Nada mais auspicioso para o início de um novo mandato do que um pleno de belas vitórias nas principais competições, e algumas delas com muita classe, como, por exemplo, a de ontem.
O FC Porto entrou à Dragão, com muita força, querer e fibra e abriu o marcador logo antes dos 2' através de um fantástico golo de Silvestre Varela. Este foi, aliás, o jogo dos patinhos feios. Espero que se mostre que são, afinal, belos cisnes: ganhamos todos com isso. Peseiro surpreendeu muito e confesso que até eu estava um pouco, digamos, desconfiado do acerto em pôr Angel em vez Layún, Danilo a central e Varela no 11. Todos apostas ganhas. Aqui fica o sublinhado pela coragem. Adiante.
A entrada fulgurante, intensa, rápida e agressiva rendeu frutos e, logo de seguida, no segundo remate, novo golo de belo efeito, desta vez de Hector Miguel, que esteve novamente em campo ontem. E depois disso, até à meia hora de jogo, surgiram mais outras belas oportunidades, duas através de André Silva, ontem titular, e que jogou bem. Jogou bem, apesar de querer muitas vezes jogar bonito. André, na liga dos grandes não há espaço para notas artísticas - é pôr a bola lá dentro. Nem que marcasses com a barriga, meu querido amigo, irias ser celebrado na mesma. No entanto, a sua velocidade e vontade sentiu-se, e isso para mim já é bom. Aliás, não fosse uma fantástica exibição de Rui Siva, o guarda-redes do Nacional, e teríamos vindo felizes aí com uns 7-0. E não estou a exagerar.
Isto apesar da pecha do Peseiro se continuar a notar: não podemos estar constantemente em inferioridade numérica no contra-ataque adversário, nem a consentir as casas que consentimos uma, e outra, e outra vez. Mas também, quantas linhas defensivas diferentes já apresentamos esta época? É difícil saber quem faz o quê quando não se sabe bem quem estará na defesa a seguir. Por isso, a nossa paciência e compreensão para tal. Embora já nem tanto para o adormecimento crónico a partir da meia hora de jogo até ao intervalo. O FC Porto tem, urgentemente, de deixar de ter a mania de que os jogos estão controlados, resolvidos, com 2-0. Não estão. Um golo adversário relança a partida - e o Nacional bem o tentou.
Felizmente, na segunda parte, o FC Porto voltou a entrar fulgurante e, logo aos 55', uma extraordinária jogada de união Portista deveria ter dado mais do que - mais uma! - grande defesa de Rui Silva, e a seguir aos 67' outra vez, desta feita num excelente remate de André Silva, salvo in-extremis por Rui Silva. Que mania, pá, esta dos guarda-redes adversários fazerem o jogo da vida deles contra nós. Não se admite! Mas, logo a seguir, aos 68', Danilo marca, uma vez mais de bola parada, um excelentemente executado golo de cabeça e sentencia o encontro. No entanto , houve ainda tempo para a redenção de Aboubakar aos 85' (entrara 10' antes) com um fabuloso golo, que trouxe o rótulo de goleada ao encontro, o único merecido.
Queremos, naturalmente, o FC Porto sempre assim. Não necessariamente, claro, a golear, mas com pressão, intenção, critério, solidariedade, espírito de grupo. No fundo, no fundo, um FC Porto à Porto. Parece ser possível. Que assim continue.
Hector Miguel - Cada vez mais presente, o alter-ego de Herrera preencheu os espaços, foi polivalente, marcou, deu a marcar, pressionou, atacou e defendeu. Foi Capitão pelo exemplo, mas também no discurso. Nota-se que a braçadeira lhe faz bem, dada a cada vez mais consistente série de bons jogos. O icing on the cake foi a entrega da camisola de jogo aos Super Dragões e a forma como agradeceu o apoio em nome do grupo. Muito bem. Bravo.
José Ángel - Naturalmente, foi o nome que mais me fez tremer no onze. Mas fez um jogaço e provou ter qualidade. Aqui e ali foi perdulário a defender, mas não como o costume. Será uma questão de baixas expectativas da minha parte? Não sei. Sei que os cruzamentos tiveram sempre critério e as desmarcações foram bestiais. E surpreendentes. E tudo o resto.
Varela - O Silvestre sempre foi assim. De repente, sem ninguém esperar por isso, saca da cartola um golaço. E o apoio entre linhas. E a preciosa ajuda na defesa. E uma, e outra, e outra jogada de perigo. Mas também a paradinha que quase oferece um golo ao adversário. Não vale a pena reclamar. Varela é isto. Entre o génio e o louco. Algures pelo meio.
