Antes de mais, queria agradecer aos meus habituais leitores a paciência que têm tido comigo. Circunstâncias felizes mas consumidoras de tempo têm-me impedido de actualizar este blog como gostaria. No entanto, no início da próxima semana voltará tudo ao normal.
Hoje é dia de Champions. A nossa vigésima segunda. Ombreamos com poucos, muito poucos, na exosfera das presenças europeias, tendo já conquistado também o caneco, o que diz muito de nós como equipa. O Futebol Clube do Porto nasceu para este palco, é lá que habitualmente respira, longe da Matemática do Pontinho e perto do futebol prazenteiro, jogado contra adversários idempotentes ou superiores em orçamento e, não raras vezes, tarimba.
No entanto, é rara a circunstância como a deste grupo, que para mim é um Grupo da Morte. Como se viu no fim de semana, tudo é possível, uma vez que o Mónaco foi goleado por 4-0 (e não 5, como erradamente disse no A Culpa é do Cavani). Somos, então, basicamente da mesma igualha, e tanto poderemos acabar em primeiro como em último do grupo. Não ter uma superpotência nem um adversário frágil dá nisto.
Mas dependemos de nós mesmos, assim sendo. Por isso, honestamente, não sou capaz de saber como estaremos logo. Sei que do outro lado estão figuras que gostamos e que de nós gostam: Quaresma e Pepe. Sei que o Besiktas tem uma propensão ofensiva forte e é melhor a atacar do que a defender. Sei que não é instransponível.
A maior incógnita reside no FC Porto de Champions de Sérgio Conceição. Desconheço em absoluto quais as ideias de Sérgio em jogos de campo aberto e jogo corrido. Não sei se o sistema se mantém, se a filosofia é a mesma, creio que, no fundo, nem ele tem a certeza. É a sua estreia nos grandes palcos. Lá estarei, junto com milhares de Portistas, para os apoiar. Que honrem o Brasão Abençoado, é tudo o que lhes peço. A fase final é sempre o nosso objectivo nesta competição.
Por fim, costuma-se dizer que não te rias do mal do teu vizinho, que o teu vem a caminho. No entanto, impõe-se deixar bem claro um quod est demonstratum. Longe de toda a protecção, com as mesmas regras do que os outros, os incensados da nação, os predestinados, os fantabulásticos, mostram bem onde têm as suas fraquezas e as suas forças. E isso só é mau para todos nós. É por isso que se impõe o fim desta palhaçada proteccionista, não para que outro possa ser o protegido, mas para que a nossa Liga passe a ser competitiva, atraente e justa.
E, por falar em Justiça, a lixeira da Cofina achou muito grave e ofensivo que o juíz que vai julgar a patética providência cautelar seja adepto do FC Porto. Porque se fosse do benfas, tudo normal. Já não se indignaram tanto, aquando do Apito Dourado, que Saldanha Sanches, o malogrado marido de Maria José Morgado, à data desta patética "investigação" que esta chefiou, fosse membro do Conselho Fiscal das papoilas!
Enfim, aqui, como em campo, critérios VARiáveis. Todos os dias, a cada minuto, a cavar ainda mais o fosso que nos afasta do primeiro e nos aproxima do terceiro mundo. Espero que se sintam orgulhosos.