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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Ui! Dureza! Eh, pá! Habituem-se!


- Então Míster, que achou? Ganda resultado, ein? 3-1, e ainda jogaram de man...

- Num gostei nada desta porra! Meninas! Lentos comá porra! É assim que querem ganhar isto? Ai o carailhe!

- Mas mister, nunca desistiram, e foram sempre à procura do resul..

- Epá, homem! Já disse que num curti! Num foi isto que lhes estive a ensinar! Parecia um jogo do outro caramelo! Estive a isto .. a ISTO! .. de mandar uma garrafa à tola do Otávio se ele me fazia mais um passe à Herrera! Porra pá!

- Oh Mister, mas a carga física muito intens...

- Maaaaaaaaaaaaau! Queres levar uma cabeçada? Num percebes português, baixinho? Vais ver a carga intensa quando os puser a correr no sentido contrário aos ponteiros do relógio às 6:30 da manhã! Agora vou mas é pôr-me no carago, que irritado e rouco já tou eu que chegue! Cambada de mimalhões!

Foi este, mais ou menos, o resumo das declarações de Sérgio Conceição no fim do jogo. E ao intervalo. E durante. Foi, de facto, um jogo de passada lenta, desligado e descoordenado, com uma cadência baixa e uma ausência de critério estranha. E foi assim que, inaceitavelmente, vencemos 3-1

Pois é, para SC nada importa que tivesse sido o segundo jogo no dia, que muitos dos jogadores tivessem jogado as duas partidas, que Óliver, Marcano, Felipe, Ricardo e Soares estejam a fazer todos os jogos, no caso do nosso Capitão Suave, praticamente os 90 minutos de todos eles, pouco importa que a equipa nunca tenha baixado os braços, que praticamente todo o plantel tenha jogado no dia de ontem, que Soares tenha mostrado uma qualidade e uma visão muito boa e que Sérgio Oliveira tenha aproveitado a última paragem do comboio, com duas assistências para golo. 

Para Sérgio Conceição não significaria nada se lhe disséssemos que, apesar de tudo, na época passada fizemos jogos bem piores - sem nenhum na manhã! - onde o resultado foi pior, mas na sala de imprensa se falava de "competir bem", de "mostrar solidez defensiva" e outras pérolas quejandas.

É esta a dureza e a exigência de um treinador que quer tudo dos seus atletas! Eh, pá, habituem-se! Nós gostamos! Até porque pensamos exactamente da mesma maneira! Ah, grande Sérgio!

Entretanto, aqueles que nos chamam de "intervencionados" estão a viver um "fenómeno do Entroncamento", só que mais a sul... então não é que parece que os guarda-redes são caros e que precisam de "partilhas de passe" e os laterais afinal já "não reune[m] as condições necessárias pedidas pelo [fifica]"? Pois, pois é! Onde estão as vendas fantabulásticas!? 

Uns vivem com as realidade, apesar de algo dura, se calhar. Outros... comem tudo o que lhes põe no prato! 

Aos jogadores... é melhor respirar, respirar e respirar!

sexta-feira, 28 de julho de 2017

Bons Sinais Num Bom Caminho


É necessário relevar que é um jogo de pré-época, mas não é possível desmentir que o trabalho feito, desde já, por Sérgio Conceição. O FC Porto joga, a esta altura, com uma alegria e um faro de golo absolutamente impressionantes. Nomeadamente quando comparados com o ano passado.

Soares e, em especial, Aboubakar, são dois tanques, duas metralhadoras de assalto, que deixam as defesas aos papeis, e as constantes trocas posicionais entre o meio campo e as alas, criam um dinamismo atacante muito bom. Sempre pautados pelo ritmo e a cadência da batuta do Maestrinho Óliver, a equipa dança da esquerda para a direita, sempre com uma visão na cabeça: procurar criar situações de golo 

Se, no início, Corona até se destacou - a primeira assistência para golo, o de Soares, é dele - o fulgor perdeu-se ao longo dos minutos e tornou em evidência o regresso do perfume magrebino de Brahimi. Já está a voltar - recorde-se que começou a pré-época mais tarde - e a aproveitar muito melhor o espaço, dada a liberdade orientada que Sérgio lhe dá. Sim, liberdade orientada, uma vez que, ao contrário do seu antecessor, Sérgio treina de facto as triangulações, o passe e corre, as desmarcações ofensivas. Mas voltando a Brahimi, a jogada do seu golo da primeira parte é linda! Óliver faz um passe extraordinário para Soares, este temporiza - não é, pois, corre-corre à maluca - e entrega de bandeja a Brahimi, que tem a inteligência de deitar o guarda-redes e colocar a bola no fundo das redes. Este golo e o de Hernâni são, para mim, exemplificativos da mudança de Sérgio. Mas já lá vamos.


O que se seguiu, o nosso Mister não gostou. Eu entendo, Mister. Eu vi-te a entrar no campo no jogo de homenagem ao Mágico, como se da final da Champions se tratasse. Aliás, tu e o Davids estavam a jogar outro jogo! Por isso, compreendo-te: contigo, descansar é no Batalha! Eu percebo que a equipa relaxou e baixou o ritmo, o que destacou um Danilo hesitante e meio perdido. Entenda-se: pediram-lhe sempre para ser um Fernando. Agora, pedem-lhe para ser um Vieira. Ou um Pirlo versão XL. O rapaz ainda está perdido. Chegou na semana passada. Vê-se que ficou tão tonto como a defesa do Portimonense. 

O relaxamento, de que o nosso Mister não gostou - aqui, "competir" é no Batalha! - levou ao golo de honra da equipa de Portimão - merecido, diga-se - e à tentativa de reacção do FC Porto. E, se no primeiro caso, Marcano não esteve bem, na segunda parte faz um duplo corte digno de um Capitão com um C muito grande!

A equipa foi para o balneário com as orelhas a arder - se calhar, até já no túnel! - e voltou de lá com novo meio campo refrescado, por um Herrera cada vez mais confortável nesta posição recuada e um André André a fazer jus ao apelido e a querer compensar a patetice de dois dias antes. Com eles, a equipa voltou a carburar à velocidade Sérgio - perto da Mach 1 - e a alegria rendeu mais dois golos, um deles uma insistência à André com uma excelente assistência, o outro uma assistência genial de Herrera - sim, esse Herrera! - para um Hernâni muito mais solto e velocista, que vai dar muito jeitinho o ano todo.


