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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Com Todas As Variáveis Controladas


Não haja dúvida, quando estamos frágeis, há sempre um conforto mágico em sentir-nos quentes e protegidos. Saber, ao enfrentar o mais pequeno desafio, que não importa qual o tamanho do salto, há sempre um trampolim em baixo, pronto a amparar a queda e nos impulsionar para o nosso destino, caso seja necessário.

É esta a realidade presente do polvo galináceo, cada vez mais agitado e ansioso. Para enfrentar o colosso Arouca, que está a um míseros vinte e um pontos de distância, nada melhor do que ter o amparo de uma Mota metalizadamente rubra. E, como o seguro morreu de velho, ganhar em duas frentes, preparando já o jogo da semana seguinte frente a esse corajoso colosso que é o verifique B, eternamente, frente a eles, uma meretriz gasta e cansada, uma verdadeira autoestrada cheia de Paixão que lhes garanta que chegam ao sítio onde nunca ninguém cheg... ah, espera! Nós já chegamos! Duas vezes! E outra, até passamos!

Já sabemos, espera-nos uma verdadeira contagem de montanha daquelas bem íngremes, nas próximas jornadas. Jogaremos, como sempre, contra 14. E sabemos que o ar é mais rarefeito quanto mais chegamos ao topo. Cabe aos nossos Dragões, apoiados por uma massa adepta que se sabe já que vai ser de qualidade e quantidade, ganhar, ganhar e ganhar.

O resto, mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo, mesmo que este não deixe nenhum espaço para a imaginação (aqui numa versão muito papoila). Pode ser que, quem está do outro lado, também se canse da sua eterna condição de meretriz e ganhe um pouco de vergonha na cara, sobretudo sabendo que está sempre a ser comido. É que os adeptos do dito clube podem não ter todos uma paixão tão rubra. 


NOTAS: Os nossos Heróis de Andebol não dão hipótese nenhuma. São tão bons e tão fortes que até gostam de dar assim um avançozinho aos adversários para dar um bocadinho mais de luta. Só que eles têm a poção mágica do Azul e Branco no Coração e... bem, é o que se sabe! Sem playoffs manhosos, vamos no bom caminho para reaver aquilo que é, naturalmente, nosso.

E, para terminar, ficaram as galinhas todas aos saltos com a "bombástica" revelação que o  FC Porto está "obrigado" a comprar Óliver. Cabe-me aqui escrever, pela última vez, espero, sobre esta muito estúpida questão, que me irrita sobejamente. Em primeiro lugar, como assim, obrigado? Não, O FC Porto comprou Óliver com um empréstimo prévio até Dezembro de 2017, situação nada incomum por esta Europa fora. Tal já tinha sido noticiado no Verão! Acordaram agora, foi? Em segundo lugar, talvez seja discutível se o FC Porto estivesse em condições para fazer esta aquisição, mas Óli vale 20M e valerá muito mais! Compare-se com os preços dos papoilos como Hélder Costa e diga-se alguma coisa. E até parece que não temos nenhumas contas a acertar com Mendes e companhia! Por fim, veja-se a diferença entre este Óliver e este. Ela é bem óbvia! São uns bons metros da chegada à área, que com NES pura e simplesmente não existe. Sendo um baterista ambidextro,  consigo tocar à esquerda e à direita. Mas à esquerda toco melhor. Como li num blog - e felizmente as reacções dos adeptos a esta "notícia" têm sido bem positivas e inteligentes - para Óli fazer mais golos e assistências, jogando onde joga, só se ele passar a bola e a for receber também! Mesmo assim, conte-se, no último vídeo, a quantidade de passes que seriam assistências se houvesse um pouco mais de engenho na finalização. O talento está, indubitavelmente, lá. Óli tem 22 anos feitos há três meses. Bem aproveitado - que não está a ser - é a força motriz da equipa! E é nosso! Chega de parvoíce! Por favor!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O Ego e o Serviço

Via Tertúlia Portista

O Presidente falou após a vitória - como sempre, só depois de vencer - sobre o Brugge, dizendo o que se vê em cima. Se isto é uma atitude à Porto, fico preocupado. Sim, nunca desistir é uma atitude à Porto. Entrar daquela maneira não pode ser. Depois entrou numa deambulação sobre as contas que, confesso, me deixou agastado.

Sabe, senhor Presidente, a nós interessa muito mais o assunto dos vouchers - que o Presidente se recusa a comentar - do que as opiniões de MST e Oliveira e Costa sobre as nossas contas. Interessa muito mais que se prove a aldrabice dos últimos campeonatos, em especial o de 14/15. É que, sabe, teríamos sido campeões, não sabe? E não haveria um tetra no horizonte de possibilidades do nosso rival nem a treta de "fim de hegemonia". E isto, só analisado de uma forma simplificada, porque muito mais haveria a falar.

Agasta-me o exercício de ego da SAD, que só responde quando tocam na gestão desta ou em resposta a ataques aos membros da dita. Sousa Tavares, por exemplo, pode insultar o treinador e jogadores, de uma forma gratuita e avulsa, o quanto entender, que não há reacções. Mas se falar da SAD, aqui d'El Rei! também Oliveira e Costa pode dizer, preto no branco, que o FC Porto vai ser prejudicado pela arbitragem durante anos, que ninguém diz nada. Pode, inclusivé, dar a entender que o fifica e o sportem partilham o controle da arbitragem que nada acontece

O que peço ao senhor Presidente é que entenda que a generalidade dos adeptos valoriza o que o senhor parece não valorizar e desvaloriza aquilo que o senhor parece levar tão a peito. Os adeptos querem ver garra e agressividade na defesa daquilo que é a descriminação sobre o FC Porto da arbitragem e dos media em geral. Tudo o resto é fait divers. Tudo o resto é um exercício de ego. O senhor Presidente foi sempre conhecido por tudo fazer em prol da defesa dos superiores interesses do FC Porto. Era - e ainda é - idolatrado pela sua abnegação e serviço ao FC Porto. Espero que perceba que as prioridades parecem estar, neste momento, trocadas. Invertam-se a bem do FC Porto.


Ontem o FC Porto venceu o ABC em Andebol por 24-22, num jogo pleno de raça, luta e num fim à Porto. Venceu-se, contra tudo, contra todos e contra os tolos e contra uma arbitragem muito caseirinha! Ainda bem que o Porto Canal estava lá para o denunciar! 

Estava? Não! Ana Filipa Gomes, com quem simpatizo, estava com um absurdo discurso de "união" e "fraternidade", completamente antagónico ao que as imagens demonstravam!

E porquê? Por causa do wet dream de Juca Magalhães, de uma televisão para todo o Norte, porque o Porto Canal também transmite os jogos do ABC e porque, toda a gente sabe, o corporativismo impera! Foi constrangedor ouvir, no meio daquela vergonha, Ana Filipa num discurso de "vamos todos dar as mãos e mostrar como somos amiguinhos". 

Caríssima, não tens culpa nenhuma, fazes o que te mandam. Juca Magalhães é que pôs, uma vez mais, o seu ego à frente dos interesses do Clube que (parece que não) comanda a estação, dando as mãozinhas aos lampiões do Norte que não perdem uma oportunidade de nos apunhalar sempre que podem!

Este é o FC Porto directivo de hoje em dia. Manso, permissivo, conivente na sua autodestruição. 

Esta NÃO É uma direcção À PORTO! 

QUE EXEMPLO PODEM SEGUIR, ENTÃO, OS NOSSOS ATLETAS?

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Espaço Z - "Apanhado"

1. Analisando a fundo todas as opções, questões de estabilidade na equipa técnica e do próprio plantel, organização interna, penso que partimos para esta temporada um pouco atrás dos nossos rivais na luta pelo título. Quer isto dizer que não podemos sonhar/acreditar no trabalho dos nossos rapazes? De todo. Significa apenas que teremos uma muito menor margem de erro; não podemos almejar a conquistar uma prova de regularidade e perder com Aroucas e Tondelas em casa, ou continuar a não conseguir ganhar um jogo ao medíocre Marítimo nos Barreiros. Temos de ser mais, correr mais, jogar mais, lutar mais. E isto tudo, sabendo que temos menos opções de qualidade do que Sporting e Benfica. E não há problema nenhum em reconhecê-lo: o primeiro passo para a glória costuma estar em conhecermos a fundo as nossas debilidades e defendermo-nos delas. Penso que haverá mais alguma qualidade em termos globais face à época passada (e o facto de não haver Suks ou Maregas a agredir a bola ajuda nesse aspecto), mas há algumas debilidades em posições fulcrais que deixam algumas preocupações - especialmente no sector mais recuado. Uma lesão ou um castigo podem trazer-nos alguns amargos de boca. Mas bom, só tivemos 5 meses para preparar esta nova época, e quem consegue fazer um bom trabalho num período tão curto de tempo, hein? Quem consegue? 

2. Muito se falou na altura sobre a escolha do novo treinador do FC Porto. Teria de ser assim e assado, com uma personalidade cozida e assada, a jogar na táctica 2-5-3 ou 7-2-1, e que falasse 3 línguas diferentes. Falou-se muito, analisou-se muito, e talvez se tivesse exagerado um pouco nas expectativas criadas. NES dificilmente seria a escolha de muitos de nós, mas talvez acabe por fazer sentido se olharmos para a nossa capacidade negocial actual (muito próximo do ridículo), para o "cemitério" em que nos tornámos nestas últimas épocas, na ausência dum plano desportivo a médio/longo prazo, talvez seja uma das opções que fazem sentido. Confesso não ser um admirador do estilo de jogo que NES promove - especialmente não sou nada admirador da sua actividade de redes sociais, regada de frases clichê, de alguém que tem de se capacitar da dimensão e responsabilidade de treinar um clube como o FC Porto - mas confio muito na seriedade do seu trabalho (e de toda a sua equipa técnica) e na capacidade de conseguir, mesmo que não deslumbrando, fazer do FC Porto uma equipa competente, personalizada, que mande na sua própria casa e que, acima de tudo, não encare nenhum adversário com receio nos olhos e nas pernas. Como sempre acontece, NES terá a minha total confiança para a época em curso, e espero que a massa associativa lhe consiga dar a tranquilidade necessária para que desenvolva o seu trabalho em paz. Talvez seja altura de pararmos de dar contribuições tão generosas para continuar a "enterrar" treinadores dentro das nossas portas.


