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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Afinal...

Confesso que ontem, quando ouvi - como muito do Universo Portista - esta denúncia de Francisco J. Marques, que já todos conhecem - quer dizer, todos menos a CMTV, que epicamente consegue, a esta hora, fazer de conta que não é nada com ela - senti uma onda de fúria a trespassar-me e a quase fazer-me estalar uma veia na cabeça.

Afinal, parece que o ano do #Colinho não foi uma brincadeira de crianças à beira deste! Claro que não foi, está aqui um belo resumo dos Guerreiros da Invicta, com singelos 45 minutos a demonstrá-lo inequivocamente!

Afinal, se calhar, o "espanhol" que ficou a singelos três pontos, discutidos até ao último segundo, foi vítima de um dos maiores roubos da História do Futebol Português, tal como admitido pelos cabecilhas do mesmo!

Afinal, num tempo em que nada nem ninguém defendia o treinador do FC Porto enquanto este defendia o Clube sendo ridicularizado e gozado até no seu nome de família, foi-se a ver, não estava a ser "paranóico" nem "ridículo" e tinha toda a razão!

Afinal, os autofágicos assobios Portistas que, em vez de ser em direccionados para os crápulas aqui em baixo,  estavam a ser direcionados para uma das mais excelentes e dedicadas equipas Portistas dos últimos anos - que incluíam três finalistas desta edição da Champions e dos bicampeões da mesma e que, todos eles, foram ridiculamente assobiados ao longo do ano, em particular o "gordo e lento" Casemiro, que era só mais um "capricho do espanhol" e que estava a tirar o lugar ao "nosso menino" - eram a cereja no topo do bolo de que, a essa altura, tinha o discurso que se viu.


Afinal, aqueles que, aqui e noutros blogues, insistiam na "vergonha" de defender o "absurdo futebol" do FC Porto e eram apelidados das mais diversas coisas, tinham razão!

Afinal, ficou, pois, demonstrado que a exigência e o assobio até ao limite do ridículo, serviram de cobertura para a caminhada de um treta do mais absoluto e criminoso roubo.

Reposta a verdade, e porque o Apito Amolgado não terá mais reversão - fantástico como o bieirinha cancelou a entrevista na RTP1, tão amiga, não fosse o diabo tecê-las apesar de tudo estar controlado - convém nunca mais cair nos mesmos erros de assobiar os próprios, quando tudo à volta é mentira e falsidade, escandalosamente encobertas pelos media feláciosos ao clube do regime - não é, ratazana Santos? Então? Não há "especiais"? Não há "análises? Imagine-se se fosse o FC Porto!

Sérgio Conceição merece o mesmo - senão mais - apoio que Nuno Espírito Santo. A equipa merecerá o mesmo - senão mais - apoio da Onda Azul. É preciso que nunca mais se cale a voz da denúncia de quem está sempre, criativamente, a querer fazer as coisas por outro lado!

Este blog estará sempre, inequivocamente, com o treinador e a equipa, sempre num espírito de crítica construtiva, mas sempre desejando o sucesso de todos nós e sempre, mas sempre, denunciando quem não tem coragem de jogar limpo! 

PS: Só não entendo porque não é Bernardino Barros substituído por alguém com uma presença forte e um discurso claro, como até este merece, uma vez que a mensagem é por demais importante para ser perdida na voz e presença de alguém que, por não saber mais, não consegue ter o gravitas que o Universo Porto da Bancada exige.

E também não sou capaz de entender porque não é o próprio FC Porto a fazer a denúncia da situação nas entidades competentes, em vez de estar à espera de que alguém o faça por ele! Estamos contra tudo e contra todos! É necessário honrar a fibra de José Maria Pedroto e a história de coragem e de luta contra a adversidade do Nosso Grande Clube

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Continua A Parvoíce


E é isto. Este post é muito curto. Só para dizer que quem ganhou foi o FC PORTO e que o sportem perdeu pela terceira vez em quatro jogos na Champions, contra um Dortmund que é sexto na Bundesliga com 4 vitórias, 3 empates e 2 derrotas, e que jogou sem Aubemeyang e sem Reus. Já agora, o "grande feito" do sportem de perder contra o Real Madrid foi superado pelo colosso Légia de Varsóvia.

Estou a falar disto unicamente porque os adeptos assobiativos continuam na bela senda de comer toda a palhinha servida com batatas e jolinha fresca a acompanhar, porque repetem coisas como "o sportem jogou bem contra o Dortmund e nós é que somos uma merda". Estamos bem? Não. Estamos sequer aproximados daquilo que deveríamos? Nem pensar. Mas essa é a razão para aguentar esta cambada? Nunca! 