Não destaco ninguém, das múltiplas entradas seguintes, pela negativa. É certo que Sérgio Oliveira e Rafa voltaram a não jogar, e mesmo Mikel parece estar a perder tracção para outras soluções do plantel, como Herrera e André André, para render Danilo, dependendo dos jogos. Um destaque especial para uma soberba jogada defensiva de Layún, que vem, de certeza, mostrar ao Mister que as decisões que tem a fazer são difíceis, muito difíceis.

NOTA: O que aconteceu ontem na transmissão deste jogo por parte do Porto Canal é amador, ridículo e inadmissível! Se o nosso rival tem uma televisão em termos, paga, e de alta qualidade - porque é que o Porto Canal não tem HD em todo o lado?! - nós temos uma brincadeira! Não se concebe como o ponto fulcral da compra do Porto Canal pelo FC Porto não tenha sido assegurado! Ou melhor, compreende-se: Juca Magalhães só quer saber da parte generalista! 

Meu caro Juca: se há quem veja o resto do que mostra a grelha - alguns, poucos, com boa qualidade - é porque este é o canal do FC Porto! Sem esse, o Porto Canal era zero! Por isso, que isto nunca mais se passe, e que os responsáveis por esta vergonha sejam apurados e lidados em termos!

Livrem-se de voltar a fazer uma destas!

segunda-feira, 24 de julho de 2017

O Excelente (FC Porto), O Péssimo (Árbitro) e o Cavani (InSisto)


Ora muito bem, vamos a isto. Não me acusem de embandeirar em arco, mas há muito, muito tempo que não via um FC Porto como este dos primeiros 45 minutos do jogo de ontem. É certo que o jogo do Nacional foi maravilhoso - dia do Pai, dia de uma imensa alegria projectada no sorriso do cimentar do Portismo na minha filha, no seu ar de êxtase aos saltos a cada música do golo - mas este foi qualquer coisa. Apesar de ser cedo, senti por momentos, na primeira parte, um FC Porto esmagador que não dava hipóteses ao adversário. Será para ficar?

Entramos fortes, intensos, sufocantes e pressionantes, com rápidas trocas, tabelas, cruzamentos, remates, bolas ao poste, bolas ao lado e o aproveitamento total do erro adversário! Aboubakar e Soares foram os porta-estandartes, verdadeiras pontas da lança que feria mortalmente o adversário que, ao contrário do que já propagandeia o inimigo, pura e simplesmente apresentava o melhor do seu plantel no jogo - só que nem cheirava! Óliver finalmente aproveita o imensíssimo potencial que tem para ser o Maestrinho que o seu Coração Azul e Branco dita, Otávio a ser o imprevisível vagabundo com a liberdade total de movimentos que merece para o seu talento em grau correspondente e toda a defesa a ser aquilo que é, uma parede de cimento, com um alegre Alex Telles ainda a seguir aquele corredor como um louco, a cruzar como uma catapulta bombas de perigo. Mas o pináculo desta forma de jogar é mesmo o MVP deste jogo, o grande e polivalente Ricardo Pereira que é exímio a defender e a atacar, e em qualquer dos extremos onde o coloquem - superiores e inferiores. Quase marcava o merecido golo, com uma bola colocada pelo Maestrinho nos seus pés que levava selo de golo. Mas tudo isto promete, e muito. A confirmar em breve. Por ora, um sorriso nos lábios Portistas já é excelente.


E depois do excelente, o péssimo. Péssimo logo no início da segunda parte, com André André a dar cabo dos planos de Sérgio Conceição ao ser bem expulso por uma entrada assassina à canela de um adversário. Estão a ver, mouros? Ninguém aqui disputa a justiça da expulsão! Mas João "Mostovoi" Pinheiro mostrou, uma vez mais - sim, o jogo das papoilas contra o Hull City já foi um aperitivo! - bem ao que vinha ao, a seguir, numa entrada equivalente de Vigário sobre Ricardo Pereira, não ter ido além do amarelo. Amarelo esse que, escândalo dos escândalos, voltaria a repetir a Ivan Marcano por protestar desta decisão - melhor ainda, por (grande atitude de Capitão!) ter lá ido perguntar, muito justamente, se não iria dar vermelho também a esta! Então, como é? Um Capitão já não pode protestar uma decisão ou comunicar com árbitro, como porta-voz da equipa, desde que de uma forma educada? Para que serve a braçadeira!? E, seguindo esse critério palerma, quantos segundos em campo durariam Adrien Silva ou Luisão, este último que até dança com Ferraris? Um escândalo! Mas, sobre isso, este vídeo dos Guerreiros da Invicta mostra bem a sinopse do que veremos este ano! 

E é claro, com isto, lá se foi a qualidade de jogo, ainda que com bons apontamentos, mas que em nada servirão Conceição, a não ser ao ficar descansado por ver que a equipa, apesar de mutilada, a ser consistente e sólida defensivamente - e aqui e ali, polvilhada por momentos que ainda dariam o terceiro golo.

De uma vez por todas, que entendam as entidades competentes que, ao comparar a arbitragem de Jorge Sousa com a de Mostovoi, se percebe bem que a qualidade favorece o jogo de futebol enquanto que alguém manifestamente inseguro, imaturo e instável só o vai prejudicar! Iremos combater as missas com efectiva qualidade de jogo. Mas a liga portuguesa só se continuará a afundar nesta palhaçada!

Mas nem tudo é mau! Venho, com alegria, anunciar a terceira edição do podcast A Culpa é do Cavani, que orgulhosamente faço com o Jorge do Porta 19 e o Silva da Tasca do Silva. Esta semana, falamos da pré-época - gravamos antes do jogo de Guimarães - de Sérgio Conceição, de Óliver e de Sérgio Oliveira, mas também do amor do Silva pelo grande Pione Sisto

Desta vez com som em HD e duração de gente,  uma vez mais os convido a deixar as vossas críticas e sugestões aqui em comentário ou para o email cavani@porta19.com.

Obrigado! 

PS - Pos é, Lindelof, as regras do futebol fora do laguinho são outras! Já deves ter as orelhas a arder!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

O (Bom) Trabalho Em Curso - Meio Campo e Ataque

Antes de mais, porque o importante vem primeiro, quero desejar rápidas melhoras ao Presidente Pinto da Costa, figura maior do Desporto Mundial - nunca esquecer disto! Outros serão presidentes, mas o Olimpo das Lendas está reservado para muito poucos! Acho curioso, no entanto, que as "virgens ofendidas" que se indignaram com um inofensivo - mas sim, de mau gosto - cântico de uma claque e fizeram disso um escabeche, estejam agora alegremente a gozar com um acidente de saúde e, uma vez mais, a desejar a morte de um ser humano! Que isto fique bem sublinhado.


