sábado, 6 de dezembro de 2014

A Escalada da Montanha e o Orgulho De Ser Porto


Devo confessar que, nos dias que correm, vejo os jogos do nosso Futebol Clube do Porto com o coração apertado. Não os vejo assim pela qualidade da equipa, absolutamente inegável. Não vejo assim por causa dos egos ou super-egos, noção tão ridícula hoje em dia que parece de ficção. Não vejo assim pela juventude da equipa e a falta de entrosamento, jogam todos para todos e muito bem ligados. A minha apreensão vem porque jogamos sempre em desvantagem. E essa desvantagem, eu sei, já se sentiu em anos anteriores. Mas este ano ultrapassa todos os limites. Não há jogo que joguemos onde não haja árbitros e auxiliares de cor rubra, pese embora o último tenha pendido para o nosso lado, excepção que confirmará a regra. Pendeu para nosso lado, mas não foi escandaloso. Foi, no entanto, empolado com as "verdades desportivas" todas. Brahimi seria expulso, Danilo irradiado, Casemiro nunca mais jogaria futebol. No entanto os sistemáticos e incisivos abusos dos jogadores rubros são sempre desculpados, atirados para debaixo do tapete, sem levantar ondas.

Bem sei que Vieira tem a sua dívida mais fundida com a do benfas que Son Goku e Vegetta, e assim dá muito jeito que todo este campeonato seja uma farsa, bem sei que o chiclas tem memória selectiva e bem sei que a Comunicação Social dá a sua bênção a toda esta palhaçada, mas este caso do Miguel Rosa e do Deyverson é todo um novo nível de sem-vergonhice. Estes jogadores não são do benfas! Se acontecer que eles não joguem, é um défice competitivo brutal, é de uma vez permitir que se jogue desfalcado à partida! E tudo feito completamente a céu aberto, sem nenhum medo de consequências, que deveriam acontecer. E esta impunidade assusta.

À luz deste contexto, não deixo de trazer à colação o caso do Tozé e do seu jogo no Estoril. Onde muitos Portistas louvaram o seu profissionalismo, o facto de tudo fazer para que o seu Estoril vencesse - e que está no seu direito, uma vez que, se o Estoril tem metade do passe, o Tozé já é, na práctica, jogador do Estoril - espero que manifestem a mesma força na indignação contra este atropelo. E, face a isto, não sei muito bem que pensar sobre este campeonato.

Espero sempre que o nosso FC Porto deixe tudo em campo em todos os jogos, jogue para vencer e transpor todas as dificuldades. Mas será mesmo justo esperar que superem sempre um jogo desigual, inclinado, com vencedor decidido por decreto? Já vejo os jogos do FC Porto a pensar que pode não chegar. Se fazemos a campanha que fazemos na Champions League, num campeonato justo teríamos o mesmo tratamento. Mas não temos porque não podemos. O benfas tem de ser campeão a qualquer custo.


Espero um FC Porto forte e decidido hoje, avassalador e pressionante, para vencer um jogo que nos permitirá fazer um milagre - o de vencer um campeonato contra decreto. Por isso, sim, estou orgulhosamente com Lopetegui e declaro que, neste momento, não lhe exijo o campeonato. Posso esperar que o FC Porto me deixe orgulhoso, deixe a pele em campo, faça jogos unidos e pressionantes, com a qualidade que já nos demonstrou. Mas jogar em campo inclinado não é justo, e não é sério esperar que nos seja garantido o que nos é vedado.

Até porque, neste momento, as televisões ignoram a nossa existência. Depois de se saber que a TVI não vai transmitir o nosso jogo, em detrimento de um clube que já foi eliminado da competição, de não fazerem flash interviews connosco, agora são os programas de debate televisivo que nos relegam para notas de rodapé . Deixamos de existir, pura e simplesmente. Este é o estado desta palhaçada. 

Tenho, portanto, a convicção de que seremos campeões.

