pela mudança forçada de sistema de jogo, com a lesão - espero que não grave - de um colega, à expulsão de dois, à inferioridade numérica. Até vi um delicioso arrufo com os bons velhos empurrões a dizer " Que é que tu queres, pá?". Vi um Capitão cheio de Mística e de força, a comandar a tropa, a organizar e a incentivar. Vi um dirigente, quem sabe futuro Presidente, a reagir à Porto contra quem nos quer prejudicar. Vi um Presidente a regressar com toda a sua contundência e a moralizar e galvanizar, para sempre, a partir de agora, tenho a certeza, as suas tropas. Vi uma massa adepta em delírio, no campo e no Dragão. E vi um superior treinador a dizer ao quarto árbitro:

"¿Nos vamos, quieres?"


Raiva, fúria, intensidade, união, colectivo, protagonismo. O Futebol Clube do Porto a partir de agora. Não esquecer, ontem jogaram as segundas linhas. Segundas linhas que demonstram que o sistema de jogo é muito mais importante que o valor individual. E isso deve-se a Julen Lopetegui Argote. O homem que soube recuperar, em 6 meses, duas equipas. Porque nem um só jogador de ontem ficaria mal a titular. Um. E para mim, agora, Lopetegui só tem um desafio:

Mister, tem coragem para não convocar o Capitão? Eu acho que ele não merece uma coisa destas. Se alguém demonstrou estar pronto para a titularidade, foi Helton Arruda.

Viva o Futebol Clube do Porto.

P.S. 1 -  O nosso amigo dos casacos da cor do arco-iris não desilude. Entre uma careca e um poio na cabeça, a diferença também não é muita. O comentário final de Jorge Coroado é que foi mais intigante.

P.S. 2 - A todos os srs Anónimos - sempre gente que não assina um nome sequer, tal o grau de assunção das próprias ideias - que aqui vem dizer que, mesmo assim, acham que jogamos mal, lhes digo: mudem-se de clube. Se isto não é o Futebol Clube do Porto, não sei o que será.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Empate Com Sabor a Vitória e Cheirinho a Arruda!


Hoje fomos Porto! Contra esta roubalheira deste Cospe Machado, um grupo unido, fechado, coeso, uma EQUIPA, que mostra que este Futebol Clube do Porto é, contra a conversa fiada e mole de quem passa a vida a falar da mística passada, se esta não é a Mística e a Raça do Futebol Clube do Porto, não sei o que será! Continuem, massa assobiativa, a criticar este e aquele detalhe, a dizer que este FC Porto dá sono e que não vale nada! Somos PORTO! Somos mais Guerreiros contra todas estas adversidades e esta ROUBALHEIRA!  E, depois de hoje, tenho a certeza de que o que não nos matar, tornar-nos-á mais fortes!

GOLOS

Helton - Mister, este FC Porto é o meu, o seu, o vosso, liderado pelo Bom Capitão! Pode dar-lhe mais um pouco para recuperar ritmo, mas Helton tem de voltar a ser o número 1. Que parede! Que classe! Encheu a baliza, hoje a bola só entrou de penalty - que não foi! - e mesmo assim, por muito pouco. Este Capitão é superior, o maior, a Mística!

Todos os jogadores - Perdemos Adrián López por lesão, perdemos Evandro estupidamente expulso, perdemos Reyes quando Tiago Gomes acabou o encontro. Mas ganhamos uma equipa. Uma equipa da qual eu me Orgulho. E recuperamos a confiança do nosso Bom Capitão. Todos - sem excepção - foram excelentes. A prova de que o FC Porto tem uma Grande Equipa. Que noite gloriosa, aquela onde soubemos resistir dignamente! Estão todos de parabéns!

Julen Lopetegui - Este homem é um senhor! Não é Lolpetegui, nem Lopatêgo, nem coisa nenhuma! Este homem recuperou uma equipa em frangalhos, uniu-a, tornou-a sólida, combativa e forte! Quem não gostar, paciência!

Pinto da Costa -  Será esta a gota que fez transbordar o copo, mas temos de volta o Nosso Grande Presidente! E palavras para quê. É o Nosso Grande Presidente!

Antero Henrique -  Quem não se sente não é filho de boa gente. Vendido? Nem pensar!

Super Dragões - Onde quer que joguemos, jogamos em casa! Obrigado por estarem sempre lá!

FALTAS

Cospe Machado - Palavras para quê. É um artista português. Não foi um campo inclinado, foi uma contagem de montanha.

Comentários da TVI - Tendencioso é uma palavra muito molinha para definir esta coisa. E meu caro amigo, não é Campana é CAMPAÑA! Ñ lê-se nhe!

Mas eu agradeço publicamente por uma coisa que estava à espera - quando se iriam esticar demais. E aconteceu. E na tvi24 podem "analisar" o que eles quiserem - o algodão não engana. Graças a vocês, os nossos jogadores souberam o que é Ser Porto! E agora, contra tudo e contra todos e contra TOLOS ninguém nos vai parar!


