sexta-feira, 29 de maio de 2015

A Meditar: As Perdas de Pontos e a sua Escalpelização II - Os Empates (parte 1)


No FC Porto os empates são sentidos e vividos como derrotas e estas como hecatombes. É uma boa forma de sentir, esta, uma vez que o FC Porto é um clube que tem de ganhar, tem de entrar em campo sempre com os três pontos em mente. Não há como fugir - a unica atitude razoável é a de pensar, desde a jornada inaugural , que "não podemos perder mais pontos". É razoável aos adeptos pedirem garra e suor. Por vezes as coisas não vão correr bem, mas essa distância do suor, de ir até à última, de responder com sangue, suor e lágrimas, é aquilo que se deseja. E para mim é o paradigma que Lopetegui terá de saber transmitir para esta época - que não é admissível jogar passivamente, que não há jogos menores e que, como foi visto neste campeonato, um jogo aparentemente resolvido deu para o torto. Escalpelizemos pois, os empates - muitos, demasiados, enormes.

O primeiro empate foi o primeiro choque de Lopetegui com a vergonha de arbitragem que foi o #colinho este ano. Falo do jogo da quarta jornada com o Vitória de Guimarães. À meia hora de jogo, Brahimi é agarrado na pequena área, quando seguia a isolar-se para marcar. Penalty por assinalar. Certo é que Brahimi não se deixa cair, mas isso não pode ser explicação suficiente para que o penalty não seja assinalado. É gritantemente visível, não é um "erro humano" não o marcar. E o jogo, até então, estava inclusive a ser um jogo bem disputado e intenso. Mas, a partir deste ponto, foi um festival de nojeira inclinada. Aos 68' a palhaçada do ano, dado os momentos que se seguiram ao longo do ano, o pretenso penalty sobre André André por parte de Jackson. Aquele leve toque, a existir, parece absurdo perante todos os empurrões e puxões e mãos em sítios por parte dos rubros. É de uma dualidade de critérios absurda de que se fala. E assim nasce o golo do empate do Guimarães. Mesmo assim, dois minutos depois, tudo estaria normal se fosse validado o golo de Brahimi, a quem foi assinalado um fora de jogo, existente apenas na cabeça do mui rubro Valter Rufo, o árbitro assistente que o assinalou. Assim se escreveu a história do maior roubo deste ano. Mais dois preciosos pontos que tudo teriam mudado nas contas finais. Resumo aqui. Lance do fora de jogo aqui.


Na jornada seguinte, a história de um dos empates mais contestados a Lopetegui por parte dos Portistas. Sobre o jogo do Boavista tenho uma opinião particular e algo diferente. Lembrar, primeiro, que quatro dias antes apenas tinha o FC Porto vindo da sua maior goleada na Champions, o maravilhoso 6-0 ao BATE Borisov. Este efeito depressivo pós-Champions aconteceu por toda a Europa, às melhores equipas. Este foi também o dia de um enorme dilúvio - que não era esperado - pré jogo, e que levou a mais de meia hora de adiamento e a um Lopetegui à beira de um ataque de nervos. Era ver de um lado Petit, cujo "estilo de jogo" fechado - menos, curiosamente, contra o benfas na Luz - favorecia, a mandar a bola para o lado que lhe dava mais jeito e os responsáveis do FC Porto a mostrarem que o relvado estava impraticável. Isto depois de três raios (!) terem atingido (!!!) o Dragão e terem mandado a luz abaixo. Quando se decidiu jogar, os jogadores estavam visivelmente contrariados. Mesmo assim, aos 14 minutos, Tello faz um passe para Brahimi que daria golo, não fosse a bola ficar parada na marca de grande penalidade. Mudaria a história do jogo completamente. Aos 24 minutos Maicon seria expulso por um lance repetido várias vezes por outros intervenientes, como Samaris contra o Moreirense, por exemplo, sendo que este não levou senão amarelo e fê-lo de uma forma propositada, ao contrário de Maicon. E o jogo mudou. O Boavista não foi capaz de jogar senão nos últimos 30 metros e de distribuir sarrefada, murro e pontapé até mais não. Ao contrário de Maicon, nenhum jogador do Boavista seria expulso. Resumo aqui.

Uma coisa é certa, ficou bem espelhada uma falha que Lopetegui vai ter de corrigir para a próxima época: encontrar uma forma alternativa de jogo para as equipas que se fecham em 30, 40 metros. A quantidade de oportunidade de golos tem de ser infinitamente maior do que foi, para conseguir sobrepôr-se à Matemática do Pontinho, que tanto serve 80% das equipas. E a presença na área também.

Continua nos próximos posts.

3 comentários:


  1. «
    Mesmo assim, dois minutos depois, tudo estaria normal se fosse validado o golo de Brahimi, a quem foi assinalado um fora de jogo, existente apenas na cabeça do mui rubro Valter Rufo
    »

    desculpa, Jorge, mas mesmo que tivéssemos vencido, esse jogo teria sido tudo menos «normal». a vitória, num jogo como esse, só nos conferiria ainda mais legitimidade para o contestar.

    abr@ço
    Miguel | Tomo III

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  2. O FCPorto já sabe que vai ter de enfrentar os Motas, Duartes, Capelas, Baptistas, Ferreiras, Olegários, Vascos, Hugos e os Paixões.

    Luís (O do Sérgio Conceição ou Ruí Vitória)

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