Sérgio Oliveira - Agarrou-se à titularidade com unhas e dentes, e faz por merece-la. Verdadeiro dínamo do meio campo, é a primeira linha de ataque e defesa, por estes dias. Agressivo, intenso, empenhado e lutador. Um jogador à Porto. Uma boa aposta continuada de José Peseiro.
Rúben Neves - Não me canso de dizer: Rúben não é um 6. Pelo menos, não um 6 na linha de Fernando ou do próprio Danilo. Rúben pode ser, talvez, o eixo organizador de um duplo pivot com um carro-vassoura ao lado, ou um 8 organizador, mas não é, de todo, um 6 clássico. Não tem agressividade para a disputa de bolas e as maiores falhas vieram dele. Se está na zona de construção do Nacional tem de fazer mais. Ou então, que se aproveite as características de organização e distruibuição que sabe ter e se avance com ele um pouco no terreno. Como está, não serve.
Substituições - Peseiro tem um problema que considero grave - tarda muitíssimo a substituir jogadores. Não pode ser. Entrar Aboubakar aos 75' e Xicão Ramos aos 82' para quê? O que mostra o Xicão com 10 minutos de jogo? Veja lá isso mister. Se é para dar oportunidades, dê-as. Não dê meias oportunidades.
Como o post vai longo, e quero escrever sobre o tema um bom bocado de texto, guardo as minhas impressões sobre as eleições para amanhã. Não esquecer que o NGP dá uma entrevista ao Porto Canal às 22:30 hoje, sobre esse tema. O link está aqui.
Quero deixar o meu voto de pesar pela extinção do fantástico Bibó Porto, Carago!, blog fundamental na bluegosfera e, para muitos de nós, uma verdadeira fonte de informação permanente e criteriosa. Espero que reconsiderem e voltem. FAZEM MUITA FALTA.
Queremos, naturalmente, o FC Porto sempre assim. Não necessariamente, claro, a golear, mas com pressão, intenção, critério, solidariedade, espírito de grupo. No fundo, no fundo, um FC Porto à Porto. Parece ser possível. Que assim continue.
Hector Miguel - Cada vez mais presente, o alter-ego de Herrera preencheu os espaços, foi polivalente, marcou, deu a marcar, pressionou, atacou e defendeu. Foi Capitão pelo exemplo, mas também no discurso. Nota-se que a braçadeira lhe faz bem, dada a cada vez mais consistente série de bons jogos. O icing on the cake foi a entrega da camisola de jogo aos Super Dragões e a forma como agradeceu o apoio em nome do grupo. Muito bem. Bravo.
José Ángel - Naturalmente, foi o nome que mais me fez tremer no onze. Mas fez um jogaço e provou ter qualidade. Aqui e ali foi perdulário a defender, mas não como o costume. Será uma questão de baixas expectativas da minha parte? Não sei. Sei que os cruzamentos tiveram sempre critério e as desmarcações foram bestiais. E surpreendentes. E tudo o resto.
Varela - O Silvestre sempre foi assim. De repente, sem ninguém esperar por isso, saca da cartola um golaço. E o apoio entre linhas. E a preciosa ajuda na defesa. E uma, e outra, e outra jogada de perigo. Mas também a paradinha que quase oferece um golo ao adversário. Não vale a pena reclamar. Varela é isto. Entre o génio e o louco. Algures pelo meio.
Sérgio Oliveira - Agarrou-se à titularidade com unhas e dentes, e faz por merece-la. Verdadeiro dínamo do meio campo, é a primeira linha de ataque e defesa, por estes dias. Agressivo, intenso, empenhado e lutador. Um jogador à Porto. Uma boa aposta continuada de José Peseiro.
Rúben Neves - Não me canso de dizer: Rúben não é um 6. Pelo menos, não um 6 na linha de Fernando ou do próprio Danilo. Rúben pode ser, talvez, o eixo organizador de um duplo pivot com um carro-vassoura ao lado, ou um 8 organizador, mas não é, de todo, um 6 clássico. Não tem agressividade para a disputa de bolas e as maiores falhas vieram dele. Se está na zona de construção do Nacional tem de fazer mais. Ou então, que se aproveite as características de organização e distruibuição que sabe ter e se avance com ele um pouco no terreno. Como está, não serve.
Substituições - Peseiro tem um problema que considero grave - tarda muitíssimo a substituir jogadores. Não pode ser. Entrar Aboubakar aos 75' e Xicão Ramos aos 82' para quê? O que mostra o Xicão com 10 minutos de jogo? Veja lá isso mister. Se é para dar oportunidades, dê-as. Não dê meias oportunidades.