Acordem, por favor! Não interessa nada do que façamos, será sempre desvalorizado! Deixem de bater nos vossos!

PS - Lopetegui jogava com Óliver à frente de Herrera, num jogo compacto, apoiado, em que cada um fazia o que lhe competia e não andava feito tolinho a correr quilómetros como se não houvesse amanhã. Por vezes trocavam dinamicamente a ordem mas basta ver qualquer onze dessa altura para se perceber o posicionamento inicial.

Agora Óliver joga colado a Danilo, na zona de construção / recuperação de bola, atrás de Herrera. Aliás, nunca passa à sua frente. Onde Óliver não está é na zona de finalização. Daí que me pareça sempre extraordinário quando dizem que está a "complicar" ou a "ser lento". (Re)Vejam a mudança de velocidade de Óliver quando entrou Rúben Neves - mesmo numa altura em que já estava fisica e psicologicamente esgotado - e mesmo a chegada à área. Conclusão: não matem o cavaleiro. Está a jogar na casa da torre. A culpe é de quem monta mal o xadrez. Ele só está a fazer o que lhe pedem. Surpreende-me que mais ninguém tenha visto. E sabem quem é que recupera mais bolas, depois do Danilo? Óliver. E quem é que teve mais eficácia no passe, com 84%? Pois. Está subaproveitado? Sim. Desposicionado? Sim. A jogar mal? Não!

domingo, 23 de outubro de 2016

Análise FC Porto 3-0 Arouca - Evolução Em União


Ando há vários anos a reclamar uma entrada á Robson no FC Porto. Com franqueza, há vários anos que não a via - desde Villas-Boas. Pois não é que NES me deu essa alegria?

Não vale a pena estar a fazer o filme exaustivo dos remates e lances - pode ser visto aqui - mas vimos um futebol forte, intenso, atacante e pressionante que pôs o Arouca em sentido logo de início, e logo de início poderíamos estar a ganhar por 2-0 aos 15 minutos, com uma jogada de sonho de Corona que merecia mais do que o poste a rebater a bola para fora, e uma excelente desmarcação de Óliver, cujo remate tinha selo de golo mas que Bracali - como sempre contra nós - defende.

Nunca deixamos de atacar bem e defender melhor, ficamos talvez um pouco ansiosos no meio da primeira parte, mas sempre a tentar chegar ao golo. Em especial nos últimos dez minutos, notou-se que o FC Porto tudo faria para chegar ao intervalo com o marcador aberto, como bem o demonstram o remate de Jota e o cabeceamento de Marcano, até que André Silva acabaria com as dúvidas aos 43 minutos, marcando após cruzamento de Diogo Jota. Este último até poderia ter marcado a seguir, mas a bola caprichosamente acabou por não seguir para a baliza.

Na segunda parte houve uma descarga do acumulado de jogos, de pressão e de ansiedade, e o FC Porto passou a controlar num ritmo mais baixo, mas sem dar hipóteses ao Arouca. Havia unidades em claro desgaste, como Óliver que estava num ciclo jogos terrível e que fez, apesar de deslocado a dado momento para a faixa, um bom jogo, e Layún, que acabou por não sair. Corona estava tocado e saiu, para dar entrada a Brahimi e Rúben Neves, e o jogo mudou completamente, novamente.

A superior leitura de Rúben ajuda o FC Porto a ter uma dinâmica e uma intensidade muito superiores e o génio de Brahimi ajuda a baralhar marcações e a desequilibrar o jogo de uma forma favorável. Foi, aliás, dos pés dele que saiu o passe vertical para André Silva passar a Jota que lhe devolveu a bola para o segundo golo. O desnorte tomou conta do Arouca, que até estava a tentar mais esta parte, e Casillas aproveitou para fazer uma assistência primordial - é a terceira vez que faz isso - para Brahimi fazer um golo de antologia - e de raiva - e calar quem o criticava (ver Faltas).

Chave de ouro para um jogo em que passamos, contra o pensamento dominante, para primeiro lugar, ainda que temporariamente. O caminho faz-se caminhando e há um caminho para este FC Porto.


