segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Evoluir Com Boas Surpresas Na Convocatória


Convenhamos, não vou destoar do tom geral da bluegosfera. A Taça da Cerveja não me interessa nada. Zero. Interessa-me, sim, a oportunidade de rodar jogadores, de ver o salto da formação para a equipa principal, de ver como eles se enquadram na forma de treinar e no sistema de jogo de Julen Lopetegui. Nesse sentido, a convocatória e inclusão de Gonçalo Paciência é um sinal que, francamente, não veio ser muito surpreendente, dado o excelente golo por ele marcado ontem, contra o Benfica B, mais um roubo de Catedral. Por falar nisso, é com tristeza que vi retirado do site oficial do FC Porto as fotos dos Super Dragões e as suas corajosas manta e faixa a denunciar o histórico roubo de que a nossa equipa tem sido vítima. É uma tomada de posição que tudo diz do quanto parece o clube estar a querer pôr-se à margem, inexplicavelmente, desta situação. Se esta é a verdade das coisas - que espero ver desmentida nos próximos tempos - de facto reduz a esperança da mudança de tal atropelo. Uma vez mais, insisto, não se podem assacar culpas e responsabilidades a Lopetegui, se a Estrutura não faz a sua parte. Desanimador, estranho, e o inverso da Garra que me fez ser Portista.

Voltando ao jogo, como dizia, a inclusão de Gonçalo Paciência nos convocados poderá ser um sinal de que conta para o FC Porto, assim sacudindo os rumores de uma transferência para o Arouca e dando uma importante possibilidade de dar um espaço de afirmação ao jovem ponta de lança. Oportunidade para Adrián López se continuar a afirmar como extremo com tendência interior, que tão bem está a começar a mostrar saber fazer. Mais importante que tudo, gostava de ver o nosso Bom Capitão de volta à baliza. Ele merece a rodagem e uma oportunidade para mostrar categoricamente ser melhor que Fabiano. Eu tenho a certeza que sim. Helton ainda não acabou e, na minha opinião, enquadra-se bem mais no estilo de jogo de Lopetegui.

Lopetegui este que não esconde a nossa superioridade sobre a União da Madeira, mas releva que foi uma equipa que "venceu, e bem, o Braga". Só isso já diz que este jogo não são favas contadas. Ainda assim, conto que Lopetegui não ponha a jogar o Quaresma.´E saúda-se o previsível regresso do nosso menino Rúben Neves ao lugar que merece.

A vergonha dos programas de paineleirice e do seu tratamento, este domingo, em relação ao nosso FC Porto leva-me só a dizer o seguinte: Podem enfiar a cabeça na areia o quanto queiram. Podem falar de nós en passant ou não de todo. Podem não mostrar imagens dos nossos jogos. As contas fazem-se no fim, e nós nunca precisamos da vossa validação para nada.

Convocados: Helton e Andrés Fernández (g.r.); Maicon, Marcano, Quaresma, Jackson Martínez, Quintero, Reyes, José Ángel, Evandro, Adrián López, Ricardo, Campaña, Alex Sandro, Óliver Torres, Rúben Neves, Gonçalo Paciência e Ivo Rodrigues.

A minha equipa provável (4x3x3): Helton; Ricardo, Reyes, Marcano, Ángel; Rúben, Evandro, Quintero; Ivo, Gonçalo, Adrián;

domingo, 11 de janeiro de 2015

A Curva Sinusoidal Que Veio do Frio


Noite gelada esta, com perto de 26 mil a assistir no Dragão. Pouco, muito pouco, se estiveram 23 mil num treino - aberto, é certo, mas ainda assim este era um jogo. Entramos bem no jogo, fortes, organizados, subidos, reduzindo o Belenenses à metade defensiva do terreno, trocando a bola com fluidez, rapidez e critério, num jogo que se vê bem estar afinar-se. Já há rotinas de jogo e começa a haver entrosamento. De uma boa ligação e de um ataque muito pressionante, surge naturalmente o golo, um belo cruzamento de Herrera, nesta altura o mais adiantado dos médios - deixando Óliver para a condução do jogo - que cruza bem para Jackson que, com o seu sentido posicional habitual, faz um belo golo. Golo esse que, felizmente, não abrandou o ritmo do jogo e que continuou a mostrar um belo FC Porto, desta vez não tão eficaz, mas rápido, sólido, consistente, ainda assim com uns passes de Indi que fariam qualquer um ficar hipertenso. 

