quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Lágrimas


Ontem foi o dia que marcou a minha desistência deste treinador. Ontem foi-se longe demais. Podemos até ganhar, ficarei obviamente feliz, afinal fui até onde me foi possível, por isso sou credor - e não sou o único! - desta remota hipótese.

Sou um homem de afectos, quando gosto protejo, por isso não me arrependo de proteger o Futebol Clube do Porto, um Amor de mais de 30 anos, em qualquer das suas vertentes, qualquer que seja o seu jogador ou treinador.

Há quem me tenha visto como Lopeteguista, não sou. Se o nosso treinador for o Zé da Esquina, serei Zédaesquinista militante. Não tenho a postura desconfiada de outros - que, no entanto, respeito. Mas há linhas que não permito que passem. Ontem foi a gota de água, para mim.

O maior privilégio que tive, neste ano e pico de blog, foi ter conhecido pessoas extraordinárias, unidas à volta do Nosso Grande Clube. No meio delas, bem no meio, estão os meus amigos Dragões de Ouro.

Eu chamo-lhes Dragões de Ouro porque vivem o Clube de uma forma plena, total e abnegada. Vão ver os jogos todos no Dragão, apoiam como se de uma claque se tratasse, vão ao estádio do Pedroso ver a B, respiram Futebol Clube do Porto. 

Para eles, o Futebol Clube do Porto não é uma empresa. Para eles, não é um emprego. Para eles não é um negócio. Para eles, é um estado de Ser.

Une-nos, a todos, os que gostam e não gostam, os que criticam e os que apoiam, um Amor intangível a este Nosso Grande Clube. Ontem, Lopetegui e os jogadores feriram o Clube. Sim, pessoalmente. Ontem, magoaram alguém que teve uma doçura e um carinho extraordinário com a minha filha, que a protegeu num exagero policial quando um polícia afastou brutalmente uma criança do carro do Óliver Torres. 

Senti, na expressão de perda dela, os seus estágios todos. Ou quase. Duvido que haja, ainda hoje, ou durante um bom tempo, a aceitação. Mas a raiva, a dor, a negação, a mágoa... todas estavam lá, enquanto as lágrimas corriam pela face destas duas extraordinárias pessoas.

Sou de sofrer em silêncio. Vim para o carro mudo. Jantei silencioso, como se o Tempo tivesse parado, mas perfeitamente ciente do que acabara de acontecer. Lopetegui traíra, com o seu baixar de braços - desistir é coisa que, no Futebol Clube do Porto, nunca se faz! - todos aqueles que o defenderam ad nauseam, porque era o comandante em campo do Brasão Abençoado.


Mas ele sangrou o Coração Azul e Branco dos Portistas. E isso é imperdoável. Claro que a atitude honrada seria ter consciência do que fez  e apresentar, de imediato, a sua demissão. Quem sabe se não o fez? Não sabemos.

Então eu pergunto: Se sangra o Coração dos Portistas, incluindo o dourado como o dos Dragões de Ouro, como é possível não sangrar o Coração do Nosso Grande Presidente? Não há indemnização que valha o esvair de Sangue Azul e Branco, esta morte lenta e agonizante.

Pior ainda se for teimosia e orgulho! Pouco nos importa, NGP, que isso seja admissão de fracasso! Todos temos desses na vida! O mal menor impõe-se, é imperativo! Mais do que a classificação, é a piada que se tornou o Nosso Grande Clube!

O Futebol Clube do Porto tem de ser maior do que o ego ou a ambição pessoal de quem quer que seja! Um rumo que recupere a Raça e o Querer Portistas é imperativo,


Mais vale assumir que tem de se pensar na mudança já. O rumo que leva poderá ser ainda mais desatroso. É confrangedora a atitude derrotista. Não podemos continuar a ser a piada. 

Que fique claro que os adeptos tudo fizeram, neste jogo, para mostrar o incondicional apoio. Os assobios e os insultos foram apropriados, e vieram no tempo e forma correctos.

Todos os jogadores valem mais do que isto. O Futebol Clube do Porto sempre foi mais como equipa do que como individual. Ninguém tem o direito de deitar isso fora! Quem tem o Poder de decidir e agir tem de fazê-lo já!

Por último, todos sabemos que o treinador é só a ponta do icebergue. Há que mudar muita coisa na estrutura do FC Porto. Esta tem de entender, , que o "negócio" FC Porto não interessa aos adeptos. Se um Clube não for Clube, não terá interesse. O Desporto vem antes dos milhões! Ontem fomos 19 mil. Corremos o risco de ser metade no dia 24, se algo não for feito. Acordem!

