Aparentemente, O Jogo mostra hoje que poucos acham que a mudança de treinador é a solução. Acho curioso, e devo estar contra a corrente. É caso para me perguntar, e vos perguntar - e se alguém souber as respostas diga:
- Qual é a ideia de jogo de Nuno Espírito Santo, que ele tanto fala nos prés e pós match?
- Se o problema não é do treinador, de quem é? (E falo do problema imediato, não o de eleições que agora não mudaria nada nem coisa nenhuma)
- Há falta de qualidade nas apostas? É uma equipa jovem? E quem é que não a estava a pedir constantemente, por esta altura, no ano passado?
Registo também, com agrado, a evolução da posição de muitos "notáveis": com o treinador anterior, nada menos do que a cabeça no cepo, e não quebrava recordes negativos uns atrás dos outros. Com este - "o Nuno" - nada senão tolerância e complacência. Esta dualidade de critérios é fantástica. Gosto muito, aliás, do corporativismo de certas figuras: onde antes tudo era horrível, agora é o treinador que "faz milagres", onde antes faltava mística, agora sobra a rodos. Isto apesar de estarmos praticamente à beira de deixar fugir o título em Dezembro. Tudo porque, claramente, NES é um "dos nossos" que, ou já jogou, ou já fez parte e assim tudo bem. Mesmo que fosse o grande Bicho, as minhas críticas seriam as mesmas. Tenho muito carinho pelas figuras, mas um bom jogador não tem de ser, necessariamente, um bom treinador.
Deixo já clara a minha posição, caso seja preciso explicá-la ainda mais: acho que NES é um problema, o mais resolúvel a esta altura, e não esperaria mais do que os dois próximos e definidores jogos para tomar uma atitude. Se perdermos pontos com o Braga, já não há grande margem para lá de um milagre no campeonato, se perdermos o acesso à fase final da Champions... bom, já se sabe. Acredito nos jogadores, mas confesso, fiquei preocupado com o semblante carregado de Casillas ontem, no vídeo na sua página de Facebook. Diz ele que vão tentar dar a volta a isto - e esse verbo diz tudo.
Se não houver remédio, há que mudar bem cedo. Mas também está na hora de haver uma alternativa política à SAD vigente, porque as eleições não devem ser "gostas ou não de Pinto da Costa". As eleições devem ser entre a ideia X e a Y (E a Z, e por aí em diante...) para o futuro do Clube.
E não me venham cá com os "medos" e as "guardas". Sei o suficiente do sentimento de quem vai a todo o lado apoiar o Clube, a expensas grandes e próprias para saber que elas e eles estão, no geral, tão felizes com isto como eu.
Uma alternativa tem de ter um nome respeitado, conhecido, com um gravitas aglutinador mais que suficiente para ser oponente do Presidente mais titulado da História. Não me passa pela cabeça que se proponha algum desconhecido cujo ponto alto de exposição pública seja o FC Porto.