3. Otávio, André Silva, João Teixeira, Óliver, Corona, Ruben Neves... Nestes nomes (quiçá noutros que não referi) reside o futuro a curto/médio prazo da nossa equipa de futebol. Sem estatísticas nas quais me possa basear, não tenho dúvidas de que a bola rola de outra forma quando temos estes jogadores em campo. E se a bola rola doutra forma, as probabilidades de ganhar jogos serão maiores. Nem só de correr muito, morder a língua e bater muito no peito se faz um jogador "à Porto"; nem só de talento se faz um jogador "à Porto"; terá de haver uma equipa equilibrada, de jogadores comprometidos com a vitória, e que tenham inteligência em campo. Um meio-campo com Danilo, Herrera e André André deixa-nos dependentes de fogachos individuais de algum dos 3 da frente. Espero que NES tenha conseguido perceber isso. Os melhores jogadores têm de jogar. Independentemente de apelido, nacionalidade ou idade. 

4. Por vários motivos, sinto-me mergulhado no final da década de 90, ou no final da primeira década deste milénio. E denoto laivos de Benfica e Sporting dentro do meu clube. Má gestão, negócios ruinosos, guerrilha interna. Discursos vazios, dirigentes escondidos, caos organizativo. Dá a sensação de que tudo é planeado em cima do joelho, quase nunca com os nossos melhores interesses no horizonte. Lembro-me dum tempo em que, com quase toda a estrutura directiva que hoje nos lidera, seguíamos com um avanço de 3 temporadas jogadores com potencial. Que os jogadores se "matavam" para vir cá parar (mesmo que não oferecêssemos ordenados superiores aos dos rivais). Neste momento temos o líder máximo do clube a aparecer a terreiro apenas depois de vitórias, com um discurso oco, com promessas que não se cumprem, cada vez mais afastado dos sócios e adeptos, esquecendo decerto que somos nós o combustível desta grandiosa instituição. E que se não temos memória curta, e nunca esqueceremos quem nos deu tudo o que podíamos querer, faremos cair com igual estrondo quem nos tratar como mentecaptos, meros clientes duma empresa privada. E convém que não haja medo de dizer e pensar tudo isto, mesmo sabendo do alcance das garras da Guarda Pretoriana que protege a cúpula do clube e da SAD. Passo bem sem a minha roseta de 25 anos de associado (que já cá devia cantar há cerca de 4 anos), mas que ninguém pense sequer em tentar fazer sombra ao meu clube. Ninguém! Estou convicto de que, de agora em diante, será no sentido da tribuna e não no sentido do relvado que seguirá a contestação se (Deus nos livre!) algo correr mal.

5. Não tenham dúvidas: a nomeação do árbitro e a respectiva actuação no jogo em Alvalade foram a prova mais do que óbvia de onde se situa o "centro de decisão" neste momento. Retirando o jogo de Campo Maior, um outro em Alvalade em 02/03 e o de Barcelos na primeira época de VP, não me consigo recordar dum escândalo tão claro e nojento como o do jogo de Alvalade. Um resultado de 0-1, em que o FC Porto tem o controlo dos acontecimentos, praticamente sem ser incomodado, é transformado num 2-1, com dois golos feridos de ilegalidade (nem sei escolher qual deles o pior). Obviamente que uma equipa ainda em fase de crescimento, com tudo o que penou na época passada, a jogar fora de casa, ainda por cima contra um rival forte como o Sporting, teria uma tarefa muito complicada para tentar inverter o rumo dos acontecimentos. Expulsões perdoadas, mãos na bola, foras de jogo mal assinalados... E ainda há por aí quem consiga criticar a equipa? Quem critique a cor da camisola nesse jogo? Tenham juízo! Há jogos com erros arbitrais, e há jogos como o de Alvalade: "Calabotadas" do séc. XXI. E neste ponto, não hesito em afirmar: quem tenha visto um Porto amorfo e incapaz, depois das incidências vergonhosas do jogo de Alvalade (especialmente na 1ª parte), pode arrumar o cartão de sócio e ir apoiar o FC "Caralho Que o Foda". Foi assim, irritado, que me deixou o jogo de Alvalade. Deal with it!


6. Falhei em larga escala na fase final da época passada, no que diz respeito ao Andebol. Por falta de tempo, demorei bastante a conseguir ver os jogos todos das meias-finais contra o Benfica, e acabei por deixar arrastar o assunto, assim como a nossa equipa de andebol terminou a época: a arrastar-se. Li em diversos locais da bluegosfera que perdemos devido às arbitragens; eu estou em completo desacordo. Ricardo Costa não teve unhas para o potencial que tinha em mãos na época passada (estaremos cá para ver se as unhas entretanto cresceram), e brincou um bocado com a sorte depois da paragem de Janeiro. Uma equipa que despontou em anos anteriores pela agressividade na defesa, velocidade na transição, e condição física global, acabou a temporada de rastos, numa fase em que teve muito menos jogos do que o rival das meias finais. Mas para além da questão física, foi confrangedor ver o banho táctico que Mariano Ortega deu a Costa nas meias finais. Conseguiu colocar o jogo do Porto onde sempre quis (nos nossos piores jogadores em termos de tomada de decisão), em Gustavo e Cuni, forçando-os a cometer inúmeros erros; e foi aproveitando as ofertas, mais a supremacia física e anímica. Uma equipa limitadíssima conseguiu dar um festival táctico ao plantel mais forte da época transacta, e possivelmente o mais forte dos últimos 8/9 anos. Vou mais longe: até o jogo que o Benfica perdeu no Dragão Caixa, foi por clara decisão de Ortega, que decidiu rodar a equipa já a pensar na meia-final da Taça Challenge na Rússia, e com a possibilidade de resolver o playoff com o FC Porto já na Luz. Assim aconteceu. Ricardo Costa mostrou que não só não teve unhas para o Ferrari que lhe caiu no colo (literalmente no colo dum treinador com 1 ano de experiência na 1ª divisão), como é um treinador pouco inteligente. Querer uma ruptura total com os princípios de jogo que nos deram, pelo menos, 6 títulos, principalmente depois de um upgrade como a que a nossa equipa teve (com as entradas de Areia e de Rui Silva, principalmente) revela teimosia, falta de qualidade como treinador ou, mais assustador ainda, ambas. 

7. Para esta temporada, o FC Porto parte no grupo da frente, como sempre acontece, mas com uma baixa importantíssima: Gilberto Duarte. E sem Gilberto, qualquer equipa fica mais fraca. Convençamo-nos duma coisa: ver um talento como Gilberto a jogar com as nossas cores foi algo que poderá não se repetir tão cedo (só porque acho difícil que Miguel Martins se segure por cá muito mais tempo). Este tipo de jogador é insubstituível, e vai levar algum tempo a que a equipa se readapte a jogar sem Gilberto. Dos reforços, tirando Carrillo, tudo me parece muito medíocre para ser verdade. Contudo, hey, alguém tem de continuar a pagar as comissões ao Prof. Magalhães! E o que está a dar é ir buscar jogadores com ombros destruídos à Croácia, brasileiros de qualidade muito duvidosa, ou fazer acordos com a Federação de Cabo Verde (a nova Cuba do FC Porto), trazer para cá um saco de jogadores a troco de uns cobres, e enviá-los para a 2ª divisão para ganhar rodagem. É, eu sei muitas coisas. E hoje apeteceu-me debitar isto tudo. No andebol as coisas funcionam assim, por cunhas e jogos de bastidores. Se alguém tiver interesse em saber o rumo dos treinadores que "gravitam" em torno do FC Porto, FC Porto B e clubes "irmãos" (ISMAI, Colégio dos Carvalhos, FC Gaia... por aí fora), decerto terá surpresas desagradáveis. 

8. Tenho estado afastado desta (um bocadinho minha) "casa", mas sempre em cima do acontecimento. Continuo a não perder uma crónica do Jorge, do Miguel, do Silva, do Vila Pouca, do Bertochini, e do TdD. Continuo a gostar de ler opiniões diferentes, mas que transbordam portismo por todos os poros. Precisamos todos desse sentimento: é disso que é feito o clube. Dos associados. Dos adeptos. De quem respira FC Porto. Daqui a umas horas o Mundo terá um novo Portista. Meu filho, mas filho do Porto. Do FC Porto. Conto convosco, bloggers e leitores, para me ajudarem a trazê-lo para a família portista e fazê-lo perceber que também ele é "o" FC Porto. 


Um abraço,

Z.

sábado, 16 de abril de 2016

O Dia Mais Importante


Amanhã é o dia das eleições para os corpos dirigentes do FC Porto. É o dia mais importante. Será um dia agridoce. Gostaria de ter visto debate, confronto de ideias, projectos em disputa, mais do que uma lista, uma corrente alternativa visível.

Bem sei que amanhã se realiza uma aferição à popularidade do NGP, das suas políticas e discurso. Que já todos falaram de levar uma caneta para riscar o que/quem não interessa do boletim, ou mesmo o boletim todo. Independentemente da opinião - respeito todas - é fundamental fazer conhecer a quem dirige a posição de cada sócio. Votar é fundamental. Mormente nesta fase.