Não o posso, em boa consciência, exigir.

Equipa para hoje, no meu entender: Fabiano, Danilo, Maicon, Marcano, Alex Sandro; Rúben Neves, Herrera, Óliver; Brahimi, Jackson, Tello.

Uma última palavra de solidariedade para com Fernando Madureira, o líder dos nossos Super Dragões. A confirmar-se a interdição de entrada na sua casa, é dos maiores atropelos à justiça que tenho memória. Fernando Madureira não fez mais do que, com os seus Super Dragões, defender a sua casa de um ataque vil, cobarde e ignóbil de um agressor camuflado. E, é claro, sobre esse assunto, dos viscondes calimeros, nem uma palavra. Nas questões importantes vêem-se os grandes homens. E da assunção do erro vem a Honra. Que, pelos vistos, não abunda muito no reino de Alvaláxia.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Então Mas Não Era Ilegal? (E Uma Grande Novidade)

Miguel Rosa e Deyverson não deverão jogar contra o benfas. Supostamente por um acordo entre o ex-clube e o clube actual. Então deixa ver: Jogadores emprestados por clubes não podem não defrontar o clube que lhes paga porque não é permitido. Acordos entre clubes para que eles não mais possam enfrentar o seu clube anterior...tudo bem! Uau! "Umas vezes m'espanto, outras m'avergonho". E que diz o Grande Mestre de Toda a Táctica acerca disso? "Os jogadores das outras equipas não é um problema meu. Na Inglaterra e Alemanha quando há jogadores emprestados não podem jogar. Em Portugal não sei como é. Não conheço, em termos legislativos. ". Que bonito! Não é bem ilegal, é só imoral mesmo. Quando Kléber não joga é um atentado. Quando Abdoulaye não jogava era manipulação da "verdade desportiva". Quando o Belenenses fica sem duas das principais figuras... no pasa nada!

Podia ganhar-se de uma forma justa? Podia! Mas não era a mesma cois....espera ai! Não podia, não!

Em notícias nas nossas bandas, finalmente algo que me vai pôr feliz amanhã. A estreia na convocatória de um 6 puro no qual deposito muitas esperanças, José Campaña. Como o Casemiro está a bica, será Campaña a alternativa a Rúben Neves (ainda assim, espero que não seja vice-versa). Também no lugar do Martins Indi deve entrar o Maicon. Ainda bem que temos um plantel cheio de soluções para ultrapassar este tipo de fantochada. Vamos ver se o senhor Enzo vai jogar. Ou o Karaté Maxi. Mas voltando aos nossos. José Campaña, pelo que vi nos brilhantes jogos na equipa b, tem um passe em profundidade excelente e é um exímio marcador de livres. Dá um excelente apoio aos centrais e sabe colocar-se esplendidamente no terreno. Estou muito feliz com a sua convocatória. Veremos agora se o Casemiro é assim tão essencial.

Uns ganharão (espero que não!) de uma forma vergonhosa, outros fá-lo-ão de uma forma correcta, com solução e trabalho.

"Podes enganar todas as pessoas algum tempo, podes enganar uma pessoa todo o tempo, mas não podes enganar todas as pessoas, todo o tempo." - Abraham Lincoln

No Contrario El Presidente e Jorge Andrade, O Jesuita


Sou fã de Lopetegui, da sua contundência e da forma frontal e directa como responde. Sou fã dos seus princípios base - a força do colectivo sobre o individual, a perspectivação do caminho jogo a jogo, a preservação e não individualização dos seus jogadores, o não deixar ninguém para trás. Mas ontem, na conferência de imprensa, subiu ainda mais uns pontos na minha já grande consideração. "Nunca contrario el Presidente" é uma frase tão rara, tão bonita de se ouvir, que merece ser destacada. Uma equipa que tem bem presente quais são os lugares de quem é uma equipa que será vencedora. Numa altura em que Vieira manda indirectas ao treinador através de jornais, em que Marco Silva tem de se impor ao presidente em conferências de imprensa, ouvir esta frase de profundo respeito e de humildade é balsâmico. Esta frase não quer só dizer "estou de acordo". Quer dizer "não me meto em assuntos que não são meus". E também mostra o apoio que o Nosso Grande Presidente tem dado a Lopetegui. É uma comunhão de respeito e admiração mútua que ajuda a que o Nosso Grande Clube tenha uma base sólida e inabalável, n'importe quois, imprensa ou paineleirice.