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A/C Estrutura Directiva do Futebol Clube do Porto


Exmos, srs. da Estrutura Directiva do Futebol Clube do Porto,

O meu nome é Jorge Vassalo, tenho 36 anos. Sou adepto há cerca de 30. Associado desde Junho, a cumprir um sonho antigo. Este ano, felizmente, tenho podido ver a maioria dos nossos jogos in loco no Dragão. Tenho muito orgulho na equipa por Vós montada, no treinador escolhido pelo Nosso Grande Presidente, e por todos os jogadores da nossa equipa, que apoio incondicionalmente. Tenho algumas objecções pontuais, que construtivamente critico. Mas estou com o Nosso Grande Clube de uma forma completa, total e absoluta. Felizmente, nestes últimos meses, vejo que não estou sozinho nesta demanda. Tenho tido a felicidade de conhecer muitos Portistas de Alma e Coração, que abdicam do seu tempo pessoal e familiar para estar com a Equipa, apoiar e incentivar contra os nossos adversários.

Gostaria de relevar que deve ser para eles, para nós, que o Futebol Clube do Porto deve trabalhar. Somos nós que Vos alimentamos, assim como as Vossas vitórias e conquistas nos alimentam. E estamos, nós, adeptos, muito orgulhosos por isso. No meio desses muitos Portistas que conheci, tive a felicidade da amizade de três dos melhores. Eles deram-me o "bichinho" da bluegosfera. Decidi eu, por pura carolice e Amor Azul e Branco, fazer este meu blog, ao qual tive uma resposta muito maior e melhor daquela que esperava. E isso demonstra o quanto há Amor Azul e Branco na massa adepta à Vossa volta.

Escrevo-vos esta carta aberta porque estou agastado com o Vosso silêncio. No meu entender, a Nossa Grande Equipa está neste momento a praticar um futebol magnífico, sólido, em verdadeira equipa, com Raça, Querer e Atitude. E isso é reconhecido pela generalidade dos adeptos e associados. Não me passaria nunca pela cabeça ser crítico do Nosso Grande Presidente, de quem admiro ainda, do alto dos seus 77 anos e de ter conquistado tudo o que seria conquistável nesta belíssima modalidade, a ambição de ainda querer mais. A ele devemos tudo, por ele daremos tudo também. Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa é, para mim, absolutamente inatacável. Merece, há muitos anos, fazer o que lhe apetecer. Falar, não falar, decidir, não decidir, ver treinos, não ver. Cada uma das suas acções é por nós admirada, nenhuma lhe exigimos.

Estamos, no entanto, agastados. Sinto-me, pessoalmente, agastado com o Vosso silêncio. Queiram desculpar-me, não vejo que mais possam fazer os jogadores, se estão a jogar um campeonato viciado, condicionado, e de vencedor atribuído. Espanta-me que Vós não tenhais a mesma Força, Luta e Garra que a Vossa Grande Equipa na defesa da mesma, em denunciar estes abusos e estes condicionamentos disciplinares, entre outros. Se estais a ser ultrapassados ilegalmente, reagi! Estaremos convosco nos protestos por vós encabeçados! Desculpai-me a franqueza, mas se sois capazes de emitir comunicados - com toda a razão - sobre prémios históricos, porque não reagis no vosso momento contemporâneo? Ainda hoje, mais uma vergonha de uma nomeação arbitral, sem a Vossa reacção contundente, à qual me habituei a ver nos anos 80/90.

Sabemos do Vosso esforço por fazer de nós uma equipa Europeia, aposta claramente ganha, e por mim neste blogue sublinhado. Mas a parte interna é fundamental. Por favor compreendei que a Vossa não-reacção aparente, o Vosso não contacto, nos deixa órfãos de sentido. Sem rumo e sem entendimento não teremos senão confusão e desânimo nas bancadas. Esperamos e rogamos a Vossa forte e contundente reacção para nós encher a Alma e saber que Lutamos juntos.

Estou e sei que a maioria está connosco, CONVOSCO ATÉ AO FIM, VÓS SOIS O NOSSO AMOR.