Mas insisto. O meu coração pesa por saber que a alternativa prefere esperar que o FC Porto fique, na óptica desta, ainda pior para, confortavelmente, decidir a Presidência um pouco mais à frente, presumivelmente sem a oposição daquele que é o responsável pela projecção mundial do Nosso Grande Clube. Era AGORA que a voz dissonante deveria ser dada a conhecer, não depois. Era AGORA, quando o FC Porto precisa, que a coragem de quem, presumivelmente, ama o FC Porto, se deveria demonstrar!

Tal não aconteceu. Portanto resta-nos o binómio SIM/NÃO a Pinto da Costa e à direcção por este proposta. Que seja audível a Voz Portista, que seja categórica. O meu voto estará na urna.

Não vale a pena fazer grandes antevisões. É preciso ganhar e ganhar BEM a uma equipa bem treinada e, honra seja feita a Manuel Machado, sem medo, como é o Nacional da Madeira. Aboubakar está de regresso, espero que com outra atitude. Capacidade e talento não lhe falta. Estando Brahimi fora por acumulação de amarelos, talvez seja a oportunidade para se apostar no 4x4x2...

Helton e Casillas (guarda-redes); Maxi Pereira, Martins Indi, Rúben Neves, Varela, Aboubakar, Marega, Sérgio Oliveira, José Ángel, Herrera, Corona, André Silva, Layún, Danilo, Suk, Francisco Ramos e Chidozie.


(4x4x2): Casillas; Maxi, Chidozie, Indi, Layún; Herrera, Danilo, Sérgio, Corona; Aboubakar, André Silva;

Excelente reacção da equipa de basket, para ultrapassar uma desvantagem de 4 pontos no 4º período, acabando por vencer por 10, com o resultado de 80-70. Parabéns pessoal. Garantiram o segundo lugar da fase regular no ano em que regressam à LPB.

No andebol, demonstração de força e raça numa grande primeira parte em que chegamos a ter 9 golos de avanço, terminando em 27-23.  Salvamos o primeiro match point. Vamos vencer, sem dúvida, vamos recuperar. Parabéns malta!  

segunda-feira, 28 de março de 2016

Andebol - 1/2 Final Playoff - 1ª Mão - FC Porto 31 vs 32 Benfica (após 1 prolongamento)

Começámos da pior das formas esta 1/2 Final do Playoff do Campeonato Nacional de Andebol, com uma amarga mas justa derrota frente ao Benfica, em pleno Dragão Caixa. Uma derrota vem sempre numa péssima altura, mas ganha um peso especial por ser a primeira da temporada (para o Campeonato), por ser em casa, e por ser... contra o Benfica - pode não ser o rival mais complicado (ABC e Sporting são, a meu ver, equipas mais complicadas), mas é sempre o nosso maior rival, seja em que modalidade for.

Como costumo acompanhar os diversos jogos de andebol, confesso que não fiquei surpreendido com os problemas que sentimos, ainda que pensasse que seríamos capazes de vencer o jogo. Para quem viu os jogos da Fase Regular, ficou com a clara ideia de que há um degrau de qualidade entre FC Porto e Benfica, facto confirmado com a segurança das duas vitórias obtidas. Só que este FC Porto está um bocado afastado daquela máquina trituradora da Fase Regular, e o Benfica melhorou um bocado, especialmente agora que tem todos os jogadores a 100%.

No geral, foi um jogo de andebol interessante, pautado por muito equilíbrio, um bocado à imagem do que tem sido estas 1/2 Finais, nos jogos entre ABC e Sporting. Houve nervos, houve emoção, bons momentos de andebol, e no final aceita-se que a vitória tenha caído para o lado lisboeta - como se aceitaria uma vitória nossa. O andebol tem destas coisas... Jogos equilibrados, tanto podem terminar com margens curtíssimas, como com margens um pouco superiores. Tudo se baseia em pormenores, e no timing em que ocorrem. Um pouco à semelhança do último FC Porto - Benfica em basket, que quase me provocou um enfarte.

Vamos aos altos e baixos deste jogo:

POSITIVO:
- Atitude Competitiva: de novo, reforço esta questão. A equipa perdeu, o que foi péssimo, mas a forma como combateu bravamente para disputar o jogo deve ser realçado. Sendo certo que não há vitórias morais, é sempre bom perceber que não é por falta de combatividade que os nossos rapazes não chegam lá.

- Acredito que possam não concordar, mas tenho de destacar uma boa exibição de Laurentino. Defendeu o que pôde, e foi dos principais responsáveis por termos chegado ao intervalo apenas a dois golos do Benfica. Precisa de ser mais ajudado pela defesa organizada...



- Gilberto Duarte, continua a carregar a equipa ás costas, e ressentimo-nos muito com o seu estouro físico (falarei disso mais abaixo). Pena que o seu último remate não nos tenha possibilitado, pelo menos, chegar aos últimos 15 segundos do prolongamento em vantagem no marcador. Destaco também a qualidade de Miguel Martins, Rui Silva e de António Areia, três dos principais responsáveis pelo ponto negativo que dedico a Ricardo Costa mais abaixo.








NEGATIVO:



- Ficou bem patente que a nossa incapacidade defensiva é já bem conhecida dos nossos adversários, que exploram até à exaustão a falta de velocidade de Daymaro ou de Alexis (quando defendem), e as fragilidades de Cuni, Gustavo, Rui Silva ou Nuno Gonçalves, quando se posicionam como segundos defensores. Se o central contrário for rápido, forte no 1x1, temos meio caminho andado para que se abram buracos logo no centro da defesa. Geralmente, o objectivo dos adversários passa por abrir bem o jogo, deixando Alexis ou Daymaro com muito espaço para defender um jogador mais rápido do que eles. Obviamente que se o central atacar o homem, será muito semelhante a chocar contra uma parede com 5 metros de espessura. Mas se o atacante explorar o espaço, obrigando um dos nossos a sair do local (quase sempre fora de tempo), isso vai obrigar o outro defensor central ou um dos segundos a ajudar, abrindo brechas para finalizações dos 9 metros sem grande oposição. Se do outro lado tivermos Borragan, Wellinton ou Elledy Semedo, é certo que vamos sofrer muitos golos.

- O apagão na posição de lateral direito tem sido nefasto para o nosso jogo. Sem lateral direito à altura, ficamos muito dependentes de Gilberto, e de Rui Silva ou Miguel Martins. Sei que Gustavo Rodrigues tem jogado em claras limitações físicas, mas Cuni tem estado absolutamente desastroso. A quantidade de erros na leitura das jogadas, e de bolas que perde é a-ssus-ta-do-ra! E que tal apostar em Areia como lateral direito?

- Fisicamente, preocupa-me que tenhamos chegado ao prolongamento de rastos. Se havia coisa que nunca falhava com Obradovic era a questão física. Éramos capazes de chegar ao final da temporada, com jogadores a aguentar fazer 60, 70, ou 80 minutos sempre em alta rotação; era isso que nos distinguia dos rivais, e era sempre nos últimos 15 minutos que conseguíamos resolver jogos equilibrados. Preocupa-me ver Gilberto a chegar rebentado aos 40 minutos de jogo...

- Ricardo Costa leva um carregado cartão vermelho neste jogo. Continuo sem compreender o porquê de Rui Silva, Miguel Martins e António Areia serem retirados e recolocados em campo com tamanha frequência, quando constituem, a par de Gilberto, Quintana e Alexis, o conjunto mais talentoso do nosso plantel. Comparem o rendimento da equipa quando temos pelo menos 4 ou 5 destes 6 jogadores em campo (agora, não podemos contar com Quintana), com as alturas em que temos Nunos Gonçalves, Moreiras e Nunos Roques, e decerto encontrarão diferenças. Chegou a altura realmente a doer, e nesta altura devem jogar os melhores. Não consigo compreender que Miguel Martins tenha tão pouco tempo de jogo, por exemplo. Ou que Areia tenha que jogar apenas uma parte, para Moreira jogar a 2ª. Pretende-se provar o quê? Que temos mais jogadores? Isso já sabemos... Agora, precisamos dos melhores.


A única boa notícia que daqui poderemos retirar, é que ainda temos (pelo menos) mais 3 jogos para conseguir reverter a elimnatória a nosso favor, e que se for necessário ir ao 5º jogo, este será em nossa casa. Mas temos de ir a Lisboa ganhar um dos jogos... e convinha mesmo ser já o próximo. Porque se não for, ficamos numa posição extremamente delicada.

Já agora, no próximo dia 2 de Abril, depois do jogo para a 2ª mão da 1/2 final na Luz, teremos novo encontro contra o Benfica, desta feita em Leiria, para a Final Four da Taça de Portugal. O outro jogo oporá o Sporting CP ao Madeira SAD.

Um abraço,

Z

terça-feira, 1 de março de 2016

Espaço Z: 1/4 Final Playoff FC Porto vs Avanca (2-0)

Missão cumprida! Primeira eliminatória resolvida, de forma relativamente fácil, sem ter de forçar muito, e podendo dar minutos de jogo a praticamente todos os jogadores (inclusive Rui Ferreira, elemento dos juniores e equipa B portista). Vou, pela primeira vez desde que escrevo sobre andebol, avaliar os dois jogos, sublinhando os aspectos que me pareceram destacar-se pela positiva ou pela negativa.
POSITIVO:

- Atitude Competitiva: apesar da diferença entre ambas as equipas, foi bom ver garra e determinação de parte a parte. Sabemos que defrontar a nossa invicta equipa é sempre uma motivação extra - principalmente quando do outro lado há 7 jogadores que já representaram as nossas cores -. mas poderia haver algum facilitismo do lado dos nossos rapazes. Acho que ficou evidente, principalmente no primeiro jogo (depois da miserável arbitragem da primeira parte, da qual falarei abaixo), que a malta não se cansou de conquistar campeonatos, e que aquele espírito de conquista se mantém inalterado. Só isso, é meio caminho andado para se vencer, jogo a jogo, mais um campeonato.