Análise à (falta de) vergonha



Boa tentativa de me tentares afastar do amor da minha vida, equipa de futebol do F.C.Porto. Mas não, não foi desta. Nunca vai ser desta. Por muito miserável que seja o teu futebol, não me vais arrancar daqui. Por muito mau que seja o homem do leme, é por aqui que vou ficar. Por mais que a atitude dos pr
óprios jogadores (mesmo daqueles que todos dizem à "boca cheia" que são "jogadores à Porto", quando os próprios que o dizem não sabem muito bem o que isso significa) seja a vergonha que vi hoje (e que tenho visto ao longo destes últimos 3 anos), e me faça querer esquartejar praticamente todos os indivíduos que pisaram o relvado, assar os pedaços numa fogueira, e dar-lhes a comer à boca, não me vais conseguir demover, equipa de futebol do F.C.Porto. Por mais que veja passes de 5 metros constantemente mal feitos, que sinta que cada equipa corre mais e melhor e com mais vontade do que qualquer um dos nossos jogadores, vou continuar a subir e a descer aquela Alameda, com o mesmo orgulho, o mesmo brilho nos olhos, que mantenho desde a primeira vez que me levaram ás Antas. Por muito que teimes em ser liderada por uma SAD completamente à deriva, sem liderança, sem outro critério que não o financeiro, tornando-te numa mescla estranha de mercenários e alguns (poucos) jogadores de futebol, não vais fazer com que o meu cachecol fique no armário a ganhar pó, nem que o sofá passe a ser o meu local de eleição todas as semanas. Por muito que respondas ao nosso inequívoco apoio (mesmo quando ninguém tem já forças para te querer sequer suportar), com uma exibição nojenta como a desta noite, eu vou lá estar no jogo seguinte, preparado para ter de suportar mais 90 minutos deste suplício sem fim.

Sabes porquê, equipa de futebol do F.C.Porto? 

Porque o símbolo que carrego (e que vocês passeiam, e que a SAD usa como negócio), está cravado em cada pedaço de mim, a cada momento de cada dia. Porque sou eu (somos todos nós), que assobiando ou cantando, damos a cara por ti depois de cada desaire, de cada vergonha como a de hoje, mesmo que em tempo de vitórias te deixemos colher os louros e as luzes da ribalta. Porque nós, minha cara equipa de futebol, não estamos nisto pelos louros. Não estamos nisto pelos milhões. Não estamos nisto pela glória. Estamos nisto por amor. Um amor louco, cego, e inquebrável. Uma paixão ardente, sufocante e interminável. 

Por isso, estrutura profissional de futebol do F.C.Porto, mesmo envergonhado pelo teu silêncio teimoso, pela tua inépcia, pelo teu péssimo futebol, pelo teu miserável profissionalismo, pela tua falta de tudo o que me possa vir à cabeça, amanhã la estarei, para defender o eterno amor da minha vida, o F.C. Porto, que tu tanto teimas querer denegrir e derrubar. E continuarei a ir, de cachecol envolto no pescoço, cantar a plenos pulmões e arrepiar-me com o hino, e puxar pelo amor da minha vida, mesmo apesar de ti, estrutura de futebol profissional do F.C.Porto. 

O F.C.Porto será sempre maior do que tu.

Por uma questão de respeito para com todos os adeptos, sócios e simpatizantes que todos os dias visitam este espaço, responderei à inqualificável exibição de hoje da mesma forma que a SAD nos tem tratado nos últimos anos: silêncio.

Domingo, já sabes, lá estarei a proteger o símbolo mais perfeito do Universo, enquanto tu o estiveres a tentar arrastar pela lama.

Um abraço,

Z


terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Apoio



Ia fazer a antevisão do jogo. Desta vez, não a farei. Houve antevisão, na conferência de imprensa? Muito pouca. Praticamente não se falou dos meus caxineirinhos, mas sim da prometida "esperinha" propalada pelas redes sociais fora, ao Nosso Grande Clube.

Nada me deixa mais triste. Chegar a um ponto em que é maior ameaça à equipa o ambiente que vai encontrar EM CASA do que o próprio adversário, é algo que só nos pode encher de vergonha.

Em 37 anos e 31 de Portismo, nunca vi semelhante, em que golos adversários são festejados, por empurrar um treinador rejeitado por muitos desde a primeira hora - ouvi assobios no jogo de apresentação do ano 14/15! - pela sua nacionalidade, pelas suas escolhas, é algo que me deixa tarde.