Com a Chama do Dragão,

Vosso,

Jorge Vassalo

Duas Cartinhas e Umas Notazinhas

Meu caro André Viana,
Que o meu caríssimo senhor seja hispanofóbico, já todos tínhamos percebido no assunto Adrián. Que um responsável de jornal ache um jogador pleno de velocidade e técnica "risível" é extraordinário. Aliás, mostra o quanto vocês estão no FC Quaresma - As notas do jogo do Penafiel mostram-no bem. Eu sei que todos vocês gostavam de uma equipa à Bilbao, todos da casa. Mas tal não é possível ou prudente. Tello já marcou algumas vezes, vai marcar mais. Tem coisas para aprender? Certamente! Ainda não tem a fibra do Quaresma? Tem menos oito anos de idade. O senhor, como muitos outros, acham que a única função de um jogador de futebol é marcar golos. Não é. E não, Brahimi não é assim tão essencial. Aliás, o FC Porto continua a aplicar a mesma chapa com e sem o dito argelino.  Com a garra e a luta de Quaresma, sim, mas também com muita da velocidade e técnica de Tello, que já serviu muito bem Jackson muitas e variadas vezes. Se ele tirou o pé? Tirou. Se eu gostei? Não. Se eu acho natural que a reacção a um batatal e chuva intensa seja a de algum medo sobre a integridade física? Certamente. Vamos pô-lo a si a jogar à chuva e ao frio, a ver se gosta. Aliás, pela mesma bitola, fosse Brahimi mesmo espanhol e, depois do jogo do benfas, teria levado uma esfrega. Porque vós, meu bravo cavaleiro, estais cá para a mui nobre cruzada contra o invasor hispânico, não é verdade? Sinceramente. Já basta de estupidez.

Meu caro Dr. Cutty Sark,
Quero aqui agradecer-lhe publicamente  a sua arrogância e petulância. Eu admiro-o, sabe? Gosto da sua transparência! Gosto tanto da forma como você se cola ao Dr Mãozinhas, deixando este, mais estratega e hipócrita, algo incomodado. Você gostaria de ver aqui os inferiores do Norte nas distritais. Com que então o FC Porto não joga nada e este ano não vai levar nada? Compreendo que o sr Dr ignore que este FC Porto tem o segundo melhor ataque do século. Afinal, o senhor deve ser o paineleiro mais desinformado da História! Você não quer saber de nada! Tem os seus deliria ethilicus e vive rodeado na sua pequena bolhinha de fantasia. Só tem razão numa coisa: atirar à cara de Manuel Serrão que o próprio disse que Lopetegui era "quando muito, um treinador para a equipe B". Equipe, como o sr Dr diz. É bom lembrar ao Serrão que ele já não está na Noite Da Má Língua e que estas frases vem morder o seu próprio rabo. Mas, se me permite, deixe-me explicar-lhe uma coisa: Você ganhou ao FC Porto porque Lopetegui rodou a equipa imenso, não pôs os seus melhores jogadores no 11 e jogou em 4x4x2. Você empatou - e devia ter perdido! - em Alvalade com uma primeira parte do pior que vi do FC Porto e com um sistema e 11 completamente novos. Meu caro amigo, você, inclusive, jogou contra um treinador que nem percebia nada do que estava aqui a fazer, o que significava ridicularizar o seu zbordem. Mais! Os superiores azares de Marcano não se vão repetir, Jackson não vai estar desacertado com a baliza e, principalmente, não vão os jogadores do FC Porto estar a pensar no jogo da Champions da quarta-feira seguinte. Devo até dizer-lhe que, quando nos enfrentarmos, vocês já estarão animicamente em baixo e, provavelmente, com um treinador novo, ou então, ter-nos-ão dado uma superior alegria - que eu duvido, porque vocês sentirão o colinho também. Só há uma equipa com quem o benfas joga encolhidinho - nós. Meu caro amigo, para terminar, vou ter todo o prazer de estar lá quando o mandarmos para o posição de nem sequer possibilidades ter de ir ao Play Off da Champions League. O senhor, o seu Tanaka, o seu Mini Messi, e o seu choradinho, vão sentir, com toda a força, o Fogo do Dragão. Espero que Lopetegui o tenha visto a falar ontem. Era uma boa lição sobre "O que significa ganhar ao zbordem". Passar bem.

Uma breve nota para falar de um assunto que, para mim, é relevante. Aparentemente, El Comandante já não vai para o Sevilla porque prefere ficar no Al Rayyan para que lhe paguem os salários em atraso. Isso mesmo, salários em atraso. Meu caro Comandante, és o meu jogador preferido de sempre do FC Porto, o que mais apreciei ver jogar pelo talento e postura, mas partiste-me o coração há um ano atrás. Não sei se foste atrás de dinheiro, mas aqui tinhas uma casa, uma família de adeptos que te deixava liderar. Agora, um dia espero-te ver como técnico por cá. Mas, tal como Villas-Boas, terás que esperar a tua vez. E tu, Silvestre, que contavas e bem para Lopetegui, que poderias até ter sido Capitão da nossa equipa e jogar, finalmente, num colectivo que tirasse de ti o bom rendimento, foste atrás de miragens para Inglaterra, jogar no muito inferior West Bromich Albion. Lesionaste-te. Feio. E agora vais para o Parma. Uma equipa longe, muito longe, do FC Porto que te apreciava. Deviam ter perguntado a Capucho, Falcao ou muitos outros jogadores Portistas: Depois de sair desta casa, dificilmente voltam a ser tão felizes.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