- Profundidade do Plantel - Sai Moreira, entra Areia. Sai Rui Silva, entra Miguel Martins. Sai Hugo Santos, entra Pitre. Sai Cuni, entra Gustavo. Num desporto jogado em constante vertigem, com muito contacto físico e muitas transições, é fundamental ter várias opções no banco para ir mantendo toda a gente fresca. O FC Porto é das poucas equipas em Portugal que se pode dar ao luxo de fazer duas equipas diferentes sem que se perca muita qualidade - excepto na posição do melhor jogador português, Gilberto Duarte (que felizmente parece feito de betão).

- Organização Ofensiva - Seria o aspecto menos positivo do jogo de Obradovic, e por vezes era relativamente fácil anular o nosso ataque organizado. Entra Ricardo Costa e tudo isso muda. A forma como a equipa consegue agora ultrapassar os diferentes sistemas defensivos é uma maravilha para quem gosta de andebol, principalmente pela simplicidade com que tudo se faz. Se virem com cuidado, os jogadores não fazem nada de muito especial, não precisam de fazer acrobacias (excepto nas ocasionais jogadas aéreas), mas conseguem quase sempre criar situações de 3x2, em todas as zonas ofensivas, inclusive quanto estamos com menos um jogador. Isto requer muito trabalho, a nível de movimentações, mas sobretudo a nível de tomada de decisão. E é aqui que fazemos a diferença, principalmente nos jogadores centrais: a percentagem de boas decisões de Rui Silva e Miguel Martins é assustadora. Depois, as características de remate dos laterais, e de finalização dos pontas (com Areia e Hugo Santos bem lá no topo), tornam este ataque demolidor. Para além de tudo isto, ajuda muito ter um jogador pivot com a capacidade física e de recepção de Alexis - que me tem deixado boquiaberto com a sua progressão. 

- As Inferioridades Numéricas - Na 1ª parte, em 6 minutos de inferioridade numérica (não foram 6 minutos seguidos), conseguimos um parcial de 6-1 a nosso favor, sendo que numa das fases em que estivemos com menos 1 jogador, conseguimos marcar por 2 vezes de contra-ataque (Daymaro, em dois roubos de bola), e passar definitivamente para a frente do marcador. No andebol, costumamos dizer que um período de inferioridade numérica terminar 0-0, é óptimo. Estando 2 minutos com menos 1 jogador, devemos tentar prolongar ao máximo o tempo de ataque, rematar só pela certa, para passarmos o menor tempo possível a defender. Tudo bem que o adversário não era o mais forte, mas já não é de agora que o FCPorto tem esta capacidade de sair por cima destes períodos mais complicados. No andebol acontecem com frequência e, nos tempos que correm, qualquer vantagem que deles pudermos obter será dourada.


NEGATIVO:

- A lesão de Quintana - Penso que ficámos bastante limitados com a lesão do nosso guarda-redes em forma de muro. Laurentino é muito bom, tem muitos anos de casa e adora jogar sob pressão. Contudo, desde a lesão ocular do ano passado, parece-me ter algumas dificuldades, especialmente no remate exterior. Estando num dia menos bom, não temos substituto à altura no banco. Perder o nosso melhor guarda-redes, nesta fase da competição, foi péssimo. Esperemos que apareça o melhor Laurentino nesta altura.

- A defesa 6x0 - tinha dito que para anular o Avanca, seria necessário ter muita atenção ao remate exterior. Pois... Só na primeira partida, o lateral-esquerdo cubano concretizou 11 golos. Ora bem, não adianta só ter dois muros de braços levantados a tapar a baliza, só porque a este nível já há rapazes que saltam muito, saltam bem e rematam com alguma força. É necessário sair um pouco da linha de 6 metros, colocar pressão, tocar no braço de remate, tentar desequilibrar o rematador. Não podemos ficar passivos nos 6 metros, à espera que a bola fique no bloco. Principalmente, quando o guarda-redes não estiver a conseguir parar as bolas de longe. A rever, porque vem aí uma equipa com bom poder de fogo.

- Arbitragem - aos 45 segundos, Alexis já tinha um cartão amarelo e já levava a 1ª exclusão. Aos 20 minutos, Alexis e Gilberto já tinham duas exclusões cada um (a 3ª, dá vermelho). Alexis rematou constantemente com 3 jogadores pendurados: Do outro lado, não se podia sequer soprar para as orelhas de Victor Alvarez. Trinca e Monteiro, uma das duplas mais tenebrosas do andebol português. Percebem pouco de andebol, mas sabem muito bem como "controlar" um jogo. Durante a primeira parte, foram os principais responsáveis por nunca termos conseguido disparar no marcador. Se isto foi assim contra o Avanca, que poucas hipóteses teria de passar a eliminatória, conseguem imaginar o que aí vem, na eliminatória contra o Benfica?


Em relação à meia final contra o Benfica, tenho de corrigir uma informação que passei erradamente: será disputada à melhor de 5 jogos, contrariamente ao que se passou em anos anteriores, e ao que vos tinha dito anteriormente.

Assim, teremos:

1º jogo - FC Porto vs Benfica - 19/03
2º jogo . Benfica vs Porto - 26/03
3º jogo - FC Porto vs Benfica - 16/04
4º jogo - Benfica vs FC Porto - 23/04
5º jogo - FC Porto vs Benfica - 30/04

É fundamental ganhar os dois jogos em casa, porque como já se viu, tudo será feito para não repetirmos a vitória no campeonato. Não espero as mesmas facilidades dos jogos da primeira fase, mas sinto que temos uma equipa perfeitamente ao alcance das águias. Espero que aquele Dragãozinho esteja a explodir nos jogos em nossa casa, porque é essa a nossa maior força.



Um abraço,

Z

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Espaço Z: Final da 1ª Fase e Taça de Portugal de Andebol


Depois da brilhante vitória sobre o Benfica na Luz, e de praticamente assegurado o 1º lugar da fase regular do Campeonato Nacional de Andebol, pouco mais restava à equipa de andebol do FC Porto do que tentar ir quebrando o próprio recorde de vitórias consecutivas (agora nuns incríveis 23 jogos, se contarmos o último jogo do playoff do ano transacto). Foi também a altura ideal para readquirir ritmo competitivo, depois da nefasta paragem de 1 mês na altura do Natal, aumentar cargas de treino, dar tempo de jogo a todos os jogadores; em suma fazer de todos estes desinteressantes últimos jogos (incluindo o jogo da Taça com o Camões) uma alargada e intensa preparação para a fase de todas as decisões, onde não há espaço para qualquer falha. Não me espantou portanto que a equipa tenha falhado mais do que o habitual, que tenha havido alguns jogos mais simples que se complicaram em certas alturas. Notou-se que nem sempre conseguimos fazer a nossa letal transição ofensiva, e que houve mais erros do que o habitual na tomada de decisão. Tudo normal nesta fase, já sem grande exigência competitiva; tudo normal numa fase de cargas físicas intensas; tudo normal numa equipa que adora jogar sob pressão. Uma 1ª Fase perfeita, que não iniciou da melhor forma em termos exibicionais, mas que entre o final de Outubro e a paragem de Dezembro conheceu momentos de brilhantismo, sobretudo nas recepções a Sporting e Benfica. 


Segue-se o decisivo Playoff.

O modelo de playoff, uma ridícula tentativa perpetrada por Sporting e Benfica para tentar equilibrar os pratos da balança para os seus lados, esmagados pela brutal hegemonia portista neste capítulo. é desonesto em termos competitivos, injusto, mas... é o modelo que temos. Por isso, espero um FC Porto esmagador, forte a defender e agressivo nas transições. Um FC Porto dominador, guerreiro e sedento de mais uma conquista.

O primeiro jogo coloca-nos frente a frente com a jovem equipa do Avanca, 8º classificado da Fase Regular. Uma equipa jovem, algo inexperiente e que luta para "outro campeonato". As diferenças entre ambas as equipas são evidentes, em todos os níveis.  Reforçado com dois internacionais cubanos em Janeiro - Joan Blanco e Pedro Valdes -,  reside na forte capacidade de remate exterior e de agressividade defensiva de ambos um dos perigos do nosso adversário. O outro grande perigo do Avanca vem sob a forma duma versão menos ágil mas igualmente forte do nosso Alexis Hernandez - Victor Alvarez. Curiosamente, o Avanca esteve entre o rol de adversários que o FC Porto defrontou após a paragem do Natal. Saiba o FC Porto colocar em jogo uma defesa agressiva, impedindo o remate exterior dos estarrejenses, e impedir a comunicação com Victor Alvarez, aproveitando para lançar os seus venenosos contra-ataques e ataques rápidos, e penso que não terá grandes problemas em ultrapassar este primeiro obstáculo.

Entretanto, já houve sorteio para os 1/4's de final da Taça de Portugal, que nos irá colocar frente a frente com a grande surpresa da prova, o Boa Hora, equipa lisboeta que eliminou o Águas Santas na eliminatória anterior, e que lidera a Fase Sul da 2ª divisão com algum destaque (7 pontos de avanço) e sem qualquer derrota. Será um jogo para encarar com máxima seriedade, mas que sendo em casa terá de cair para o nosso lado. Face ao calendário dos 1/4, tudo aponta para uma Final Four com FC Porto, Benfica, Sporting e Madeira SAD. Espero, honestamente, que seja desta que conseguimos reconquistar a Taça de Portugal.