Estou fã do 4x4x3. É um programa de comédia que muito aprecio. Escolher um paineleiro portista que diz que "Jesus já renasceu muitas vezes, pode como antes, morrer e renascer no final do campeonato" é simplesmente lindo. Aliás, o Evangelho segundo Jorge Jesus comove-me. Parece hipnose colectiva. Desde paineleiros até entrevistados de rua que acham que "Jesus deve renovar porque já ganhou muito, fez muito pelo benfas" , "Deve renovar numa lógica de Ferguson ou Wenger", e coisas bonitas deste género que não me recordo com exactidão, todos louvam Jesus e lhe desculpam as suas (muitas) falhas. Óptimo. Gosto. Que se mantenha por lá muitos anos, batendo cada vez mais o pé, fechando as portas a cada vez mais jogadores de valor.

Aliás, prezo muito que douta paineleice ache que é uma opção de Vieira esta da formação. Negam pois os factos concretos, sempre tão bem escalpelizados no soberbo Tomo II. E assim sendo, como se fosse uma escolha de Jesus segui-la ou não. Errado. É não ter mais caminho. É o corolário do falhanço rotundo europeu, que eu aprecio que se ignore. Ainda bem. Assim motiva o grande messias a continuar a ignorar o presidente, cujo rabinho está preso demais para poder contrariar o lunático treinador, a quem paga modestos 4 milhões por ano. E lá vão eles, cantando e rindo, alegremente pelo abismo abaixo.

Nós, pelo contrário, temos um projecto sólido a acontecer, excelentes vendas na calha, uma base sólida de treino e de jogo que permite rodar e incluir. Acho mesmo comovente como Nunes diz que "a Académica vai certamente querer ganhar este jogo, até mais do que o do benfas, para não perder irremediavelmente a luta pelo objectivo". Obrigado José Nunes, pelo reparo fofinho. Estavamos todos a pensar que o treinador se ia deitar a dormir. Aliás, tem-se visto Lopetegui sistematicamente a menosprezar as competições em que está inserido. Não, espera, não era este...

Vamos em frente que o caminho é longo, e pensado jogo a jogo levará longe. Como qualquer pessoa sã, que valoriza o colectivo sobre o individual, o nosso Lopetegui também falou o evidente, a Bola de Ouro e a sua politiquice rafeira interessa zero.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O 12º Jogador


Ponto prévio: Percebo rigorosamente zero de Andebol. Não sei avaliar as qualidades técnicas do Gilberto Duarte ou de qualquer um dos seus colegas de equipa. Felicito-os desde já pela magnífica vitória. Pela reviravolta no marcador e pela força de acreditar.

A força de acreditar. Este é o ponto deste post. O que me prendeu ontem ao Clássico não foi só a equipa - foi o público. O magnífico público. A mole gigantesca de adeptos que inundou o Dragão Caixa e que foi, sem sombra de dúvida, o combustível para mais um heróica vitória. Espantoso. Como gritaram, como incentivaram, como pressionaram o adversário, como o ajudaram a reduzir a pó. Fabuloso. O Espírito do FC Porto. O Ser Porto. Aquilo que me fez ser Portista. A união, a identificação com a pessoa do lado, a sensação de pertença, a vontade de superar as dificuldades. E principalmente, foi comovente ver como não assobiaram, não criticaram, não vaiaram, puxaram a sua equipa do coração para cima, incentivaram-na a acreditar. E isso é de ouro.

