Fato de macaco, vitória daquilo que esta equipa tem como mais nenhuma - uma união que já não se via no Dragão há demasiado tempo! Mais de 6000 adeptos Portistas em Guimarães, a apoiar uma equipa que luta, se sacrifica e se esfalfa em cada bola, solidária e em que todos jogam para todos. Esse mérito, é de Nuno Espírito Santo. Mas ganhar desta forma, por muito que vá resultando, pode um dia não resultar. Esperemos que resulte sempre. Vamos a notas.
A grande muralha do Dragão - Sim, eu sei que não estavam no Dragão. Mas já não há palavras para Felipe e a sua capacidade de luta e potência física, mas, principalmente, estou absolutamente embasbacado com Marcano. Marcano vai a todas com uma excepcional qualidade e chega ao cúmulo de, nas poucas vezes que falha, ir ele próprio corrigir o seu erro! De uma segurança e uma qualidade absolutamente fascinantes! Se juntarmos a isto um Maxi que, apesar de não ter velocidade tem manha para dar e vender e um Alex Telles tão bom na defesa como no ataque... há muito pouco a dizer. E que dizer de um Iker que faz defesas impossíveis até quando os lances são inválidos? Ponha-se à frente o "ponta de lança" defensivo Danilão e tudo aquilo que ele é, e pronto... não falta nada. Mais! O resto da equipa participa, sem hesitar, na defesa, sacrificando o seu estilo de jogo e objectivos pessoais pelo bem da equipa! Este gesto de Brahimi fala por si. E isto, meus amigos, é ouro!
Soares - Luta, trabalho, entrega, determinação e classe. Quase roubar duas bolas a Douglas, aparecer em todo o lado no ataque, querer tanto marcar como oferecer... a mim já me conquistou! Num jogo que, emocionalmente, deve ter sido bem complicado, Soares foi um bicho imparável. E suspeito que será assim todo o resto do tempo. E vem aí dores de cabeça para os adversários. Passamos de um ataque de pólvora seca para um ataque de múltiplas soluções. E isso vai ser difícil de travar.
As substituições - NES ainda foi a tempo de corrigir o problema criado por si mesmo - ver Faltas - porque, ao trocar um perdulário André Silva por Corona, restituiu o FC Porto à sua matriz mais confortável - o 4x3x3 - e deu os equilíbrios que foram importantes para que o FC Porto tivesse, finalmente, uma dinâmica consistente de ataque. Depois foi a gestão. Diogo Jota por Brahimi deu o descanso merecido a um Yacine combativo como nunca e muito, muito, fora do seu lugar natural, onde rende mais. Soube aproveitar os contra-ataques e, depois de ter ameaçado, soube concluir com classe um lance vertical de Alex Telles como mandam os livros e fechou com chave de ouro uma segunda parte onde finalmente se viu o FC Porto. Por fim, Óliver por André André deu uma qualidade maior ao centro do terreno, embora 7 minutos não tenham chegado para se ver nada de especial, a não ser que NES continua a pôr o Óli atrás de Herrera....
A confusão táctica - Ao melhor estilo Estoril, lá se foi uma primeira parte onde tudo era confuso e desligado, que se traduziu em não ter bola apesar de ter sido marcado o primeiro golo assim, neste confuso e imprivisado estilo de jogo. Herrera e André André atropelavam-se - outra vez! - nas mesmas missões e Brahimi a jogar pelo meio, naturalmente não rende tanto. Ter a humildade de saber reconhecer e mudar não significa que não se deva aprender com os erros. Esperemos que NES tenha aprendido a lição... É que tantas vezes o cântaro vai à fonte... que pode um dia quebrar. Esperemos que não.