União - Parece-me claro que o grupo está unido e que é um bloco sólido. Por esta altura, já todos devem ter visto isto, a conferência de imprensa muito boa que deu NES. Gostei de o ouvir falar da filosofia do FC Porto à frente da táctica. Isso é claramente conseguido. O bloco defensivo é sólido como há muitos anos não o víamos, liderado por um excelente Marcano, que faz diagonais em sprint para cortar cruzamentos do lado contrário, pelo meio campo também pouco passa por um Danilão de adamantium, verdadeiro bloqueio do ataque adversário, Óliver, pelo meio e mais adiantado, joga e faz jogar, procura sempre insistir e dar apoio defensivo e, apesar de claramente desgastado, não deixa de dar absolutamente tudo o que tinha em campo, Corona é um génio, travado apenas à berdoada - não assinalada - do adversário, e capaz de tirar coelhos da cartola e Diogo Jota e André Silva fazem uma dupla perfeita de ataque, ora eu ora tu, que irá fazer a miséria de muitas equipas, daqui até ao fim do campeonato. Todos se entre-ajudam, ninguém se pensa acima dos colegas e a solidariedade sente-se em campo. Nuno Espírito Santo já conseguiu transformar um colectivo numa equipa.  

O banco bom - Temos um banco de luxo, que revoluciona e oferece soluções, muda velocidades e sacode o que está estagnado. Brahimi entrou com fome de golo e conseguiu o que perseguia e Rúben Neves, apesar de alguns passes mal medidos, deu amplitude e ângulo ao jogo do FC Porto. Assim, NES pode sempre pensar em sistemas diferentes e variações de jogo, o que é algo extremamente positivo. Falta-lhe a coragem de fazê-lo antes, sobretudo quando o desgaste é notório.


Massa assobiativa - Brahimi reagiu ao golo fazendo sinais para a bancada num claro "falem agora" que muitos levaram a mal. Eu não. Eu concordo com Brahimi. Não se queixam de um jogo previsível onde falta rasgo individual? E depois, quando existe, este é assobiado? Expliquem-me isto, a sério, porque quero entender! Se um Jota ou um André Silva se perdem no 1 para 1, tudo bem. O que não pode ser é o Brahimi, é isso? De quem veio o passe vertical para o segundo golo? Do Pai Natal? Vão ver as épocas passadas, quantas assistências teve o Brahimi, e depois digam-me algo! E para de assobiar a vossa equipa! Vamos outra vez para a mesma palhaçada do ano passado? Estamos em primeiro! No mínimo, silêncio! Já que não se pode pedir apoio! Envergonhem-se, carago! Ah, já agora, a transmissão não mostrou, mas o Brahimi a seguir ouviu o seu nome dos Super, deu o tradicional beijo e cumprimento para o ar que costuma dar e levantou... o Brasão Abençoado.

Herrera e Varela - Continuo a dizer, Varela deve fazer uns treinos de sonho! Só assim se explica como pode ainda ser opção, após tantos e tantos jogos completamente ao lado. Incrível. Quanto a Herrera, se jogar atrás de Óliver, não tenho objecções - aliás viu-se as arrancadas box-to-box em que foi imparável - mas como definidor de jogadas, com tanto passe errado e mal medido, é um desperdício. Se jogar mais atrás não deixa de ter um remate exterior potente e não "empata" o jogo da forma atabalhoada como uma, e outra, e outra vez, faz.

Mota do talho - Inacreditável dualidade de critérios, fraco julgamento de lances e tendenciosidade, conseguiu não ver um penalti claro sobre André Silva e a berdoada que quase lesionou Corona. Enfim, é a mesma coisa de sempre. Olhem, como as capas dos jornais de hoje... 

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Do 80 ao 8 Em 2 Segundos


Não me cessa nunca de espantar a absoluta bipolaridade dos adeptos de futebol, no seu geral. Não só nos adeptos Portistas como de todos os outros clubes, se o clube ganha está tudo bem, se o clube perde está tudo mal.

Ora, se ontem não éramos Deuses, agora não somos párias. Não estava tudo bem, temos um plantel que é o que é, bastante jovem e com algumas áreas sensíveis e um treinador que, pese embora o discurso, é, também ele, inexperiente, com tudo o que isso tem de bom e de mau.

Esta foi a equipa que ganhou à Roma no seu Olímpico, esta foi também a equipa que empatou com o Copenhaga. Mudou uma coisa: a forma como o jogo foi encarado. Danilo falou de um "relaxamento" na segunda parte. Essa palavra traduz toda a psicologia por detrás da questão. O jogo foi encarado de uma forma leve, à semelhança do Dínamo em casa no ano passado. As contas de cabeça foram feitas com vitórias garantidas e pontos "fáceis". Não existem.

O FC Porto tem de voltar a ter compromisso. O FC Porto tem de voltar a ser matador e intenso. O FC Porto tinha de voltar a pôr os pés no chão. E tal tem de começar imediatamente. E nada como uma lostra na cara para acordar da miragem.

