quarta-feira, 18 de março de 2015

Basicalidades e Bronquices


Já muito foi falado sobre a última bomba de Collina sobre o nosso querido chiclas. Sobre tal parte técnica não vou discorrer, está na bluegosfera. Para começar, com todos os seus defeitos, que teria alguns, Pierluigi Collina foi, sem sombra de dúvida, o melhor árbitro que vi apitar jogos. A sua atitude de comando, sem ser demasiado disciplinadora, o balanço entre deixar jogar e impor disciplina, fizeram dele uma garantia de equilíbrio quando entrava em campo. Acho que até os jogadores sabiam que, quando Collina arbitrava, não havia margem para esticansos. Este caso apontado por Collina devia encher de vergonha o "futebol" praticado pelos rubros, devia encher as manchetes de jornais. 

No mesmo dia em que se vê Lopetegui a sorrir ao lado de Guardiola discutindo estratégias para potenciais adversários na prestigiada Champions League, uma referência do mundo do futebol usa um clube nosso, da nossa liga, como referência de engano, manipulação e rasteirice. É por isso que gostava de ver o chiclas sair do futebol português. Gosto de adversários competitivos, gosto de FC Porto-benfas emocionantes, de FC Porto-zbordem emocionantes, e gostava que todo o resto da liga acompanhasse essa tendência. O que não gosto, o que acho ofensivo e grotesco, é que se apelide de "táctica genial" expedientes manhosos e anti-jogo primário, que é o que chiclas sabe fazer. Este ano, apoiado no zénite de todo o compadrio que, uma vez mais, chega à imprensa internacional como mais um prego no caixão na competitividade da nossa liga e a seriedade da mesma, o chiclas leva a sua "chico espertice" ao máximo. Não há jogo leal e honesto, não há jogo em que não se tente fazer de tudo para levar a outra equipa de vencida por todos os expedientes necessários. Vide o caso de Nico Gaitán.


Nós tivemos gente raçuda e caceteira: João Pinto, Fernando Couto, Jorge Costa, Rodolfo Reis, Fernando. Mas eram só jogadores que sabiam que arriscavam a punição e a lesão física por salvar bolas. Não era nada disto! Mesmo no FC Porto-benfas deste ano, ganho por duas fífias de Fabiano, surgem-me à memória alguns lances que mudariam o rumo do encontro: Maxi defende uma bola na lateral da área com as mãos, um dos pés do mesmo Maxi não está no chão aquando do fatídico lançamento, um hipotético 2-1 por Jackson, com muito tempo de jogo, é tapado com o braço. E os ditos bloqueios são uma constante.

Jackson Martinez é um dos jogadores mais calmos que já alguma vez vi jogar e a entrada de Samaris leva-o a crescer para cima dele completamente enlouquecido. Essas são as tácticas do chiclas, estas e outras serão vistas de novo no benfas-FC Porto. Um "futebol" nojento, arruaceiro e brejeiro, exactamente da laia daquele que o treina. Rui Vitória, Marco Silva ou qualquer que seja o senhor que se segue, uma coisa é certa: não será, de certeza, tão vil e nojento como o seu predecessor.

Outra desilusão esta semana foi o Mónaco de Leonardo Jardim que passou, uma unha negra, aos quartos de final, apesar de perder 0-2 com o Arsenal. Ficou provado que, se Wenger tivesse sido mais ambicioso e tivesse preparado melhor o seu conjunto, teria ficado pelo caminho mais uma equipa hiper defensiva e com mentalidade tacanha. Futebol não é isto, meus senhores, isto é anti-jogo.

Se Rui Gomes da Silva fala que o Apito Dourado começou sobre a sua vigência e ninguém se pergunta como é que as escutas de Vieira desaparecem sem deixar rasto, pelo menos deixem de aceitar a calúnia da fruta. Mas uma coisa é certa, também, se o FC Porto se queixa da taça da cerveja e o CAR responde e se não há nenhuma pergunta do FC Porto sobre o escândalo que grassa na liga, se os adeptos e estrutura ficam em silêncio, como fazer mais comentários?

E subscrevendo este post do Vila Pouca, eu digo: na bancada central onde habitualmente me sento, canto o Hino do FC Porto, canto os cânticos dos Super Dragões e Colectivo 95, vocifero contra o árbitro e equipas contrárias e aplaudo os meus jogadores de pé. E não, não tenho vergonha. Vergonha devia ter quem está calado, de pose altiva e senhorial, enquanto somos papados na nossa casa. Gostava de ver a Raça do Portista de volta ao Dragão. E que ela não ficasse pelo nosso Grande Treinador, Julen Lopetegui, um homem de quem, um dia, poderei dizer, orgulhosamente: Já treinou o meu FC Porto.


5 comentários:


  1. @ Jorge

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    No mesmo dia em que se vê Lopetegui a sorrir ao lado de Guardiola discutindo estratégias para potenciais adversários na prestigiada Champions League, uma referência do mundo do futebol usa um clube nosso, da nossa liga, como referência de engano, manipulação e rasteirice.
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    excelente dicotomia, apesar de tudo o que encerra.

    abr@ço
    Miguel | Tomo III

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  2. Sobre a Champions e sabendo agora quem são os 8 melhores da Europa, anda tudo á espera de sair um FC PORTO ou Monaco como adversário... perfeitamente normal e ninguém tem que levar a mal.
    Apesar de palpitar que nos vai sair o PSG, era coisa do outro mundo se nos calhasse o... Mónaco!!!!
    E veria com agrado um Barcelona - Bayern nesta altura da competição!

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  3. O monaco passou bem, em Londres foi superior e em Monaco inferior mas começou a tentar jogar (ate porque o primeiro remate é do moutinho). O que se viu no fim foi o Arsenal a empurrar o Monaco com imensa pressão. Nao confundir isso com aquilo que o Benfica fez, que foi jogar para um ponto.

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