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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Análise Vitória de Guimarães 0-2 FC Porto - Na Marra!!!

Fato de macaco, vitória daquilo que esta equipa tem como mais nenhuma - uma união que já não se via no Dragão há demasiado tempo! Mais de 6000 adeptos Portistas em Guimarães, a apoiar uma equipa que luta, se sacrifica e se esfalfa em cada bola, solidária e em que todos jogam para todos. Esse mérito, é de Nuno Espírito Santo. Mas ganhar desta forma, por muito que vá resultando, pode um dia não resultar. Esperemos que resulte sempre. Vamos a notas.


A grande muralha do Dragão - Sim, eu sei que não estavam no Dragão. Mas já não há palavras para Felipe e a sua capacidade de luta e potência física, mas, principalmente, estou absolutamente embasbacado com Marcano. Marcano vai a todas com uma excepcional qualidade e chega ao cúmulo de, nas poucas vezes que falha, ir ele próprio corrigir o seu erro! De uma segurança e uma qualidade absolutamente fascinantes! Se juntarmos a isto um Maxi que, apesar de não ter velocidade tem manha para dar e vender e um Alex Telles tão bom na defesa como no ataque... há muito pouco a dizer. E que dizer de um Iker que faz defesas impossíveis até quando os lances são inválidos? Ponha-se à frente o "ponta de lança" defensivo Danilão e tudo aquilo que ele é, e pronto... não falta nada. Mais! O resto da equipa participa, sem hesitar, na defesa, sacrificando o seu estilo de jogo e objectivos pessoais pelo bem da equipa! Este gesto de Brahimi fala por si. E isto, meus amigos, é ouro!

Soares - Luta, trabalho, entrega, determinação e classe. Quase roubar duas bolas a Douglas, aparecer em todo o lado no ataque, querer tanto marcar como oferecer... a mim já me conquistou! Num jogo que, emocionalmente, deve ter sido bem complicado, Soares foi um bicho imparável. E suspeito que será assim todo o resto do tempo. E vem aí dores de cabeça para os adversários. Passamos de um ataque de pólvora seca para um ataque de múltiplas soluções. E isso vai ser difícil de travar.

As substituições -  NES ainda foi a tempo de corrigir o problema criado por si mesmo - ver Faltas - porque, ao trocar um perdulário André Silva por Corona, restituiu o FC Porto à sua matriz mais confortável - o 4x3x3 - e deu os equilíbrios que foram importantes para que o FC Porto tivesse, finalmente, uma dinâmica consistente de ataque. Depois foi a gestão. Diogo Jota por Brahimi deu o descanso merecido a um Yacine combativo como nunca e muito, muito, fora do seu lugar natural, onde rende mais. Soube aproveitar os contra-ataques e, depois de ter ameaçado, soube concluir com classe um lance vertical de Alex Telles como mandam os livros e fechou com chave de ouro uma segunda parte onde finalmente se viu o FC Porto. Por fim, Óliver por André André deu uma qualidade maior ao centro do terreno, embora 7 minutos não tenham chegado para se ver nada de especial, a não ser que NES continua a pôr o Óli atrás de Herrera....


A confusão táctica - Ao melhor estilo Estoril, lá se foi uma primeira parte onde tudo era confuso e desligado, que se traduziu em não ter bola apesar de ter sido marcado o primeiro golo assim, neste confuso e imprivisado estilo de jogo. Herrera e André André atropelavam-se - outra vez! - nas mesmas missões e Brahimi a jogar pelo meio, naturalmente não rende tanto. Ter a humildade de saber reconhecer e mudar não significa que não se deva aprender com os erros. Esperemos que NES tenha aprendido a lição... É que tantas vezes o cântaro vai à fonte... que pode um dia quebrar. Esperemos que não.

domingo, 11 de setembro de 2016

Análise FC Porto 3-0 Vitória SC - Contra Tudo E Contra Todos, Encontrando O Caminho


Com um sistema de jogo novo - o 4x4x2 é tão melhor para baralhar marcações e criar soluções - foi natural que, no início, nos primeiros 20 minutos, o FC Porto ainda se estivesse a acomodar a orientar as peças. Mas a verdade é que, após o click das peças no seu lugar, criou-se um verdadeiro juggernault imparável com um resultado que só peca por escasso - e roubado. Do outro lado tivemos também uma equipa que, a contra-exemplo dos nossos rivais, se bateu pelo jogo e não nos fez a vida fácil, muito pelo contrário.

