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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Vira O Disco E Toca O Mesmo


Estava eu aqui pronto para fazer um belo post de antevisão do jogo de amanhã, para falar da extraordinária entrevista de Rúben Neves a Rui Cerqueira, para me manifestar contente pelos regressos de Layún e de Otávio, mas um aziado resolveu estragar-me a manhã.

Todos sabemos como Vítor Pereira saiu do Clube. Foi corrido pelos adeptos, o Presidente, apesar de lhe ter apresentado uma renovação, poderá não o ter feito da forma mais convencida do mundo, enamorado que estava pela coqueluche "palminhas" de Paços de Ferreira.

Como sou e sempre fui um homem grato, defendi VP até ao limite das minhas forças Portistas. Ainda hoje, não tenho senão absoluta gratidão pelo que fez pelo meu Clube. Reconheço que soube dar garra e impeto Portistas à equipa. Sei que sempre deu o peito às balas na defesa do Clube. E que o fez sozinho. Sei que foi vítima das frases infelizes do Presidente. Mas não foi o único. Mas, convenhamos, o Presidente fez de tudo um pouco para lhe dar as condições que precisava - defendeu-o contra os adeptos, renovando-lhe o contrato quando lhe pediam a cabeça, e até fez uma revolução no balneário quando este se antagonizou com VP. 

Por isso não entendo este sorrisinho trocista e superior aquiaqui e aqui. Também não sei porque se acha tão superior. Se é pela "ideia superior" da cultura de posse - e eu subscrevo essa ideia - Lopetegui também a teve. Mas teve também assobios desde o primeiro segundo, coisa que Vítor Pereira não teve. 

Teve também VP um plantel, como se pode ver aqui e aqui, de um Portismo e com um ADN campeão em nada comparável aos últimos três. Também teve uma coisa chamada maior rigor arbitral, teve uma coisa chamada jogadores "da casa" que tinham vencido e não uma camada de juventude absolutamente estonteante como a que teve Lopetegui, Peseiro e Nuno Espírito Santo. VP poderia não ter um plantel muito vasto, mas Casemiro, Herrera, Óliver (de 18 anitos) não têm qualquer comparação com Fernando, Moutinho e Lucho. Se há coisa que faltou a Lopetegui foi Capitania dentro de campo. Coisa que estes três eram.  E, meu caro VP, a frase "O Hulk resolve" não foi criada por mim, pois não? E porque seria? 

Se fosse "um outro nível" assim tão grande, teria havido um VP que tivesse vencido no estrangeiro, coisa que não aconteceu. Venceu, sim, no Olympiakos, onde, aí sim, qualquer um se arrisca a ser campeão. Não sou eu que digo, é a BBC 5. Os conflitos no balneário continuaram, as pegas com as figuras do plantel também. 

Tal como já disse, o meu respeito e consideração acabaram aquando disto. Pelos vistos, VP ainda tem a mesma espinha na garganta. Desdobrar-se em entrevistas a vangloriar-se não é bonito. Mostrar, uma vez mais, um sorriso trocista na seca do seu FC Porto, não é de Portista. Mas eu entendo, até. É o comportamento típico de quem carrega consigo as mágoas e a azia. Ultrapassa, Vítor! Sê feliz na tua segunda liga alemã. Espero que chegues à primeira

Descanse em Paz Carlos Alberto Silva. Muito Obrigado por tudo. Nunca o esqueceremos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Valorizar O Nosso


Como isto não é uma corrida, antes uma cooperação de mentes pensantes, uma parte do que ia dizer já o disse o meu Imbicto amigo. Mas gostaria de acrescentar mais uns pontos.

No que concerne a Jesus, é para mim cada vez mais evidente que foi, sim, ele quem se terá oferecido ao FC Porto e não, evidentemente, o contrário. No entanto, o Nosso Grande Presidente não é nenhum parvo - seja bem retornado NGP - e sabe que o FC Porto é feito, não só da dimensão interna, como da externa. O futebol de Jesus é curto, muito curto, assente num grupo pouco extenso mas escolhido por ele e sugado até ao tutano. O seu futebol de vertigem, muito apreciado por muitos, é totalmente desequilibrado, com crateras defensivas gigantes, e assim não é possível jogar na Europa do futebol.

