Qual de nós não tremeu quando soube que o adversário da pré-eliminatória da Champions era o AS Roma? Quem não viu o fantasma da Europa League a pairar nas nossas cabeças? Tirando o
Silva - era quase o cincazero, amigo! - creio que mais ninguém.
Mas entramos bem, atacando cada bola, tendo uma fantástica reacção à perda de bola, e defendendo primorosamente. E, logo a abrir, aos 8 minutos, acontece a redenção de Felipe, para mim o herói da noite, a repôr a justiça no agregado das mãos e a dar o ímpeto para seguir em frente, e aquele acreditar tão importante!
Logo a seguir, o meu segundo herói da noite, Iker Casillas. Aqui esteve a classe mundial de alguém que já levantou o caneco 3 vezes, com duas defesas surreais a garantir que poderíamos acreditar mais ainda.
Fomos sofrendo, sofrendo, sofrendo e deixando a Roma cada vez mais nervosa, até que De Rossi vê, aos 39 minutos, o mais que justo vermelho directo por lesionar Maxi. E assim, a tentar depois, em vantagem, chegar aos 2-0, chegamos ao intervalo, depois de 6 longos minutos de compensação.
Começamos a segunda parte como acabamos a primeira, com a vontade de arrumar a eliminatória mas com nervos. Nervos que, inexplicavelmente, ainda aumentaram mais com a expulsão de Emerson, numa entrada assassina sobre Corona aos 50'.
Quer dizer, há uma explicação, sim. A Roma mereceu todo o meu respeito. Apesar de estar a jogar com 9, a super organização da Roma compensou estando balanceadíssima para o ataque e intensa. Apesar disso, o grande organização defensiva do FC Porto compensou a sua clara inexperiência em lidar com situações de vantagem - não estamos propriamente habituados - e os nervos e sofreguidão.
E eis que, então, valeu Layún com uma grande arrancada pela direita a passar tudo e todos, a despachar o guarda-redes romano e a enfiar a bola nas malhas do poste mais distante. Estava feito o 2-0, aos 73', mas não chegava.
Dois minutos depois, era Corona - que exibição ofensiva e defensiva! - que, pela sua esquerda natural, parte os rins a Manolas e faz um grande golo, num remate primorosamente colocado. 3-0, e a Roma deu de si, naturalmente.
Aí o FC Porto conseguiu fazer aquilo que deveria ter feito quando se viu com 9, jogou apoiado, curto, controlou e dominou , nomeadamente no eixo central orientado por André André e Danilo, de tal forma congelando o jogo que o árbitro polaco de uns grandes bagos de adamantium, Szymon Marciniak, resolveu acabar o encontro rigorosamente aos 90'.
O FC Porto celebrou, então, uma grande exibição e a vitória mais que justa, com sabor a título, à campeão. Com esta garra, esta união e este espírito de sacrifício, não há nada que não se consiga! Tudo se deve a Nuno Espírito Santo, que em pouco tempo conseguiu criar a imperiosa mentalidade raçuda À PORTO na equipa. Esta noite mágica, não a vou esquecer tão cedo. Tenho a certeza que vocês também não.
NOTAS FINAIS:
Layún é uma grande dor de cabeça para NES. Tamanha qualidade não pode, não deve, não se admite, que esteja no banco. Se ele ataca melhor do que defende, porque não avançar mais no terreno?
Todas as bocas que eu poderia mandar, o Presidente Pinto da Costa já o fez melhor do que eu esta noite na zona mista. Desde o MaisTabaco, ao Chouriço, a MST, foi tudo a eito. Gosto de o ver nesta forma. Gostava era também de o ver assim, corrosivo como só ele sabe ser, quando perde, ou a sair em defesa da sua equipa quando esta perde. É importante esta força para unir. Fica a sugestão. Fica o pedido.
É sempre fantástico fazer um zapping de aziados. Hoje dormiremos melhor. E esta confiança e moral não trará só recursos. Traz a mentalidade ganhadora que nos poderá levar aos títulos. Não estou a ver ninguém melhor que nós. Domingo é para arrasar.
Real Madrid, Barcelona, FC Porto. 21 presenças na Champions League. Mais ninguém. É só para lembrar.
SILVA, TINHAS RAZÃO. O PRÓXIMO MENU É ON ME.