Depois de uma primeira parte de belo efeito - mas que lá para o final já mostrava sinais do que ia ser a segunda parte, infelizmente - um retorno do balneário com força e ataque, que daria o golo a Óliver, ao aproveitar uma perda do Belenenses, aos 47 minutos. Um belo golo, a premiar mais uma exibição de gala do nosso jovem timoneiro. Daí para a frente, desligou-se as turbinas, como com o  Setúbal. E lá voltamos nós ao mesmo. a equipa achou que já estava feito e desligou toda. Começou em gestão, a deixar o Belenenses subir e a tentar fazer o seu parco jogo, sempre a controlar é certo mas, caramba, podíamos ter feito muito, muito mais. Mas tenho de relevar que isto já é um problema do FC Porto há muitos e muitos anos. Felizmente, desta vez, paramos aos 2-0. No tempo de Vítor Pereira, por exemplo, quantos e quantos jogos se ficavam pelo 1-0 em gestão?


Visivelmente incomodado, Lopetegui troca Óliver aos 69 minutos por Evandro, por cautela, uma vez que o senhor Mota volta a fazer das suas, ao premiar com um amarelo ao Óliver por simulação uma claríssima pisadela sobre o nosso médio. Amarelo muito injusto, seria até penalty, de difícil análise é certo, mas uma vez mais, insisto, um roubo de catedral. Desta vez na disciplina. Óliver continua a fazer o seu jogo, com umas faltas que estavam borderline no amarelo e então Lopetegui troca-o por Evandro para evitar males maiores. Evandro não agitou nada, e continuou tudo no declínio gelado, com alguns ataques nossos, mas onde se notava que os jogadores já não estavam lá. Lopetegui volta a mexer ao pôr Quintero no lugar de Quaresma, mas o pequeno génio fez rigorosamente zero. Aquela não é, claramente, a posição para Quintero, um dez puro, mais dez não poderia ser. Então, depois de mais nada acontecer, Lopetegui troca Casemiro por Adrián - uma entrada boa com muito critério e vontade de jogar, inversa ao sentido do jogo, pena não ter tido mais tempo -, corrige a posição de Quintero, recuando Herrera, que na segunda parte pura e simplesmente de existir. A 6, Herrera ainda deixou o Belenenses subir mais, que quase marcaria, a valer um atento Maicon a tirar um golo certo com um carrinho providencial. A terminar o jogo, uma segunda bola aproveitada muito bem por Evandro render-lhe-ia o golo que faz com que todos os jogadores habituais do Futebol Clube do Porto tenham golos marcados.

Numa nota mais pessoal, é sempre excelente estar com os amigos Z, do Blue Overlap e Vila Pouca, do Dragão Até à Morte. Bons momentos de conversa que aquecem as frias noites em que o jogo não compensa e a amizade que tenho a honra de ter destes dois grandes senhores prevalece. Obrigado, pessoal, estar convosco foi uma lareira nesta noite gelada. Ficou a faltar o senhor Fernando Pinto, que lamentavelmente, ainda não pôde estar. Senhor Fernando, cá o esperaremos, preferencialmente numa noite mais quente e com um futebol mais consistente. Este foi uma curva sinusoidal, um alto muito alto, um baixo muito frio.



GOLOS

Super Dragões - Não havendo atitude condigna na estrutura, os Super Dragões souberam chegar-se à frente e mostrar o seu protesto de uma forma contundente e visível, com uma faixa que lia "SE ROUBO DE IGREJA ERA HABITUAL, AGORA SÃO ROUBOS DE CATEDRAL", com uma coberta com um ilustrativo desenho do andor arbitral que mostro em cima. Bravo pela coragem, pela iniciativa e pelo apoio. Os cinco minutos que estiveram em silêncio mostram também o quanto vocês são fundamentais no agitar e no ânimo. Obrigado por estarem sempre presentes, pela coragem e pela vossa Alma Guerreira.

Jackson - O nosso ponta-de-lança-médio-ala-coiso vai deixar saudades. Nem nos piores momentos, Jackson perdeu a vontade de ajudar, deixou de participar ou ficou um segundo sem entrar nas jogadas. Este nosso super-homem tem um futuro muito onde quer que vá a seguir, estou certo. Jackson, a bem da verdade, merece uma liga mais competitiva, onde as suas imensas qualidades sejam mais aproveitáveis. Grande jogador. Grande homem.