Pergunto-me porque não acontece isto no futebol. Se calhar, porque não existe um Handball Manager, ou melhor, existe mas a sua difusão não tem paralelo. Se calhar porque não existem diários desportivos que tratem diariamente de especular transferências, valores de passes e os jogadores com etiquetas de "caros demais" que, assim sendo, são imediatamente acusados de ser flops assim que fazem erros normais de quem acabou de chegar ou falham um golo. Se calhar porque tem grandes salários. Mas os salários são possíveis graças ao sistema onde se movem, a projecção mediática onde gravitam e as próprias condições do desporto em si. Trará consigo então essa massa salarial o dever de dar o flanco a ser vilipendiado pela inveja, despeito ou soberba do auto-intitulado adepto?

Proponho ao digníssimo Portista que  me lê que pense bem se este incentivo como no caso do Dragão Caixa não daria mais força às vitórias, mais garra para combater possíveis adversidades, do que vaias monumentais aos seus e insultos. Ou a cultura de exigência. Gostei muito do que vi no Dragão Caixa. O Andebol do Porto venceu maravilhosamente. Graças à qualidade dos jogadores. Mas sem o apoio do público que mandou a casa abaixo, não teria sido possível. Sejamos no futebol o apoio que se sente no Andebol ou no Hóquei.

Obrigado.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

WTF?? Como?? Importa-se de repetir?


"Para quem faz a opinião clubista, e sobretudo quem a faz nas televisões dos clubes, por muito que estas tenham as audiências de uma Televendas, há gente que passa a vida aos gritos e a instigar ódios, e é bom que parem de cuspir para o ar, porque qualquer dia podem ter um problema, e essas pessoas deviam conter-se, porque tem uma isenção limitada, isenção essa que é paga pelos clubes aos quais pertencem, e assim podem ser os autores morais dos disparates que possam acontecer" 

Esta é, grosso modo, a citação do sr. benfas de Paredes, o sr. Carlos Daniel, a propósito da violência entre claques em Espanha. Queria traçar este douto senhor um paralelo entre os casos de violência em Portugal e aquilo que ele chamava o incitar à violência através da televisão. Ora, só poderia estar a referir-se à benfasTV, zbordemTV ou Porto Canal. Se ele está a falar dos dois primeiros, não vejo, não sei. Mas se ele está, desta forma sobranceira, absurda e ridícula, a falar dos profissionais do Porto Canal, tenho que manifestar o meu mais profundo repúdio. Vejo os programas sobre o FC Porto há algum tempo e nunca, mas nunca, vi ninguém a incitar à violência, ao ódio ou a qualquer outra coisa em relação a nenhum dos clubes rivais.

O que se vê, sim, e incomoda ao senhor Daniel, é que o Porto Canal, mormente o grande Bernardino Barros, tem posto o dedo na ferida no roubo que estamos a sofrer intra-portas desde o início do campeonato, e que o senhor Daniel tudo faz para diminuir e esconder. Aliás, digo-o sem medo, se há quem, sistematicamente, semana após semana, programa após programa, solta a bílis acerca do FC Porto e dos seus jogos, jogadores, treinadores e dirigentes, é o senhor Daniel. Com o cargo que ocupa no Desporto na RTP, o senhor Daniel faz o maquiavélico trabalho de criar e aprimorar um discurso anti-Portista há vários anos. Aliás, basta ver a sua reacção às nossas conquistas.

A inveja é uma coisa muito feia, senhor Carlos Daniel, e antes de acusar os outros, olhe o seu próprio exemplo ao espelho. Obrigado. Enquanto uns travam uma brava luta contra o discurso dominante e com um alcance limitado na capacidade da propagação da sua mensagem por falta de meios e de verbas, outros vão navegando na Mayonaise.