P.S.: já referi isto uma vez, e voltarei a referi-lo as vezes que for necessário: tirando os comentários do Prof. Luís Graça, é confrangedor ouvir os jogos de andebol transmitidos pelo Porto Canal, Desconhecedores do jogo, das regras, das tácticas, das mecânicas, seria bom repensar na substituição de toda a equipa que comenta os jogos de andebol. Envergonha-me saber que a qualidade dos comentários da Sporting TV está anos-luz à frente dos nossos. E não é de agora, é de sempre. Irrita-me. Muito.


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Antevisão FC Porto - Arouca (21ª Jornada)


Aproveitando a boa onda de confiança e elevada moral da equipa, vimos um Peseiro tranquilo e peremptório na conferência de antevisão da partida. Diz ele que só vai pensar no jogo de amanhã. Concordo. Com tudo o que se vai passando na liga, como a vergonha de sexta-feira, é cada vez mais importante considerar estes jogos como de entrega absoluta, mas a valerem cada um por sí próprio, como uma "pré-época", com a esperança de se conseguir fazer algo mais.

Desculpem-me os leitores, mas a vergonha que se passa este ano, num #colinho 2.0 tremendo, deixa-me céptico sobre as reais possibilidades de conseguirmos o campeonato. Não se trata do valor individual ou colectivo do FC Porto, mas sim de jogar com ângulos de inclinação muito elevados.

Se a entrega dos jogadores for a mesma, com a natural vitória, serei um Portista satisfeito. Consigamos ou não o título, ter um FC Porto à Porto já me deixa feliz. O resto, não depende deles.

Helton e Casillas (guarda-redes); Martins Indi, Maicon, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Marega, Sérgio Oliveira, José Ángel, Herrera, Corona, André André, Miguel Layún, Danilo, Suk e Chidozie.

(4x2x3x1): Casillas; Layún, Maicon, Indi, Ángel; Danilo, Herrera; Corona, André André, Brahimi; Aboubakar;


Esta é a imagem  do "acidente" que provocou a lesão de Suk. Felizmente, o coreano está recuperado, mas vamos continuando, dia após dia, a ser atropelados por quem já não nos respeita e faz questão de nos humilhar. Esta é a razão pela qual estou céptico na nossa conquista do campeonato. Jogamos sempre contra 14. E não deveríamos jogar.

O FC Porto continua a orgulhar-nos nas modalidades. O Andebol deu 35-25 ao Passos Manuel, e ficaram invictos em toda a fase regular. Este facto mostra bem o desespero que têm os responsável do andebol nacional, para terem de inventar um play-off injustíssimo. Mas o domínio é supremo, mesmo em jogos a feijões. Mas sobre isso, escreverá o Z, mais à frente.

O Basket (Basket, sim, cesto, Basquete não existe) venceu muito bem por 69-65, num quarto período ao sprint muito bem jogado pelos nossos jogadores.

E o Hóquei foi uma abada esperada, por 13-4, ao Berganze, embora o nosso Cabestany não tenha ficado feliz com os erros defensivos.

Bravo, rapazes!

 

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Espaço Z: SLB vs FC Porto (19-23) & FC Porto vs Fafe (26-18)

Começo este post por pedir milhões de sinceras desculpas a todos os leitores do Porto Universal pela demora na publicação do mesmo. Já foi há quase semana e meia que a nossa equipa de andebol regressou à competição, e só agora consegui terminar a visualização de ambos os jogos. 

Em primeiro lugar, fiquemos com um recorde que tem tudo para ser consecutivamente batido: 19 vitórias em 19 jogos do campeonato. Se contarmos com o último jogo do campeonato anterior, são já 20 vitórias consecutivas. Se não houvesse esta "habilidosa" forma de "aumentar a competitividade" sob a forma de playoff, por esta altura já se podia encomendar faixas, gravar nome da equipa na taça, e preparar os confetis. Como não há, tudo está em aberto. 

Na Luz, jogo típico de início de época. Não tenham dúvidas que foi esse o efeito de 1 mês de paragem nas competições. O FC Porto passou do 80 para o 8, de quase 30 jogos em 4 meses para todas as competições, muitas vezes com jogos de 2 em 2 dias, para um mês inteiro sem competição; isso notou-se claramente na Luz, onde houve menos velocidade na transição, uma quantidade incrível de falhas técnicas, de ataques com perdas de bola estúpidas, de más tomadas de decisão, etç... As razões de não termos saído da Luz com resultado negativo: uma 2ª parte brilhante de Alfredo Quintana, e uma equipa do Benfica a "sofrer" do mesmo mal em termos de falhas ofensivas. Ah, e já agora, a diferença monstruosa de qualidade e profundidade entre os dois plantéis. Em suma, uma vitória justa, mas longe de ser categórica, num jogo que expôs as falhas de organização do calendário do andebol português. E, foda-se, um saborzinho muito doce por voltarmos a triunfar em terreno inimigo.

O jogo com o Fafe foi já diferente, com menos falhas técnicas do que o jogo da Luz, mas com um dado curioso: 10 bolas nos ferros da baliza dos minhotos. Talvez isso possa explicar os "apenas" 26 golos marcados ao último classificado do campeonato. Isso e uma boa exibição de Miguel Marinho, na baliza fafense. Um jogo importante para reintegrar em competição Ricardo Moreira e Nuno Roque, e para dar largos minutos de jogo a atletas como Nuno Gonçalves ou Jordan Pitre. Dizia Ricardo Costa no final do jogo, que nem sempre é fácil motivar os jogadores para estes jogos, e consigo compreender isso, até porque o primeiro lugar está garantido. Mas estes jogos terão de ser encarados como a melhor oportunidade de recuperar ritmos e dinâmicas de jogo. 

Assegurado o 1º lugar na fase regular, que nos permite a vantagem de jogar os jogos decisivos, ou possíveis desempates em casa onde, muito honestamente, acho quase impossível não vencermos, é agora altura de aproveitar os próximos jogos para preparar essa fase da melhor forma. Temos de chegar aos jogos do playoff com a mesma dinâmica de transição, de velocidade de ataque, de assertividade nas decisões, e com a mesma confiança dos meses de Novembro e Dezembro. 

Está nas nossas mãos.

Um abraço,

Z

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Espaço Z: F.C. Porto vs Sporting C.P. (35-30)

Vou começar este post pela parte menos boa do jogo do passado Domingo: o Sporting protestou-o e, a meu ver, com toda a razão - pelo menos segundo os regulamentos. Durante a primeira parte, houve uma sanção disciplinar a um jogador dos leões - João Antunes - por um suposto erro na substituição ataque-defesa. No andebol, se o jogo estiver parado, as trocas entre jogadores podem fazer-se como no futebol. Se o jogo decorre normalmente, ao contrário do futebol, também se podem fazer, mas o timing tem de ser perfeito, e a zona para que tal ocorra está delimitada pelas linhas de meio-campo, e outro traço junto do banco da respectiva equipa. Se um jogador entra fora do local, ou se entra quando o seu colega ainda não saiu totalmente, será sancionado com uma exclusão de 2 minutos. Ora, quem tem de sancionar estas situações são os árbitros de mesa, que o fizeram, mas erradamente. Houve ali uma hesitação entre jogadores, mas em nenhuma altura os sportinguistas tiveram um jogador a mais dentro do terreno de jogo. Este erro técnica pode dar origem ao protesto do jogo, e há imagens que o comprovam, não só na transmissão televisiva, como provavelmente no vídeo recolhido pelos leões durante a partida. São situações difíceis de analisar em lance corrido, porque os jogadores correm todos como o raio que os parta, mas acontece com alguma frequência. 

Gustavo Rodrigues esteve em destaque, com 9 golos
O jogo foi um brinde para todos os que gostam do FC Porto, e para todos os que gostam de andebol, porque fomos presenteados com uma exibição de nível de Champions, sobretudo na 1ª parte. Aconteceu o oposto do que havia acontecido no jogo da 1ª volta, em que entrámos "a dormir", mas tivemos força física e anímica para corrigir o resultado (chegou a ser de 8 golos a vantagem dos leões). Desta feita, a nossa entrada fortíssima deixou o jogo praticamente resolvido logo na 1ª parte. Penso que até os jogadores adversários sentiram isso, tamanha a superioridade demonstrada pelos nossos rapazes. 

Em termos tácticos, não há muito para analisar. O Sporting demorou muito tempo a conseguir ultrapassar o nosso fortísssimo 6x0, e abusou (erradamente) de explorar a nossa zona central, que esteve em bom plano. Inúmeros blocos, roubos de bola e, quando esta passava, um monstro cubano atrás, a parar quase tudo. Mas foram principalmente as perdas de bola que ajudaram a cavar a diferença, porque conseguimos matar o jogo em contra-ataque. Foi, aliás, uma das primeiras vezes em que vi um treinador duma equipa grande, num jogo destes, a utilizar os dois "time-outs" ainda durante o 1º tempo. 

Com diferenças a variar entre 6 e 8 golos à maior, um dragão a asfixiar o leão, e um Dragão Caixa a explodir, penso que ao intervalo já ninguém acreditava que fosse possível haver um "milagre" que nos afastasse da vitória. Na 2ª parte, foi possível gerir o resultado, gerir os ritmos de jogo, e houve tempo para os golos espectaculares, como os de Gustavo Rodrigues, em remates em rosca, ou a jogada aérea que resultou num golo de Gilberto. Na 1ª parte, já António Areia tinha presentado o público com jogadas fantásticas, como podem ver no vídeo, no site do F.C.Porto

Tenho de destacar o enorme jogo do jovem Gustavo Rodrigues, que se tem revelado como um dos melhores laterais direitos do campeonato, e que parece festejar cada golo como se já cá estivesse há largos anos. Já António Areia parece talhado para ganhar o prémio de MVP da época, porque se trata dum jogador soberbo, que os deuses do andebol têm de nos agradecer por o termos resgatado das confusões que há mais lá para Sul. Gilberto continua a ser o grande desequilibrador que sempre foi, mas agora consegue desgastar-se menos, porque também há dois fantásticos centrais, e outros explosivos laterais direitos a conseguir criar jogo ofensivo. E é aqui, ofensivamente, que esta equipa consegue ser avassaladora.