Honra lhe seja feita, não é, de todo em todo, mentiroso. Na conferência de imprensa de antevisão do jogo de ontem, Jesus indicou que a sua prioridade é o campeonato. Assim, ipsis verbis. Ou seja, vamos novamente na senda do ano passado. Onde ontem era vermelho, agora é verde. O processo é o mesmo. Enquanto uns e outros clubes - não duvido que o benfica saiba exactamente que tem de o fazer este ano e que vá, pelo menos, tentar - se subdividem em múltiplas competições, Jesus centra-se em uma, no máximo duas. Se uns correm 200 metros e o outro 50, é natural que o de 50 chegue primeiro.


Só que tal não é, desta feita, este ano, verdade. Se é verdade que Vieira se sacrificou - e não duvido que tenha sido essa a fissura que fez partir o vaso - para que Jesus se borrifasse em tudo o que era internacional, o sporting necessita do dinheiro que daí advém. Para lá da desastrosa política de contratações e de gestão financeira, empurrando as naturais consequências de incumprimentos com a barriga, o sporting fez o grave erro de crer na mestria táctica tão propalada pelo canto da sereia mediático. Só que o sporting não tem Enzos e Rodrigos para vender, nem o Nomeações no bolso. E isso vai notar-se, quando se começar a ver que se aposta sempre no mesmo onze, ainda mais se importantes pedras forem sendo vendidas e não houver meios para as renovar.

Uma vez mais, aos sportinguistas que me lêem, entendam que estou a falar apenas para alguns Portistas que, na senda Olibeirinha, acham que com Jesus estaríamos sem perder nenhum ponto, a dizimar adversários e a ganhar de goleadas. O FC Porto tem a sua benção - que também é o seu Aquiles - que é de ser um bom vendedor, e para isso precisa de montra. Nunca poderia ter alguém concentrado no laguinho.

Tem de ser por aqui que tem de ser valorizado Julen Lopetegui. Na Europa do futebol, há uma claria ideia, uma vontade e um encarar de competições de frente. Há a valorização da matriz Portista enquanto um grande Europeu. Com ele, já chegamos aos Quartos de final da Champions League, coisa que não fazíamos há uma década. E há uma entrega e uma ideia de jogo, que não é um mero desvario atacante e desequilibrado. Uns gostam, outros, adeptos de jogatanas e goleadas, odeiam. 

Mas lembro-me de Mourinho quando, no ano passado, ganhou 5-4 num dos primeiros jogos com o Chelsea e depois declarou que "eu sei que os adeptos gostam destes jogos, mas eu não gosto mesmo nada". Nenhum treinador minimamente são quer não ter o controlo do jogo. Nenhum treinador com cabeça acha que basta ganhar por mais um do que o adversário. Mas esta vertigem dá ideia de força. Mas não. Um dia corre mal. E esse dia foi ontem.


Lopetegui faz crescer jogadores, potencia-os, dá-lhes dimensão. Veja-se o caso do Rei Bakar ou de Marcano. Há uma ideia clara, uma sistema que, quando carburado - já faltou mais, mas ainda não está lá - dá frutos, onde não fazem parte "chuverinhos", três pontas de lança e coisas maravilhosas de desequilíbrio parvo. Se Lopetegui não tivesse de mudar oito jogadores num onze de uma ano para o outro, talvez fosse mais fácil... mas eu confio que chegamos lá. Este ano temos mais Raça e maturidade.

Curiosamente, além de Jesus, há outro predestinado da táctica, por quem suspiram corações Portistas, que na Europa do futebol também, estranhamente, não consegue tirar a táctica do papel. Talvez seja melhor, então, um pouco mais de Fantasy Football... não sei...