Como o post vai longo, e quero escrever sobre o tema um bom bocado de texto, guardo as minhas impressões sobre as eleições para amanhã. Não esquecer que o NGP dá uma entrevista ao Porto Canal às 22:30 hoje, sobre esse tema. O link está aqui.
Quero deixar o meu voto de pesar pela extinção do fantástico Bibó Porto, Carago!, blog fundamental na bluegosfera e, para muitos de nós, uma verdadeira fonte de informação permanente e criteriosa. Espero que reconsiderem e voltem. FAZEM MUITA FALTA.
Caro Jorge,
ResponderEliminarTambém eu espero que tenha sido um bom prenúncio. Foi uma bela vitória, por números porventura aquém do futebol produzido numa também bela exibição. E que saudades já tínhamos de ambas, não acha Jorge! Teria sido um fim-de-semana desportivo perfeito, não fora o desaire dos Sub-19 no Restelo.
Um grande abraço meu amigo e...
FC PORTO SEMPRE
Os sub-19 são miúdos, Fernando. A sua caminhada é pelo talento, não pelos títulos. (Ainda)
EliminarUm grande abraço, meu amigo. Espero vê-lo por cá um dia destes).
O melhor doping é marcar cedo.Jogamos bem mas o pecado de deixar muito espaço nas costas ainda não foi resolvido e podíamos ter sofrido golo.Agora sem pressão tudo fica mais fácil esperemos que no jogo em que é preciso mostrar aquilo que valemos não se falhe e a taça seja nossa.
ResponderEliminarCada coisa é corrigida uma de cada vez. Necessária é consistência.
EliminarAbraço
Caro Jorge Vassalo,
ResponderEliminarAproveito a ocasião e o seu blog para dar os parabens ao presidente PC e desejar a maior sorte do mundo para este novo mandato. Queremos voltar a ganhar mas para isso precisamos de voltar ao que sempre fomos, por isso basta que o Presidente cumpra o que prometeu.
Sobre o jogo, concordo no essencial com a sua análise. Jogamos bem, com determinação mas continua a existir alguma falta de agressividade, não confundir com voluntarismo, em determinados momentos de jogo, para além de algum desposicionamento tactico. Claro que isto se apaga com os 4 golos que deveriam ter sido 7 ou 8. É hora de celebrar a vitória e desejar que seja um bom pressagio para o resto do mandato.
Gostei muito do Herrera, do Varela e do Sérgio Oliveira.
Que saudades de ver um jogo.....tranquilo!
Raoc
Pode crer! O nosso Coração Azul e Branco já os merece!
EliminarAbraço
Caro Jorge
ResponderEliminarConcordo com a sua análise, sobretudo com o aspecto ligado ao Ruben Neves. O nosso meio campo é muito macio, recua e dá muito espaço, não pressiona e qualquer equipazeca joga à vontade. Falta músculo e raça....e obviamente concordo que o Ruben não tem essas características.
Abraço
Manuel Magalhaes
Deverá ser corrigido com mais agressividade. Acredito que o retorno do André André contribua para tal.
EliminarAbraço
Mais um golo que o Jorge poderia por é os adeptos.
ResponderEliminarAfinal souberam ter paciência quando o ritmo do jogo não era rápido, ou mesmo a meio da 1º parte.
Assim é que é, bom futebol, fazer golos |e logo 2| de inicio, e uma boa aderência dos adeptos |não sei se foi por causa das eleições|.
E no final o Presidente a dar um alfinetada das suas.
O caminho tem de ser este, com o Presidente mais activo.
Já estivemos no topo dos ramos, agora temos de descer outra vez ás raízes para procurar aquilo que nos identificou.
Já merecíamos um fim-semana assim à muito tempo, por todos os cantos do Clube.
E que o Futebol Clube do Porto esteja de volta!!!
Abraços.
Caro Jorge,
ResponderEliminarExcelente exibição, vi vontade querer mesmo quando já se ganhava por 4-0, gostei da atitude dos jogadores.
Estou convicto que a "pre-epoca" acabou e que ate ao jogo do Braga estaremos francamente melhores.
Nem tudo está bem, notam-se erros nas transições defensivas que poderão custar golos e um certo adormecer na primeira parte em ambos os casos pede-se ao treinador que corriga estes problemas o mais depressa possivel.
Ruben Neves não é um 6...falta a agressividade e força de Danilo e acho que é bastante notório.
Uma palavra para Peseiro, que terminou o jogo com varios jogadores portugueses e com uma boa dinamica de jogo, que tantas vezes é criticado: que continue assim no bom caminho.
Saudações Portistas.