Acho também piada, mas isso já gosto mesmo, que branqueie as perdas e falhas de Jesus. Pese embora a Procissão já leve o andor, é bom saber que o facto do benfas não ter capacidade de afrontar uma equipa em condições seja ignorado e protegido. Óptimo. Espero que nós, e já agora o Braga, mostremos aos nossos amigos o seu real tamanho. 

Por último, 10 milhões por qual perna do Danilo? Ha ha ha.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Basta! Para Mim Chega!


Basta! Para mim chega! Chega de passivo-agressivo-crónica-agressão, tough love de trazer por casa! Para mim chega da cultura de exigência. Não tenho paciência. Respeito muito algumas opiniões de pessoas de respeito e valor, mas eu por acaso acho a goleada justa. Acho justo que tenhamos, por uma vez, sido beneficiados pela arbitragem. Só é possível equilibrar balanças se os mesmos pesos postos de um lado forem postos do outro. E, curiosamente, não tenho visto muitos adeptos do FC Porto a negarem, como fez Telmo Correia nos Grandes Adeptos acerca do fora de jogo de Luisão, os erros pró-Porto. Também não vi nunca nenhum adepto ou blogger Portista negar as falhas do seu treinador como vejo os politicó-rubros-paineleiros acerca das calinadas do Jesus. Agora, pelo amor da Santa, se marcamos golos contra a corrente - óptimo! Se reagimos apesar do cansaço - óptimo! Se demos algum controle e não sofremos horrores com isso - excelente!

Desde quando é que há alguma regra que exige que massacremos uma equipa 90 minutos? O adversário tem de ser ridicularizado? Então que dizer de algumas goleadas dos nossos rivais? Já não sou capaz de entender. Não fosse uma crónica muito bem redigida do amigo Z, e ia jurar que eu era o único tolinho a achar que tínhamos merecido dita goleada. E claro, em certos outros lugares mais reflexivos e orgulhosos, há quem ache que dita goleada é uma vergonha para os nossos pergaminhos!

Então eu digo: Basta! Para mim chega! Quantas vitórias no tempo do Vítor Pereira, Mourinho e Villas-Boas foram arrancadas a ferros, a precisar de abrir as latas? Essas não eram vergonhosas? Poupem-me! Não concedo mais! Se querem Ópera, o Teatro Nacional de S. João te-las-á. Gostava de propor ao Futebol Clube do Porto que deixasse certos comentadores de blogue treinar, à vez, o Clube para a Taça da Liga. Já que a prova não conta para nada e que temos doutos Mestres por aí espalhados que vêem o "evidente" e que há jogadores que "não deviam nem calçar", força nisso. Se conseguissem dizimar o oponente, ficariam no lugar de Lopetegui. É interessante ficar no anonimato ou atrás de nicknames  e mandar bocas sem nexo, discutindo o sexo dos anjos até uma nova encarnação. Fazer, realizar, produzir, isso é um bocadinho mais complicado, verdade?

O futebol não é só cultura táctica. O futebol é génio, raça, intuição e orgulho. É momentos de entre-ajuda e colectivo polvilhados aqui e ali por rasgos individuais. Então porque se insurgir contra uns ou outros momentos? Não se sabe que as goleadas também provém de erosão? De desgaste do adversário? De ir moendo até que trespasse a muralha? E desde quando o oitavo (antes quinto) classificado é fácil? E que raio de adeptos são estes? Se não querem apoiar o clube, se não ficam contentes com as vitórias, se não gostam dos jogadores, técnicos e dirigentes, são adeptos do quê exactamente? Da bancada? do Estádio? Da Alameda? Basta! Para mim Chega! 

Digo só mais uma coisa. Ainda bem que o Nosso Grande Presidente tem mais anos de presidência do que muitas destas pessoas de vida. Ainda bem que não preside com sondagens de popularidade. Ainda bem que eu sei que terá a paciência de ver o Projecto de um Futebol Clube do Porto do sec XXI a ser criado agora, solidamente, com tempo, ponderação e paciência. Com Julen Lopetegui e aquilo que ele já conseguiu. Com a projecção europeia que já granjeamos e tenho a certeza que conseguiremos mais. Ou acham que, por exemplo, Brahimi seria votado Melhor Jogador Africano se estivesse em qualquer outro Clube?