Voltando ao tema de ontem, prosseguimos então para o importante miolo, a "casa das máquinas", onde muito se tem visto - e muito que, para alguns, é surpreendente. Na ausência de Danilo por lesão, Mikel Agu fez a posição 6, repartida com André André, num feliz regresso ao lugar do seu Pai. Mas Agu mostrou que segue o estilo do seu concorrente natural - um médio de predominância defensiva, embora ainda com alguns defeitos de posicionamento, que também estou certo que Sérgio Conceição saberá dirimir. Agu é forte na pressão e intenso na recuperação. Em breve será um provável dono da posição - dependendo do estilo que Sérgio queira. Sim, porque André foi pressionante e intenso também, a "carraça" que já lhe conhecemos, mas naturalmente soube colocar melhor a bola na zona de ataque e foi mais rápido na criação de ataque e na dinâmica atacante. Mas Mikel é mais parede, o que não é nada mau. Para diferentes jogos, diferentes alternativas. Outro possível candidato a essa posição é Herrera, que já a fez muito bem na selecção mexicana. Voltou a entrar bem vindo do banco, melhor contra o Chivas - como todos - com uma assistência brilhante para Otávio e um par de excelentes remates. Não entendo, juro que não, a antipatia por Herrera. Tem as suas paragens cerebrais, mas bem aproveitado, por exemplo, a 6, é forte, possante e dinâmico.


Na posição 8, todos estiveram bem, uns mais outros menos, mas parece-me bem claro que Óliver conquistou o lugar, naturalmente. Contra o Chivas, então, fez 35 minutos do melhor Óliver, complementando com uma verticalidade e um assumir do comando muito inspirado, com uma alegria no jogo que já não víamos desde o tempo de Lopetegui. Essa verticalidade, a forma como pegou na bola e galgou metros, era uma das poucas coisas que faltava a Óliver. Se Sérgio - sim, dedo de treinador aqui, sem sombra de dúvida - souber reconciliá-lo com o remate... é um caso sério. A juntar a Óliver, João Teixeira e Sérgio Oliveira também estiveram em bom nível, em especial o primeiro, mostrando ser dignos de um voto de confiança para o plantel. A JCT só falta juntar ao seu perfume, intensidade e toque de bola, uma melhor definição do último passe. A Sérgio Oliveira, a única coisa que falta ver é se consegue ser consistente, uma vez que talento, remate exterior, capacidade de marcar livres e cantos - tudo coisas importantíssimas - não lhe falta. Esperemos que a maturidade tenha vindo com a melhor atitude que se lhe viu.


É no capítulo dos extremos que a porca torce o rabo. Ninguém me pareceu estar particularmente bem. Galeno, com tanta vontade de se mostrar ao mister, foi sempre sôfrego e pouco esclarecido, definindo mal e fazendo más escolhas, no capítulo da finalização ou passe para um colega desmarcado. Hernâni foi um desastre, uma vez que a altitude e o esforço físico tiram-lhe a capacidade de explosão, que é a sua principal característica. Apesar disso, acredito que fique no plantel, ao contrário de Galeno, a quem está bom de ver que deverá continuar a evoluir na B, embora com uma porta entreaberta para a A, ou um empréstimo a uma equipa da Primeira Liga. Tal como Hernâni, também a Corona não correu particularmente bem a vida. Cheguei, confesso, a esquecer-me que estava em campo. Também Corona me pareceu cansado e sem o discernimento necessário para fazer boas escolhas, na hora de rematar ou passar. De entre os extremos, apenas Brahimi me pareceu melhorar, embora o cansaço também lhe tire o drible e a capacidade de decisão. Acho que o sector deveria ser reforçado, ou aproveitar Ricardo e Layún quando fosse necessário. As soluções parecem bastante curtas. 


Na frente de ataque, acho que todos estiveram muito bem. Otávio parece muito bem como 9,5, com possibilidade de ser 10 numa variação de jogo. Excelente no apoio e combinação com Aboubakar, rápido, intenso e capaz de furar no espaço, com remate fácil e um golo de cabeça (!), dificilmente se poderia pedir melhor estreia. No entanto, também Soares esteve bem a fazer uma parceria demolidora com Aboubakar. Apesar de não ter marcado, foi rápido, ágil, rematador, intenso na recuperação e pressão, e mostrou jogar bem em tabelas e combinações (vide com Óliver e com Herrera). Mas, para mim, a maior surpresa, e quem pega de estaca, é mesmo Aboubakar. Sim, eu sei o que ele disse. Mas devo dizer que foi estranhamente deixado de lado pelos dois últimos treinadores. Abou tem o defeito de ser temperamental - no que parece ter evoluído - mas a qualidade e facilidade no remate estão lá. Uma belíssima surpresa, a fazer lembrar o início da sua segunda época. Entre ficar com eles e com Rui Pedro, ou ir comprar mais um ponta de lança, eis uma bela dor de cabeça. Por ventura não estará aqui um matador - se Abou estiver de cabeça limpa, sim - mas é sem dúvida um ataque cheio de qualidade.

Bons sinais, a confirmar domingo. Que é também dia de Cavani, o podcast, onde abordarei mais aprofundadamente esta pré-época. Para já, bons sinais. Serão confirmados? A ver, ansiosamente! 

quinta-feira, 20 de julho de 2017

O (Bom) Trabalho Em Curso - A Defesa e o Treinador

Findada que está a viagem da nossa equipa ao México, é hora de tirar as devidas conclusões e a fazer a sua avaliação. Já todos sabemos: vale o que vale, é pŕe-época, o resultado não importa para nada e, pelo menos nesta fase, as equipas, os onzes e as substituições não reflectem necessariamente as preferências de Sérgio Conceição para a época - é uma altura de testes, de tentativas, de desenhos de sistemas e dinâmicas. Bem aproveitadas, serão talvez - talvez!  - a base do que vem, mas não é forçosamente necessário que assim seja.

Ainda assim, destaco desde já o excelente trabalho de Sérgio Conceição nesta fase. O FC Porto jogou ontem numa intensidade - contra o Cruz Azul também, mas menos - e um sentido de baliza e objectividade que já não via há muito tempo. Os jogadores, na sua maioria, estão entregues e com uma vontade e uma garra muito grande. É notória a pressão altíssima e a reacção agressiva à perda de bola. É notório o trabalho de criação de dinâmicas ofensivas e combinações atacantes. É fácil de ver que, apesar da carga, há um avanço imenso em relação ao FC Porto de memória recente. Ainda não está tudo resolvido, nem lá perto, mas uma coisa é certa: já se nota dedo do treinador na equipa.

Vamos então ver, por sectores, como acho que estão as coisas. Hoje falarei da defesa, amanhã do meio campo e sector atacante.


