Jogo importante, vitória natural mas sensaborona cuja memória o tempo se encarregará de apagar. No entanto são estes jogos que fazem campeonatos, num jogo onde todos os destaques que vou dar são, apenas e só, mais ou menos. Evidentemente, o Rio Ave vai exigir deste Futebol Clube do Porto bem mais, mas o caminho faz-se caminhando, e o alento moral de uma vitória tranquila pode ser o click necessário para, de uma vez por todas, sair deste carrossel. Vamos a notas.
Óliver - Depois dos primeiros minutos em que, tal como o resto da equipa, esteve num estado de ansiedade sôfrega absolutamente incompreensível, quando afinou fez aquilo que é o seu apanágio e merece o natural destaque: ser o eixo da roda. Pelos seus pés passa, literalmente, todo o jogo Portista. Teve, também, o mérito de voltar a destapar o ketchup, num remate muito bem colocado e que espero que restitua a confiança de Óliver na sua capacidade de fazer golos. Nunca será um goleador, certamente, mas é bom saber que está no caminho certo.
Marcano - Cada vez mais forte, cada vez mais Capitão (ainda que agora não tenha a braçadeira, outra vez) e já com 4 golos marcados (3 na liga), está cada vez mais completo e patrão. Curiosamente, está a assumir esse papel quando se esperava que fosse o seu companheiro a fazê-lo. Mas acho que é mais uma parceria do que uma relação de patronato. Que assim continue.
O copo meio cheio - É sempre bom voltar às vitórias tranquilas, feitas com tempo e sem nenhum tipo de possibilidade de se perder num mau momento, como também é sempre excelente mais uma clean sheet, ou seja, a baliza inviolada novamente. Corona e Diogo Jota jogaram bem com os companheiros e ajudaram num esboço de ataque rápido que só precisa de ser mais afinado mas que vai lá e é justo dizer que Herrera fez um jogo bastantes furos acima dos que tem feito. Nota digna de registo a arbitragem, que o Tribunal d'O Jogo demonstra ter sido muito boa. Está visto que Fábio Veríssimo parece ser, até ao momento, o valor mais seguro da arbitragem-proveta.
O copo meio vazio - Estranhamente, ambos os nossos normais esteios defensivos estiveram anormalmente aluados. Apesar de terem a raça habitual, quer Felipe quer Danilo não tiveram uma tarde-noite por aí além. Será que a Cila tem razão e os jogos às 18 deixam os jogadores meios taralhoucos? Tenho, no entanto, a certeza de que um Rio Ave os fará estar mais focados e atentos.
O depois de Óliver é sempre uma confusão pegada. A implicância que NES tem com Óliver, não a entendo. Óliver é sempre o primeiro a sair, e sempre com o mesmo resultado. Por muito bom, assim-assim ou mau que o jogo esteja a ser, a saída do Maestrinho piora-o sempre, porque lá se vai o eixo da roda, e a sua alternativa tende a não conseguir produzir o mesmo. André André bem se esforçou, mas não tem a capacidade de ler o jogo como Óliver tem. Aliás, aproveito para explicar ao senhor Carlos Gouveira, que atribui as pontuações n'O Jogo, e que tem uma embirração parecida com a de NES com o nosso Maestrinho, que as "rotundas" de Óliver servem para que este possa ler o jogo e enviar a bola para o sítio certo, sem ter que correr com ela. Como Óliver não é nenhum Aubemeyang, esta tende a chegar ao seu destino melhor e mais rapidamente do que se ele correr com bola para a entregar. Percebe? Além disso, às vezes, também serve para dar a volta à marcação de um adversário. Implicâncias!
Por fim, a questão Depoitre. Não consigo, juro que não, perceber a lógica de tudo isto. NES, supostamente, pede um avançado caro e sem provas dadas, porque conta com ele. Dito avançado é ultrapassado por um miúdo de 18 anos, voluntarioso e esforçado, mas cuja etapa natural de formação é jogar nos sub-19 dando umas perninhas na B. Evidentemente, ninguém lhe pede mais do que isto. O que está a fazer Rui Pedro na equipa principal? E que exemplo se dá a um ponta de lança ser ultrapassado por um miúdo dez anos seu júnior? Uma trapalhada com uma explicação certamente esotérica e de muito difícil compreensão. Depois dizem que Depoitre joga mal! Deve ter, a esta altura, a confiança de uma pulga!
ACTUALIZAÇÃO
Para que entendam o gesto de André Silva no festejo do golo. Achei absolutamente delicioso. E o facto dele não ter publicitado ainda o torna mais nobre. E o meu coração de Pai mais quente. Parabéns André. Essa humildade só te fica bem. E vai levar-te longe.