Jogar assim, sim. Este FC Porto não está nada fora da corrida, como nos querem fazer parecer. Aliás, é comovente ver as capas dos jornais de hoje. Quadradinhos muito pequeninos. Bom sinal. É sinal que estamos bem. Vamos a notas.


Óliver - Não escondo, toda a gente sabe, foi para mim um dia triste quando vimos partir o nosso Maestrinho sem saber se algum dia o voltaríamos a ver. Mas foi com uma alegria incontida e um sorriso aberto que soube do seu iminente regresso. E, se é verdade que em Alvaláxia parecia um bocadinho deslocado, ontem esteve soberbo - e ainda não está em forma! Óliver trata a bola com carinho, procura sempre encontrar linhas de passe, não tem nenhum pejo em partir para o remate e dá uma dinâmica e uma segurança extraordinárias ao jogo Portista. Se é verdade que é o eixo que faz rodar a roda, o Óliver faz rodar o FC Porto. Titular indiscutível. E a alegria dele a falar do FC Porto e do Dragão é absolutamente fantástica. Se este blog é o Porto Universal, a mim não me importa onde nasceu o Óli - é Dragão desde pequenino.

Raça contra la maquina - Não importa quanto gamanço aconteça, quanto pau levem - vermelhos em lances isolados? Tá queto! - nada pára os jogadores do FC Porto. Ficou-me na memória uma entrada assassina sobre Depoitre em que este, naturalmente, cambaleia, mas nunca perde a bola e vai direito à baliza em corrida. E André Silva a ser carregado, puxado, empurrado e a continuar como se lhe estivessem a fazer festinhas. Isto só para dar uns exemplos. O FC Porto já vai, (in)felizmente, estando habituado a este estilo de coisas - o que só ajuda. Procurar sempre o passe, a desmarcação, a recuperação da bola, o golo. O resto, se marcam as faltas, os penaltis ou os cartões, logo se vê. Lamentavelmente, vê-se muito pouco. Mas isso é batalha de outrem.

Layún - Miguel Layún está em todas. Bom a defender, melhor a atacar, Layún é absolutamente indispensável no jogo Portista. Tem uma entrega e uma alegria em jogo absolutamente irrepreensíveis. Com ele em campo o acréscimo de qualidade é indesmentível. Uma boa dor de cabeça para Nuno Espírito Santo. Para variar.

Pequenas Grandes Notas - Para lá disto tudo, há, evidentemente, muitas outras coisas a destacar: Danilo está a começar a ficar perto da sua forma, a fazer cortes providenciais e a ser um ponto de equilíbrio muito importante. Depoitre mostrou que é muito mais do que um simples "pinheiro", segura e dá muito bem a bola, ficou a centímetros do golo mas nunca deixou de o procurar - mas também sempre a pensar nos companheiros - e tem uma velocidade e segurança muito superior àquela que se esperaria. Casillas fez algumas defesas que só Casillas sabe fazer, perdeu-se com as saídas à bola - a rever, urgentemente - mas é o patrão defensivo. André Silva vai crescer, indubitavelmente, ao lado de Depoitre. Lutou e trabalhou muito mais. O exemplo do colega também ajudou a aguentar ainda mais a carga de lenha que leva. Em pouco tempo, será um ponta de lança de classe mundial. Marcano, Felipe e Alex Telles estão a dar uma resposta muito positiva a quem dizia que a defesa era o nosso pior sector - segurança à prova de bala, cortes providenciais, pressão e intensidade. Não se pode pedir mais. André André só precisa de ser mais Capitão. Se os jogadores do Guimarães rodeiam o árbitro ele tem de estar lá. Mas a formiga trabalhadora está sempre lá.