Na baliza, Casillas continua igual a si mesmo - a classe em pessoa. Um par de excelentes defesas, a liderança e o pôr em sentido que lhe reconhecemos. Sérgio retirou-o cedo do jogo com o Chivas - não há nada a ver em relação a Casillas. É o que é, e há muitos anos. Já Sá, achei-o nervoso e instável. Não esteve seguro fora de postes, como ainda ano passado o vimos e, evidentemente, não tem oi sentido posicional de Casillas. Um ano mais a aprender com o Mestre ou ser emprestado a uma equipa competitiva e exigente far-lhe-ia muito bem. Quanto a Vaná, jogou ainda muito pouco tempo, teve zero de culpas no golo e nada que se destaque, por um lado ou outro.


Na defesa, a lateral direita tem uma qualidade estúpida, com Ricardo Pereira e Maxi em bom plano. Obviamente, o primeiro de uma forma mais ofensiva e projectada do que o segundo, mas com Ricardo Pereira e Maxi poderemos ter, sem problemas, um extremo e um lateral que resolvem completamente o corredor direito. Já na lateral esquerda, Rafa Soares está, quer-me parecer, a sofrer do mesmo mal de todos os que subiram de escalão: talvez o querer mostrar serviço não lhe esteja a deixar ser ele mesmo. Nada de cruzamentos milimétricos, nada da sua agressividade defensiva e até um estranho posicionamento comprometedor. A desmentir em Portugal, espero. Alex Telles foi um dos melhores do FC Porto nesta fase - intenso, aguerrido, veloz, presente. É o que foi grande parte do ano passado - um excelente lateral. Já Layún continua o mesmo defensivamente, mas acredito que, a ficar, possa ser bem aproveitado a extremo. Layún tem demasiada qualidade pela esquerda para ser desaproveitado.


No capítulo dos centrais, Felipe e Marcano continuam no mesmo patamar que estiveram no ano passado, com o segundo a melhorar contra o Chivas, uma vez que, contra o Cruz Azul, talvez devido à altitude, não esteve na sua normal eferverscência.  Mas neste último foi o Capitão que já nos habitou a ser: sério, sereno, mas presente e excelente no posicionamento e dobras. Indi esteve também oscilante, melhor no primeiro jogo e cumpridor neste segundo, mas ainda assim de nota positiva. Jorge Fernandes não jogou tempo suficiente para que lhe possa fazer alguma avaliação. 

A defesa, no seu todo,  pareceu-me comprometer no segundo golo do Chivas. O golo do Cruz Azul... enfim... é resultado de uma falta de entrosamento defensivo. O primeiro golo do Chivas é de anedota.

Acho engraçada a forma como os vendilhões da capital trataram os jogos do FC Porto. Continuem a tapar o Sol com a peneira! 

Não entendo como este importante assunto, também tratado pela Sporting TV, que conta com o importante trabalho de investigação de Bernardino Barros para além do supra-linkado Mister do Café, não esteja a ter a devida relevância por parte do Porto Canal e dos responsáveis de Comunicação do FC Porto. À excepção dos emails, às vezes perde-se demasiado tempo com fait divers marinheiros e que não querem dizer absolutamente nada, em vez de dar destaque a uma manobra de bastidores que será, com certeza, bastante prejudicial. Chorar sobre leite derramado não adianta nada!

Ao Capitão Ricardo Moreira, o meu mais sentido Obrigado! Capitães como este não há muitos! Muita sorte nestas novas funções no Nosso Grande Clube!


terça-feira, 4 de julho de 2017

O Inferno Dantesco do Cartilheiro

Vivem dias difíceis, os cartilheiros do clube do regime. É difícil contrariar a verdade, e a muleta acaba sempre por ser um lugar comum e, por isso, previsível. Daí que não era difícil de prever que Francisco J. Marques tivesse resposta pronta ao chouriço quando ele disse que "a assinatura não era a dele" e demonstrou que sim. São, de facto, dias difíceis para a cartilhada que, sem linha orientadora clara, se perde em contra-argumentação ad hoc e que nega a dos colegas. Mentir com qualidade e sincronia é complicado!

Ido também, que o foi, o argumento da superioridade moral, vem a justificação mais criminosa de todas: "vocês também fizeram." Miguel Guedes dá, neste vídeo, uma enorme coça ao gobernador que, esgotados os argumentos janeleiros, se sai com um "ah, vocês também faziam". Em primeiro lugar, é uma assunção clara de culpa e em segundo lugar é um assumir de que se julgam no direito de aldrabar.

Acontece que os factos do Apito Divino são muito mais abragentes do que qualquer outro caso anterior e provam que o papoilas estava interessado em toda a ajuda - quiçá até extra-sensorial - para ganhar e tudo fazia, menos jogar futebol. Agora será bem mais complicado! São, de facto, dias muito difíceis. 

Era fácil ser-se o santo. Ser demónio é muito, mas muito, mais difícil. Paciência, lá se vai a superioridade moral! E o que mais virá por ai!

Entretanto, finalmente, a bola rola no Olival. Já tínhamos saudades. Estamos, evidentemente, na fase embrionária. Desesjo o melhor trabalho a Sérgio Conceição. E que tudo corra pelo melhor para voltarmos ao lugar que merecemos. E, por falar em merecer, boas as palavras do nosso mister - todos têm de provar merecer. É isso tudo. Só podem ficar os melhores. Só assim poderemos voltar ao sucesso.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A Auto-Estima Fofinha


Aqui estão as capas dos pasquins sulistas de hoje. Atentem os meus caros amigos como, nuns casos, a auto-estima tem de ser sempre mantida: não são "alarmes" ou "derivas", não são "castigos" ou coisas do género. São vitórias morais. Isto apesar de serem derrotas. O benfas perdeu - e perdeu bem. No entanto, há sempre coisas positivas para realçar, o spin doctoring funciona sempre lindamente.

Mas antes mesmo dos jornais, os programas de comentário fazem o seu papel: a "adaptação" dos "futuros craques" leva o seu tempo, o "grande potencial" é visível apesar da derrota e já se vislumbra o futuro dourado nas ligações do "tricampeão". Já no caso do FC Porto, Telles é claramente inferior a Layún, o FC Porto tarda em contratar o ponta de lança, André "ainda tem muito a melhorar" e Felipe "não serve". Isto para já nem falar de Adrián, que é sempre "sofrível" e "fraco", independentemente do que faça.

A dualidade de critério é conhecida, bem como a assimetria de tamanhos das caixas quando o FC Porto ganha ou perde. E Moniz Pereira que me perdoe, mas o destaque que seria dado à sua morte (inteiramente merecido!), se o benfas tivesse ganho, teria sido infinitamente menor.  