Óliver - Haverá algo que este miúdo faça mal? Como mantê-lo cá? Óliver é um génio com e sem bola, Óliver defende, Óliver ataca, Óliver distribui. Óliver faz tudo. Óliver é o centro da nossa equipa. Mais a 10 ou a 8, qualquer posição mostra que este génio é absolutamente indispensável.

Primeira parte - Entrada fulgurante, ligada, criteriosa, unida. Fome de remate e de golo. Resultado - golo rapidamente conseguido. Este FC Porto da primeira parte parece-me dificilmente batível. Agora, não pode é desligar a ficha logo de seguida. O "pronto já está" não pode continuar, a manta não pode ser curta. Não se pode começar bem ou acabar bem. Tem de haver consistência. Sempre.

Lopetegui - Não foi pelo treinador que não houve garra e luta. Se o adepto estava descontente com o comportamento da equipa, Lopetegui estava à beira de um ataque de nervos. Do lugar onde vejo os jogos, tenho uma privilegiada vista para Lopetegui e a forma como ele reage. Nunca ouvi tanta asneira e tanta ordem de reacção. Até vi saltos enfurecidos de "Putamadre" com a passividade dos jogadores. Acho que este teria sido um jogo em que Lopetegui teria dito, se pudesse, "saí da que eu jogo por ti, carago!". Que diferença para o Palminhas!

FALTAS

Aquela meretriz daquela reacçãozinha de puto mimado - Ricardo Quaresma não aguenta 90', desculpem, Um dos problemas nesta equipa está aqui. Quaresma é um jogador raçudo, interventivo, inconformado, que tem atitude, vontade e querer. Certo. Mas tem 31 anos. E não dura todo o tempo. Quando começa a cansar-se, começa a perder o critério e a secar tudo à volta, a rematar à doido e a querer levar a bola para casa. Ser substituído aos 76' não é de todo ofensivo. Aquela reacção merece outro(s) joguinho(s) no banco. E com o FC Quaresma a insultar o treinador de pé ainda é pior. Comentários xenófobos são inadmissíveis. Comentários xenófobos contra a própria equipa são estúpidos.

Quintero - Não só entrou visivelmente aborrecido por fazê-lo aos 76', como mostrou que não pode jogar na ala.  Desapareceu completamente. Mas uma coisa é certa,  e tem de ser dita a Quintero: não esperando que seja um Óliver a fazer múltiplas posições, se Quintero é um dez tem de dar o apoio defensivo que não dá.  A jogar assim - e já está cá há 3 anos!  -  não chega ao onze.

Público - A forma ignóbil, vil, estúpida, xenófoba e atrasada com que se reagiu à substituição de Quaresma só foi suplantada pela forma ridícula, estúpida, imbecil, como se reagiu a Adrián. Um coro de "aaaaaahhh" enquanto ele estava com a bola, a goza-lo indecentemente, é dar um jogador que, claramente subindo de forma, está a entrar no jogo, a reacção mais mimalha do mundo. Inacreditável como se pode aplaudir a eucaliptação de Quaresma e criticar e gozar indecentemente com o esforço de um jogador que se está a adaptar. Já perdi a paciência para falar de Adrián. Venham os golos para calar estes bébés  mimalhos e indecentes. Estúpidos. Não merecem a equipa que tem. Uma vergonha. É assim o adepto exigente portista de 2014/2015 - exigente e absurdo com os seus, permissivo, calado e amorfo com os adversários. Têm a certeza que estão a ser adeptos do clube correcto?

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Ganhar O Único Jogo Que Interessa - O Nosso


Podia falar da absurdamente vergonhosa forma como a comunicação social sulista está a fazer-se ao Guimarães por causa do jogo com o benfas, desde perguntar se André André dava um bom jogador para o benfas e Rui Vitória o treinador. Podia falar sobre a expulsão cirúrgica de Traoré, como sempre, antes do jogo mais importante. Podia falar de mais um episódio à-lá Miguel Rosa no caso de Bruno Gaspar, se joga ou não. Não o vou fazer. E não o faço pois, como chamou e bem Vila Pouca à atenção no seu mais recente post do Dragão Até à Morte, se Vítor Serpa está sentado na homenagem a Pedroto, se a SAD convive bem com isso, em ter um tendencioso benfas numa cerimónia tão nossa, tão "da casa" como essa, quem sou eu para contrariar essa tendência. Não compreendo, não aceito, será uma estratégia tão "Karpov"ica que me ultrapassa. Sou um simples adepto, formado em Matemática, é certo, mas sem nenhuma apetência para Xadrez ou estratégia. 