Adeptos - Já não me lembrava de uma casa tão composta num jogo destes e tão unida com a equipa como a que pude presenciar ontem. Isto é exactamente o que tenho vindo a pedir desde o início do blog e foi obra e graça do Espírito Santo, mas o Nuno, que consegue passar a mensagem de Raça e luta à equipa e, que, justiça seja feita, demonstra que, quando a equipa assim o faz, deixando tudo em campo, o Dragão  corresponde! Que esta seja a primeira de muitas vezes em que, apesar de jogarmos contra 14, joguemos sempre com 12 em campo. Obrigado!


Gamanço sem vergonha - Jorge Sousa fez uma arbitragem pavorosa, horrível e ridícula. Para lá de invalidar um golo perfeitamente legal mas que, pelos vistos, só pode ser validado na segunda circular - ainda ontem houve outro assim - e que é tão claro que está à vista de todos os que não são tendenciosos corporativistas, como se pode ver aqui em baixo, houve ainda critérios hiper diferenciados em relação à marcação de faltas, mostragem de cartões e até à gestão dos tempos, permitindo que uns se arrastem em reposições e cantos que demoram anos a ser marcados e outros, como Layún, a serem mandados "andar mais depressa". Felizmente, houve uma demonstração de força e veemente repúdio por parte do FC Porto! Espera aí! Não não houve! Como querem que algo mude se tudo fica na mesma? Depois será tarde!


sábado, 10 de setembro de 2016

Antevisão FC Porto - Vitória SC (4ª Jornada) - Vencer Para Retornar Ao Caminho


Cá estamos nós de novo àquilo que nos faz feliz, por entre fait divers : a bola a rolar. Essa é a parte importante. Essa é aquela que nos faz vibrar, que faz sonhar o nosso Coração Azul e Branco.

Após o roubo no wc, há que pegar na dor e sentimento de injustiça que o nosso treinador falou para mostrar ao mundo quem é o FC Porto! 

Assim sempre foi - e assim sempre seja! - que o FC Porto se "vinga" no jogo seguinte quando é roubado e injustiçado.

O FC Porto tem, naturalmente, um jogo muitíssimo difícil pela frente. A equipa do Guimarães está motivada por duas boas vitórias, uma delas de goleada. É um adversário que exige o mais profundo respeito, muito bem treinado por Pedro Martins e que tudo fará para mostrar a sua valia frente aos Dragões. Isto apesar de desfalcada do seu maior goleador, o melhor marcador do campeonato... Moussa Marega. Quem diria. Ou então, só não diriam aqueles que são muito rápidos a disparar contra os seus e apelidar de flops jogadores acabadinhos de chegar.

Ainda assim, e porque penso que o nosso plantel está, a esta altura, tem qualidade e profundidade mais que suficientes para atacar o Campeonato para o vencer, não espero nada mais do que uma exibição personalizada e convincente.

Para cima deles, carago!


NOTA: Layún disse numa entrevista esta semana que acredita "que a impaciência que existe pela ausência de títulos tem tido consequências. Por isso, considero importante que treinadores e jogadores estejam o mais tranquilos possível em cada partida para conseguirmos vitórias. Mas há mais. É importante que, quando jogas em casa, os adeptos se metam com a equipa adversária, pois isso dá-nos uma energia extra, um tanque de gasolina que, se estiver 0-0, aos 92 minutos, nos permita fazer um sprint de 90 metros para atacar o rival"

Talvez dita na primeira pessoa se perceba melhor a importância que detem assobiar a equipa certa. E essa não é a nossa. Sejamos o 12º jogador. Mas da nossa equipa!

Obrigado.

Já agora, a verdade é como o azeite.... mas não foi nenhum mau negócio. Não valia mais de 23M.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Pré-Época: Vitória de Guimarães 0-2 FC Porto - Não Está Pronto, Mas Está Melhor

Há melhor sintoma de uma mudança grande no FC Porto do que um quase golo logo a começar o jogo? André André ia marcando numa bela jogada daquilo que se foi vendo um pouco por todo o jogo: trocas de posição constantes na procura de desequilíbrios e que trazem surpresa na finalização. 