História e Contemporaneidade


Sempre tive amigos e amigas mais velhos. Desde pequeno que me fascinam as histórias que se contam, e granjeio um profundíssimo respeito pela capacidade de luta e reacção de cada uma delas. A sabedoria inerente de cada uma das histórias trazia consigo uma endurance daquilo que se foi repetindo, sem o fervor da novidade e sem a ânsia daquilo que se desconhece. Sou profundamente grato a toda a lição de vida de cada uma delas, em áreas tão dispares como a Arte, a Cultura, a Filosofia ou a Ciência. Também no Desporto, fui sempre um ávido ouvinte das histórias do meu tio-avô "Garrincha", cujo verdadeiro nome nunca cheguei a conhecer, e o seu Portismo contra-corrente, assim como das histórias do meu primo Zito, o maior dos responsáveis pelo meu Portismo, com os seus álbuns de cromos de tudo o que era o FC Porto dos anos 80. Presentemente, o fantástico blog Memória Portista faz-me perder vários minutos a conhecer o legado Portista e a luta que sempre significou mas, mais importante do que todos os outros, a prezada amizade do senhor Vila Pouca, do Dragão Até à Morte, é uma que por um lado me enche de gratidão e por outra de admiração. O que mais admiro no senhor Vila Pouca é que nunca ouvi sair da boca dele a frase "No meu tempo é que era bom". As histórias que bebo nos minutos que ele me presenteia antes dos jogos são fascinantes porque fazem uma admirável - e rara - ponte perfeita entre a Memória, o Legado, e a Contemporaneidade. E por tal lhe agradeço, e por tal o admiro.

Serve esta introdução para falar do meu profundíssimo desgosto e tristeza ao ouvir ontem à noite, no Play Off, o grande Capitão Rodolfo Reis. No final da emissão, Rodolfo foi absolutamente demolidor. Olhos na câmara, o histórico Capitão discorreu maravilhosamente na defesa do seu clube do Coração e da forma ignóbil como os seus foram tratados na Gala da FPF e teve também uma palavra que eu subscrevo em absoluto para Vitor Baía, a mostrar o quanto este se vendeu àqueles que tão mal o trataram no seu tempo. Rodolfo diz, e bem, que se fosse hoje não defenderia Baía com o mesmo afinco. Onde a porca torce o rabo é em todo o resto da emissão. Que Manuel Fernandes ache que o FC Porto joga mau futebol, é-me totalmente indiferente. Diz Manuel Fernandes que nós jogamos muito pastosamente, sem eficácia, que não há futebol directo. Para Manuel Fernandes, futebol bom era o "vamos-prá-frente-que-logo-se-vê", sem o apoio e a ligação total que temos hoje em dia, que, para ele é "mau futebol", Mas com isso estou bem, e com a natural fuinhice de Simões, que naturalmente aproveita o autocarro para se mostrar "confuso". Estou mal e triste foi ouvir o Capitão dizer que concorda! Que o FC Porto não tem raça! Que não tem Capitão! Depois do jogo de sábado! Diz ele que nós gostamos de jogar de jogar de luvinhas, muito rendilhadamente e sem força. Meu caro Capitão Rodolfo, que tristeza me causa a sua opinião. Especialmente depois de ele ter tecido longas loas ao futebol "magnífico" e "apoiadíssimo" do benfas e dos seus jogadores. Fica patente o seguinte: Para Rodolfo Reis o Futebol Clube do Porto acabou com a demolição do Estádio das Antas. Tenho pena. 


O futebol do FC Porto, meu caro Capitão, é, segundo a insuspeita Travessa da Queimada, o segundo melhor ataque do século. Meu caro Capitão, o futebol "magnífico" do benfas, no sítio de todas as provas dos 9, na Europa, só não se demoliu contra uma equipa treinada por um treinador português, se calhar também com o "bom futebol directo" de tal agrado para Manuel Fernandes. Que o, digamos levemente, seu "atrito hispânico" lhe tolde a visão sobre o melhor futebol dos últimos anos, deixa-me de coração partido. Sobretudo, meu querido amigo, porque o Manuel Cajuda soube defender este FC Porto melhor do que o meu Capitão. E mais. Jogar naquelas condições sub-futebol com a garra, força e luta da generalidade dos jogadores é, para mim, Mística. Mistica essa que Rodolfo Reis achará que terminou algures em 2004, por ventura. Tenho pena que o FC Porto, para si, já nada signifique.

