Ontem foi uma noite mágica, que começou bem e acabou ainda melhor. Uma daquelas noites simpáticas, a prenda de Natal que jogadores, treinador e a maioria dos adeptos merece - já lá vou - a de acabar líder do campeonato à pausa Natalícia. Para aqueles que dizem que não interessa nada, interessa pois, não só é um boost de confiança para a equipa como vai significar um jogo totalmente diferente em Alvalade. O Jasus já vai ter de inverter o plano e jogar para ganhar. E isso significa que não vai poder fazer o jogo que gosta, de se encostar em 30 metros e jogar em contra ataque rápido. Mas sobre isso temos tempo de falar.
Meus amigos, gosto de endereçar o elefante no meio da sala sempre, por isso comecemos pelo fim: a reacção dos adeptos à entrada de Alberto Bueno é, simplesmente, inqualificável. Alberto Bueno tem feito muito no FC Porto, deu a vitória no Angrense, desmarcou Tello no golo do Varzim e contra o Braga fez 16 remates. Merece Alberto Bueno ser preterido por um miúdo, mais uma vez? É que Bueno já aqueceu várias vezes sem entrar. Mas parece que no FC Porto há filhos e enteados! Se no lugar de André Silva - que vai jogar, se calhar é titular na próxima semana - estivesse Osvaldo (já foi embora, senhores, e o Presidente já disse que não vai buscar ninguém para o seu lugar) não haveria nada desta estupidez. Continua a ser ridícula a forma como a nacionalidade é vista neste Clube. Caríssimos, vocês trocam os Vs pelos Bs, por causa da influência Celta da Galiza. Temos palavras e expressões comuns. Temos a mesma atitude e cultura, a mesma forma de tratar a vida, a mesma cultura filosófica. Este trauma de Tordesilhas tem de acabar.
É de sublinhar que Filipe Gouveia pôs o dedo na ferida ao dizer isto: "A nossa estratégia passava por enervar o Porto, por pôr os sócios do Porto contra a equipa, não conseguimos." Se gostam do Futebol Clube do Porto e o querem ver campeão nacional meditem bem nesta palhaçada que andam a fazer. Chega de serem vistos como mais-valia para o adversário, ok? Obrigado!
Em relação ao jogo, resume-se em poucas linhas. Um jogo à Porto, com intensidade, alegria, não se satisfizeram com o 1-0, foram sempre à procura do golo seguinte (acabaram o jogo à procura do quarto). À excepção do final da primeira parte e da altura desta vergonha descrita acima - rendeu um golo em fora de jogo à Académica, parabéns! - a Académica, pura e simplesmente, não existiu. Fez lembrar o melhor tempo de Vítor Pereira, um FC Porto compacto, assente no meio campo atacante, com trocas rápidas de bola e sempre à procura dos espaços para o golo. Muito bem e completamente justo. Vamos a notas.

Classe - Pura classe, a dos jogadores do FC Porto. Não consigo dar destaques porque nenhum colega merece mais do que o outro. Casillas ainda fez uma ou outra defesa nos raros momentos de perda de bola - golo indefensável - Maxi recuperou a forma e a chegada à área, Maicon e Indi foram de excelência, Layún... bem... sem palavras (falo mais à frente mais dele), Danilo foi uma autêntica máquina, uma mistura de Fernando e Mangala e é já uma pedra basilar no meio campo, Rúben rápido, intenso, como os seus ídolos Lucho e Pilro com um excelente sentido e leitura de jogo, Aboubakar voltou aos golos e aos festejos com o coração, Brahimi "comeu os cereais" e agora vai às bolas todas com uma entrega e paixão soberbas e Corona é um génio das desmarcações e da criação de jogo. Um verdadeiro playmaker imparável. Evandro deu tudo, Tello ainda ameaçou e Bueno é de um sentido posicional e de um faro de golo inacreditável. Na sua cabeça só há baliza. E Herrera? Absolutamente demolidor. A entrega como se a vida dependesse disso, a chegada à área... e aquele golo de calcanhar, aqui em cima? De antologia! É assim mesmo, queremos este Hector Miguel no dia 2!
Bolas paradas - Quem diria que, no ano passado, estávamos todos a queixar-nos de que as bolas paradas eram uma táctica do adversário para nos parar, porque nunca davam em nada? Layún mudou tudo. A forma como ele coloca as bolas, com açúcar, na cabeça dos nossos jogadores matadores (Maicon, Danilo, Aboubakar) é deliciosa. Já marcamos muitas vezes de bola parada esta época, tantas e tão certeiras que estou certo que os nossos adversários já pensarão duas vezes antes de ceder canto.
Há sempre mais um - Procurar o golo sempre, mesmo com o jogo "ganho", é sempre uma atitude a aplaudir. Bravo rapazes, é assim mesmo!
Pinto da Costa - O NGP falou e bem, e disse e bem: sossegou rumores de mercado, mandou a bicada merecida aos adeptos "exigentes", clarificou as saídas e o papel de André Silva. E deu um voto de confiança a Lopetegui, que este merece. Tudo com o seu caustico humor que tanto aprecio. Gostava era de o ver também quando a equipa não vence. Sim, porque somos a única equipa que ainda não perdeu!
Adeptos - Já disse quase tudo em cima, com apenas mais uma achega: Se alguém manchou a noite, foram vocês, com a vossa "exigência". Querem discos pedidos, é? E o Tozé, no tempo de VP, a ser enxovalhado no Dragão contra o Olhanense? Querem queimar miúdos? Porquê? Tenham juízo. André Silva é o futuro, o Presidente o confirmou, tem muito tempo. Deixem de ser um problema e passem a ser uma solução!

Notas finais: Não posso nunca deixar de referir o prazer incontido que é estar pessoalmente antes - e após - o jogo com os meus queridos colegas bloggers e leitores que o queiram fazer. Por isso, o meu obrigado por uma emocionante - sim, estávamos a acompanhar o jogo do not sportem lisbon pelas apps - conversa com o sempre presente Vila Pouca, os habituées Dragões de Ouro Ana Neves e João Santos, o amável Xebeu que tive o prazer de conhecer, o intenso e bem disposto metal head Felisberto e o meu querido colega, com quem tenho o prazer de partilhar este blog, o Z. Além disso, o meu caríssimo Silva ainda me deu o prazer de jantar com ele, para fazer, além de um pré-match intenso, um pós-match delicioso, como sempre. Um abraço a todos. É o icing on the cake de ter um blog, e a força que me faz continuar a escrever sempre!
A
azia de hoje, embora não inesperada, é sempre deliciosa! Obrigado pessoal, nós já sabíamos como iam ser as capas de hoje, ontem!