Finalização essa que se traduziu no sorriso que nos deixou nos lábios quando Corona, depois de uma excelente entrada pela esquerda para servir André Silva que, na recarga - depois de mais uma excelente intervenção de Douglas que hoje salvou, seguramente, uns 3 ou 4 golos feitos - marca um belo golo. Estávamos nos oito minutos e o FC Porto impunha o seu jogo. Embora o Guimarães tenha reagido bem, muito por culpa de Tozé e de algumas faltas muito parvas em zonas proibidas, o FC Porto mostrou que a sua defesa melhorou imenso na qualidade com Danilo à frente - apesar de ainda não ter o ritmo necessário, naturalmente - e também, surpreendentemente, com Alex Telles muito criterioso e intenso na defesa, especialmente no jogo aéreo. Na frente, Otávio ia sendo o MC de desmarcações fantásticas de Corona e André Silva, e aos 32 minutos deu mesmo o golo que já haveria sido ameaçado. 


Na segunda parte, surgiram as alterações da praxe, mas permitam-me destacar a entrada ao intervalo de Adrián López. Depois de pouco mais de uma semana de treino, começou com uma grande arrancada que daria vermelho ou golo - já lá vamos - e fez dois excelentes remates de cabeça, juntamente com outro de Felipe. Douglas impediu dois golos de Adrián, que entrou com uma vontade e determinação que não haveria visto antes. Adrián demonstraria aos adeptos ser muito mais do que aparentou até aqui... não fosse ter espreitado nas redes sociais os mesmos insultos da praxe! Há filhos e enteados para os adeptos, e muito me entristece. Fosse Gonçalo Paciência, por exemplo, a fazer esta exibição, e seria louvadíssimo. De qualquer forma, parece-me lógico que um segundo avançado de raiz que foi fundamental no Atlético como apoio ao ponta de lança, não seja deitado para trás, ou viva de empréstimo em empréstimo. Se continuar motivado, quem sabe este patinho não se transforme num cisne?

Até ao fim, com as substituições e outras paragens, o ritmo de jogo quebrou-se. Mas pelos primeiros 60 minutos, o FC Porto foi um justíssimo vencedor, dando conta do bom caminho que se está a fazer a esta altura.


Notas finais: Indi, Brahimi e Aboubakar não estiveram sequer presentes no estádio. Isso parece-me uma clara indicação do que vem por aí. Esta semana deverá trazer novidades. Já a substituição de José Sá - muito bem entre os postes, seguríssimo nas saídas - a Casillas não o é - este pediu 3 dias para assistência à família.

A arbitragem foi horrível. Maicon Machado - em substituição de última hora a Manuel Mota -  teve um critério muito diferenciado, deixou passar um jogo demasiado rasgadinho sem amarelar os vimaranenses e perdoando um penálti sobre Maxi e um vermelho por falta sobre Adrián. Enfim, nada de novo ou surpreendente. Quem de direito tem de se mexer e apontar o necessário. 

Uma palavra final para Nuno Espírito Santo. Para lá da liderança forte no banco, a sua sabedoria simpática na resposta à imprensa é deliciosa. Só diz o que quer, mas simpaticamente. Bravo. Muito bem jogado.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Análise V. Guimarães 1-0 FC Porto (18ª Jornada)


Lamentavelmente, não podemos dizer que esta derrota seja surpreendente. Lopetegui queixou-se da qualidade dos jogadores. Tiraram-nos onze jogadores de um ano para o outro. Onze. Rui Barros fez, no papel, tudo o que podia. Pôs a equipa em tracção à frente após o frango de Casillas, apostou em um extremo puro e depois nos dois pontas de lança. Não era possível fazer mais.

O problema é que o plantel não é o melhor de Portugal, nem de perto nem de longe. O problema é que é um refugo e vai-se esvaindo como areia numa ampulheta neste mercado de Inverno. Osvaldo, Imbula, Tello... mais os lesionados Evandro e Bueno fazem muita diferença. Não há alternativa aos centrais, há um meio campo estruturado mas não ligado e, na frente, não temos um ponta de lança em termos. 

Não se fazem omeletes sem ovos. Ou então teremos de ter alguém que galvaniza as tropas de uma forma plena, que saiba orientar os sectores e ligar o FC Porto de uma forma que deixe de fazer pensar ser algo à deriva. 