Por ser simples, concentro-me no essencial. O nosso jogo. E sobre ele falarei. Mas faço dois avisos prévios. Se há anuência ou passividade da nossa SAD - ou puro desinteresse - não me venham agora falar de Lopetegui. Temos jogado um excelente futebol, de bom ataque. Temos de melhorar os erros defensivos e a entrada em jogo. Mas tenho a certeza absoluta que isso já não é um problema de Lopetegui. As paradinhas cerebrais do Maicon no posicionamento da defesa em linha a pôr em jogo jogadores, não são problema estratégico do treinador. Como a entrada amorfa, que tenho a certeza absoluta que ele pede que seja o contrário. Mas o futebol que apresentamos é um futebol consistente, sólido, ofensivo e bem ligado. O golo de Óliver no passado fim de semana foi precedido de 21 passes. Vinte-e-um. Se isto não é jogo fluído, não sei o que será.


O Belenenses connosco não será molezinho. Isso foi para com o benfas. Aqui, o nosso querido "dragão de ouro", Rui Pedro Soares, já decidiu contestar a expulsão do famoso Deyverson, para poder jogar contra nós. E Miguel Rosa também jogará. Ainda bem que a nossa SAD entrega de uma forma tão responsável e criteriosa os seus mais altos galardões a tão excelsos portistas! Bravo, que orgulho! Não esperemos, pois, um jogo fácil, não critiquemos o nosso mister por dizer que o adversário é complicado - sê-lo-á. Sem dúvida. Contra o FC Porto, todos se superam. Não sei o que levou ao o resultado do jogo da Taça, mas o Belenenses, lambendo as feridas, virá com vontade de demonstrar que o jogo da semana foi só um acidente e não é uma regra. Por isso, respeito pelo adversário e nada de sobranceria. Que não se critique o treinador por "sobre-estimar" o adversário. Não o está a fazer. Está a ser objectivo e rigoroso. 

Alex Sandro foi estupidamente castigado, mas em rigor não acho que vá fazer falta. José Ángel é mais que capaz de tomar conta do lugar e, se calhar, também será menos perdulário e lento na defesa. José Ángel é um lateral com muito futuro, cruza magistralmente sendo que, no meu entender, só lhe está a fazer falta uma mais rápida decisão final. Mesmo assim, um bom substituto para Alex Sandro. Boas novidades são também a convocatória de Campaña e de Ricardo. Para mim, Campaña é melhor que Casemiro. Mas é só um feeling. Acho que tem mais sentido posicional, serve melhor os companheiros, faz uma melhor leitura do campo. De qualquer das formas, uma boa alternativa, no mínimo. Se eu decidisse, seria titular, mas pronto. Casemiro será. Ricardo também é uma alternativa a Tello ou Quaresma (escolhas óbvias para o 11), se bem que eu - e acho que Lopetegui também - previligio o jogo interior de Adrián, e a sua dupla capacidade de vir do extremo para o centro do terreno. Adrián está a subir muito bem de forma e, para mim, merece ser a terceira escolha, quando Quaresma se cansar e/ou Tello der de si. Temos opções que cheguem para não ter de fazer de Quintero o que ele não é.

Façamos o nosso trabalho - os três pontos do nosso lado. O resto, ultrapassa-nos. E, sem a atitude consonante da estrutura, valha-nos Pedro Marques Lopes (via o supra-linkado Dragão Até à Morte) para pôr os dedos na ferida, para mostrar o evidente, sem medos. Que a voz nunca lhe doa, caro amigo.

Lista de 18 convocados: Fabiano e Andrés Fernández (g.r.); Danilo, Martins Indi, Maicon, Marcano, Casemiro, Quaresma, Jackson Martínez, Quintero, Tello, José Ángel, Evandro, Herrera, Adrián López, Ricardo, Campaña e Óliver Torres.

A minha equipa provável (4x3x3): Fabiano; Danilo, Maicon, Indi, Ángel; Casemiro, Herrera, Óliver; Tello, Jackson, Quaresma.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Vamos, coño!