Dou os sinceros parabéns a todos, mas especialmente à excelente moldura humana que preencheu as bancadas do Dragãozinho, levando esta equipa ao colo do início ao fim, como ela bem merece. É comovente perceber o elo que se foi criando entre a equipa de andebol e os adeptos, ao longo destes anos, ligação essa reforçada pelas vitórias, mas também pela atitude que cada jogador leva para dentro de campo. Endereço igualmente os parabéns a Ricardo Costa, pelo trabalho que tem feito (e confesso que nem sempre fui fã da opção por Ricardo Costa). Nota-se evolução na equipa, sente-se que está ali montada uma armada para limpar tudo internamente, e para aniquilar todos os adversários com um jogo ofensivo bonito e espectacular. É certo que temos jogadores incríveis, mas isso nem sempre chega. E é aí que entra a competência dum treinador.

Sendo que neste espaço falo duma modalidade, não quero terminar sem dar os parabéns às nossos meninas da Natação pelo octo-campeonato, em especial à minha queridíssima Paula Oliveira.

Despeço-me, desejando a todos os leitores do Porto Universal um Feliz Natal, bem regado, bem recheado e bem rodeado. Se me permitem, envio um abraço natalício muito especial ao Jorge Vassalo, ao Miguel Lima e ao v.a.s.c.o. , amigos desde o primeiro minuto nesta bluegosfera.

Um abraço,

Z

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Espaço Z - ABC vs FC Porto (27-30)



Recorde batido: 16 em 16; 16 vitórias em 16 jogos, com 10 jogos de Champions pelo meio; batemos o nosso próprio recorde, de 15 vitórias em 15 jogos, relativo à época anterior. E neste momento, são muitas as diferenças em relação a anos anteriores. Temos, sem dúvida, o melhor plantel em Portugal. Os melhores guarda-redes (Quintana e Laurentino), moram no Dragão; os melhores centrais (Rui Silva e Miguel Martins), também cá moram; Areia está a provar ser uma das melhores contratações de sempre; Gustavo Rodrigues tem-me surpreendido a cada jogo; Cuni Morales está finalmente a crescer como jogador; Alexis está a conseguir fazer "esquecer" o extraordinário Tiago Rocha. A equipa tem estado fenomenal, mesmo que a nivel defensivo ainda precise de melhorar. Ricardo Costa tem feito um trabalho positivo, sobretudo em termos de organização ofensiva - estamos muito mais fortes, muito mais completos, e parece que está a ser retirado o máximo rendimento de cada jogador. E embora haja uma grande sobrecarga de jogos, e isso decerto contribuiu para uma ou outra exibição mais apagada, nota-se que a equipa está bem fisicamente. Há muitas opções de qualidade, e parece haver uma gestão física muito superior à que era feita em anos anteriores. 

Para concluir esta longa introdução, digo-vos que tenho uma enorme confiança nestes rapazes. Para além de todo o talento á disposição, a vontade de ganhar, a atitude gurreira, a intensidade colocada em cada jogo, levam-me a crer que será um ano de conquistas para as nossas cores. Se neste momento pudesse definir o que é ser Porto, era o exemplo da equipa de andebol que dava. E a simbiose entre esta e os adeptos é a prova cabal do que digo.

Quanto ao jogo, que não consegui acompanhar ao pormenor (como gosto de fazer), foi mais complicado do que o evoluir do marcador pode fazer pensar. Muito disso resulta do facto de termos tido uma equipa muito bem trabalhada do outro lado, sem as mesmas armas mas com muito trabalho táctico, à imagem do excelente treinador do ABC, Carlos Resende. Não podemos também esquecer que tem sido uma época atípica para os minhotos, que durante largos períodos não puderam contar com duas peças fulcrais - o pivot, Ricardo Pesqueira, e o central, Pedro Seabra. Aliás, Pedro Seabra ainda não está a jogar. Isso retira alguma profundidade ao ataque minhoto, que vive mais do jogo exterior, ao contrário do que é habitual. Por outro lado, trata-se duma equipa competente a nível defensivo, mas neste jogo estiveram a anos-luz do que podem e sabem fazer. 

A 1ª parte definiu muito do que foi o jogo até final, porque foi quando conseguimos afastar-nos o suficiente para ganhar alguma tranquilidade. Vantagens de 3, 4, ou 5 golos, a este nível, valem ouro. Este foi um jogo ganho essencialmente pelas capacidades individuais. E com isto não quero dizer que ganhámos porque a malta queria resolver tudo sozinha. Criámos sim situações óptimas de 2x2, que potenciam as grandes qualidades técnicas dos nossos jogadores. Para não maçar muito, dou um exemplo: quando Gilberto e Gustavo fizeram 4 golos consecutivos em remates de longe, a defesa do ABC fez subir os defensores directos dos laterais, deixando os defensores centrais sozinhos contra Miguel Martins e Alexis. Ora, percebendo isso, Ricardo Costa pediu aos laterais para se afastarem o máximo possível da zona central, arrastando os defensores directos com eles, e deixando Miguel Martins com imenso espaço para aplicar o seu temível 1x1, com Alexis a tentar quebrar a defesa nessa zona, e criar dúvida. Resultado? Miguel Martins fez 10 minutos demolidores, contando 3 golos, mais 4 assistências que resultaram em golo. São 7 golos em 10 minutos. 7 golos num total de 30. É muito golo!

Destaque para um jogo menos bom dos nossos guarda-redes, hoje com mais responsabilidades do que em jogos anteriores porque sofreram muitos golos em remates de longe (à partida, terão mais probabilidade de os defender). De qualquer forma, em alturas fundamentais, lá apareceram defesas decisivas, como por exemplo a defesa de Quintana ao 7 metros de Tomás Albuquerque, a 5 minutos do fim, ia o resultado em 28-25 para nós. 

Próximo jogo, Domingo no Dragãozinho, contra o Sporting. Frente a frente as equipas mais fortes do campeonato. Uma vitória, praticamente garante o 1º lugar na fase regular, com todas as vantagens que daí advêm. Espero que a malta, que tanto se queixa da falta de mística do clube, se aperceba duma vez por todas que o FC Porto não se limita ao futebol, e que se calhar a verdadeira mística se joga - neste momento, atenção - num campo mais pequeno, e com as mãos.

Um abraço,

Z

sábado, 12 de dezembro de 2015

Espaço Z - FC Porto vs SC Horta (33-31)

Antes de mais, um esclarecimento: o sorteio ditou que houvesse um Horta vs FCP na 1ª volta e um FCP vs Horta na 2ª, mas os clubes aceitaram alterar os locais de jogo, de forma a facilitar a vida a ambas as equipas em termos de viagens. Como tal, oficialmente, este jogo foi em casa, apesar de se ter disputado na ilha do Faial.


E não foi um jogo nada fácil, por sinal. Muito por mérito dum SC Horta com mais soluções do que no jogo do Dragãozinho, agressivo a defender e muito bem no ataque, a explorar as nossas deficiências defensivas. Do nosso lado, a habitual multiplicidade de soluções em termos ofensivos, apesar de algumas falhas na finalização (Nuno Silva, guarda-redes do Horta, terminou o jogo com 19 defesas!), mas muita passividade em termos defensivos, e uma noite desinspirada dos nossos guarda-redes.

A táctica dos açorianos passou por retirar Cuni do jogo, secando um pouco o nosso jogo à direita, obrigando os nossos jogadores do lado contrário (ponta e lateral-esquerdos e central) a resolver o jogo em situações de 3x3. Desse lado, Filipe Duque (treinador "eterno" do Horta) procurou colocar os jogadores mais fortes fisicamente, tentando dificultar as finalizações mais fáceis, aos 6 metros e na zona central.
Nota para o ritmo elevadíssimo que a formação do Horta aplicou na transição ofensiva, desgastando ainda mais uma equipa portista cansada, que mostra precisar urgentemente de uma pausa competitiva.

Ofensivamente, Duque quis aproveitar aquilo que tenho vindo a expor neste espaço: a vulnerabilidade do nosso sistema defensivo, especialmente na zona central, e principalmente sobre jogadores como Cuni, demasiado permissivos em situações de 1x1. Este esquema funcionou muito bem, não só devido à qualidade na tomada de decisão do jogador central, Fernando Dutra, como na incrível exibição de Yosdany Ballard, um monstro cubano - um dos 5(!) que o Horta possui, e que possivelmente pertence aos nossos quadros - que nos castigou com uns incríveis 13 golos.

A estratégia do Horta resultou, durante praticamente todo o jogo, fazendo com que a diferença máxima por nós obtida tenha sido de 3 golos (21-18). Deveria ter havido alguma alteração no esquema defensivo, que criasse maior dificuldade à organização de Dutra, sempre com muito tempo para pensar o jogo, e que retirasse espaço a Ballard, quase sempre com uma avenida para ganhar velocidade, subir e rematar. Geralmente, estas abébias defensivas encontram um muro lá atrás, seja Quintana ou Laurentino na baliza. Mas quando isso não acontece... é bom que o acerto ofensivo seja grande.

Ofensivamente, considero que ganhámos o jogo devido à enorme qualidade individual dos nossos jogadores que, em alturas cruciais, conseguiram inventar golos de difícil execução. Houve também uma alteração táctica que considero fundamental para o desfecho final: com uma marcação individual a Cuni, o nosso lado direito ficava completamente fora do jogo. Então Costa decidiu colocar o polivalente António Areia no lugar de Lateral, passando Cuni para a ponta. E a verdade é que, nesse período de jogo, ambos marcaram 5 golos em lances corridos. Numa 2ª parte com 17 golos marcados, 5 golos obtidos com uma alteração táctica destas é obra.