Como diz o grande Bernardino Barros, não é nada de novo, mas atingiu uma proporção desmedida. E tem de ter o seu fim. Entenda-se, nada tenho contra a liberdade de expressão. Não gostam do espectáculo, da atitude da equipa, das opções do treinador? Assobiem! Assobiem bem, forte, audível! Mandem-nos àquela parte, o que queiram. Mas no fim! Porque, durante, precisam do apoio e da entrega dos adeptos. Afinal, não é isso ser adepto? A base de apoio da equipa? O suporte, aquela força extra, aquela motivação que faz os jogadores superarem-se rumo à vitória?

Quem acham que ajudam ao assobiar a cada jogada mal feita? A equipa? É isso que a comandita da segunda circular espera: dividir para conquistar! Pôr Portistas contra Portistas sempre agrada aos inimigos! Dantes, ir ao Dragão era algo que intimidava, que criava ansiedade nas equipas. Agora, motiva-as! Sabem que basta forçar um erro que seja, está tudo a cair em cima da equipa da casa! E isto não parecer absurdo a qualquer Portista é algo que me deixa estarrecido! 

Podemos não gostar de Lopetegui e das suas opções. Eu gosto do potencial do seu sistema de jogo, mas isso sou eu. Respeito muito quem o não ache. Naturalmente, têm todo o direito de exigir mais. Durante o jogo só cria ansiedade, falta de discernimento, crise de confiança - exactamente o que os adversários pretendem.

A equipa B ganhou, no passado domingo, ao Guimarães B. Esteve a perder, esteve empatada, deu a volta, sempre com o apoio dos - poucos - que estavam no Estádio do Pedroso. Acabou numa goleada de 5-2, com belos golos de Leo Ruiz (que falhou um penalti, imaginem na A!), Ismael Diaz, Gleison e Francisco Ramos.  Os poucos - muito poucos! - que vão ao Pedroso, vão apoiar. E assim deve ser. Isso é ser adepto. Quando não gostam, manifestam-se. No fim. E assim foi no ano passado, com dezanove derrotas.


Lembrem-se deste exemplo, em que um "jornalista" insulta o vosso treinador. Lembrem-se que quem permite este género de insultos são as pessoas que festejam golos de adversários.

A nossa principal Claque de apoio já definiu como será o apoio dela - e eu aplaudo de pé. A mim, poderão ver-me no Dragão, a aplaudir, a gritar pela equipa, a cantar o Hino de pé. Estarei lá, sempre. Aliás, quero aproveitar que qualquer insulto lançado sobre a minha pessoa e cognome arranjado para definir o meu incondicional apoio à equipa, é um elogio! Não me ofende, orgulha-me!

Eu já escolhi quem apoio. E você?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Mitos e Confusoes

E se, de repente, Imbula for embora? Quanto custou, afinal, o "plantel mais caro de sempre?". Eu digo. 10M de Corona. 2,8M de Danilo. 1,5 de André André. E esta? 14,3M é um plantel caro?

Aqui reside, uma vez mais, uma demonstração do que faz o silêncio portista acerca de todas as matérias - dispara uma falsa noção de coisas que não existem. Não pagamos 20M por Imbula, muito provavelmente, não iremos pagar nada, ou apenas a nossa parte. Receberemos na exacta proporção da nossa parte em negócio, quando ele for embora.

Se é aceitável pensar que Jiménez só custou 9M ao ficaben, estava mais do que na hora de tratar Imbula pela proporção exacta do que custou. Retiraria pressão à equipa, ao jogador e à própria SAD.

O que está a acontecer a Imbula é um crime, mas não é único. Imbula é um médio defensivo com a mais-valia da transposição box-to-box do jogo, de uma forma vertical. Essa verticalidade, no futebol de Lopetegui, pura e simplesmente não existe. Desta feita, parece-me que foi um erro de casting. De Lopetegui ou da SAD? Ninguém sabe. Acho grave estar já no mercado. Outro treinador poderia tirar um alto rendimento de Imbula.

Como também de Brahimi, Corona e Bueno, que não são extremos. Um é meio ofensivo, os outros dois segundos avançados. Uma vez mais, jogadores que não encaixam no estilo de jogo lateralizado de Lopetegui. 

É um erro? É sim, senhor. São maus? Nem pensar! Poderiam render muito mais? Claro que sim! No caso de Imbula e Brahimi, corremos o sério risco de os vermos nos próximos clubes a serem muito mais do que foram aqui... e de no lamentarmos depois por isso.