Basta! Para mim Chega!| 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Foi Bonita a Festa Pá!

Vamos começar pelo princípio. Pelos mea culpas. Sim, é penalty do Herrera. Mas caramba, vamos ver os casos absolutamente extraordinários que já aconteceram com os nossos adversários directos (especialmente os rubros) e não houve cá ratazanas Santos como houve ontem a dizer que tem de se ver a arbitragem. E despacho já esta coisa antes de falar do jogo, acho extraordinário dizer-se que o benfas está melhor posicionado que o FC Porto para ganhar o clássico. Também acho extraordinário que o senhor Pedro Martins ache que teve pouco tempo para recuperar quando, como disse e bem Lopetegui, o FC Porto já teve muitíssimas vezes que jogar nas mesmíssimas condições, e o Rio Ave só repetiu os laterais. Adiante, vamos ao jogo.

Entrada fulgurante do FC Porto, em claro domínio cheio de oportunidades e de falhanços milimétricos. É que nem foi o último passe, foi só mesmo a finalização. Eu acho que o Jackson Martinez (friso, nunca poderei pôr o Capitão nas "Faltas" se ele se esforça, ajuda, desce, orienta, sai a jogar, faz trinta por uma linha) está a precisar de descanso, e vai saber bem ter uma semana de preparação entre jogos. Mister, contra o Shakhtar, Aboubakar se faz favor. Queremos um Jackson a 100% para não falhar golos cantados. Aliás, curiosamente, até acho que foi a equipa do FC Porto que acusou o desgaste das viagens e, quiçá, da diferença de temperatura. Herrera, Brahimi, Jackson, muito abaixo em rendimento do que seria expectável. Depois, claro, o Rio Ave - insisto, não é nenhuma equipazinha de trazer por casa - reorganizou-se, cresceu paulatinamente no jogo e re-equilibrou. Nessa altura, Fabiano cresceu e salvou-nos do golo por algumas vezes, coisa que viria a repetir todo o jogo.

Na segunda parte, Tello resolveu ouvir o Mister e fazer um grande golo, muitíssimo mais difícil do que parece e abrir a lata. Estava complicado. Mas curiosamente, voltou a sombra de um FC Porto da minha adolescência, aquele que marcava um golo e adormecia no "controle do jogo". E o Rio Ave cresceu ainda mais, criando boas ocasiões de golo, superiormente salvas pelo nosso "Monstro Entre Postes" Fabiano. O nosso bom gigante fez defesas superiores. Lopetegui vê que Casemiro está a dar de si e, mostrando que eu percebo mesmo pouco de bola, tira Brahimi e põe Rúben Neves, fazendo fixar o meio-campo, que depois permite ao Jackson marcar o 2-0 que muda o sentido do jogo. Apesar de um desacerto posicional grande (viu-se que Óliver já não está habituado às alas e não se posicionou bem durante, pelo menos, 15 minutos)  o FC Porto consegue chegar ao 3-0 por um golo superiormente executado por Alex Sandro (nada disso, pura sorte e um chichi industrial, mas um golo que certamente ficará na sua memória para sempre) e acabar de vez com a reacção do Rio Ave. Nos instantes finais um golo magistral a premiar os grandes jogos de Óliver (através de um passe à lá Quintero do Quintero que tinha rendido um Herrera que não teve o fulgor de Borisov (mas Hector, mereces descanso pá!) e um superior golo do Danilo que foi o melhor jogador em campo.


Uma palavra especial de apreço e de felicidade para aqueles adeptos que resolvem sair a 10 minutos do fim do jogo, parabéns, perderam 3 grandes golos! Adorava que isto se repetisse ad infinitum para que se acabasse com esta parvoice. Saem mais depressa eu sei, não apanham confusão, também sei mas, para quê ir ao futebol se se sai antes? Não entendo.