É preciso mais. Que comece já amanhã. Mas que se pense bem que falta muito mais. Que não se pode vender tudo e querer ser algo "à Porto". Está na altura de deixarmos de ser uma alfândega e passarmos a ser uma equipa. Mas, no meu entender, além disso, precisamos também de um Capitão em campo. Precisamos de Alma e Coração. Precisamos de pôr o FC Porto à frente de tudo.

Haja coragem de assumir que há que repensar muito mais do que a equipa e o treinador. Não vou bater mais no ceguinho, já disse tudo, acho que sobre tudo. Mas repito, sem uma política diferente, sem um privilegiar do Clube sobre a bolsa, não iremos longe.

Já agora, como é possível o José Eduardo saber quem é o treinador?!

Antevisão V. Guimarães - FC Porto (18ª Jornada)


Jogo de extrema importância, quer pelo facto do líder sportem ter perdido pontos, quer pelo facto do ficaben já ter ganho o seu jogo (...de uma forma discutível mas, e novidades?...). Além do mais, é importante sublinhar a vital importância da galvanização do nosso grupo de trabalho, navegando estas águas turbulentas que se conhecem.

Temos como ponto favorável o facto do maior criativo do Vitória ser nosso - Octávio, belíssimo jogador - e, bem, o Licá também. Desse modo, o sector atacante do Vitória estará desfalcado mas, atenção, creio que Sérgio Conceição fará ponto de honra de nos fazer a vida bem difícil, para provar que não está comprometido connosco, como os media têm vindo a sugerir ao longo das últimas semanas.

Confesso-me triste pela situação de Tello, a sua não-convocatória sugere, de facto, que poderá estar de saída, o que é pena. Creio que o FC Porto atacante teria bastante a ganhar com a sua velocidade, em transições rápidas, embora seja, para mim, inegável que Corona está, a esta altura, um patamar acima.

Saúdo os regressos de Maicon e de André André, além do sempre disponível pau-para-toda-a-obra Sérgio Oliveira.

Helton e Casillas (guarda-redes); Maxi Pereira, Martins Indi, Maicon, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Sérgio Oliveira, José Ángel, Herrera, Corona, André Silva, André André, Miguel Layún e Danilo.

(4x3x3): Casillas; Maxi, Maicon, Marcano, Layún; Danilo, André André, Herrera; Corona, Aboubakar, Brahimi;

domingo, 16 de agosto de 2015

Análise FC Porto 3-0 Vitória Guimarães (1ª Jornada)


Foi um Dragão intenso e um Dragão seguro, esta equipa do FC Porto, nesta jornada inaugural. Sim, é verdade, eu sei o que escrevi. Nós não temos a vertigem de corre-corre de outros, não fazemos jogos de piscinas frenéticas. Nós temos controle quase absoluto do jogo e fazemos por ter as variações de flanco, de velocidade e de soluções que ganham jogos. Tanto que, num jogo em que, como sempre, se ouve adeptos a refilar por entradas "moles" - não são moles, é jogo controlado - aos 8 minutos já estamos a ganhar, tendo ai já desperdiçado um bom par de ocasiões.

Algumas diferenças vêem-se do meio campo do ano passado para este. A começar, a falta cirúrgica a matar o contra-ataque, coisa que no ano passado parecia não fazer parte das armas dos intervenientes. Tanto Maxi como Danilo Pereira deram o corpo ao manifesto, este último quase a abalroar os adversários com o seu imponente físico, uma espécie de parede quase intransponível. Depois, já fazemos jogo no corredor central. Não é o corredor mais disponível, as defesas vão ter tendência a mostrá-lo, mas dá já uma noção de incerteza total sobre onde irá o FC Porto tentar o ataque.E isso é fantástico.

O que eu não gostei foi da entrada do Vitória de Guimarães na segunda parte. Fomos surpreendidos com a reacção - não podemos ser! - mas também demonstra o valor do nosso adversário. Verão que o Vitória não vai fazer assim tão má figura este campeonato, se entrar nos jogos seguintes com a força que entrou na segunda parte. No entanto, mesmo aí, tivemos uma defesa sólida com Casillas a mostrar a sua classe em duas boas defesas e os nossos M&Ms em grande forma a cortar as bolas paradas com classe e determinação. Um aviso a mostrar que não jogamos sozinhos.


