Jogo matinal, em tom descontraído, com mais público do que eu esperava - 26 122 - mas que primou por um ritmo lento, em especial na primeira parte, e que na segunda deu goleada , mas uma goleada que não foi resultado da pressão nem da intensidade, mas antes do desnível competitivo das duas equipas e do inconformismo de Herrera, Rúben Neves e André Silva.
O nosso menino marcou um belo golo, e fechou a contagem de golos desta época no Dragão, com a emoção que se impunha e que merece. Não sei é se este FC Porto, a jogar com esta intensidade, chega para vencer a Taça de Portugal. Assusta-me que Peseiro ache que tenha sido "um jogo muito bom". Mas vamos a notas.
André Silva - MVP da partida, no Dragão e também para mim. Entrega total ao jogo, vontade, ímpeto, irreverência, André Silva assistiu Layún para o 2-0, marcou o último golo Portista do campeonato e foi sempre uma dor de cabeça na área. Destapada que está a rolha, num golo de belo efeito, que para a semana seja a confirmação da presença "de estaca" de André Silva no plantel do FC Porto. Parece-me mais que preparado. A sua reacção ao golo é o amor à camisola que se pede a todos os jogadores. É um exemplo a seguir.
Herrera - Poderemos estar a ver os últimos jogos do Capitão do FC Porto com as cores azuis e brancas, mas toda a entrega, empenho e dedicação a cada lance está lá. Todo o jogo passa por Herrera, que ajudava a definir, servia os seus companheiros e se entregava a cada lance como se a sua vida dependesse disso. É o eixo central da roda, e merecia muito mais carinho, respeito e admiração dos adeptos do que aquela que partirá do Dragão a ter. O tempo fará dele uma referência Portista, sem dúvida, este patinho feio mal amado.
Rúben Neves - Danilo saiu ao intervalo com queixas - nada de sério, nem impeditivo para o jogo da Taça - e a entrada de Rúben para o seu lugar deu uma dinâmica diferente, uma velocidade e um critério muito mais definido às jogadas. Evidentemente, não barra o caminho como Danilo, mas a forma como consegue (pre)ver o jogo a acontecer, é fascinante. A mudar de flanco, a abrir pelo meio, a rematar de longe (quase marcava mais um belo golo), é um propulsor de ataque poderosíssimo. Não é vendido cheio de truques e habilidades, está a crescer defensivamente para se tornar indispensável em breve. Muito bem.
Segurança defensiva - Chidozie e Marcano entendem-se bem, não houve bola de cabeça que não fosse cortada, e tirando alguns - muito poucos - erros naturais de Chidozie, o perigo boavisteiro foi afastado com muita classe. Junte-se ainda um Miguel Layún com uma grande exibição defensiva e um bom critério ofensivo e um Maxi que não desiste e nem desarma, e temos a defesa sólida que tanto procuramos todo este tempo. Marcano é, sem dúvida, a peça do puzzle que faltava.
Corona - Que jogo de porcaria que fez o Jesus. Uma nódoa total. Foi subtituído, e bem, por Brahimi, que, sem ser brilhante, foi muito melhor que o seu companheiro de ataque. Tem muito mais futebol e talento do que aquele que demonstra, é neste momento um jogador em contra-ciclo com o resto da equipa. Displicente e amorfo, ou muda ou vai ter vida difícil. E não é de ser mexicano, porque Herrena e Layún também o são.
Massa Assobiativa - Que foi aquilo no penalti, senhores?! Mas está tudo maluco?! Então era o ponta de lança ansioso por marcar golos que ia marcar o penalti, era? E se falhssse, como era? E, mesmo, marcando, era assim que que queriam que a caminhada de golo do André começasse, era? Com um golo de penalti? Ou com o golo lindo e pleno de raça, superação e emoção com que foi brindado? Deixem de ser estúpidos, que não há cá "os nossos" e "os deles". E a decisão foi de Peseiro! Porque não o assobiaram a ele? Não é estrangeiro, é? Ainda bem que o Lucho é da Ribeira e o Madjer das Caxinas! Caladinhos eram poetas! Para já não falar da pressão que colocam no miúdo! Se a raiva com que Brahimi festejou o golo era contra vós, foi justificada e é uma vergonha. A continuar assim, não vão perceber que desaires futuros serão culpa vossa!
NOTAS: Com muita
Paixão, lá ficou o verifique B na segunda liga, com um #colinho autenticamente calabótico e a despromoção de quem se vergou para ser sodomizado para os ajudar. Isto numa tarde em que foram detidos quatro jogadores do Oriental, o presidente do Leixões e vários jogadores do Oliveirense, por suspeita de jogos combinados. Está lindo isto, está. Está à vista como o futebol mudou decisivamente depois dos processos contra o FC Porto. É pleno de integridade e honestidade. Mas tenho de dar um grande aplauso a Vieira. Cito, de notícia do Mundo Deportivo,
aqui, as condições do tão badalado "prémio hipotético" a Renato Sanches. Deliciem-se com a grande capacidade de Vieira de fazer do nada, muito:
"En el caso de Renato, los 35 millones que ingresará seguro el Benfica se podrían convertir en 80 por los 35 en ‘bonus’ que debería pagar el Bayern si se cumplen unas variables que sí han trascendido: 5 millones de euros si llega a las 25 internacionalidades con la absoluta Portugal (lleva 2); 20 millones de euros si gana el Balón de Oro; 10 millones de euros si entra en el pódium del Balón de Oro; y 10 millones de euros si es elegido en 11 ideal de la FIFA..." Palmas. Bravo. Fazer de 35 (E comissões? E prémios?), 80, é de mestre!
Para terminar com chave de ouro, porque um jogador
à Porto não se vê só dentro de campo, uma palavra de agradecimento ao enorme coração de um jogador que espero que se confirme que fica por cá, Miguel Layún, e pelo sua emocionante atitude para com o menino Afonso, que sofre de paralisia cerebral, ao levá-lo ao colo para dentro de campo, cumprindo assim o sonho do menino. Fiquei de lágrimas nos olhos, Layún! És grande! Aqui fica o
post do Facebook de Bruno Sousa, o grande artista Portista, a relatar o sucedido, e de onde roubei a imagem aqui em baixo.