Nuno Espírito Santo foi uma aposta pessoal de Pinto da Costa. O seu estilo de jogo é conhecido: menos posse, linhas mais baixas, futebol de transições rápidas. É com este modelo de jogo e todas as suas vicissitudes por ele apresentadas que vivemos. Mas há mais a ter em conta.

A juventude de André Silva, por exemplo, terá de fazer com que se tenha de ter tolerância para tudo o que não está limado, para as suas oscilações de forma. É tudo natural e não é culpa do miúdo. Foi insistentemente pedido pelos adeptos ("André Silva, allez!") mas não pode ser responsabilizado por ser a melhor solução atacante do plantel. 

De resto, toda a disposição dos jogadores, todas as opções de pôr a jogar um em detrimento de outro em jogo, são do treinador. Mas este também não pode ser bode expiatório do vulcão instável que é a relação Clube-adeptos no FC Porto. As vitórias vêm de cima, as derrotas também. 

Não há margem de tempo, não há espaço pontual e não há desnível de qualidade para com os nossos rivais que nos permita ter tempo para ter tempo. Se NES não sabe isso, deveria saber. Corremos de trás, corremos por fora. Está na hora de nos capacitarmos disso.

Se começam os assobios por dá-cá-aquela-palhinha vamos estar constantemente a começar do zero. 

Há que dar uma certa margem. Mas também há que relembrar que não podemos estar "relaxados". O resto são opções. E quem é responsável por elas terá de o assumir. Não resta mais do que encarar o Tondela como a final da Champions. Quem não o fizer estará certamente tolo. E no Clube errado.

domingo, 21 de agosto de 2016

Análise FC Porto 1-0 CD Estoril Praia - Tanta Raça Pedia Mais


Dizia-me, e muito bem, uma querida amiga também part-time blogger e agora companheira de lugar, num dos maiores blogs desta bluegosfera, o importantíssimo Bibó Porto, Carago!,  a Mafaldinha, que uma equipa deveria ser obrigada a levar um amarelo à sorte de cada vez que se verificasse que passava mais de 5 minutos seguidos a jogar com os 11 jogadores atrás da linha da bola.

O Estoril veio com a lição bem estudada, sabendo bem que, entre o cansaço de quarta-feira e o pensamento no jogo de terça - que não aconteceu - o FC Porto poderia tirar o pé do acelerador e o Estoril poderia pontuar. Sim, digo pontuar, porque o Estoril não quis ganhar. Teve um número de remates ridículo e Casillas foi apenas obrigado a defender uma bola mais complicada com uma palmada, enquanto Moreira - esse rubro menino - fez o favor de, tal como 90% dos guarda-redes quando entra o Estádio do Dragão, fazer a exibição da vida dele, entre defesas de categoria mundial e os postes benzidos por magia negra. Também, protesto pelos nossos auto-golos entrarem sempre, enquanto os remates colocados dos defesas adversários à própria baliza terem direito a bilhar às três tabelas!

Cortesia Ana Ferreira, FCP Para Sempre
A juntar a isso, em jeito de icing on the cake, a habilidosa arbitragem de Luís Ferreira, mais um daqueles internacionais à pressa patrocinados. Se concordo com o deixar jogar, isso não pode significar que se permita uma reiterada teatralização de tudo o que é falta, faltinha e falteca, ao jeito de pré-falecimento dos meninos do Estoril, em claro queimar tempo. No entanto, fico feliz que seja verdade que "Karma is a bitch" e o feitiço se tenha virado contra o feiticeiro, porque aos 86' já o Estoril não podia mudar a rotação. O crime não compensa, caríssimos! Joguem mas é à bola! E, claro, como não podia deixar de ser, um penálti claro roubadinho sobre Varela, logo aos 5 minutos, que mudaria completamente o sentido do jogo, e abriria caminho à merecida goleada.

Sim, goleada. O FC Porto atacou, atacou muito, dominou totalmente o jogo, foi pressionante, intenso, apaixonante e raçudo. O FC Porto tentou, tentou, tentou, e lá conseguiu furar a muralha do anti-jogo. Antes, perdeu algumas ocasiões de golo, virtude da natural inexperiência do nosso goleador da casa. Mas, mérito ao Estoril, para o estilo de "jogo" que veio fazer, fê-lo competentemente, estando sempre espantosamente no caminho de tudo o que era tentativa de remate e passe de rotura. Mas o resultado premiou a equipa que quis jogar, que nunca deixou de querer até ao fim, e que resistiu na sua vontade.

