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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Evolução E Realismo


Lutei com todas as minhas forças - e não fui o único - para acreditar que não haveria reset no meio da temporada, com tudo aquilo que esta acarretava. Mas era expectável que os assobios - não os do fim, mas os durante o jogo - levassem Lopetegui à porta da rua. Durante muito tempo (alguns crêem que foi demasiado) achei que seria possível ultrapassar essa fase, até porque chegamos a estar em primeiro. Veio o Rio Ave, uma exibição pavorosa, e a porta da rua para Lopetegui.

Sentiu-se a catarse de alegria nas tropas - estamos livres! Mas, lentamente, veio o realismo. OK, não é por aqui. Então, por onde é? Sem timoneiro e projecto, instalou-se a dúvida e o medo. Ganhou-se por uma unha negra, perdeu-se e pronto, control+alt+delete, reset

Depois do reboot, Peseiro e o seu 4x2x3x1. Que funcionou. Não foi perfeito, mas foi mais intenso que o seu predecessor e foi limitado pelo juiz da partida.  O ficaben de Fafe e os seus esbirros cortaram os lances de perigo e de desmarcação Portista com foras de jogo inexistentes, e surriparam três penalties. Sim, três. Se o do Rúben ontem é penalti, os sobre o Maxi são indubitáveis.

Mas divirjo. A partir do momento em que entra Peseiro, interrompe-se um exigente modelo com um ano e meio, trabalhado, segundo sei, ad nauseam nos treinos, ao ponto de fazer parte do subconsciente dos jogadores. Desprogramá-lo não é tarefa de um dia ou uma semana. Demorará tempo, treino, repetição.

Peseiro é, para mim, o homem certo para isso. Experimentou no único jogo que poderia perder, o único a feijões. Não perceber isso é não perceber a essência do que é o fundamental da vida de um treinador em pré-época acelerada. Há que saber ter paciência e dar tempo ao tempo. Mesmo que signifique perder.

Só mais uma coisa: já aqui disse, nada exijo a Peseiro. Tenho esperança na Taça de Portugal. Tudo o mais serão sortilégios de alguém a quem está incunbida a titânica tarefa de recuperar anímicamente os jogadores, de os juntar como grupo, de os potenciar e fazer crescer, contra uma maré forte do tempo que se esvai.

Quem achava que seria fácil, enganou-se. Mas acredito que o FC Porto terá a sua dinâmica, o seu mojo, de volta em breve. Até lá, e depois disso, estarei com o meu treinador. Com a paciência necessária. E a latitude devida.