E eis que, terminado a janela de transferências do Verão, somos dados ao balanço.
Acabaram de chegar dois mexicanos que eu desconheço em absoluto, por isso não vou estar a fazer considerandos sobre um ou outro. Vídeos de Youtube dizem-me positivamente zero, um bom editor pode fazer do Janko um jogador melhor que o Ronaldo. Não conta para coisa nenhuma.
Parece que veio para o FC Porto um extremo com facilidade no jogo interior, que pode até jogar a dez (ai como estou cansado desta *wassacamanago* desta história do dez) se tal for necessário. Dado o jogo de Lopetegui, acho uma extraordinária mais-valia um extremo capaz desse estilo de jogo e desequilíbrio. Quanto a Miguel Layún, um lateral que seja bom no ataque é uma coisa importante numa liga como a nossa, e cumprindo as duas alas é tudo o que precisamos. Portanto, só por isso, duas apostas ganhas. Já agora, os 10,5M são por 100% do passe, com uma mais valia de 30% para o clube de origem numa venda futura, e não por metade do passe.
Ao contrário do que vinha sendo por aí propalado, conseguimos arrumar com todos os nossos excedentários: Mikel no Brugges, Rolando no Marselha por aparentes dois milhões, rescisão com o Djalma, empréstimo de Quintero a render 500 mil com cláusula de compra por 20M.
Pelo meio vemos partir Ricardo para o Nice por duas épocas, para mim um bom empréstimo de um jogador que não tinha espaço neste FC Porto para a sua posição natural e estava a ter uma morte muito lenta como substituto de um Maxi que pegou de estaca e a saída de Hernâni por empréstimo para Olympiakos com uma cláusula de compra, que estou certo deverá ser accionada. Acho muito bem também esse empréstimo, pois lá Hernâni tem a titularidade assegurada, coisa que aqui não aconteceria.
O fim da novela Adrián López também nos deixou a todos aliviados, não somo pessoalmente, como desportivamente, como financeiramente. O ordenado de Adrián ascendia a 1,5M. Uma aposta errada da SAD, que defendi a seu tempo e que nunca correspondeu.
Mas uma coisa importante que quero discutir é a ideia de que Lopetegui terá castigado jogadores e diminuído a sua importância relativa. Nada mais longe da verdade. Vamos por partes.
Visto o que se conhecia de Adrián López, não acredito que houvesse alguém que pudesse prever o seu fraco rendimento. Erros de casting todos os treinadores cometem, toda a aposta desportiva é um tiro no escuro. Nada conhecemos de Jesus Corona mas o facto é que vem como aposta para titular, relegando à outra ala Tello, Varela ou Brahimi, se este não gravitar para o meio. Zero hipóteses coerentes para Hernâni ou Ricardo, na sua posição.
Crescimento e expansão fora não são negativas, muitos dos grandes jogadores do FC Porto fizeram-no, não há aqui qualquer tirania. André André é um deles.
Quanto ao famoso "caso Cissokho", acho que está tudo dito. Ganhou a versão benigna, que é o contrário do que nos queriam impingir. Lopetegui não castigou Cissokho, antes protegeu-o, notando que a posição de lateral no seu modelo de jogo é exigente e precisa de um entrosamento superior ao que Cissokho, naturalmente, poderia dar nesta altura.
Mas chega de lip service. Vamos aos factos. O facto é que este plantel é, no global, superior ao do ano anterior. Foi-lhe dada criatividade, velocidade, verticalidade, vontade, experiência e até exposição mundial. A partir de agora, caro Julen, deixa de chorar e mãos à obra. Eu (ainda) confio em ti. Torna estes rapazes numa boa equipa, molda-os como sei que sabes fazer, como fizeste com o Óliver, com o Danilo e o Alex Sandro, com o Casemiro. Porque, já sabes: não há desculpas. Títulos são obrigatórios. E não são tacinhas dos correios. São títulos. Senão, não haverá mais espaço para ti nesta casa. E essa é a verdade.