Ah, tal, está-se a cagar prá equipa, Ah e tal, é um cancro da SAD, ah e tal, está sempre a jogar no telemóvel.

Se a pressão faz diamantes, estes são o estilo de jogos que fazem uma equipa - com união, intensidade, ligação, entrosamento. Quando se tem uma equipa, muito dificilmente se perde pontos! Vamos a notas.


André Silva - Onze jogos seguidos sempre a marcar. Só por si é maravilhoso. Evidentemente, terá fases durante a época, a média de um golo por jogo é dificílima de manter, ainda para mais quando se é tão novo e inexperiente. Sim, inexperiente. Ocasiões houve em que um ponta de lança mais experiente teria enfiado a redondinha nas redes com maior facilidade. Ainda assim, rigorosamente nada a apontar na entrega, na luta, e na dor de cabeça que provoca a qualquer adversário. Justo MVP da partida. E, já agora, para aqueles que tinham medo, André Silva renovou até 2021, com um aumento grande de salário - não divulgado - e um cláusula anti-tubarões de 60M. Urge, no entanto, que haja mais uma alternativa para lá de Depoitre, uma vez que o menino não deve aguentar a carga estúpida de minutos e número de jogos que tem de fazer. Esperemos que não dê de si antes do tempo.

Layún - Não é o melhor lateral do mundo, mas poderá ser um fenomenal extremo. De qualquer forma, a esta altura, os seus 6 passes para ocasião de golo são um regalo, a sua raça e combatividade e os seus cruzamentos são de ouro. Muito bom jogo. A defender é que... bom... Alex Telles deve ter cuidado com os cartões.

Defesa - Felipe jogou lindamente e que jogão fez Marcano! Pelo ar, não houve nada que não limpassem e que regalo foi ver a recuperação de metros aquando das poucas vezes que ficavam atrás do atacante, nos contra-ataques. Assim, sim! Eu sei, vale o que vale num jogo como estes, mas o Estoril também subiu, e não me recordo de uma vez que dali tenha vindo disparate. A juntar a isso, a reacção à perda e a pressão defensiva de toda a equipa é uma transformação extraordinária, inteiro mérito de NES.

Banco - Se a entrada de Adrián - num jogo menos conseguido que o anterior, mas que, a bem dizer, não é o estilo de jogo que o favoreça - apenas ajudou a baralhar as marcações dos defesas - onde anda Bueno?! -  a entrada de Sérgio Oliveira e de André André vieram dar uma muito maior acutilância ao ataque e, no caso do segundo, ainda melhor reacção à perda de bola. André² é como uma lapa, não larga. No caso do Sérgio, fico apenas com pena que não tivesse sabido fazer melhor uso do seu remate exterior.


Dar razão a Sousa Tavares - É público e notório que Miguel Sousa Tavares tem uma embirração com Herrera e Varela. Normalmente, chamo-lhe doença. No entanto, se no caso do primeiro só é verdade intermitentemente, no segundo há anos que é um caso de estudo! Varela faz um jogo bom em dez. Mas, sei lá, deve fazer uns treinos excelentes. Não faço ideia. A única coisa em condições que fez foi sacar um penálti - que não foi marcado. Muito, muito fraquinho. Quanto a Herrera, a sucessão de passes falhados e de más decisões anula o bom que tem sempre - a entrega, o espírito de sacrifício e o seu pulmão. Queremos mais Hector Miguel e menos Herrera! Ou, então, uma boa venda...

Luís Ferreira de vermelhinho trajado - A cor de dentro traduzida por fora. O resto já foi em cima exposto.

Massa assobiativa - Sim, é verdade! Depois de Lopetegui, da saída da "armada espanhola", ainda substistem os burros que assobiam! Felizmente, este ano, o Dragão parece - ainda... - não tolerar estes burros que querem, sei lá, que se marque golo por decreto ou o carago! Que vos falta, senhorias? Dizei! Antes, havia a conversa que o FC Porto não jogava à Porto e mais não sei quê. Ontem faltou entrega? Envergonhem-se! Voltem lá para o PES, o FIFA e o FM, enfiem o assobio no rabinho e desamparem a loja!!!

domingo, 7 de agosto de 2016

Análise FC Porto 1-0 Villareal (Jogo De Apresentação) - Construindo De Trás Para A Frente

Estes são os nossos, este ano. Sempre com eles, até ao fim!
Noite muito, muito quente no Dragão, casa cheia para ver a apresentação do plantel - não houve Chippos - e um ambiente festivo nas bancadas, deu o mote para um jogo que começou tardíssimo e acabou tardíssimo.