Parabéns Adrián! Mostra a todos o que vales! Eu - nos! - acreditamos em ti. 

No nos Moveran


A liberdade de expressão é um direito que deverá ser inalienável. A liberdade de dizer o que se sinta, o que pense. Seja sobre que for. Seja sobre quem for. A mesma liberdade de dizer "Lopes", "Flopes", "Lottopegui", "Flopetegui", "Dumbo","Cutty Sark", "benfas". A liberdade de uma opinião totalmente contrária à nossa, a liberdade de se sentir indignado e responder. Por cada voz que caia, outras dez se levantarão. Porque só deixaremos de viver se deixarmos de ser livres. Só deixaremos de ser de ser livres se vivermos no medo.

"No, no, no nos moveran,
No, no, no nos moveran,
Como un arbol, firme junto al rio,
No nos moveran"



quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O Mestre Zé do Boné dixit



"Enquanto fomos bons rapazes, fomos sempre comidos"


Deliciosa a forma como Manuel Cajuda ia elogiando o FC Porto com verdades evidentes no Grande Área e como lhe estava a ser cortado o pio constantemente. Lá estava o Cajuda a contrariar a cartilha de que sem Brahimi vamos todos por aí abaixo. Enfim. E sempre a despachar. Mas pelo meio lá Cajuda foi dizendo que o FC Porto o está a surpreender pela positiva, que 80% do benfas está o mesmo, que o FC Porto mudou tudo, que as rotinas do benfas já lá estão cimentados, que temos o melhor ataque e a segunda melhor defesa, e só não temos a melhor defesa porque sofremos dois golos do benfas. Enfim. Cajuda a fazer mais pelo FC Porto do que o próprio FC Porto. Está na hora de recuperar este ensinamento do Mestre Pedroto e denunciar esta vergonha. Eu não me calarei.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Disparate!

Serei breve. Este artigo de opinião de José Manuel Ribeiro n'O Jogo é das coisas mais ridículas que já li nos últimos tempos. Não só o excelso jornalista se ortoga o direito de julgar a política de contratações do Nosso Grande Clube e de fazer avaliações baseadas no preço de jogadores, como diz que seria um fracasso se não for nos moldes que ele entende como razoáveis. Comecemos pela ordem do artigo. Brahimi irá ser vendido por, pelo menos, 3 a 4 vezes o que custou. Terá direito a 75% do valor que for acordado, baseado na recompra por 8, que perfaz 10 milhões de custo por Brahimi. Se ele for vendido por 30, 35, 40M terá sido um ganho de mais de 200%. Tal como Jackson, ao ser vendido por 35M. Isso é um mau negócio? A política negociadora do Futebol Clube do Porto sempre foi fenomenal, não ia começar a ser agora que iria ser diferente.

E depois, diz o sr Ribeiro que o FC Porto perderá a espinha dorsal daquilo que fez Lopetegui pela venda de dois jogadores? Vincent Aboubakar tem marcado, em média, um golo a cada 89 minutos, temos um excelente segundo avançado/ extremo interior em Adrián López (está em franca adaptação), temos Tello, Quaresma, vamos tratar de prolongar Óliver - imperativo - temos Rúben Neves em crescimento e é nosso, José Ángel, Indi, Marcano, Maicon, Fabiano são nossos também. Isto para além de Ricardo Pereira, Otávio, Campaña, Kelvin, Ivo Rodrigues, Rafa, Gonçalo Paciência, Kayembe e outros nossos formandos que são, no fundo, o propósito da vinda de Lopetegui para o Nosso Grande Clube e do seu contrato alargado. Em que medida são só os nomes internacionais os que podem ser potenciados? Além de absurdo é ridículo. Se uma coisa Lopetegui já conseguiu, foi fazer do Futebol Clube do Porto uma equipa com uma filosofia de jogo, um sistema onde o colectivo se sobrepõe ao individual, onde todos são importantes mas nenhum é mais que o colectivo. A tão problemática rotatividade de Lopetegui não fez só os jogadores terem, na sua maioria, largos minutos nas pernas. Deu-lhes uma noção clara que todos poderão dar o seu contributo. Mas ninguém é insubstituível. Nem Brahimi, nem Jackson. E não, senhor Ribeiro, não é o fim do mundo.