E já que se fala de gastos, ontem o Basket do FC Porto esmagaram o "colosso" ficaben, num extraordinário esforço de superação e união, com uma defesa e uma transição defesa-ataque demolidoras que deixaram Carlos Lisboa com a cara no chão. O que demonstra é que, simplesmente, somos um Clube que não precisa de estrelas de renome, mas sim de um sentimento de união e equipa. No FC Porto à Porto o colectivo supera sempre o individual. E, no caso do basket, é treinado por um espanhol!

O Miguel e o Rodolfo andam lixados com Lopetegui, como quase todos nós andamos. O Miguel e o Rodolfo têm o direito de quererem mais, e melhor. Todos exigimos isso. No entanto, o Miguel e o Rodolfo não estão no café. Estão num espaço representando alguém pelo FC Porto - que não do FC Porto. Convinha ao Miguel e ao Rodolfo não fazerem o jogo do ficaben e do sportem. Era só uma ideia. O que pensamos em privado e o que dizemos em público tem de ter teores diferentes. Devem ser coerentes com o que pensamos. Com o que sentimos. Com o que desejamos para com o Clube que Amamos. Mas não deve fazer o jogo do inimigo!

domingo, 3 de janeiro de 2016

A Seu O Seu Dono


 Todos sabemos que Lopetegui tem culpas, responsabilidades e muitos furos no seu plano. Mas não tem, a meu ver, todos. Para mim parece-me claro que:

Lopetegui tem culpa de
  • Um jogo excessivamente lateralizado, lento, de posse quando possível, sem reacção quando nõ funciona.
  • Não passar a confiança necessária para que cada um se possa superar.
  • Ter um espartilho táctico que não dá espaço à diferença de pensamento e à iniciativa individual.
  • Não privilegiar a sistematização de processos ao manter uma linha base, especialmente no meio campo.
Lopetegui NÃO TEM culpa de
  • Ter de fazer duas equipas em dois anos, vendo um número absurdo de jogadores a ir embora para outras paragens.
  • Não ver satisfeitas as faltas graves a nível de plantel, não ter um verdadeiro desiquilibrador, ter jogadores que não são adequados ao estilo de jogo que pretende implementar.
  • Estar absolutamente só e desprotegido, servindo de carne para canhão, butt of the joke e outros achincalhamentos vários, tendo atrás dele uma direcção que só se chega à frente quando a vida corre bem.
  • Ter campanhas diárias e constantes de contra-informação que passam uma imagem péssima sua e dos seus jogadores.
Aquilo que está mal, não é do tempo de Lopetegui, é muito anterior. O "Momento K" disfarçou uma SAD inoperante, indiferente, amorfa e burguesa, mais dedicada à compra e venda de "activos" do que à aquisição de jogadores. À excepção do guarda-redes no banco e do central capitão que só não foi porque ninguém o quis, não sobrou ninguém "da casa". Vêem-se campanhas do Museu, do Natal, das vendas e das vendas e das vendas. Não se fala de assuntos que não tenham a ver com o lado da FC Porto corporation.


Não se pode pedir para fazer omeletes sem ovos. E não é só pela qualidade dos jogadores, mas sim pela forma como sentiam a sua casa. Sapunaru disse ontem que "Sinto-me triste. Admito que passei mal a noite depois da derrota de ontem do Porto frente ao Sporting. Os jogadores não respeitam a história do Porto, não sentem a camisola. No ano passado quando fui visitar o Centro de Treinos do Porto, vi que já nada era como antes". Não era de Lopetegui que Sapunaru estava a falar. É que nós nunca fomos buscar estrelas, salários milionários, jogadores de fama mundial. Através do nosso Querer e do Sentir de Aldeia Gaulesa, éramos um por todos, todos por um, desde o Presidente ao roupeiro.

Hoje Somos a FC Porto SAD, Somos Corporate, Somos Brand, Somos o Passado, Somos a Glória ida, "Somos Porto". Já não somos os Dragões, "Somos Porto". Pagamos ordenados milionários a jogadores, mas quem é o eixo central não custou muito. Toda a vida a descobrimos jogadores de topo, mas hoje só temos um ponta de lança com confiança frágil e um miúdo, muito bom, mas um miúdo, que precisa de tempo e espaço para aprender.

E temos, mais do que tudo, uma estrutura CULPADA de não desfazer os mitos do "melhor plantel dos últimos anos" e parvoíces quejandas, que induzem os adeptos em erro e provocam neles a expectativa de algo que só é possível com TEMPO e CONSISTÊNCIA

No final deste ano, veremos a debandada de mais uma brutalidade de jogadores, Brahimi, Herrera e Imbula à cabeça, e quem vier a seguir terá de reconstruir tudo pela base. Espero que seja alguém que compreenda a Mística Azul e Branca e entenda menos o "Somos Porto".  O que está mal é que seguimos a cartilha dos rivais da segunda circular. Tornamo-nos demasiado grandes, demasiado corporativos. Abandonamos os nossos princípios e identidade.