O FC Porto entrou bem, de linhas compactas e bem definidas, num claro 4x2x3x1 com um desinspirado André André na posição mais avançada do meio campo, ladeado por Otávio à esquerda e Corona - também ele abaixo do nível que tinha demonstrado na pré-época - à direita. 

Antes de continuar, gostaria de dizer aos senhores que começaram já a assobiar no primeiro jogo que do outro lado estava o Villareal, que não o Vila Real ou o Vila Real de Sto António, equipa que venceu uma mão ao Liverpool e que se manteve praticamente inalterada, reforçando até o ataque e melhorando a defesa, de nível Champions e que, pese embora fosse exactamente o que precisávamos nesta altura para fazer testes, evidentemente não daria campo aberto.

Fico sempre estupefacto quando vejo assobios em jogos de apresentação - e já é o terceiro ano consecutivo! Ópera não é aqui. Aliás, nos jogos em que vi ópera, também ouvi assobios! Faço minhas as palavras de Hugo Mota, da página +FCPorto, quando diz, e cito, 

"Como suspeitava, muitos dos que criticaram a equipa severamente aquando do jogo do PSV e bateram palmas dizendo que jogamos muito bem aquando do jogo do Vitória, hoje já estão novamente a dizer que o NES não percebe nada disto.
Coerência e honestidade intelectual é o que peço, pessoal.
Ah, só mais uma coisa. Ouvir assobios num jogo de apresentação só porque se falhou um passe é ridículo, vergonhoso e triste. Muito triste.
Talvez um dos nossos grandes problemas dos últimos tempos também tenha sido os pseudo-adeptos que temos!"

Vamos lá ter noção do ridículo, pessoal! Se este é o ambiente que proporcionam, fiquem em casa! Eu sei que a nostalgia faz-nos pensar que nos anos 90 é que era, mas havia muito jogo de caca lá pelo meio! Eu sei que faltou entrosamento no meio campo e saída de jogo com critério - já lá vou - mas qualquer semelhança entre este FC Porto e o de anos anteriores é pura coincidência!

Lindíssimo momento no Dragão!
Contra o vaticínio de muitos, que se esquecem que ele está a fazer a segunda pré-época e sem férias, Felipe foi mandão e imperial no centro da defesa, Marcano fez bem o seu trabalho e teve algumas saídas para jogo muito boas, e o jogo defensivo de Alex Telles, especialmente de cabeça, é bastante bom. Maxi Pereira, com e sem faixa na cabeça, teve a entrega que todos lhe conhecemos. Até Diego Reyes, que muitos consideram excedentário, esteve bem, entrando, a frio, para o lugar de Felipe quando este acusou um toque e decidiu sair.

Assim sendo, aqui fica um importante traço de Nuno Espírito Santo: quando vê algo a falhar corrige de imediato. E em pouco tempo. Bom. Talvez, no sector defensivo, falte apenas que NES dê um apertão bem dado a Casillas sobre os enterranços com as saídas de bola com os pés. Talvez dar-lhe a conhecer o velho ditado tuga "Quem não sabe, não inventa!" Iker! Buela para el pinhialio!

Se uma equipa é construída de trás para a frente e no sector defensivo temos solidez, o mesmo já não se pode dizer do meio-campo. Danilo esteve muito desconcentrado, Herrera perdulário e André André sem aquela presença de fazer jogo. Se o meio-campo emperra, lá se vai o jogo para as urtigas! Se é certo que Danilo chegou há pouquíssimo tempo e o acerto do pivot defensivo é uma questão de afinação, já o voluntarismo de André André não chega. 

No entanto, estou convencido que, com a chegada de um extremo, o lugar agora ocupado por André André passará a ser, naturalmente, do nosso Deco-em-potência Otávio, que fez um brilhante, brilhante, jogo - mais um! - ofensiva e defensivamente (ficou-me na retina um pique defensivo para dobrar Alex Telles), rápido, intenso, provocador, criterioso. O nosso playmaker está encontrado e a excelente relação pessoal e profissional com o nosso menino André Silva é uma garantia de muitos e bons golos no futuro. Que combinações matadoras fazem os dois! Além disso, quero sublinhar que Bueno, quando entrou, em 3 toques na bola fez três passes para outras tantas jogadas de perigo....

André Silva celebra o seu belo golo
André Silva fez um bom jogo, marcou o golo da praxe, mas quero deixar aqui um aviso: entenda-se que É UM MIÚDO, precisa de TEMPO para crescer e não pode ser sobre os seus ombros que pese a responsabilidade isolada dos jogos! No entanto, o facto de ser o 10 e não o 9 - que permanece por atribuir - poderá querer dizer alguma coisa...