De referir com especial agrado, a minha hora e 15 anterior ao jogo em que tive o gosto enorme (pun intended!) de estar com o magnífico Z, do Blue Overlap , se há coisa que me está a deixar feliz é saber que os autores dos meus blogues preferidos não só são grandes Portistas como extraordinárias pessoas. Foi muito bom estar contigo, caro amigo, temos de repetir. 


GOLOS

Danilo -  Que raça, que luta, que magistral ano está a fazer o Danilo. Ele corre, ele organiza, ele cruza, ele remata, ele defende, ele entra pelo meio, pelo lado, ele incentiva, ele tudo. Danilo, Danilo, Danilo. Eu entendo a Capitania para o Jackson mas, caramba, Capitão devia ser o Danilo. Este homem é o exemplo vivo do que é Ser Porto.

Tello - Esta mota 500cc está a começar a fazer o que lhe faltava. O acerto goleador. Superior jogo deste grande jogador, que está a começar a ser uma peça muito importante na nossa ala, porque está a começar a afinar. Muito perto de ficar imparável, quando lá chegar, vamos ter outro caso sério de jogador no FC Porto. Está muito, muito perto.

Óliver - O Óli é outro daqueles jogadores que está a absorver completamente o Espírito de Ser Portista. Não houve bola à qual não fosse, ele desceu, ele subiu, ele marcou, ele organizou, ele fez passes magistrais. Óliver é uma força da Natureza, um jogador à Porto, que eu acho que temos de fazer tudo para manter cá em casa. Enorme.

Fabiano - Que grandes, enormes, superiores defesas fez o nosso Bom Gigante! Sem ele, a história do jogo tinha sido bem diferente. Obrigado Fabiano pela noite absolutamente irrepreensível e por ajudares a que a nossa defesa tenha uma muralha bem, bem fechada! Muito bom!

Rúben Neves - Como é impressionante ver a solidez que transmite um puto de 17 anos! Entrou (muito boa leitura de jogo do Lopetegui) e equilibrou o que estava desequilibrado, criou dinâmica, levantou a moral da equipa. Obrigado puto. Quando te davam certo já na equipa B, eis que mostras porque te sentas no banco todos os jogos. 

A União - Mesmo nos piores momentos, toda a equipa joga para toda a equipa. Acreditam até ao fim, lutam até ao fim, mesmo com 3 golo no papo. Este FC Porto unido em 5 meses é um milagre muito bonito de testemunhar.

FALTAS

Brahimi - Se calhar a acusar cansaço, mas não acho que seja só. Meu pequeno argelino, olha para o lado, tens de perceber que lá porque a bancada grita o teu nome, não é por isso que és o maior. Completamente ao lado do jogo - acontece, não perdeu nada da magia por isso - prova que não é o tal famoso "ele, Jackson, e mais 9". Jogos bons para pôr as coisas em perspectiva e amansar egos em crescimento.

Herrera - Outro em quem não posso bater. Depois do jogão de Borisov, estava na cara que tinha de dar de si. Hector, não te chateio mais, tu próprio saíste com cara de "ufa! Estava a ver que nunca mais!" por isso, que dizer. Precisa de alternativa urgente. Será o André André?

Desacerto Posicional - Médios nas alas não me parece ser a melhor coisa do mundo. Eu sei que esta teoria é contrariada normalmente pelo Brahimi, mas não pelo Óliver ou Quintero. Enquanto o Óliver não se apercebeu que estava no sítio errado, o nosso posicionamento parecia a torre de Pisa. A ver.

Falta de Apoio no Contra-ataque - Um tipo, seja Jackson, Tello, Óliver ou Quaresma, não pode subir sem apoio de alguém. Se um se desmarca, 3 têm de começar logo a correr. Foi triste ver mais de uma dessas situações ao longo do jogo.