"Somos Porto" mas já não Somos o FC Porto. Temos urgentemente de voltar a ser. Mas do Topo à Base. Porque esse vazio é transversal. E não se resolve cortando o elo mais fraco.

sábado, 2 de janeiro de 2016

Análise Sporting 2-0 FC Porto (15ª Jornada)


Primeira parte intensa e rasgadinha, com um FC Porto a jogar a uma intensidade que não é habitual, com boas iniciativas onde a ponta de sorte não ajudou e o árbitro perdoou a agressividade do sportem, incluindo um lance com Corona, logo no início, para grande penalidade. Slimani marcou o golo por um lance de bola parada em mais uma falha de marcação daquelas típicas. Mesmo assim, um FC Porto de boa rotação na primeira parte, cheio de intensidade e à procura do golo do empate.

Mas veio a segunda parte e todos os fantasmas do FC Porto apareceram. Todos de uma vez. A lentidão de processos, as falhas de marcação, a ausência total de meio campo e de fio de jogo, a ausência de sentido e de garra, as substituições estranhas, a falta de jogadas com princípio, meio e fim. O Sporting - há que ter respeito por quem ganha, sempre  - foi sempre superior ao longo da segunda parte e, não obstante uma boa entrada do André Silva, nunca ficou no ar que o FC Porto pudesse recuperar.

As sensações não são positivas, há muito a pensar e a mudar. Parece-me claro que a falta de ideias do FC Porto é muito preocupante. Vai sendo disfarçado pelo génio de Corona e do Brahimi - quando não é egoísta como hoje - pela solidariedade de Aboubakar e por Maxi enquanto dura, mas tudo o resto mostra confusão e desnorte.

Há muito campeonato pela frente, dois pontos não é nada, mas temos de recuperar o FC Porto à Porto, porque este, claramente, não é. Ah, parece-me claríssimo que o André André não está em condições para jogar.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Antevisão not sportem lisbon - FC Porto (15ª Jornada)


Antes de mais, desejo a todo(a)s o(a)s leitore(a)s do Porto Universal o melhor dos anos, pleno de realizações, sucesso e felicidade.

Este é, naturalmente, um jogo cuja importância relativa transcende em muito os três pontos e o próprio jogo. Não só porque uma vitória nos porá a 4 importantes pontos do segundo classificado - o que seria inédito para Julen Lopetegui a este altura da competição. Não só porque essa mesma vitória será pacificadora do ambiente interno e dará um novo moral para a segunda metade de um campeonato que é, a todos os níveis complicado. Mas seria demonstrativa do próprio valor de Julen Lopetegui ao derrotar os seus principais rivais, e neste particular, com um doce sabor de vingança pelo principal agente de todo o seu vilipêndio.

Evidentemente, no meu entender, tal conjuntura não deveria ser assim. No meu entender, um empate não nos afastaria da liderança isolada. E, para mim, seria um resultado aceitável. Mas a minha análise tem, naturalmente, de incluir aquela que já foi a vitória dos média - o dividir para conquistar. Não acredito, lamentavelmente, que Lopetegui sobreviva a uma derrota em Alvalade, embora isso só nos pusesse a dois pontos da liderança. Mas os adeptos divorciar-se-iam definitivamente do comando técnico. É um facto. Mostra muito dos tempos paradoxais que vivemos, mas é um um facto.

Se há uma altura em que a frase "só a vitória interessa" assenta como uma luva, é esta.

Helton e Casillas; Maxi Pereira, Martins Indi, Maicon, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Aboubakar, Tello, José Ángel, Evandro, Herrera, Jesús Corona, André Silva, André André, Miguel Layún e Danilo Pereira.

(4x3x3): Casillas; Maxi, Maicon, Indi, Layún; Danilo, Rúben Neves, Herrera; André André, Aboubakar, Brahimi;

PS: Deveríamos estar calmos, confiantes. Deveríamos estar em Paz. Afinal, estamos em primeiro lugar isolados. A pressão deveria estar do lado deles. A ansiedade deveria estar do lado deles. Lamentavelmente, não está. Graças a este absurdo que se vive no FC Porto, a pressão está, paradoxal e ridiculamente, do nosso lado. Num jogo de vida ou morte que não decide nada. Nem deveria decidir. É um momento triste. De uma forma ou de outra, para memória futura.