Falta falar de Corona que não esteve com o fulgor de outros jogos. Evidentemente, a marcação cerrada de Jaume Costa - grande lateral! - não ajudou minimamente, mas faltou a magia que se viu noutras alturas. Não sei se será de estar por casa, mas espero que o Corona não tenha ido buscar o sombrero e tirado o pé. Precisamos do génio que vimos antes. Qualidade não lhe falta!

Nota-se evolução, a equipa jogou compacta na primeira parte - na segunda não, seria o calor ou qualquer outro factor, mas a consistência tem de lá estar independentemente das condicionantes - linhas bem definidas e com boa reacção à perda. Mas há trabalho pela frente. Esperemos que dez dias cheguem. O Villareal é bom, mas creio que a Roma está um pouco mais acima.

NOTAS:

- O número 4 e o referido 9 não estão atribuídos. Sinal do que por aí vem, sem dúvida. Ainda bem. Aliás, a numeração tem factores curiosos, como alguma falta de sequencialidade. O 30, por exemplo, também ainda não foi atribuído...

- Aboubakar foi apresentado com um número muito alto, Brahimi também, no entanto não entraram nunca no jogo. Um claro sinal de que não contam para NES. Tenho pena, mas não há lugar para displicentes no FC Porto. A azia nos treinos de Brahimi e a falta de intensidade de Aboubakar fazem com que não apanhem o comboio. Também Indi, Quintero, Josué, Hernâni e Suk não foram apresentados. Este último estará de caminho para a Turquia.

- Para todos os assobiadores profissionais, o Guimarães que nós dominamos deu 6-2 ao Toulouse da Ligue 1. Dois dos golos foram de Marega. Se calhar é bom pensar quando é que a exigência se torna em estupidez.

- Ao site menosfutebol, muito muito menosfutebol: TEMOS PENA! Tanta azia, carago! Habituem-se! Então o Otávio dominou a bola com o braço? Juízo! Tenham vergonha na cara! Estas "crónicas" são de rir! Mas a vossa azia, para além de gasolina, é uma motivação extra e uma alegria muito grande.

Aos Manuel Lopes Rocha, sénior e júnior, o meu muito obrigado pela simpatia e pelo Portismo (300 km para ver o jogo de apresentação). É um prazer ter-vos como leitores assíduos e muito me honra o vosso carinho. Forte abraço. Espero rever-vos em breve.

sábado, 14 de maio de 2016

Análise FC Porto 4-0 Boavista FC - Serviços Mínimos Em Resultado Dilatado


Jogo matinal, em tom descontraído, com mais público do que eu esperava - 26 122 - mas que primou por um ritmo lento, em especial na primeira parte, e que na segunda deu goleada , mas uma goleada que não foi resultado da pressão nem da intensidade, mas antes do desnível competitivo das duas equipas e do inconformismo de Herrera, Rúben Neves e André Silva. 

O nosso menino marcou um belo golo, e fechou a contagem de golos desta época no Dragão, com a emoção que se impunha e que merece. Não sei é se este FC Porto, a jogar com esta intensidade, chega para vencer a Taça de Portugal.  Assusta-me que Peseiro ache que tenha sido "um jogo muito bom". Mas vamos a notas.


André Silva - MVP da partida, no Dragão e também para mim. Entrega total ao jogo, vontade, ímpeto, irreverência, André Silva assistiu Layún para o 2-0, marcou o último golo Portista do campeonato e foi sempre uma dor de cabeça na área. Destapada que está a rolha, num golo de belo efeito, que para a semana seja a confirmação da presença "de estaca" de André Silva no plantel do FC Porto. Parece-me mais que preparado. A sua reacção ao golo é o amor à camisola que se pede a todos os jogadores. É um exemplo a seguir.

Herrera - Poderemos estar a ver os últimos jogos do Capitão do FC Porto com as cores azuis e brancas, mas toda a entrega, empenho e dedicação a cada lance está lá. Todo o jogo passa por Herrera, que ajudava a definir, servia os seus companheiros e se entregava a cada lance como se a sua vida dependesse disso. É o eixo central da roda, e merecia muito mais carinho, respeito e admiração dos adeptos do que aquela que partirá do Dragão a ter. O tempo fará dele uma referência Portista, sem dúvida, este patinho feio mal amado.