No entanto, não me importo. Prefiro que não estejamos sequer no radar, ou, como ouvi o senhor Rui Pedro Braz dizer no MaisTabaco, "alguém acredita que, com este plantel, o FC Porto terá capacidade para sequer rivalizar com o 5lb ou o sportem". Boa. Pensem assim. Para mim é pior acharem que temos "um Ferrari". Desejo que nos subestimem, que nos tentem diminuir a cada passo. É sinal que temos espaço para crescer e melhorar.

Como diz, e bem, o Ribeiro Deepblue num comentário ao meu post anterior, o "nosso menino" está gasto. Não há espaço para nenhum "nosso menino" no André Silva. Evidentemente, se fosse benfas, seria já o próximo Ronaldo. E aí, ao contrário de muitos, já não acho que "não faz mal". Faz mal, faz. Faz pessimamente. Um atleta confiante é mais eficaz. E assim é mais valioso. Evidentemente, tudo tem o seu reverso, e o reverso da medalha é que fica a julgar-se pronto, o que nem de perto nem de longe está. Mas, pronto, é a sina de usar Azul e Branco.

Como no caso do adepto francês que veio conhecer "Portugal" e foi ao estádio dos vermelhos, como se fosse um Padrão dos Descobrimentos, também o resto dos media agem da mesma forma.

Que haja Portistas que subscrevem a sua mensagem e se deixam moldar no seu pensamento é que é uma coisa que me deixa estupefacto. 

É necessário acordar da lavagem. Ser do FC Porto é ser contra este pensamento dominante. unidos venceremos!

Pré-Época: Vitória de Guimarães 0-2 FC Porto - Não Está Pronto, Mas Está Melhor

Há melhor sintoma de uma mudança grande no FC Porto do que um quase golo logo a começar o jogo? André André ia marcando numa bela jogada daquilo que se foi vendo um pouco por todo o jogo: trocas de posição constantes na procura de desequilíbrios e que trazem surpresa na finalização. 

Finalização essa que se traduziu no sorriso que nos deixou nos lábios quando Corona, depois de uma excelente entrada pela esquerda para servir André Silva que, na recarga - depois de mais uma excelente intervenção de Douglas que hoje salvou, seguramente, uns 3 ou 4 golos feitos - marca um belo golo. Estávamos nos oito minutos e o FC Porto impunha o seu jogo. Embora o Guimarães tenha reagido bem, muito por culpa de Tozé e de algumas faltas muito parvas em zonas proibidas, o FC Porto mostrou que a sua defesa melhorou imenso na qualidade com Danilo à frente - apesar de ainda não ter o ritmo necessário, naturalmente - e também, surpreendentemente, com Alex Telles muito criterioso e intenso na defesa, especialmente no jogo aéreo. Na frente, Otávio ia sendo o MC de desmarcações fantásticas de Corona e André Silva, e aos 32 minutos deu mesmo o golo que já haveria sido ameaçado. 


Na segunda parte, surgiram as alterações da praxe, mas permitam-me destacar a entrada ao intervalo de Adrián López. Depois de pouco mais de uma semana de treino, começou com uma grande arrancada que daria vermelho ou golo - já lá vamos - e fez dois excelentes remates de cabeça, juntamente com outro de Felipe. Douglas impediu dois golos de Adrián, que entrou com uma vontade e determinação que não haveria visto antes. Adrián demonstraria aos adeptos ser muito mais do que aparentou até aqui... não fosse ter espreitado nas redes sociais os mesmos insultos da praxe! Há filhos e enteados para os adeptos, e muito me entristece. Fosse Gonçalo Paciência, por exemplo, a fazer esta exibição, e seria louvadíssimo. De qualquer forma, parece-me lógico que um segundo avançado de raiz que foi fundamental no Atlético como apoio ao ponta de lança, não seja deitado para trás, ou viva de empréstimo em empréstimo. Se continuar motivado, quem sabe este patinho não se transforme num cisne?

Até ao fim, com as substituições e outras paragens, o ritmo de jogo quebrou-se. Mas pelos primeiros 60 minutos, o FC Porto foi um justíssimo vencedor, dando conta do bom caminho que se está a fazer a esta altura.


Notas finais: Indi, Brahimi e Aboubakar não estiveram sequer presentes no estádio. Isso parece-me uma clara indicação do que vem por aí. Esta semana deverá trazer novidades. Já a substituição de José Sá - muito bem entre os postes, seguríssimo nas saídas - a Casillas não o é - este pediu 3 dias para assistência à família.

A arbitragem foi horrível. Maicon Machado - em substituição de última hora a Manuel Mota -  teve um critério muito diferenciado, deixou passar um jogo demasiado rasgadinho sem amarelar os vimaranenses e perdoando um penálti sobre Maxi e um vermelho por falta sobre Adrián. Enfim, nada de novo ou surpreendente. Quem de direito tem de se mexer e apontar o necessário. 

Uma palavra final para Nuno Espírito Santo. Para lá da liderança forte no banco, a sua sabedoria simpática na resposta à imprensa é deliciosa. Só diz o que quer, mas simpaticamente. Bravo. Muito bem jogado.

sábado, 30 de julho de 2016

Longa Se Torna A Espera


Definida que está a primeira vaga de dispensas - Quintero, Hernâni e Josué - tardam em aparecer as contratações para as necessárias posições e o Portista desespera.

Das dispensas, lamento apenas que Josué pareça querer seguir umas pisadas Rolandescas, que não lhe ficam bem. Nos restantes casos não posso senão concordar: Quintero teve a enésima oportunidade e não a soube aproveitar - tanto talento e nenhuma vontade - e Hernâni, apesar da velocidade, continua com os mesmos erros de controle de bola e posicionamento que tinha quando saiu daqui.

Quero acreditar que esta semana tenhamos novidades, com vista à preparação mínima de reforços para os importantes compromissos que se avizinham. Não sendo de comentar rumores, não posso deixar de dizer que considero absurda sequer a hipótese de um central quem nem sequer é titular indiscutível no Braga ser considerado a nossa grande contratação para a defesa. Não quero sequer qualificar o grau de disparate que isso seria.

E por falar em coisas estapafúrdias: por Alma de quem um treino aberto dois dias antes da apresentação aos sócios? De quem terá sido essa luminosa ideia? E para quê?

Enfim, sempre esperando que tudo isto tenha uma lógica e sentido, longa se torna a espera... e não há assim grande tempo.....

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Pré-Época: Análise Bayer Leverkusen 1-1 FC Porto - Melhorando e Solidificando.

