Mostrar mensagens com a etiqueta Comunicação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Comunicação. Mostrar todas as mensagens

sábado, 19 de novembro de 2016

Mansidão Não Pode Exigir Garra

Aqui temos o brilhante corolário da nossa bonomia. "Ó senhor do rascord, por quem é! Quer fazer a primeira pergunta, fofinho? Força nisso! Já sabe que gostamos muito de si e dos seus!"

Que dizer? O mundo até tremeu com a veemente publicação do Dragões Diário, não foi? NÃO! Nada aconteceu, nada acontecerá, porque o silêncio de quem dirige é um convite à continuidade deste estado de coisas. Já começou a campanha de branqueamento e, quando as papoilas ganharem logo à noite, nunca mais se fala nisso.

São 13 penalties em 11 jogos! É pena é que o nosso treinador não veja isso. Para o nosso treinador, tão suave como uma pena, foi só um penalti. Mas tudo bem, é coerente com o seu ar vago e ausente durante todo o jogo, a sua cara apreensiva e sem soluções, que apenas resolve fazer a primeira alteração aos 78 minutos, baralhando ainda mais a salada que já ia naquele meio campo. Sim, porque "as tácticas são infinitas".
 
Também acho curioso que o nosso treinador não tenha percebido qual é a taça da carica - ou do envelope - e que tenha resolvido fazer poupanças... numa eliminatória de um título importante para nós. Que fique claro: vi os jogos da Rojita, o Óliver saiu aos 60 minutos, sem queixas, treinou - pouco, mas treinou - antes do jogo. Ficar em casa? Dar minutos a jogadores sem ritmo competitivo neste jogo? Não quero pensar que haja outras motivações para esta decisão que não a de incompetência, senão fico a achar que é tolo. O Chaves tem duas derrotas, contra o fifica depois de poder ter estado a ganhar, e contra o Braga, de penalti - este marcado! A falta de visão é aterradora!

Também ninguém se espante pelos jogadores, desta vez, não estarem junto a Luís Gonçalves, a reclamar no fim do jogo. Se, em Setúbal, viram que o treinador tinha ido antes deles para o balneário - e ontem também - o sinal que passa é simples: "que adianta?" Ah, e já agora, quando um jogador do Chaves, perto da baliza, estava a contorcer-se de dor imaginária, André Silva reclama e quem vai junto dele reclamar... é Felipe! Onde raio está o Capitão!!??

 
O corolário desta reacção pífia é simples: daqui a nada, nem Luís Gonçalves reclamará. Se alguém apontar um caminho e os outros não o seguirem... de que adianta apontar?
Somos mansos e vamos continuar a levar com a injustiça, por consentimento silencioso. Mas deixem-me frisar bem, para que fique claro: jogar mal não é um assentimento de injustiça! Houve e haverá muitas equipas a jogar mal e a ganhar justamente! Se não nos deixarem... só ganharemos se formos soberbos. E estamos muito longe de ser.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

A Identidade E A Marca

O FC Porto é um clube de uma forte identidade regional. Literalmente, identifica-se com a região Norte e defende-a como sua. Tal como o Barcelona na Catalunha, a sua maior força vem daí, e deverá ser sempre aí que as raízes da árvore que dê frutos de sucesso devem buscar o seu nutriente.

Naturalmente, não subscrevo o retorno ao campo da Constituição e ao Estádio das Antas, acho a modernidade do Dragão condizente com a importância que granjeamos como um Clube internacional. Não acho, de todo, que o facto de estar seco e ter uma cadeira minimamente confortável me faça menos Portista do que aqueles que viveram na bancada fria. Acho, contudo, heroicamente Portista que  se esteja com o Clube em estádios inóspitos e sem condições a apoiá-lo, e curvo-me perante esse Portismo em toda a minha admiração.