Deixe-me só relembrar-lhe que a equipa que você tanto admira agora devia ser o seu principal rival. Deixe-me dizer que o treinador que você tanto elogia é um escroque de ser humano, e a forma deselegante como ele ganha, é merecedora de, como diz o Papa, "um murro na cara" por parte de Leonel Pontes. Um absurdo. Uma tristeza. Tenho pena. Mas já entendi o pensamento de muitos Portistas. Que, para eles, o FC Porto não existe. Eu, por meu lado, acho que ele está a ficar muito bom. Opiniões.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Coisobol Aquático

Absolutamente inadmissível este jogo. Isto o que é, este lamaçal. Não é possível pensar em chamar "futebol" ao que se passou aqui hoje. De louvar a insistência dos nossos jogadores à procura do golo, naquilo que foi o possível. A história deste jogo conta-se em poucas linhas: obviamente uma das equipas habituadíssima a esta.. coisa... onde se "rolou" a bola. Além das dimensões absurdas do campo, a completa impossibilidade de jogar o nosso futebol deu uma luta muito mais de esforço físico do que futebol jogado. Marca-se um golo por pura "fura-fulhice" de Casemiro, que não está fora de jogo, e Herrera empurra, felizmente, certamente porque se lembra do jogo do Boavista em que Brahimi não chega à bola e ao golo, mais ou menos pela lama que ali estava junto da baliza. Um golo legal, admitido pelos próprios reporteres da SportTV, Lobo incluído. Ilusões de óptica dão parvoíce. E nem se atrevam os rubros, tão ostensivamente levados ao colo, de abrir a boca. Ganhem vergonha na cara antes de falar.  A insistência, sempre a insistência dá a Óliver - este rapaz é incapaz de jogar mal - um óptimo cruzamento, numa daquelas raras jogadas em que se conseguiu ter algum futebol corrido. Uma primeira parte de domínio total Portistas. 

Na segunda parte o Penafiel aproveitou o facto de S. Pedro ter transformado futebol em futebol
aquático e pressiona naquela porcaria a que eles chamam de campo. Um erro estúpido de Danilo dá um livre à entrada da área, e aí volta a tradicional oferta Portista aos adversários, o Dumb e o Dumber atrapalham-se e a eficácia contra o FC Porto tradicional faz a bola chegar a Rabiola e este aproveitar. O FC Porto reage, hoje contando com um bom Tello e a força pujante de Jackson, Lopetegui inteligentemente coloca o Marcano e depois o Evandro, e Jackson acaba por entregar uma bola na linha a Casemiro e este a Óliver que resolve o jogo. De resto, piscinas de crawl e de bruços, com um bocado tractor à mistura. Uma vitória natural da melhor equipa, onde o verdadeiro adversário foi a lama.

GOLOS

Óliver - O pequeno maestro insiste, luta, não há terreno nem impedimento para este rapaz. Toda a bola é jogável, não há luta demasiado grande, não há bola impossível de chegar. Controle absoluto, solidez impressionante, sabedoria de jogo e um GPS posicional irrepreensível. 19 anos. Impressionante. Será um dos melhores do mundo certamente.

Tello - Que jogaço. Merecia o golo que lhe foi negado. Foi a tudo. Tudo. Capacidade de luta, velocidade, força, reacção. Este Tello só tem de ser mais frequente. Se ele jogar sempre assim, vai ser imparável.

Jackson - Uma besta, no bom sentido. Força, raça, tremenda entrega. Um Capitão a ser Capitão pelo exemplo mais que pelo discurso. Absolutamente indispensável.

FALTAS

Falha defensiva na bola parada - Uma tradição. Ou se trata da defesa posicional ou se melhora esta marcação. Atrapalhações de posição dão nisto. Disparates sempre aproveitados por outros.

Relvado - Relvado? Lama! É inadmissível equipas de Primeira Liga nestas condições. Inadmissível. Um terror. Assim não se joga futebol. Joga-se coisobol.

Ai Não É Complicado?


De volta ao campeonato, hoje é dia de Penafiel. Um jogo muito complicado, sim. Eu sei que muitos adeptos dão tareia em Lopetegui por causa dele dizer que todos os jogos são complicados. Em primeiro lugar, defendo essa atitude porque não é sobranceira. Não põe os jogadores a pensar que os jogos estão no papo. Não estão. Em segundo lugar, neste futebol hiper-defensivo de 90% das equipas portuguesas, o jogo é de saca-rolhas. Destapar o sifão. Abrir o buraco. Nunca Lopetegui diz que somos inferiores ou sequer iguais ao Penafiel. Mas é preciso ver que uma equipa quer só pontuar e a outra quer ganhar. De volta o onze habitual, o melhor, o mais fluído, mas como Lopetegui diz, e bem, preocupa mais o estado da relva (lama?) do que qualquer sistema de jogo. E as dimensões do campo. Mas atenção, nada de subestimar o Penafiel, equipa a que o nosso rubro rival só conseguiu vencer expulsando ridiculamente Tony. E o seu treinador conhece bem a nossa casa. Rui Quinta está a recuperar a equipa e foi adjunto de Vitor Pereira.

Quiñones não joga. Evidentemente que tal já foi empoladito pela comunicação social e pelos adeptos rubros. Curiosamente, a saber, Quiñones saiu lesionado, justamente contra o benfas. E não jogou contra o Gil Vicente, Mas não importa. Mesmo que fosse por mera opção, Quiñones é um jogador emprestado pelo FC Porto. E eu defendo que emprestados não devem, de todo, jogar contra as equipas que lhes pagam o ordenado. É um absurdo tautológico e nem sequer faz sentido psicologicamente que um jogador que tenha ambições dentro do seu clube de formação e com o qual tenha contrato, seja obrigado a prejudicá-lo. Pode não o conseguir fazer. Mas o caso de Deyverson e Miguel Rosa, ao qual eles querem colar este para se safar não é o mesmo: estes não são emprestados. Ganhem vergonha na cara.