Esperava ver o onze a jogar perto de 90 minutos, com apenas as trocas mínimas necessárias. Nesse sentido, foi com uma agradável surpresa que vi Bueno no 11 inicial - a qualidade não engana. Bueno tem sempre os olhos presos no ataque e em encontrar soluções para a finalização, tem um excelente posicionamento e leitura de jogo soberba.

É claro que isso passa-se no primeiro terço, o que criou um buraco enorme no centro do terreno, porque Herrera e André André fizeram uma espécie de duplo pivot, mas quase lado a lado, o que criou alguma confusão defensiva, apesar dos dois terem estado bastante bem, em especial o primeiro.

Mesmo assim gostei muito da agressividade ofensiva e da reacção à perda de bola. O FC Porto da primeira parte conseguiu controlar bem o Bayer, com raras falhas e umas alas bastante ligadas ofensiva e defensivamente.

Faço aqui o primeiro parêntesis para fazer um j'accuse. Atenção, muita atenção, à conversa concertada dos media - em especial os queridos do zerozero - a malhar no Felipe! No lance da desconcentração da primeira parte, e não no da soberba defesa de Casillas, é Marcano que fica especado sem reacção e obriga Felipe a fazer a compensação, atrapalhando-se um ao outro. No lance do golo, é Varela - um absoluto desastre como defesa - que sai da posição e é ultrapassado por Chicharrito, sendo que Felipe tenta fazer a dobra. A culpa do golo não é dele. Felipe fez muitos cortes de cabeça, esteve imperial nos cortes durante toda a primeira parte e ligou muito bem com Maxi. Este último esteve soberbo defensivamente e tentou muitas e boas jogadas ofensivas. Layún esteve muito assertivo e duro, gostei.

Mas onde fiquei feliz foi no trio da frente. Otávio só tem de saber soltar a bola mais correctamente, mas cria muitos desequilíbrios e a forma como ele ganhou a bola para o golo mostra bem da agressividade ofensiva que traz. Corona é um verdadeiro animal de força e técnica, titular absoluto e a anos-luz do Corona do ano passado. Só falta o treino de ligações. Está por pouco, muito, muito pouco, um danoninho. (© Silva).

Mas o verdadeiro danoninho está em André Silva. Pleno de velocidade, técnica e força, para lá de um belo golo em esforço, está a sua leitura de jogo e sabedoria posicional. Está a aprender, mas a evolução tem-se visto e temos ponta-de-lança caseiro. Evidentemente não chega. Há que dar tempo e espaço para crescer em qualidade.

E o lado lunar veio na segunda parte. É certo que houve uma segunda equipa. É certo que Reyes e Rúben estiveram muito melhor defensivamente. Gostei particularmente do último. Está visto que bem apoiado (será por isso que não dei por Evandro?) Rúben solta-se ofensiva e defensivamente e faz uma circulação de bola com muita qualidade. Gostei também do salto qualitativo defensivo de Alex Telles e da raça e pilhas duracell de João Teixeira. A este último, só se pede um pouquinho mais de velocidade. 

Mas na linha da frente... Não seria justo estar a criticar Adrián, é o segundo treino e primeiro jogo, e mesmo assim fez dois bons passes. Mas Brahimi esteve na Lua, totalmente, e Aboubakar... nem sei definir.


Mas, para terminar a análise à segunda parte bem, fez-me lembrar Baía na extraordinária segurança com que sai dos postes. A baliza está bem segura com o gigante Portista. 

Fica claro que há jogadores que perdem o comboio. A notícia de que Marcano é pretendido no Espanhol é uma boa notícia. Bem como o declarado interesse do Villareal em Adrián. 

Chidozie - que deve voltar à B - Aboubakar, Evandro e, principalmente, pelamordasanta, Varela, estão a perder o comboio. A não utilização de Indi, Quintero, Josué e Hernâni também parece dar indicações claras sobre o futuro destes últimos.

Nota final: Neste tempo tão importante, é público e notório que o FC Porto continua a perseguir quimeras e miragens. Rafa Silva é o Lucas Lima deste ano e a novela do ponta de lança, lamentavelmente, repete-se. O FC Porto tem de ter vários interesses na lista e, se um não resulta, apostar no seguinte. A forma como António Salvador se porta com o FC Porto, ano após ano, já deveria ter ditado um corte de relações com o Braga. Rafa Silva pode ser bom, mas não merece um all-in nem a exorbitância que por ele se pede! E nem quero acreditar que acabemos com mais um Osvaldo... organizem-se, senhores!

domingo, 24 de julho de 2016

Desnortes E Expectativas Baixas

A notícia de hoje de que Adrián irá integrar o estágio do FC Porto deixou-me bastante preocupado. Não pela qualidade do jogador, que acho bastante grande. Estou, aliás, perfeitamente à vontade quanto a Adrián - não houve ninguém na bluegosfera que o tivesse defendido mais do que o Porto Universal. 

Há, inclusivamente, uma perspectiva que pode achar boa esta ideia: substituindo o inoperante Hernâni, com a mesma velocidade mas muitíssimo mais técnica e qualidade de passe, jogando em 4x4x2 ou 4x2x3x1, aproveitando a enorme mobilidade de Adrián e a sua capacidade para jogar nas costas do ponta de lança, dando um belíssimo apoio a André Silva e alternando com Bueno no ataque. 

Adrián López é um jogador muito bom, mas foi também o jogador mais humilhado e ridicularizado DE SEMPRE no Estádio do Dragão. Adrián foi feliz no Villareal e tenho a certeza que gostaria de por lá ficar. De certeza que não por causa do FC Porto, mas porque ninguém gosta de ser assobiado mal toca na bola! Ele tem a capacidade de marcar golos magistrais como este, mas é capaz disso no Villareal, onde os adeptos gostam dele e o respeitam. O que não é o caso do "exigentes".

Mas o problema vai muito para lá de Adrián: é um problema de total ausência de rumo e de navegação à vista que demonstra. Dizer a um jogador que não contam com ele e afinal ir buscá-lo demonstra um grande desnorte e uma falta de rumo clara! 

E, naturalmente, não fujamos do elefante no meio da sala: se ainda só sairam emprestados e o Maicon, demonstra uma anormalmente fraca capacidade negocial Portista, um descarrilamento do TGV contabilístico que os mais atentos já esperariam, mais cedo ou mais tarde, mas que custa muito ver acontecer.

É por isso que, junto com o meu Imbicto amigo, não deixo de dizer que não há mal nenhum numa "Dragon Forcização" do FC Porto, sendo que, para isso, é necessário um natural baixar de expectativas e a noção clara de que muito pouco disso é culpa do treinador. Veremos até ao começo da época, mas é preciso ter bem claro que não se fazem omeletes sem ovos.