Último apontamento para a arbitragem: não nos podemos queixar de nada. Sendo certo que aquele lance mais duro entre Ballard e Hugo Santos exigiria uma sanção disciplinar (no mínimo, exclusão de 2 minutos), no resto do jogo até acho que fomos beneficiados em alguns lances. A dupla era local (um árbitro do Faial e outro de Santa Maria), mas muito fraquinha. Erraram muito, para ambos os lados, mas no final até acho que os açorianos têm mais razões de queixa. 

15ª vitória em 15 jogos, igualando o recorde que já é nosso desde a época passada. Esta equipa, jogo bem ou mal, nunca se cansa de vencer. É o melhor vício!

Ainda assim, há aspectos que urge corrigir, especialmente em termos defensivos. Costa tem de aproveitar os próximos tempos para recuperar todos os jogadores, física e mentalmente, mas tambem precisa de corrigir o actual sistema defensivo, e até procurar trabalhar sistemas defensivos alternativos. 

O próximo jogo, fora contra o ABC é de extrema importância para o classificação final. Primeiro, por ser contra uma equipa que tradicionalmente nos coloca imensos problemas; depois, por ser fora, num pavilhão que vive, respira, transpira andebol; por último, porque será o jogo mais difícil que teremos antes de receber o Sporting, e era muito bom chegarmos a esse jogo com os 4 pontos de vantagem que temos.

Um abraço,

Z

P.S.: nota para a transmissão do Porto Canal: o prof. Luís Graça é um excelente comentador de andebol. É um prazer ouvi-lo. Já os comentadores principais precisam de melhorar algumas questões. Não se relata um jogo de andebol como um jogo de futebol - por exemplo "Gilberto, passa para Martins, que passa para Cuni... etc.". Não faz sentido! Depois, no andebol não há "jogar em power-play". Primeiramente isso é do hóquei no gelo, e agora também se usa no hóquei normal. No andebol, joga-se em superioridade ou inferioridade numérica. E, para terminar, se não souberem bem as regras de faltas, se não tiverem certeza das questões mais técnicas, por favor, não digam asneiras.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Espaço Z - FC Porto vs Vojvodina (37-15) - EHF Champions League

A despedida da Champions de andebol foi um jogo quase perfeito. Uma vitória clara, categórica, justíssima, com momentos duma qualidade arrebatadora, duma equipa que tudo fez para conseguir passar à próxima fase de eliminatórias. Um aplauso para o público que, não tendo enchido por completo o Dragãozinho, soube demonstrar o reconhecimento devido a uma equipa em claro crescimento, e que possui uma ligação muito especial com os adeptos que regularmente se deslocam aos seus jogos. 


Quanto ao jogo, pouco há a dizer. Uma entrada a todo o gás desfez qualquer dúvida que pudesse haver quanto à valia de cada equipa. Ainda os sérvios procuravam perceber o que lhes acontecia, e já a diferença se saldava nuns esclarecedores 9 golos. E foi no binómio perfeito "defesa-transição rápida" que o jogo se foi desequilibrando para valores pouco habituais numa competição deste calibre. Destaque para a forma muito positiva como defendemos, mas tenho que individualizar a enorme exibição de Laurentino, com uma eficácia final de 53% (uma eficácia de 40% já é considerada muito boa, para um guarda-redes). Os sérvios marcaram 15 golos, sendo que o último foi obtido aos 16 minutos da 2ª parte. Até final, nem mais um golo, e apenas um remate para fora. Quando assim é... Tudo fica mais fácil. Nota para o facto de todos os jogadores terem participado no jogo (à excepção de Quintana), e de todos os jogadores de campo terem marcado pelo menos 2 golos.

Com a vitória sofrida do La Rioja em Presov, ficámos afastados do play-off de apuramento para os 1/8 de final, mas temos de considerar esta participação com um brilho nos olhos e um sorriso nos lábios. Tivemos os nosso guarda-redes nos Top 5 de defesas mais do que uma vez, por duas vezes estivemos no Top 5 dos melhores golos, tivemos António Areia escolhido para o 7 ideal da jornada anterior e houve uma menção da EHF ao público fantástico no Dragão Caixa. Como praticante e conhecedor de andebol, sinto que vão sendo dados os passos certos para que possamos ombrear com as grandes potências da Europa num futuro próximo. E é assim, conquistando pequenas vitórias de cada vez, que nos podemos aproximar disso.

O tempo é, agora, de deitarmos esta participação para trás das costas, de fazer a equipa continuar a crescer, e de tentar limpar tudo a nível interno. Neste momento, a conquista do campeonato e da taça passam a ser as grandes ambições. 

Entretanto, na Taça de Portugal, jogada neste feriado. ganhámos ao Arsenal da Devesa, equipa da 2ª divisão nacional, por uns expressivos 40-22. Confesso que não vi, e provavelmente não vou conseguir ver o jogo. Mas deixo aqui essa nota.

Um abraço,

Z

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Espaço Z - FC Porto vs ISMAI (27-22) & Madeira vs FC Porto (26-27)



Jogo - Viagem - Recuperação - Jogo - Viagem - Treino...

Tem sido este o ritmo da equipa de andebol do Porto praticamente desde o início da época, com jogos da Champions pelo meio. Praticamente um jogo a cada 3 dias, provocando um desgaste físico que nem as múltiplas soluções em todos os postos conseguem suprir. Se a isto somarmos o peso emocional da última derrota para a Champions - não só pelo que significou em termos de apuramento, como pela fase do jogo em que surgiu - temos uma boa parte da explicação para as exibições mais pálidas dos últimos dois jogos.

Ainda assim, foram dois jogos bastante distintos, contra adversários com características, ambições e virtudes bem diferentes.

No primeiro jogo, disputado em Viseu, foi muito por demérito do FC Porto que o jogo tanto se complicou. A equipa do ISMAI, crónico candidato na luta pela manutenção não possui argumentos sequer próximos de assustar uma equipa como a nossa. Houve muito cansaço, muito pouca cabeça, uma viagem longa pelo meio, alguma falta de motivação mas também alguma displicência. Defendeu-se razoavelmente bem,  mas atacou-se muito mal. Apesar da recuperação de 8 golos na 2ª parte, importa dizer que a 7 minutos do final, o jogo pendia para os maiatos. Salvou-nos Quintana, na parte final, e algum desacerto ofensivo dos maiatos, que nos permitiu resolver o jogo nos minutos finais. A não repetir mas, depois do encontro da Champions na 5ª feira, algo expectável.

Já na Madeira, defrontámos um adversário que, se não houver grandes surpresas, ocupará o 5º lugar na fase regular. Um conjunto superiormente orientado por Paulo FIdalgo, um dos bons treinadores nacionais, mas que peca por ter um plantel demasiado curto para as exigências desta competição. Num desporto cada vez mais físico e veloz, é fundamental ter mais do que uma opção válida por posto específico, coisa que o Madeira não tem. Se tal acontecesse, talvez os madeirenses pudessem lutar por um lugar diferente.

Um jogo interessante, este Madeira vs FC Porto. Uma boa batalha táctica, que colocou dificuldades diferentes do habitual aos nossos rapazes (à semelhança do que já acontecera no jogo do Dragão, que ao intervalo estava empatado a 14, se não me falha a memória). Defensivamente, os insulares estão muito bem preparados, conseguindo interpretar bem diferentes esquemas. Ofensivamente, tirando o pivot (talvez o elo mais fraco, um grupo de jogadores tarimbados, capazes de jogar bem no remate exterior (principalmente por Elias e Cláudio Pedroso), com pontas bastante eficazes e um central que me enche as medidas há já largos anos (Nuno Silva, irmão do noso Rui Silva), pela inteligência que coloca ao dispôr da sua equipa.

E o jogo pautou-se sempre por bastante equilíbrio, ainda que aqui e ali houvesse vantagens de 3 ou 4 golos. Ofensivamente, encontrámos uma defesa muito subida (ao contrário do habitual), procurando retirar a nossa força no remate exterior, obrigando a muito trabalho sem bola. Ora, quando o desgaste físico é evidente, é lógico que esse trabalho sem bola vai ser mais complicado. E sabendo que, no 1x1 é Cuni quem tem mais potencial para causar estragos, foi sem surpresa que o seu defesa directo estivesse constantemente mais subido, retirando-o ainda mais do jogo. Do nosso lado, lugar ao habitual 6x0, com especiais cuidados para as trajectórias de remate de Pedroso.

Tudo isto levou a que o jogo fosse evoluindo com diversas nuances tácticas muito curiosas, a constantes adaptações e readaptações posicionais e na disposição táctica que tornaram um jogo nem sempre bem jogado (tacticamente), num bom espectáculo de andebol, entre duas equipas que sabem jogar andebol. Desta feita, as nossas dificuldades foram, sobretudo, defensivas. Por algum demérito nosso (continuamos a defender mal na zona central, pela lentidão de Daymaro e Alexis), mas também pela boa leitura de jogo de Nuno Silva, e pela fenomenal forma de Cláudio Pedroso e Elias.

Caminhando para os últimos 7 minutos, foi Quintana quem nos fez regressar ao jogo, com um punhado de defesas em momentos muito importantes, e com dois golos de baliza a baliza (aproveitando o facto de o Madeira estar a jogar com guarda-redes avançado). Mas o momento do jogo foi a dupla defesa de Quintana, a um livre de 7 metros e respectiva recarga de Nelson Pina, quando havia 26-26 no marcador. De seguida Gilberto voltou a marcar o golo decisivo, num remate dos 13 metros, e Quitana voltou a parar o possível empate, opondo-se a remate de Pedroso.

