domingo, 26 de outubro de 2014

Quod Me Nutrit, Me Destruit


Muito se fala,  no maravilhoso mundo da bluegosfera,  sobre o colinho a que jornais como A Bola ou o Record fazem às equipas de regime, ou seja ao Sporting e o Benfica.

Por muito que incomode o adepto Portista, a verdade é que a tendenciosidade,  que é óbvia em relação aos ditos, é para si própria contraproducente. Ao endeusar as pequenas vitórias, exacerba qualidades frágeis, dá um tónico muito estanque e definitivo a coisas que são de carácter transitório.

Criou-se no Benfica a noção, errónea, que 4 pontos era uma vantagem "confortável" e isso faz com que o Benfica não sinta necessidade de preencher as falhas que, quando chamado a jogar com equipas mais ou menos idempotentes, tornam bem visíveis as lacunas a preencher.  E, com isso, já nem relevam os problemas financeiros e de construção de plantel óbvios que possui. 

Espero que continuem assim. Jorge Jesus não é burro e sabe das óbvias limitações do seu plantel, nomeadamente do meio campo para trás. Ontem,  acabou com o Enzo Perez a trinco e tem a vida complicada ao saber das dificuldades em renovar com Gaitan e do interesse já declarado de Peter Lim em levar Enzo para o Valência. Jesus confia no seu Milagre de Nossa Senhora,  que é tentar aguentar o seu seguro de vida, os Três Mosqueteiros, Enzo, Gaitan e Sálvio.

Mas,  para isso, Vieira já lhe terá dito, terá de passar aos oitavos da Champions League. E Jesus ter-lhe-á dito que não, que se arranje de outra maneira. Jesus ainda não percebeu que está a antagonizar quem esteve com ele num momento difícil, que fica sem rede e, sem ir pelo menos à Europa League,  não vai conseguir segurar nenhum dos três.

O seu ego é alimentado pela imprensa. Essa imprensa que o apelida de "Mestre da Táctica", que faz dele Merlin, o Mago, que transforma jogadores desconhecidos em super-potências mundiais de bola. Este homem, que se alimenta do seu ego, não fala de colectivo, fala dele próprio. E depois, como a imprensa ajuda, e muito, nessa mistificação, ele tem a base para impor o seu suicida jogo de desgaste extremo de uma equipa sem alternativas. 

Se tudo o que faz é chamado à glória como se de importantes vitórias se tratassem e todo o seu erro é abafado e diminuído como quase inexistente, nenhum erro será corrigido. E eu, como Portista, conto com isso. E agradeço. 

Quanto aos nossos adversários viscondes, a noção errada de que se embalou o rolo compressor e que dois jogadores salvam equipas, levá-lo-á ao lugar que sempre levou. Essas vitórias existem de uma forma algo dinâmica e perdulária. O Sporting tem um bom eixo ofensivo e um meio campo sólido, mas não tem matéria prima para fazer mais do que o que está a fazer e, retiradas pedras chave, fica pela medida do que teve sempre. Este fim de semana foi exemplo disso: O resultado é enganador, não fosse Montero ter saído da sua letárgica condição, estariamos com um Sporting entre o 7º e o 9º lugar. E o seu presidente, muito interessado em alimentar o seu ego e tentar ser um Pinto da Costa desbotado e gordo, a viver cada uma destas vitórias pífias como se de hinos ao futebol se tratasse. E a fazer um jogo impossível de antagonizar tudo e todos, com o apoio do "seu" Record, que o eleva á condição de "Querido Líder". Temos em presença um homem que crê que, antagonizando organismos, consegue vitórias na secretaria, consegue criar uma Liga à sua imagem, consegue manter um jogadores de outro campeonato sem pagar uma pesada factura a prazo. E ainda sendo exultado na televisão e jornais por isso.

Portanto, para os ver cair é só deixá-los inchar ao ficarem convencidos do passeio.

Este estilo de orientação ajuda o Porto a responder em qualidade à pressão que os media fazem por despeito, a cerrar fileiras e a investir na equipa e na sua calibração. Assim, corremos "por fora" e orientámo-nos pela exigência dos próprios media. Ao dizer que é fácil uma goleada, ao desvalorizar vitórias e a dissecar derrotas como se de vergonhas irremediáveis se tratassem, sem querer estão a enrijecer a atitude Portista. No caso do Porto, esta hiper exigência, dentro e fora de campo, faz com que trabalho de anos seja feito em meses, que se procure incessantemente o golo, porque já se sabe que não se pode contar com a isenção arbitral ou com chamadas de capa e elogios ao líder. Será no campo, será na conquista de títulos e na obtenção de objectivos que o Porto sempre irá alicerçar a sua qualidade. Que será duradoura. E uma base para um novo futuro.

Portanto, numa altura em que até já o O Jogo se vira para o mercado sulista, criticando a "rotatividade" e menorizando vitória de manita, as nossas vitórias serão nossas, para nós e para serem tornadas constantes. A pressão fará de nós resistentes e afinados e o ataque constante fará de nós uma equipa sólida e unida. Contra tudo e todos, contra este jogo desigual e escalando este campo inclinado de preconceito, manipulação e aldrabice.

"A pressão faz diamantes" - George S. Patton


Vamos, com esforço e dedicação, ultrapassar a fila do adquirido e vencer o Campeonato.


Abraço Azul e Branco.

7 comentários:

  1. Portanto, se nós não dermos tiros nos pés, se houver paciência e apoio, o F.C.Porto estiver acima do F.C.Joaquim ou António, podemos atingir os objectivos e o novo ciclo será como o novo banco.

    Abraço

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    1. Caro Vila Pouca,

      Claro que sim! Estou muito confiante!

      Abraço,

      Jorge Vassalo

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  2. O Porto Canal, a revista Dragões, o site oficial e as redes sociais são ferramentas tão poderosas que o clube tem ao dispor para denunciar estas tretas.

    Claro que não quero que se caia no ridículo como a BenficaTv o a recém SportingTv, mas era proveitoso para o FC Porto utilizar todos os meios para criar a união entre adeptos e clube.

    http://portistasanonimos.blogspot.pt/2014/10/lopetegui-chora-muito.html

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    1. Sem dúvida, sr. Augusto!

      Estou curiosíssimo para ver como será o "novo" Porto Canal depois desta compra por parte da FC Porto Media. Abraço

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    2. Partilho da mesma curiosidade.

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  3. "...as nossas vitórias serão nossas, para nós e para serem tornadas constantes"

    É isso Jorge Vassalo. Agora, ao que diz ou escreve a tendenciosa e anti-portista CS e afins, já não ligo nenhuma. Já levo muitos anos disto, já tenho a minha dose.

    Um abraço e...

    FC PORTO SEMPRE

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    1. Pois, caro Fernando,

      Mas eu, que também já vivo esta diferenciação há muito tempo, estou a falar mais para a malta da "cultura de exigência" que só conhece o Dragão... não sei se está a perceber... :)

      Somos Porto!

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