(agradeço a imagem à ©Tertúlia Portista

Convocados: Fabiano e Andrés Fernández; Maicon, Marcano, Quaresma, Jackson Martínez, Quintero, Danilo, Martins Indi, Evandro, Adrián López, Ricardo, Campaña, Alex Sandro, Óliver Torres, Casemiro, Tello e Herrera.

A minha equipa provável (4x3x3): Fabiano; Danilo, Maicon, Indi, Alex Sandro; Casemiro, Herrera, Óliver; Quaresma, Jackson, Tello;

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FC Porto, O Lord Voldemort Português



Assiste-se, nos dias que correm, a uma coisa extraordinária. Uma táctica nova. Quando a história da fruta já colhe menos, eis que se muda de estratégia. A estratégia passa a ser "shhhhh, cala-te pode ser que ninguém dê por isso". Na semana passada - não tive estômago ou disponibilidade para ver o desta semana - no Grande Área, Manuel Cajuda contrariou, em directo, a paineleirice que queria apenas falar a correr do FC Porto, com dois soundbytes: O primeiro, que Yacine Brahimi era pedra fundamental no FC Porto e o segundo que o FC Porto não estava a jogar bem, que era uma grande desilusão e que ficava a anos-luz das invenções do grande mestre da chiclete. Cajuda corta a frase ao benfas de Paredes e diz; 

- "não, olha que até me está a surpreender. Tem o melhor ataque e a segunda melhor defesa. E só é a segunda melhor porque perdeu com o benfas"

O benfas de Paredes tem uma paradinha misto entre implosão cerebral e fúria contida e diz:

-"Sim, mas sem Brahimi nota-se que não é a mesma cois" 
- "Não acho" , interrompe Cajuda, "tem plantel que chegue para suprir as difiul.."
- "Vamos avançar" , interrompe o moderador, "Cristiano Ronaldo..."

E assim vão as modas dos programas paineleiros nos dias que correm. Não se pode falar sobre Aquele-Que-Não-Pode-Ser-Nomeado, qual Voldemort no Harry Potter. Se tal acontecer, se se conseguir ir ignorando, falando do FC Porto de passagem, talvez se consiga convencer as pessoas de que o FC Porto nunca existiu. Que as vitórias são inexpressivas e o jogo fraco. Que não fazem senão ter um futebol sofrível. O curioso é que sim, chegam a convencer alguns dos nossos adeptos, que fará os adeptos dos outros clubes. Mas o interessante é que até à lavagem dos cestos é sempre vindima e que, jogo a jogo, vitória a vitória, se vai sempre construindo uma equipa, no meu entender entrosada e unida, onde o colectivo se sobrepõe ao individual. E onde a novel ideia de jogo já está a germinar e a dar o seu fruto, e inclusivamente possui já uma ramagem forte que permite a potencialização do individual também. Uma ideia de futuro. Como todas as ideias de futuro, fortemente incompreendida no presente. Porque há coisas que não são sopa instantânea. E toda a boa evolução é necessariamente lenta.

Nos programas de paineleirice, vêem-se as coisas pelo lado que interessa: o da hipnose colectiva. O senhor Nunes, no 4x4x3, diz que o benfas está a jogar o melhor futebol da temporada, análise feita com base no jogo com o Arouca, convenientemente ignorando o facto do Arouca também ter jogado com algumas segundas escolhas e estar a jogar como o benfas está habituado, ou seja 14 contra 10, desde o minuto 29. Esse é o grande benfas. O delírio continua, com o senhor Tovar a dizer que "Jesus construiu um benfas com uma forte dimensão europeia" sem se rir, e depois, no extraordinário tempo de  2:47 minutos que se falou do FC Porto a dizer que "hehehe, não, hehehe nenhum dos grandes foi beneficiado pela arbitragem".

Este é o futebol que temos, onde somos ignorados nos prémios da FPF (análise superiormente feita por Vila Pouca aqui) e, onde se demonstra, estatisticamente, na Football Talks, que a classificação devia estar invertida. Enfim, só resta fazer o nosso caminho. Mais, o FC Porto acaba de escrever um comunicado onde sublinha isso mesmo, que ninguém aqui anda a dormir. Pode-se ignorar muito, mas estamos cá e não fomos a lugar nenhum. E respondemos com vitórias ao faz-de-conta dos outros.

