Continuando de convalescença de uma das maiores gripes que tenho memória de ter, tive de ver um jogo em que tive pena de não estar, pela televisão. Se é estranho ver a nossa casa de fora, ainda mais quando mais precisa de nós todos. 16 mil é uma vergonha. Vencemos com justiça e relativa facilidade um Vitória que parece estar muito longe de outros tempos, embora este também seja um FC Porto ultra confiante e feliz. Seja como for, e apesar de ter sido uma exibição em crescendo de ritmo, seguimos com mérito rumo ao Jamor. Vamos a notas.
Meio Campo de Luxo - De Luxo e não de Lucho, a ser verdade, uma desilusão do tamanho da Torre dos Clérigos. A violência doméstica é um crime hediondo e muito subvalorizado. Continuarei a adorar as jogadas, mas o homem que as executou perdeu o meu respeito. Mas vamos ao que interessa: Que jogador está o senhor Comendador! Se continuar a rematar de fora e dentro da área como está a fazer, em breve será um dos melhores médios defensivos da Europa! E é claro, toda a alegria e soltura de Danilo só foi possível porque o nosso Capitão conseguiu limar a aresta que lhe faltava: dosear a sofreguidão. Um Herrera que sabe temporizar é um grandíssimo jogador, a variar flancos, a distribuir jogo, a tabelar para ocasiões. Supremo Hector Miguel, saindo debaixo da ovação que faz por merecer. Assim, é difícil parar-nos.
André André - Grande entrada da formiga atómica - sim, recuperei o epíteto que lhe dei quando chegou porque, ocupando o seu lugar em terrenos adiantados e ligeiramente descaídos nas faixas, foi capaz de nos dar dois belos golos que nos selaram o apuramento. O toque de classe de não festejar os golos contra uma equipa que capitaneou, é de imensíssima classe. Assim, sim!
Diego Reyes - Reyes foi chamado para render Felipe e, pese embora não tenha o seu poderio físico, a verdade é que sabe definir bem, a primeira fase de construção deixou de me deixar ansioso porque há visão de jogo e boa leitura de espaços. Se alguém que é chamado a frio dá esta resposta... temos homem! Que assim continue!
A Carburação Lenta - Se é verdade que, a seguir ao golo de Danilo - e que este merecia que tivesse sido bem antes! - o FC Porto clickou e rebentou com a concorrência, a verdade é que a primeira parte foi um longo bocejo, após o penalti (o segundo consecutivo!, ... estranho! ... ) a equipa limitou-se a trocar bola e a jogar pausadamente e estava incaracterísticamente lenta. Desta vez foi suficiente, mas é algo a rever!
A Vergonha da Cobardia - Que foi aquilo na flash, senhores? Quer dizer, sois roubados indecentemente com os coisinhos e e encolheis os ombros, e ontem foi aquilo? Não vi mas de certeza que foi? Onde é que nós estamos? Bem sei, parece ter ido o tempo - é melhor não falar muito para não estragar! - onde mãos na área não davam penalties, e qualquer um poderia vir ao Dragão gozar com a nossa cara. Se esse tempo mudou, que raio de clamor é este? Penalti sobre Sturgeon? Dêem-se por contentes não ter havido amarelo por simulação! E falem quando realmente forem roubados, contra outras cores e noutras latitudes! A "pacificação" é só para os lados de Carnide, ein? Ganhem vergonha!