Serei um indefectível Portista, presente no bom e no mau, de início ao fim, à espera do melhor mas preparado para o pior. Claro que, se tal vier a acontecer, não haverá mais corda para aqueles que, tão irresponsavelmente, terão arruinado o capital vencedor do FC Porto, pondo-se à frente dos superiores interesses do Clube.

sábado, 23 de julho de 2016

Pré-época: Análise Vitesse 1-2 FC Porto: Separando O Trigo Do Joio


Como sempre, há que fazer dois sublinhados antes de começar a crónica: estes não são onzes do FC Porto e esta não é a velocidade da equipa. Mas uma coisa parece certa: há jogadores que estão claramente a perder o comboio, e há jogadores que já se estão a destacar para um onze futuro. pela sua consistência e qualidade no jogo da equipa. 

João Teixeira, Otávio, André Silva, Alex Telles, Maxi Pereira e Corona - que grande evolução que teve este pequeno mexicano, em velocidade e principalmente em intensidade defensiva - estão já numa posição de destaque em relação aos seus concorrentes para as posições. Bueno - que chegou agora - foi uma agradabilíssima surpresa, dinamizando a frente do ataque e criando os tais desequilíbrios que nos faltaram em toda a primeira parte.

Mas a verdade é que Chidozie está mesmo muito verde, Hernâni tem velocidade mas muito pouco critério, Layún parece tenso e desconcentrado e o trio de meio campo da primeira parte (Rúben, André e, principalmente, Josué) não funcionou de forma nenhuma. Aboubakar continua, para mim, um mistério, capaz do melhor e do pior, e Varela, apesar de cumprir defensivamente, não me parece ter a acutilância de Maxi Pereira.

Não incluo Brahimi e Herrera neste lote porque estou convencido que serão as próximas vendas Portistas. Mas ambos foram preponderantes nas suas posições enquanto jogaram. 

O próximo jogo é contra o Bayern Leverkusen e Nuno Espírito Santo já avisou que será um jogo onde quer que os jogadores joguem 90', ou seja, próximo de um onze inicial Portista. Estou convencido que muitas contratações e dispensas serão feitas antes dessa data. Indi e Quintero já parecem não contar.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Pré-Época: Análise PSV 3-0 FC Porto - O Caminho Faz-se Caminhando


Como antes, não me esqueço que estamos em pré-época. Este não será o onze base do FC Porto e há muito caminho pela frente. Houve evolução entre o jogo anterior e este. E muita. Mas fico pasmo ao ler e ouvir Portistas a quem cai o Carmo e a Trindade.  Nem tanto ao mar, nem tanto à terra!

O FC Porto entrou intenso e pressionante, como já não via há muito tempo. Pressão alta, vontade, garra e uma excelente reacção à perda de bola, especialmente dos dois 8, João Teixeira e Otávio. Houve muita compensação defensiva e chegada à área. O problema é o último terço: o poder de fogo não existiu. Tentou-se, insistiu-se, e pensou-se - mas falhava o punhal, o do remate. Cinco remates em todo o jogo não é admissível. 

E depois do primeiro golo do PSV, a estratégia, nova e não assimilada ainda, ruiu como um castelo de cartas. Felipe não teve sorte hoje. Mas também não teve culpa no golo sofrido. Porque é que é suposto o Filipe correr de um lado ao outro do campo duas vezes para fazer a compensação à passividade de Marcano e de Alex Telles?! Essa é que é a pergunta! Lamentavelmente, Marcano é claramente peixe fora de água nesta altura. Chidozie teve claras culpas no terceiro golo, mas tem muito tempo para aprender a posicionar-se - Marcano não. Central precisa-se.

Gostei muito de João Teixeira e Otávio e o seu entendimento pendular. Mas o último terço não existiu. E André Silva não pode fazer tudo sozinho. Mesmo assim, nem tudo é mau. Adorei ver os sprints defensivos de Corona (!!!!) e a forma como, mesmo sem critério, André Silva nunca desiste, embora, para mim, nesta altura o 4x3x3 perca de goleada para um 4x4x2, mesmo que híbrido. E o meio-campo ganhou outra fluidez com o Rúben. Como sempre.

Depois, achei que o André André veio com tudo e que Hernâni não pode com uma gata pelo rabo. Herrera já só pensa no Calzone, nas Pastas e no Canelone. E, ao ver Brahimi vagabundo, tenho pena de o ver partir. Mas estes últimos, bem como Aboubakar, já fizeram check-out. Não vale a pena jogar com 10, ou 9, e chover no molhado. A figura triste que votaram a Indi não se deveria repetir.  Se não conta, não venha ver jogos. Uma "humilhação" desnecessária.

Treinar posicionamento defensivo. Treinar finalização. Arranjar avançados trigger-happy. E ter a atitude dos primeiros 20 minutos o jogo todo. É isso que é preciso.

Uma palavra para Nuno Espírito Santo: obrigado pela frontalidade e ausência de discurso vazio de circunstância. O Portismo agradece. E ainda bem que o Mister já identificou as carências. Espero que seja Natal nos próximos dias. Vamos lá descodificar isto para entrar com força num ano que se quer Do Dragão!

domingo, 17 de julho de 2016

Análise Jogo De Preparação: Osnabruck 1-2 FC Porto

Vou fazer a análise do jogo apenas porque o FC Porto jogou. São jogos feitos com circunstâncias especiais, com onzes elaborados mais a pensar na preparação individual do que na questão colectiva. Nem o plantel está definido - acredito que muitos irão sair, outros entrar - nem os onzes são baseados na melhor combinação para vencer o jogo. 

O Osnabruck está num índice de preparação diferente, mas mesmo assim as oportunidades de golo foram muitas e variadas. Não achei grande piada a André Silva descaído à direita (melhorou muito ao voltar à sua posição natural na segunda parte).

Não há nenhuma conclusão a tirar deste jogo, à parte de que gostei mesmo muito da atitude de Felipe e achei surpreendentemente positivas as prestações de João Teixeira e de Alex Telles.

Os próximos dias irão aproximar muito mais o FC Porto da equipa que, seguramente, Nuno Espírito Santo deseja. Achei importante que este tenha destacado a eficácia como a principal pecha do jogo. Poderíamos e deveríamos ter goleado.

sábado, 16 de julho de 2016

Partida Para Estágio

E eis que o FC Porto parte para a Alemanha, para o seu estágio de pré-época, já com Casillas que, à semelhança de Maxi, encurtou as suas férias. De fora ficaram Marega, José Ángel e Ricardo, que será emprestado ao Chaves, o que põe - e quanto a mim, muito bem! - o grande José Sá como nº2 da baliza. Como esperado, Victor Garcia também não seguiu para estágio. Aos poucos e poucos a casa vai sendo arrumada e acredito que as grandes movimentações aconteçam durante esta próxima semana.