Subscrevo integralmente o que diz Pedro Marques Lopes, também legível no link do Dragão Até à Morte que pus acima, especialmente no caso do Quaresma, quase ipsis verbis do que tenho escrito no blog.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A Sacrossanta Fruta

Acho que não existe nenhuma adepto Portista que nunca tenha ouvido associado a si e aos seus a palavra fruta. Anos e anos de acusações de corrupção. O interessante é que, no meio de tudo isto, ficava subjacente a ideia de que não era prática corrente e modus operandi completamente transversal. Que fique desde já completamente claro que não subscrevo estas práticas para nenhum clube. No caso do FC Porto foi particularmente estúpida essa acusação isolada, uma vez que, no ano a que se reporta a questão, o FC Porto foi esmagador, o ano de todas as conquistas, o ano de Mourinho. Agora vem a luz uma notícia interessante (obrigado pelo link, Paulo Azevedo) que mostra que, afinal, o sacrossanto clube tem uma folha sujinha, sujinha. Como quem não tem vergonha, todo o mundo é seu, e estas notícias não passam de notas de rodapé, cá vamos cantando e rindo. Mas importante relevar que isto não vai passar em nenhum "Tempo Extra", nem nenhum outro programa paineleiro. E porquê? Por uma razão muito simples - não interessa que se saiba que o exemplar benfas é um clube cheio de expedientes manhosos para fazer as coisas simples, que nunca foi nada a nível Europeu desde que o futebol se profissionalizou a sério e que não tem capacidade ou estaleca para sequer se pensar nesse modo. Quando se chega ao ponto de ouvir, como ouvi na semana passada, da boca do senhor Nunes, que o "FC Porto tem a desvantagem de estar na Champions", está tudo dito. Desvantagem? Desculpe? Desvaloriza-se, por ser o FC Porto, uma questão que seria como a reinvenção da roda se fosse nalgum clube do Sul. Para outros, a excepção, para nós, absolutamente natural. Uns empolam finais perdidas, outros ombreiam com os grandes Europeus. 

E por falar em sacrossanto, que dizer de todo este palerma empolamento da questão do Eusébio na
manta dos Super Dragões no sábado? E a águia vitória, já agora? Eusébio da Silva Ferreira era um nome associado aos 3 Fs de Salazar: Fátima, Fado e Futebol, Em todos estes domínios, o Estado Novo exercia a sua influência, como bandeira propagandista do regime. As vergonhas que se passavam em jogos Calaboteiros e outros, tinham não só a conivência da imprensa mas o beneplácito governamental do Regime. Mas oh meu Deus, a heresia de ter desenhado o Eusébio. Meus amigos, na manta está, e bem, Eusébio, por ele ter sido um símbolo de mais de 50 anos de sistema. Sistema esse que se está a levantar de novo. É espantoso. Em três programas paineleiros, a saber o Play-Off, o Prolongamento e os Grandes Adeptos da Antena 1, se repetiu o mesmo discurso, sincronizado ao milímetro. Dizem os sacrossantos que nós temos direito à nossa criatividade, politicamente correcto Je Suis Charlie, mas que o Eusébio é que não. E isto é sintomático em relação ao cuidado com que se prepara toda esta paineleiragem. E de como a nossa Estrutura está passiva. Assim, não vamos lá.

Mas lindo, lindo foi ver o retorno da velha senhora ao ver o Dr Cutty Sark a defender o Mãozinhas acerca da honra do Eusébio. Apenas demonstra o quanto somos incómodos a esta gente que se acha superior e nos tenta inferiorizar constantemente, para que tudo retorne aos "bons velhos tempos" e eles possam ter o seu campeonatozinho na segunda circular. Não vai acontecer, senhores!

Kelvin foi para o Palmeiras por um ano. Acho muito bem. Nesta casa ele está associado a um momento muito feliz, mas que estou em crer que não o ajuda a evoluir como jogador, por algum deslumbramento ou expectativas altas, suas e dos adeptos. Espero que retorne um jogador mais maduro e de equipa, o talento está todo lá e o bom futebol nos seus pés. Um pouco mais de cabeça não fará mal nenhum,

Outra notícia que abalou o meu coração azul e branco foi saber que o Comandante pode ir para o Sevilha. Bem sei que temos Óliver, Evandro e Herrera, por ordem da minha preferência, para a posição 8. Mas o grande Comandante na sua posição natural era o icing on the cake nesta equipa - a voz forte de dignidade e respeito que vai faltando. E, afinal, parece que não está tão velho como isso! Podemos desviá-lo?