Como aqui se pode ver e ouvir, Pinto da Costa diz, e bem, que foi aqui que nasceu Portugal e é daqui que vem as suas máximas conquistas. Assusta-me, pois, que haja uma razão bem menos obscura para o silêncio do que uma qualquer chantagem - o FC Porto se ter tornado, de repente, corporate

O FC Porto pode e deve ter uma dimensão internacional, mas não deve viver para ela. Nada me causa mais urticária do que o conceito de "marca FC Porto". Não é por vendermos camisolas ou outro produto que temos um Clube de futebol, mas sim o inverso! Não é por termos parcerias com marcas e serviços que temos um Clube, mas sim o contrário!
Assusta-me, pois, que a zona VIP do Estádio do Dragão pense ou consiga fazer pensar quem decide - a começar pelo Presidente - que ser feio, porco e mau, como todos os "bimbos" do Norte, seja prejudicial para a brand. Sem a identidade Portista não há brand para defender! 

Ao nos julgarmos acima do mais básico que é a defesa dos interesses do Clube, nomeadamente no que se refere à contemporaneidade das decisões que afectam o sucesso desportivo do mesmo, estamos a enfraquecer-nos

Será, com certeza, verdade noutros países e ligas, como a Premier League, por exemplo, mas essa não é a realidade portuguesa. Ao deixar que assim se pense e se aja, estaremos a enfraquecer a nossa posição doméstica, e assim sendo também a brand e todos os interesses corporate.

Urge compreender uma realidade simples, que se aplica como uma luva ao FC Porto: só tendo presente de onde vimos poderemos saber claramente para onde queremos ir!

E, já agora, para terminar: não é verdade que "há muito tempo que não temos Mistica e um Porto à Porto". Este FC Porto lutou muito, e não ganhou um Campeonato muito por causa deste problema comunicacional, ficando a 3 míseros pontos de tal, tendo sido descaradamente roubado sem que tivesse havido defesa de quem estava mais preocupado com a brand.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Adequar-se à Realidade

Sim, é verdade, isto aconteceu. Sim, é verdade. Slimani vai cumprir um jogo de castigo pela cotovelada dada a Slimani... em Novembro. Vai cumpri-la, no início do ano. Se estiver cá. Talvez. Se calhar.

E é assim, meus amigos da SAD! O verifique apresentou uma queixa da agressão, o sportem contra-argumentou com oito (!), fez pressão pública, pôs Augusto Inácio a falar disso dia sim, dia sim...e o castigo saiu oito meses depois dos factos e mais de quinze dias depois do último jogo!

Essa é a diferença entre o nosso silêncio incompreensível, a nossa mensagem pífia e aqueles que chegam a ir ao cúmulo do exagero: resultados. Islam Slimani poderá vir a ser vendido e assim o castigo vai pró tecto. Não aconteceu isso a Hulk nem a Sapunaru, pois não?

Também acho muita piada às nomenclaturas e às "mudanças de sintaxe" que abundam pela segunda circular. Não são "comissões", são "outros custos do negócio", e não fazem grandes manchetes, ou posts de capa em qualquer site desportivo. Não, são pequenas notas de rodapé, caixas laterais e quejandos, passando despercebido o facto de que, se liquidassem o verifique neste momento, este estaria em falência técnica. São oito milhões - nas contas! - é certo, mas existem, e ninguém fique surpreendido se o verifique desate a vender. Não somos só nós a ter de vender para manter as contas equilibradas. 

Mas uma pergunta clara se impõe: era este o tão propalado "esforço de contenção" do verifique? Estas são o género de ideias que passam para a opinião pública e que criam estas falsas noções de que o FC Porto está cheio de "comissionistas" enquanto os outros clubes têm as finanças rigorosamente controladas. 

Não havendo quem aponte as hipocrisias dos outros e as suas mentiras repetidas, a nossa já desgastada imagem pública vai-se erodindo, tornando-nos casos isolados de algo que não é só geral mas também muito pior nos outros lados. Mas, mais grave do que isso, influenciando a opinião dos nossos adeptos, o que cria um clima de instabilidade e de divorcio entre estes e o Clube.

A parte do treinador já está. Tenho a certeza que o plantel está a ser tratado. Mas há que saber fazer, de novo, o resto - ser interventivo, estar em cima dos acontecimentos, ter resposta pronta e acutilante às questões. Em suma, ser o FC Porto no seu melhor estilo em todas as vertentes.

Ser agressivo na comunicação, pronto para atacar os problemas e competente nos jogos e na luta pelos títulos - essa é a chave do sucesso. Mas sem estas três vertentes, não será possível. E aí não seria culpa exclusiva de Nuno Espírito Santo.