14 vitórias em 14 jogos! Parece fácil, não parece? Acreditem... Não é!

No próximo fim de semana, teremos a provável despedida da edição da Champions, em casa contra o Vojdodina. Pelo trajecto imaculado destes rapazes em casa, e pela brilhante fase de grupos da Champions que fizeram, não espero nada menos do que uma casa a rebentar pelas costuras, como forma de lhes prestar homenagem, e para que possam despedir-se da Champions com nova vitória.

Um abraço

Z

sábado, 28 de novembro de 2015

Espaço Z - Checkovskie Medvedi vs FC Porto - Champions EHF


Por vezes, o exercício de escrever sobre a modalidade que mais me apaixona, em jogos em que participa a equipa do meu coração, deixa-me numa posição complicada. Até que ponto consigo ser suficientemente imparcial para analisar o jogo e as suas questões mais técnicas e tácticas, sabendo que são os nossos rapazes que estão em campo? Este jogo foi dos mais complicados de analisar, confesso.

Começo pelo fim: esta derrota, torna o acesso ao play-off de apuramento para os 1/8 de final praticamente impossível. Seria necessário que La Rioja ou Brest fizessem apenas um ponto nos próximos dois jogos, sendo que ambos se defrontam nesta jornada (ainda não jogaram, à hora que vos escrevo), e depois terão tarefa mais simples, à partida. Brest recebe este mesmo Checkovskie (com toda a vantagem de jogar em casa) e o La Rioja desloca-se à Eslováquia para defrontar o Presov. Esta derrota provavelmente significa "morrer na praia". 

Tenho tido a oportunidade de vos falar das expectativas reais para esta aventura da Champions, e mantenho aqui o que sempre tenho defendido: havia 3 equipas com hipóteses de passar, e a classificação final do grupo vem precisamente mostrar isso - Brest, La Rioja e FC Porto nos 3 primeiros lugares. Não seria fácil (nunca é fácil jogar a este nível), mas perfeitamente possível. 

Até parece que estou a ser crítico com os rapazes, não? Longe disso... Temos todos os motivos para estar orgulhosos desta incansável, guerreira, fantástica equipa. Não imaginam o que significa para o andebol português ter um representante na Champions, a ombrear pelo apuramento contra equipas de campeonatos muito mais competitivos, com jogadores habituadíssimos a estas andanças e, por vezes, com orçamentos superiores aos nossos. Equipas de países em que o andebol é desporto-rei, e em que se trabalha de forma incomparavelmente melhor do que alguma vez se trabalhou (ou trabalhará) em Portugal. Só assim, competindo anualmente a este nível, almejando chegadas às fases a eliminar, vamos conseguir chegar ao topo da Europa do andebol. E para isso precisamos de chegar lá mais e mais vezes, mesmo que haja dissabores pelo caminho. Precisamos também de uma competição interna mais exigente, de adversários que nos obriguem a crescer também a nível interno, para termos outro traquejo em jogos da intensidade deste (e dos outros todos deste grupo). 

Falemos então do jogo. Haverá algo a apontar à nossa equipa? Há algumas coisas, sim. E esses erros, inevitavelmente, impediram-nos de sair da Rússia com a vitoria. Grande parte deles ocorreram na transição ofensiva, durante a 2ª parte. Algumas bolas fáceis perdidas, em alturas importantes, principalmente por precipitações (lá está, a diferença que faz ter mais jogos equilibrados na competição interna. Nunca faltou vontade, nem capacidade de luta, mas faltou errar menos em alturas importantes. Foi um razoável jogo de andebol, extremamente táctico e intenso, um jogo do gato e do rato constante, em que o resultado poderia ter caído para qualquer dos lados. 

Importa referir que, do outro lado, tínhamos o campeão russo, equipa jovem mas superiormente orientada por um dos deuses do andebol, Vladimir Maximov, detentor de títulos europeus, mundiais e olímpicos à frente da selecção russa, durante a década de 90. E notou-se uma grande diferença nos russos, comparando com o jogo no Dragãozinho. Melhor defensivamente, e bastante melhor ofensivamente, criando imensas dificuldades no jogo com o pivot - um bloco de betão de de 2,02m e 105 kg sob a forma de jogador de andebol. Não terá sido por acaso que o La Rioja perdeu neste mesmo pavilhão...

Depois de uma entrada em falso, em que sofremos um parcial de 4-0, conseguimos equilibrar o marcador, e nos últimos 10 minutos da 1ª parte, foi o guardião "suplente" dos russos a fechar a baliza contrária e a impedir-nos de ir para o intervalo na frente. A este nível, encontrar bons guarda-redes é absolutamente normal.

Maximov demonstrou toda a sua capacidade de análise neste período, percebendo onde estava a fragilidade defensiva do Porto, explorando essa situação praticamente até ao final. Sabendo que a sua equipa não é veloz, e que a defensiva do Porto se sente bem na zona central contra equipas mais "pesadas", decidiu colocar aquele "animal" constantemente colado aos nossos segundos defensores, criando-nos assim sérias dificuldades. Dessa forma, Maximov retirou o pivot da zona de Alexis e Daymaro (que lhe poderiam dar mais luta), e foi-o encostando a Rui Silva, Hugo Santos. Areia, Cuni ou Gustavo (mais frágeis e com muitas dificuldades em parar o russo). Numa situação dessas, temos duas hipóteses: ou ficamos todos atrás, tentando segurar um pivot fortíssimo ("virou" grande parte dos nossos jogadores, com a facilidade dum elefante a avançar por uma colónia de formigas, por diversas vezes), e deixamos mais espaço para o remate exterior (e havia ali uns quantos russos que rematavam com uma violência considerável); ou então somos obrigados a sair para condicionar o remate, sabendo que cada vez que a bola possa cair nas mãos do pivot, ou dá golo, ou livre de 7 metros. E foi neste dilema que Maximov nos colocou durante largos períodos do jogo, chegando inclusive a atacar com dois pivots de raíz em determinadas alturas.

Mas onde o jogo nos fugiu das mãos (literalmente) foi no decorrer da 2ª parte. Nos primeiros 15 minutos, contei pelo menos 7 situações em que recuperámos a bola na defesa, perdendo-a segundos depois, no contra-ataque apoiado, por maus passes. Sensivelmente metade das vezes, essa perda de bola resultou em golo dos russos. Ora, se estamos empatados, recuperamos a bola e podemos passar para a frente, mas afinal perdemo-la e ficamos um golo atrás, não vai tardar até que a cabeça comece a deixar de funcionar. É fundamental, num jogo de andebol, gerir bem os momentos de acelerar o jogo. Porque a maioria desses momentos tem de dar golo, de modo a ir ferindo o adversário. Nestes 15 minutos, em que estivemos melhor defensivamente, e onde Quintana entrou em modo "parede", devíamos ter conseguido virar o jogo, gerindo de forma mas tranquila as posses de bola nos 15 minutos finais.

O 2º momento determinante surgiu aos 24 minutos, em que estávamos com uma vantagem de um golo (27-26), e tivemos posse de bola para colocar dois golos de diferença no marcador. Aqui, um mau passe de Miguel Martins para a ponta (ele que provavelmente erraria 1 passe em 10 numa situação daquelas) retirou-nos essa possibilidade, e os russos empataram no ataque a seguir. Embora 2 golos de vantagem possa parecer coisa pouca num jogo de andebol, acreditem que faz toda a diferença a 5 minutos do final. Os russos iriam para o ataque seguinte com uma maior urgência de marcar golos e, possivelmente, isso jogaria a nosso favor. Novamente, entre os 27 e 28 minutos, uma perda de bola no ataque organizado, com um empate a 28 no marcador. Erros normais dum jogo de andebol. Erros que acontecem, mas que a este nível se pagam caros.

Pormenores, como essas perdas de bola, ou aquela defesa de Quintana que não saiu nos últimos 2 minutos, ou a lesão que condicionou Daymaro durante grande parte do jogo, ou .... Por vezes, nos pormenores, as coisas acabam por resolver-se a nosso favor, como em Presov. Outras vezes, a sorte não nos acompanha. 

Com Gilberto muito bem defendido, queria aproveitar para destacar a trajectória de crescimento de Gustavo e de Cuni, a cada vez maior certeza em Miguel Martins e Rui Silva, mas principalmente o jogaço protagonizado por António Areia. Nas palavras do ilustre Fernando Rocha "P*ta que pariu, oblá!". Que reforço incrível conseguimos para a nossa equipa!

Portistas, sintam-se orgulhosos desta equipa de andebol, de tudo o que tem conquistado nestes últimos anos no plano nacional, e a honra que tem trazido ao clube e ao país a nível internacional. Uma equipa de gurreiros, coesa, batalhadora, jovem mas madura, com jogadores a crescer a cada jogo que passa. que sua e sente aquela camisola como poucos o fazem. Uma equipa que joga sempre com garra e determinação, em casa ou fora, na Champions ou no campeonato, e que estou certo irá continuar a trazer alegrias a todos. Admirem os atletas das modalidades, que nunca precisam da motivação dos milhões, do glamour das tv's, para ter sede de vitórias; que conseguiram (cada modalidade à sua maneira) criar uma ligação entre clube e adeptos que, ao que parece, é a maior fonte da mística que tantos reclamam. A mística, meus caros, está nesta malta. A mística, amigos portistas, está à distância de atravessar uma rua, lá no mais pequeno dos Dragões. Por isso, continuem a estar presentes nos jogos de andebol, continuem a apreciar as capacidades destes rapazes, a apoiá-los incondicionalmente, porque eles merecem cada pedaço do nosso reconhecimento.

Um abraço,

Z