Vocês São Uma Vergonha




Tenho 36 anos. Sou adepto do FC Porto há cerca de 30. Tive o prazer de ver algumas das melhores conquistas do Nosso Grande Clube. Nunca tive senão orgulho de ser adepto Portista. Até ontem. O que ontem vi no Estádio do Dragão não lembra ao Diabo. Não acredito ainda sequer. Cada toque mal recebido por Adrián, cada passe falhado, um coro de insultos. Insultou-se mais Adrián Lopez do que a arbitragem horrível do coisinho. Insultou-se mais Adrián do que a forma hiper agressiva com que os jogadores da União da Madeira partiam para cima dos nossos. Vocês, do FC Quaresma, do FC Quintero, a quem, incidentalmente, e bem, perdoam a falta de entrosamento num 4x4x2 (ou o que raio foi aquilo!) e alguns passes falhados e cruzamentos em direcção a Vila Nova de Gaia, são uma vergonha. Mas eu cansei de falar de Adrián. Nem sequer é o meu jogador preferido deste FC Porto. O meu MVP é sempre Óliver. Um miúdo de 19 anos que é, literalmente, o pêndulo da equipa, o equilíbrio, a base. Sem este tudo fica desorganizado. Não sou do FC Adrián. Sou do FC Porto. Mas, não se esqueçam, vocês estão a insultar um jogador que já fez 3 posições, que se está a adaptar, que nunca foi um 9 puro, e principalmente, que é, supostamente!, da vossa equipa! Mas não me preocupa, porque aquele que realmente importa, o treinador, tem uma opinião bem diferente: "Adrian sem intensidade? Não concordo com essa opinião.  Não teve muita sorte no momento da finalização, mas jogou com velocidade e intensidade." E isso prova que para ele, Adrián - e bem - conta. E vocês, adeptos de pacotilha, tolerantes com quem já anda aqui há anos, intolerantes para quem veio de uma realidade diferente e precisava do vosso apoio e de tempo, são uma vergonha. E eu não vou mais falar sobre isto. Cansei.


Uma noite finalmente amena e agradável, não propriamente tropical, mas já não gelada, trouxe-me uma excelente surpresa - a magnífica companhia do João e da Ana Neves, adeptos premium do FC Porto, que dão o verdadeiro apoio e estão presentes em todas, daqueles que, esses sim, mereciam um Dragão de Ouro. Viu-se o regresso de Helton, de quem falarei mais adiante, e um onze muito próximo daquele que tinha alvorado, excepto que em 4x4x2 com a inclusão de Campaña. Este 4x4x2 atrapalhou os jogadores, a fazerem constantemente as mesmas posições e a atropelarem-se a cada 3 passes. A rever. Noite de 2 golos de belo efeito e de um penalti que veio como prémio de já-chega-de-cacetada-que-eu-já-tou-a-ganir, serviu para o que serve a Taça da Liga - fazer experiências ganhando. E incluir Ivo como opção válida. Pena que Gonçalo Paciência não tenha entrado. Teria favorecido todos.

GOLOS

Helton e a Capitania a sério - Não acho que tenha culpas no golo, que não merecia ter sofrido. Teve uma defesa superior à Helton. Teve um livre das coisas mais estúpidas de sempre, uma vez que Reyes toca a bola em atraso, felizmente sem consequências. Mas, especialmente, uma voz de comando a vir de dentro do campo foi uma coisa que me deliciou ouvir. Gritos, incentivos, direcções. É isso que falta no FC Porto este ano. Um Capitão a sério. Espero que Helton possa ficar ainda melhor, porque é certo que se sente que a confiança ainda não está lá, natural para quem tem o trauma de uma lesão daquelas. Mas vejo que vai a tempo. Ainda bem.

Quaresma e Quintero para a frente - Grandes ataques, intensidade e fome de jogo, assim é a reacção que se gosta de ver. Muitas vezes sem critério mas com boas tentativas, premiados justamente com um golo de belo efeito cada um.

Evandro todo o terreno -  O lamaçal de jogadores amalgamados no interior só foi ultrapassado pela sua verticalidade e sabedoria de leitura de jogo, com acutilância e força. Um bocado de ordem no meio caos. E, já agora, muito bom saber que há quem marque penaltys.

Óliver - Quando tudo se estava a desacertar mais ainda, a entrada de Óliver deu o natural pendor ofensivo e permitiu organizar menos mal.


FALTAS

A Salgalhada - 4x4x2, 4x3x3 elástico, coiso? Não faço ideia. Sei que, se durante o campeonato falta por vezes presença no meio campo, ontem houve um tudo-ao-molho-e-fé-em-Deus em que tudo subia e descia, que fazia aquele meio campo parecer um trânsito em hora de ponta. Campaña e Rúben anulam-se. Quintero e Evandro não esperam um pelo outro. Laterais pelo meio são um disparate.

Adrián a 9 -  No apoio em extremo esteve muito bem, fez umas tabelas bestiais e desmarcações bem conseguidas mas, curiosamente, sem que a bola lhe chegasse. A 9, Aboubakar e Jackson são os nossos pontas de lança. Nunca acreditei num falso 9 como 9. Muito menos sem apoio. Anulou aquilo que Adrián tem de melhor - a velocidade e jogo interior a partir da ala e a capacidade de jogo tabelado. Não ajudou à confiança. Mas ainda bem que conta para o treinador. Estou farto de falar sobre ele.

Adeptos - Já disse que a vossa tendenciosidade é uma vergonha? E a vossa xenofobia? E a vossa impaciência? Ok. Vocês são uma vergonha.