É assim, com grande humildade e os pés bem assentes na terra, que teremos o FC Porto deste ano. Acho bem. Sempre gostei de um FC Porto sem grandes estrelas, onde o colectivo se sobrepõe ao individual, e é assim que conto com o FC Porto este ano. 

Amanhã já poderemos ter um pequeno lampejo da evolução da equipa no jogo com o Osnabruck, às 16h. O jogo terá transmissão em directo no Porto Canal, e em live streaming no site, para aqueles sem MEO. Evidentemente, é um jogo de pré-época, contra uma equipa da terceira divisão do campeonato alemão e vale o que vale, ou seja, nada, a não ser matar saudades do Azul e Branco, ver o estilo de jogo Portista e avaliar a qualidade individual do jogadores em contexto jogo. Estou, pessoalmente, curioso para ver a nova vida de Varela como lateral direito.

Fico satisfeito que o jogo seja transmitido, depois de tanta hesitação e incerteza, mas gostaria de ver esta trapalhada resolvida. Ninguém sabe como - ou se! - serão transmitidos os restantes jogos. No meio de tanta confusão, quem se lixa é sempre o mexilhão!

Realizou-se o sorteio dos jogos do campeonato deste ano. Começamos a doer, contra os "meus" caxineirinhos do Rio Ave, orientados pelo grande Nuno Capucho, a 13/14 de Agosto, vamos à conquista de Alvaláxia dia 28 de Agosto, logo a seguir ao segundo jogo da pré-eliminatória da Champions League, e recebemos o benfas dia 6 de Novembro. O arranque é demolidor. Tem de ser encarado com muita garra e vontade de vencer. Não há margem para perdas ou gestões. Há que ir com tudo. Como sempre, assim que possível, disponibilizarei no blog um separador com o calendário dos jogos.

André Silva recebeu ontem o prémio de melhor jogador e jogador revelação da segunda liga, mas não deixou de ser interessante que Luís Castro, um treinador que ganhou mais de 40 jogos seguidos não tenha recebido o prémio de melhor treinador e o "querido" Farense tenha recebido o prémio de prémio Fair Play (hahahaha). Claro que sim. Nada é maior Fair Play do que dar três pontos para salvar o adversário in-extremis! Também não sei o que fica este golo, por exemplo, atrás do que foi considerado o melhor golo do campeonato, mas fico feliz se não ouvir o ano inteiro o nome do "predestinado". Godspeed!


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Ambivalências

Este ano sinto-me ambivalente. Sou um gato escaldado, assumo-o, admito-o. Sei que Nuno Espírito Santo e o grupo de trabalho não o merecia, porventura. Sei que esta é a altura da saudade - que tenho - e da confiança - que admito não ter muito.

É difícil assistir a uma ausência de projecto, de rumo, a um navegar à vista tão claro e evidente: magoa e sangra o meu coração Azul e Branco. Por todos os lados se vão demonstrando perplexidades para as quais não encontro explicação: a falha nas contas, as contratações que não obedecem a um sentido claro e a apatia generalizada que se vê no contacto público do FC Porto.

Poderemos vir a ter uma equipa competitiva - quem sabe? Sei que não morrerei se tiver de haver uma "dragon forceialização" da equipa A. Acharia sensato que se interrompesse o desgovernado TGV da vitória compulsiva, que se assumisse um corte na despesa e do campeonato que tal poderia custar, dar espaço aos jogadores para crescer e se solidificar, ao invés de atirar inexistente dinheiro para os problemas e querer à pressa ser campeões! 

Não quer dizer que não venhamos a ter uma equipa competitiva, bons métodos de treino e uma táctica demolidora! O que insisto é que está na hora de assumir que não somos os principais candidatos, de não querer nomes sonantes e estrelas milionárias, e dar prioridade a um espírito de grupo e sacrifício que faça do colectivo a máxima força do FC Porto.

Não deixo, no entanto, de ter esperança, de acreditar com toda a fé no sucesso do Nosso Grande Clube, e de ter a expectativa e ansiedade de me sentar na minha cadeira. É essa a definição de fé, o tomar como certo algo que não se pode provar. Continuo a ter fé de que a SAD sabe o que faz, fé de que haja uma ideia, mesmo que esta não pareça clara a esta altura, fé em que este seja um grande ano, com um grande treinador.

É assim o meu Ser Portista, o prazer infindo da boa companhia dos meus amigos, da bola rolando naquele Estádio tão bonito, do grito esfuziante a cada golo marcado.

Estou ambivalente, não estou tão certo como estive antes. Mas se antes estive certo e falhamos, quem sabe não seja esta ambivalência o caminho da vitória desejada? Quem sabe não seja com esperada nova revolução no plantel - a enésima - que se crie a base vitoriosa que se precisa? Se foi possível no Basket, porque não há-de ser no futebol?

P.S.: Sei que vai por aí uma nuvem cor-de-rosa com a multiplicação de twits e posts de NES e da equipa. Não gosto, mas não me importa. A realidade de um Portista é dura e imutável: aqueles que agora são só sorrisos e abraços, vão ser os primeiros a espetar a faca. E os posts acabam. E assentará a verdade de La Palice: o FC Porto e os Portistas são sempre contra tudo e contra todos! 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Pré-Época


Temos de ser sinceros. Estamos na pré-época. Gosto do sistema de jogo, acho que Imbula ganhou um novo fôlego, que Suk é muito voluntarioso, que Chidozie entrou bem, Victor Garcia também.

Angel esteve desastrado, André Silva nervoso, Bueno no lugar de Varela vai ser arrasador, Rúben é o mais "formatado à Lopetegui", Sérgio Oliveira desperdiça oportunidades e o Maicon desistiu.

Mesmo assim, é o Feirense. O Feirense. Temos perdido jogos uns atrás dos outros. Não há confiança nem garra. Não há ânimo. Mas estamos na pré-época. Espero que se entenda. Tudo o resto é irrealista.

Peseiro falou bem na conferência de imprensa. E foi correcto. Está a fazer testes, alinhamentos, orientações. Está no bom caminho. A mudança não é instantânea. E assim é. E assim tem de ser. 

Já agora, os comentários que leio na net são pavorosos e não demonstram a compreensão do momento em que estamos. Um pouco de calma, por favor. Estamos na pré-época.