Confesso, fico preocupado. O meu lugar anual no Dragão deve ter Ayahuasca, ou outra espécie qualquer de poderoso alucinogénio, bem como a televisão da minha casa, porque não sou capaz de descortinar a equipa de que Nuno Espírito Santo explicou como sendo a sua no Desenha.No.Quadro.s01e02 em 480p ou 1080p, consoante o televisor.
Diz NES, e cito: "É uma equipa que consegue estar no campo adversário. Os laterais estão
constantemente projetados, médios que envolvem, que rompem. Em 60
metros, não há um sistema que se possa identificar. Há uma ideia. Na
maioria dos jogos, conseguimos isto. O resultado não identificam o jogo
da equipa. Em todos os empates que tivemos, não corremos o risco de
perder. Estivemos sempre muito mais perto de ganhar. Apenas
esporadicamente consentimos oportunidades de golo. A equipa teve um bom
crescimento, mas não conseguiu o golo. Consolidar o que estamos a fazer
atrás e melhorar a eficácia. Ser capaz de concretizar o que produzimos. A
equipa que vai jogar amanhã [sábado] é a equipa que tem jogado.
Confiamos no plantel desde o dia um e assim será até ao fim. Estão a
fazer a melhor época das suas longas carreiras".
É fácil de ver aqui o problema. O que eu destaquei é um absoluto delírio, pelo menos segundo o que vejo. Os médios não envolvem nada. Óliver passa 3/4 do tempo em missões defensivas, a vir buscar jogo a Danilo e a tentar fazer recuperações ad hominem. Já Otávio não faz outra vida senão tentar furar, sozinho, aquilo que, se estivesse a jogar apoiado, faria junto com os seus colegas. Também não é verdade que a maioria das equipas jogue recuada, e vai fazê-lo cada vez menos, ao ver um meio campo de dois miúdos a tentar fazer tudo sozinhos, com um buracão entre o ataque e a defesa, uma vez que Danilo dá o apoio aos centrais - que ficam bem atrás - para a projecção dos laterais. Projecção mas, como se viu no Restelo, non troppo, porque até esses não sabem se atacar ou defender. E depois, é preocupante como Otávio e Diogo Jota falam que NES lhes dá "liberdade atacante". Não pode haver. Deve haver processos, treino, jogo organizado, e não só rasgos de criatividade. Assim, é fácil de perceber porque não raras vezes se atropelam os jogadores, procurando ocupar os mesmos espaços, não respeitando desmarcações nem triangulações. Cada um por si, como lhe der na telha, não é uma ideia de jogo!
Elasse, o treinador dizer que a equipa está de uma forma quando está claramente de outra, se não for um discurso para tentar ganhar tempo - que não existe quando se diz que há que ganhar títulos JÁ - é um delírio que me deixa (ainda mais) apreensivo com a minha equipa.
Claro que a defesa forte funcionava no Rio Ave e no Valência. Mas não no FC Porto. Não chega clean sheets. É preciso que o adversário vá buscar a bola ao fundo das redes, uma e outra e outra vez.
E, ou NES admite que vai precisar de mais de um ano para isso ou está a falhar! Com esse discurso não vai a lugar nenhum - a não ser à chacota dos nossos adversários! E chega de ter outra coisa senão temor do lado de lá!
Os Super Dragões fizeram 30 anos. Parabéns a eles e o meu sentido obrigado pela abnegada dedicação e disponibilidade, a maioria à custa de grandes sacrifícios pessoais e profissionais em prol do sucesso do Nosso Grande Clube.
Mas tenho pena que o Presidente , em mais um discurso delirante, tenha vindo dizer que estes são os adeptos bons, contra os adeptos maus que são "aqueles que criticam, aqueles que na sombra, quando há qualquer desaire, põem as orelhas de fora". Pois é, senhor Presidente, saiba que não são os adeptos "maus", são sim os adeptos tão legítimos como os que aplaudem, com uma voz e uma dor, que também eles abdicam do seu tempo e das suas, muitas vezes parcas, condições para estar no Dragão a cumprir o seu sonho Azul e Branco.
Sabe, os adeptos de Coração Azul e Branco não se esgotam na Tribuna Presidencial, Camarotes, Tribuna e dois sectores do Estádio! Não compreendo este discurso do Quixotesco inimigo interno a alguém que tão bem sempre soube combater os verdadeiros inimigos externos! Perceba, senhor Presidente, que todos queremos o mesmo - um FC Porto vencedor, titulado e dominador. E as visões diferentes devem ser respeitadas, encorajadas e debatidas! Pode ter a certeza que não ouvirá nenhum assobio se a equipa jogar bem!
Sabe, os adeptos de Coração Azul e Branco não se esgotam na Tribuna Presidencial, Camarotes, Tribuna e dois sectores do Estádio! Não compreendo este discurso do Quixotesco inimigo interno a alguém que tão bem sempre soube combater os verdadeiros inimigos externos! Perceba, senhor Presidente, que todos queremos o mesmo - um FC Porto vencedor, titulado e dominador. E as visões diferentes devem ser respeitadas, encorajadas e debatidas! Pode ter a certeza que não ouvirá nenhum assobio se a equipa jogar bem!
Tristes dias estes, onde o delírio tomou conta da estrutura do Clube. Faz-me temer ainda mais pelo futuro próximo deste. Parece-me que está tudo ligeiramente ensandecido...
"The art of our necessities is strange,
And can make vile things precious."
And can make vile things precious."
- "King Lear", Acto III, cena II, William Shakespeare.
(Se quiserem saber do verdadeiro caminho que defendo, eu e outros bloggers da bluegosfera, e que vemos, felizmente, melhor explicado, nada mais do que procurar aqui. Nas 4 Linhas, um programa fantástico de debate sério por gente que sabe , no Porto Canal! Bravo Juca Magalhães, assim sim!)