E, por falar em bolas paradas, que bom é saber que já há trabalho nesse departamento. Tivemos uma série de tentativas estudadas, ainda frustradas é certo, mas que indiciam um bom caminho. E tivemos contra-ataques! Não fosse ainda não estarem bem afinadas, as tabelas que foram tentadas também teriam sido mortais. Mostra que ainda não estamos lá, claro, mas que há grande potencial para um maior crescimento ofensivo. No entanto, a diferença nesse capítulo, quando comparada com o ano passado, é enorme!

Além dos destaques a seguir, quero dizer que já vimos um Tello melhor - a lesão afectou-o claramente - e que sei de fonte segura que Hernâni esteve no Dragão e está no Porto. Quanto ao nosso menino Rúben, espero que nenhuma oferta irrecusável o leve. Mas ele tem de jogar, com regularidade. Vamos ver o que a época nos reserva. A profusão de soluções de meio campo de qualidade é uma dor de cabeça para Lopetegui. Mas estou em crer que ela pode ser aliviada nos próximos dias.


Aboubakar - Aboubakar é fantástico. Estou cansado de ouvir a conversa de "não é Jackson, mas ninguém é". Este também não era Falcao, e Falcao não era Jardel e por aí em diante. São sabores diferentes, cambiantes da mesma qualidade. Ontem o nosso camaronês teve um Poker nos pés, e seria bem merecido. Mas não só. Bons pormenores de controle de bola, solidariedade nas tarefas defensivas, passes acutilantes e, no geral, uma entrega ao jogo absolutamente incrível. Lopetegui disse, com razão, que ter Osvaldo no banco não é um problema mas sim uma bênção. Temos a qualidade ofensiva que precisávamos e não me canso de me repetir: Gosto MUITO do Aboubakar.

Maxi - Fui dos primeiros a rejeitar a ideia de Maxi no FC Porto, mas também disse que haveria de me render às evidências se as houvesse. Maxi entregou-se a tudo. Ao ataque - duas assistências para golo! - à defesa, à organização, às tabelas, a ser um quarto homem no meio campo quando isso exigia e a travar o contra-ataque quando ele tentava dar mostras de acontecer. Muito bem. Esta feita a constatação, Maxi é um grande jogador raçudo. E ainda bem que está do nosso lado. É uma grande mais valia. Levou o seu baptismo de fogo com o amarelo da praxe. Bem-vindo, Maximiliano. O azul e branco puxa o amarelo e o vermelho dos cartões.

Meio Campo - Com a excepção de Herrera, o meio campo do FC Porto é, este ano, a sua fortaleza. Tínhamos Óliver no ano passado, mas agora temos Imbula e Danilo como muralha e retoma atacante - o primeiro ainda não na sua melhor forma - Evandro a baralhar as contas dos defesas adversários e André André como uma Formiga Atómica em rápida procura da bola, defensivamente e no ataque. A diferença de qualidade com este último em campo faz-me pensar que, em pouco tempo, a titularidade poderá ser sua. A ovação que teve à entrada também indica que ninguém dirá que não.

M&Ms - Maicon com a braçadeira é completamente diferente. Os seus chutões de desmarcação e de variação de flanco são cada vez mais importantes. Ainda que não saia com a bola controlada, passa por ele muita da surpresa ofensiva do FC Porto. E teve menos paragens cerebrais. Marcano é absolutamente imperial. Caramba! A forma como ele recuperou a bola depois do seu erro estúpido - vá lá, não aprendas isso com o teu companheiro! - foi absolutamente fantástica! Está com uma velocidade de pique geniais, chega às bolas todas e não há lance de cabeça que ele não corte. Temos uma defesa de betão!

Varela - Trinta e quê? Pois! O Drogba da Caparica está de volta! Nos seus melhores momentos, uma máquina. E solidário defensivamente também. Tem umas vareladas de vez em quando mas, quem não tem? Varela voltou com tudo e mostrou que aprendeu a lição. Bem coroado com um golo antes de ser substituído. Parabéns Silvestre e obrigado!

