Mostrar mensagens com a etiqueta Indi. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Indi. Mostrar todas as mensagens

domingo, 6 de setembro de 2015

Notas Soltas De Um Dia Sem Futebol Mas Com Muita Intriga


- Se os comentadores da SportTv falam de que "o benfiquista Gaitán esteve na goleada de 7-0 da Argentina à Bolívia" e teve essa participação tão seminal para a goleada como a marcação rápida de um livre, exijo então que se comece a dizer "o Portista Casillas esteve na vitória por 2-0 da Espanha sobre a Eslováquia". Até acho o segundo mais relevante que o primeiro, honestamente. Embora não tenha relevância nenhuma. Relevante é, sim, a sua mensagem aos cidadãos da Coruña que perderam as suas famílias no trágico acidente do rali. Associo-me a esse pesar. A classe do nosso guardião não tem par.

- Continua a senda do "Governo Sombra" na sua demanda de falar de futebol percebendo muito pouco do que se fala. Eles, que fazem o pleno vermelho, decidem falar de "passes à Gaitán" - está em todas, o rapaz! - e "golos de cabeça". Por mim, tudo bem, quero lá saber. Já quero saber um pouco mais quando o caro Senhor Comendador Pedro Mexia decide falar do "ridículo" do caso Brahimi. Diz ele que o jogador se recusa a jogar em Israel, que isso é "absurdo", e que "seria ridículo que um jogador pudesse decidir que não jogava em lugar A porque não gosta ou lugar B porque não quer".

  Eu vou fazer de conta que Mexia não é uma pessoa cultíssima e que não está a fazer de propósito. Vou até fazer de conta que desconhece que Brahimi disse precisamente o inverso, que a decisão cabia a ele e ao FC Porto, e que não cedia à enorme pressão do povo da sua Argélia. Sim, senhor Mexia, mais de 80% dos argelinos apoia a causa palestiniana e não reconhece o estado de Israel, considerando-o um regime tirano. Seria como ir jogar à Alemanha de Hitler, percebe? Mas o Silva e principalmente o Drax explicam-lhe melhor. Mas, se o Governo Sombra é um programa sobre política, que tal deixa-lo na política? Obrigado.

-  Robben e Sneijder decidiram culpar o Indi pela má prestação da Holanda na qualificação, por causa da sua expulsão - no meu entender manifestamente exagerada. Não há nada mais interessante do que uma equipa descarregar sobre um jogador o peso de um mau resultado, ignorando as suas próprias debilidades. Claro que tudo isso tem as suas consequências e, à hora a que escrevo, a Turquia vai vencendo a Holanda por 2-0 e dominando totalmente a partida, sem o Indi, ficando assim afastada do Europeu, uma vergonha histórica. De quem é a culpa agora, laranjinhas?

- O absurdamente patético Jorge Jesus deu uma entrevista ao absurdamente patético Record, felizmente sem falar muito do FC Porto. Li a entrevista na diagonal, mas ele afirma que não fecha a porta a vir treinar o FC Porto. Aviso já que eu não porei os pés no Estádio do Dragão durante a vigência de Jesus, não renovarei o meu lugar anual e o Porto Universal fará uma sabática. Não quero ver o meu Clube perder a sua dimensão europeia, voltando a ser um clube regional. Porque Jesus só ganha no seu desnivelado laguinho.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

O Paradoxo Do Equilíbrio


 Creio que todos nós, pelo menos os que estão com a nossa equipa, concordamos com argumentos do grande Pedro Marques Lopes aqui, via Tomo III. Creio contudo que escapa a PML uma realidade, que já existia no ano passado.

Não creio que possamos comparar a evolução do FC Porto com a dos seus directos concorrentes porque Lopetegui é um homem de equilíbrios. E eu subscrevo. Passo a explicar:

É naturalmente mais fácil para o benfica ou sporting ter a sua equipa funcional porque a natureza destas equipas é altamente oscilatória, por força do nosso ultra ofensivo/defensivo campeonato. Num campeonato normal os "15 minutos à Vitória", como lhes chamou o inefável Telmo Correia, esse político de categoria reptiliana, seriam um desastre para a equipa que os praticasse mais do que uma ou outra esporádica vez. Idem ibidem para o corre-corre Jesuita.

Estes sistemas, se se podem chamar de tal,  são por natureza absolutistas, ou seja, ou atacam com tudo ou defendem com tudo.  Por inerência são, então, completamente desequilibrados. E isso nota-se num palco Europeu, porque o empate não interessa e a vitória é necessária, e então, o sistema deve ser equilibrado entre o ataque e a defesa.

Lopetegui leva a segurança defensiva bem a sério. Por isso há uma certa dificuldade de Lopetegui em aceitar sistemas mais ofensivos, pela sua obsessão no controle do jogo e da posse de bola. Filosoficamente, o sistema evolutivo não está errado. Construir a equipa da defesa para o ataque é o caminho mais correcto, porque se começa por assegurar que não se perde. Depois de assegurar um sistema defensivo correcto, trabalha-se a pendularidade do meio campo e finalmente o pendor ofensivo e a presença na área. Eu compreendo isso.  Lopetegui pensa nas quatro competições.

No entanto, está na hora de, nacionalmente, Lopetegui entender que tem de ser mais ofensivo, sem ser oscilatório. Mas eu subscrevo que a sua teoria dos equilíbrios é a mais indicada. Demora é um pouco mais a implementar. Equilibrar os pesos na balança é muito mais complicado do que colocar os pesos todos de um lado ou do outro, à vez.

Como o campeonato é uma maratona e não uma corrida de velocidade, estamos mais preparados para o sucesso.

Por falar em Lopetegui, acho que o caso do Indi e da forma como este o defendeu mostra bem o quanto ele é tirano e trata mal os jogadores. Por mais bashing que se faça, basta uma reacção expontânea para o destruir.

E também Pinto da Costa soube ser equilibrado e fazer a filantropria do FC Porto sem fazer disso um golpe publicitário.