domingo, 22 de outubro de 2017

Análise FC Porto 6-1 Paços de Ferreira - Ópera à Moda do FC Porto


Noite fresca no Dragão, 40 mil nas bancadas, expectativa após o desaire em Leipzig, saber se tinha ou não um FC Porto à moda antiga. Obviamente, sorri largamente quando me pareceu ver o fantasma de Bobby Robson, de polegar levantado, atrás da baliza, logo a seguir ao golo de Ricardo Pereira, felizmente regressado, com uma exibição soberba. Adivinhava-se, tão cedo era marcado o golo, que o FC Porto estava ali para demonstrar algo.

É certo que uma nuvem negra chegou a assombrar - Herrera fez um passe à queima e Whelton aproveita para marcar um golaço à Hulk, no meu entender, absolutamente indefensável para José Sá.
Notou-se, infelizmente, algum nervosismo nos minutos seguintes, só que o seu colega de sector Felipe resolveu dar-lhe um bom bálsamo, na forma de um excelente golo, e dar descanso ao seu guardião. Também é curioso que após essa altura, exorcisou-se o Herrera do corpo de Hector Miguel, que arrancou para uma boa exibição, estando em todo o lado do campo e imprimindo a velocidade demolidora para que os seus colegas da frente se exibissem em todo o seu fulgor.

Assim foi. Brahimi e Marega pegaram no testemunho e partiram a loiça toda com golos e oportunidades, jogadas e combinações de encher o olho. 4-1 no fim da primeira parte, goleada das antigas, um jogo brilhante e muito bem conseguido de toda a equipa, a lavar-se do desnorte alemão com classe e imposição, à qual um Paços que até tentou, nada conseguiu fazer para contrariar. Pelo meio, ainda houve alguma esperança pacence, mas fez uma excelente defesa em voo e desviou para canto, socando o dito para lá de Bagdade. 

A segunda parte trouxe, ao contrário do que se faria supor, mais da mesma toada agressiva e dominadora que se tinha visto na primeira parte, desta vez com Jesus Corona a fazer as delícias e as honras da casa. Felipe ainda viu um golo (bem) anulado, mas nada iria estragar a festa de golos do Dragão. Estava restabelecida a ordem natural das coisas e a distância devida para os nossos adversários. Em estilo, com classe. E também um recorde. 5 goleadas em 5 jornadas no Dragão. Que mais se pode querer?


Não deixa nunca de ser normal nunca é o daltonismo inverso que sofrem os árbitros em relação ao FC Porto. Fábio VARíssimo não viu esta mão ostensiva - um enésimo penalti - que retirou o merecido golo a Yacine Brahimi. Normal, diriam uns. Anormal, digo eu. Até quando? Sim, é certo, cumprimos a máxima de que fomos muito melhores e assim ultrapassamos os "erros" da arbitragem, mas é por estas e por outras que o nosso campeonato é uma anedota, e há quem muito se esforce para manter o status quo. Escavando e escavando até que a nossa liga chegue às últimas da Europa. Desde que se salve o regime...

Por mim, porque os elefantes matam e eu não quero morrer hoje, achei a exibição de Sá normal para as circunstâncias. É o guarda-redes do meu Clube. É quem o treinador escolheu, é quem eu defendo. Acho que Casillas é muito melhor e experiente. Sim. Critico a decisão do treinador, que considero errada? Sim. Deixo de apoiar a equipa, jogadores e treinador? Nem pensar. O treinador faz as suas escolhas, é responsável por elas. Reconheço em Sá talento. Não tem experiência? Não. Poderíamos jogar com essa enquanto por cá a temos? Claro. Está na hora de mudar de Clube? Nem pensar! Quem decidiu, está decidido. A partir daí é com o treinador e equipa. Eu só vim aqui ver a bola! E que feliz que eu estou com isso!


9 comentários:

  1. Perfeitamente em desacordo, carago!!!!
    Não foi ópera. Foi heavy metal a fazer-me lembrar os bons concertos que vi ao vivo no Infante Sagres ou no Académico!!!!
    A ópera faz-me... dormir e ontem só desejei estar sempre acordado!!!
    Um abraço :-)

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  2. ....e o Moussa com aquele corte aos não sei quantos minutos? Hein? Vassalo, ainda estás chateado com o Sergio? Vá lá, são opções, não acho que seja intelectualmente desonesto ao ponto de se armar em macho-alfa..

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    1. Chateado?! Eu adoro o homem! Mas agora não se pode ser crítico das pessoas de quem gostamos? Mania de extremos pá!

      Abraço

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  3. Pois Jorge está cada vez mais visto que Maxi e Iker vão de barco em Janeiro... será da qualidade ou daquilo que, sem qualquer culpa própria, recebem no final do mes?

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    1. Está a querer dizer que é a SAD que decide quem joga?
      Então terá de avaliar muito bem quem vai vitoriar na Baixa em Maio. Se a SAD ou o treinador.

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    2. João, seria um alívio financeiro. No banco, são caríssimos! O primeiro não justifica, neste momento, estar aqui. Já o segundo....

      Abraço

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  4. O último parágrafo é lapidar, Jorge. Eu só quero saber dessas merdas das escolhas, das indisciplinas e o camandro quando isso tem reflexo negativo na equipa. Não só vencemos, ainda o fizemos com distinção e depois de uma derrota europeia - vamos criticar o quê exactamente?

    Sobre o jogo, vejo o Sérgio a tirar petróleo do Herrera. É que nem se via a possibilidade do tipo ser algo parecido com um jogador, excepto lá na seleção dele. Ontem, a rasgos, pareceu o Moutinho de outros tempos, acelerando muito o jogo, dando intensidade ao meio-campo. Relativamente ao outro destaque deste jogo, Marega, digamos que se fala tanto da força do rapaz, como da sua trapalhice com a bola, mas raramente se refere a sua atitude competitiva. Já tinha reparado nisso enquanto andou pelo Guimarães. Enquanto está em campo, só tem uma velocidade e um objectivo. Já agora, tem um faro invulgar para antecipar o posicionamento de finalização, que é o mesmo que escrever "tem golo". Isso é o óbvio ululante, porque já o vinha demonstrando. Vai continuar a marcar.

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  5. Boas, em relação ao Iker, já percebemos que querem forçar o homem a ir-se embora. Mas se era para isso, podiam não ter renovado! Tudo bem que ele é um custo financeiro elevado mas podiam ter feito as coisas de outra forma. O homem sempre foi correcto com o clube.

    Abraço.

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