Lopetegui - Excelente leitura dos tempos do jogo, sempre interventivo e com a sabedoria costumeira nas substituições. Palavras para quê. Por muito que o insultem, é um treinador superior.


Herrera - Alguns poderão dizer que ele veio cansado da Gold Cup. Mentira. Só se foi do calor, porque Herrera foi muito pouco utilizado. O que se passar é que o verbo Herrar (cheers Jorge!) já não cabe no meio campo deste ano. A colocar urgentemente noutro sítio. Se é para galgar terreno, Imbula faz tão bem ou melhor. Teve dois ou três pormenores bons, mas os passes errados e as falhas de marcação foram qualquer coisa de absurdo. Meu caro amigo, se não atinas, vais de vela e não deixas saudades.

Fábio Veríssimo - Tanta falta de qualidade, minha nossa! Este caro amigo não marca penalties, não acerta nos amarelos, o desnorte é tal que nem sabe o que é a lei da vantagem. Mais do que #colinho, incompetência.

Entrada na segunda parte - Vamos acordar, povo! A entrada da segunda parte não pode voltar a acontecer. Dez minutos lentos e amorfos que poderiam ter dado consequências nefastas. A não repetir! Entrar na segunda parte como na primeira, ó faixabore!

E, já agora, é por isto que nos invejam: 

sábado, 15 de agosto de 2015

Antevisão FC Porto x V. Guimarães (1ª Jornada)


Eis-nos pois, de novo, na parte que interessa - quando a bola rola. E temos casa cheia no Dragão. Gosto muito de casas cheias, acho sempre que mudam tudo. A pressão positiva sobre os nossos, as deles, os árbitros. O espectáculo como ele deve ser vivido.

Estou com um nervoso miudinho. Estou curioso para ver o onze, o sistema táctico. A bem da verdade, creio que ninguém o conhece mesmo. Está mais que visto, foi bem debatido e tenho a certeza que chegou aos ouvidos de Lopetegui, a necessidade que temos em ter um bom ataque. Mas não sacrificando tudo. Desculpem falar disto mas, se alguma coisa o jogo de ontem entre o Tondela e o zbordem mostrou, foi que ataque à maluca não ganha jogos, se o sector defensivo for uma nódoa, se não houver solidariedade e espírito de equipa coesa. Isso o FC Porto tem, de sobra. Mas vamos ver se a balança tomba um pouco mais para o ataque.

Para aqueles que estão desesperados, e com todo o respeito que o Vitória merece, a nossa pré-época teve adversários de Champions e das melhores ligas europeias, inclusive de Champions League. Não estou à espera que haja no Vitória a ligação simbiótica do Valência, a potência do Mönchengladbach ou a solidez defensiva do Nápoles. Há que saber aproveitar as transições com velocidade, fazer boas tabelas e surpreender um adversário que, tenho a certeza, não virá ao Dragão jogar de igual para igual. Com a nossa identidade, vencer e convencer. Porque alguns gostam de embandeirar em arco e depois levam choques com a realidade que doem. Outros gostam de ser realistas, treinar contra o 10 para saber vencer o 7.

E, já agora, vamos lá ver então o "grupo fácil" do FC Porto na Champions League do ano passado. Últimos resultados das equipas, excluindo o BATE: Shakthar Donetsk 3 - 0 Fenerbahçe, Atlético de Blibao 4 - 0 Barcelona. Claro. Não só básico. Banal. Trivial. Haja vergonha.

E por falar em falta de vergonha, onde estão as virgens ofendidas a bramir com a forma como o Jesus tratou os jornalistas na conferência de imprensa, ontem, ein? Só faltou bater-lhes! Ah, é o Jesus. Esse pode. Tão ridículo como o jogo. Continuem assim que vão bem. É tudo gasolina para nós.

Helton e Iker Casillas (guarda-redes); Maxi, Martins Indi, Maicon, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Dani Osvaldo, Tello, Evandro, Herrera, Hernâni, André André, Danilo, Bueno, Imbula e Alex Sandro.

(4x3x3): Casillas; Maxi, Maicon, Marcano, Alex Sandro; Rúben, Imbula, André André; Tello, Aboubakar, Varela