Rúben Neves - Danilo saiu ao intervalo com queixas - nada de sério, nem impeditivo para o jogo da Taça - e a entrada de Rúben para o seu lugar deu uma dinâmica diferente, uma velocidade e um critério muito mais definido às jogadas. Evidentemente, não barra o caminho como Danilo, mas a forma como consegue (pre)ver o jogo a acontecer, é fascinante. A mudar de flanco, a abrir pelo meio, a rematar de longe (quase marcava mais um belo golo), é um propulsor de ataque poderosíssimo. Não é vendido cheio de truques e habilidades, está a crescer defensivamente para se tornar indispensável em breve. Muito bem.

Segurança defensiva - Chidozie e Marcano entendem-se bem, não houve bola de cabeça que não fosse cortada, e tirando alguns - muito poucos - erros naturais de Chidozie, o perigo boavisteiro foi afastado com muita classe. Junte-se ainda um Miguel Layún com uma grande exibição defensiva e um bom critério ofensivo e um Maxi que não desiste e nem desarma, e temos a defesa sólida que tanto procuramos todo este tempo. Marcano é, sem dúvida, a peça do puzzle que faltava.


Corona - Que jogo de porcaria que fez o Jesus. Uma nódoa total. Foi subtituído, e bem, por Brahimi, que, sem ser brilhante, foi muito melhor que o seu companheiro de ataque. Tem muito mais futebol e talento do que aquele que demonstra, é neste momento um jogador em contra-ciclo com o resto da equipa. Displicente e amorfo, ou muda ou vai ter vida difícil. E não é de ser mexicano, porque Herrena e Layún também o são.

Massa Assobiativa - Que foi aquilo no penalti, senhores?! Mas está tudo maluco?! Então era o ponta de lança ansioso por marcar golos que ia marcar o penalti, era? E se falhssse, como era? E, mesmo, marcando, era assim que que queriam que a caminhada de golo do André começasse, era? Com um golo de penalti? Ou com o golo lindo e pleno de raça, superação e emoção com que foi brindado? Deixem de ser estúpidos, que não há cá "os nossos" e "os deles". E a decisão foi de Peseiro! Porque não o assobiaram a ele? Não é estrangeiro, é? Ainda bem que o Lucho é da Ribeira e o Madjer das Caxinas! Caladinhos eram poetas! Para já não falar da pressão que colocam no miúdo! Se a raiva com que Brahimi festejou o golo era contra vós, foi justificada e é uma vergonha. A continuar assim, não vão perceber que desaires futuros serão culpa vossa!

NOTAS: Com muita Paixão, lá ficou o verifique B na segunda liga, com um #colinho autenticamente calabótico e a despromoção de quem se vergou para ser sodomizado para os ajudar. Isto numa tarde em que foram detidos quatro jogadores do Oriental, o presidente do Leixões e vários jogadores do Oliveirense, por suspeita de jogos combinados. Está lindo isto, está. Está à vista como o futebol mudou decisivamente depois dos processos contra o FC Porto. É pleno de integridade e honestidade. Mas tenho de dar um grande aplauso a Vieira. Cito, de notícia do Mundo Deportivo, aqui, as condições do tão badalado "prémio hipotético" a Renato Sanches. Deliciem-se com a grande capacidade de Vieira de fazer do nada, muito: "En el caso de Renato, los 35 millones que ingresará seguro el Benfica se podrían convertir en 80 por los 35 en ‘bonus’ que debería pagar el Bayern si se cumplen unas variables que sí han trascendido: 5 millones de euros si llega a las 25 internacionalidades con la absoluta Portugal (lleva 2); 20 millones de euros si gana el Balón de Oro; 10 millones de euros si entra en el pódium del Balón de Oro; y 10 millones de euros si es elegido en 11 ideal de la FIFA..." Palmas. Bravo. Fazer de 35 (E comissões? E prémios?), 80, é de mestre!

Para terminar com chave de ouro, porque um jogador à Porto não se vê só dentro de campo, uma palavra de agradecimento ao enorme coração de um jogador que espero que se confirme que fica por cá, Miguel Layún, e pelo sua emocionante atitude para com o menino Afonso, que sofre de paralisia cerebral, ao levá-lo ao colo para dentro de campo, cumprindo assim o sonho do menino. Fiquei de lágrimas nos olhos, Layún! És grande! Aqui fica o post do Facebook  de Bruno Sousa, o grande artista Portista, a relatar o sucedido, e de onde roubei a imagem aqui em baixo.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Os Patinhos Feios E Os Gourmets

Ao longo da nossa história tivemos muitos patinhos feios no FC Porto. O que são "patinhos feios"? São jogadores que começam por ser criticados porque não jogam nada e depois acabam por sair em glória porque são os maiores. Ou então vão corridos e chegam a outros lados e jogam, e bem. 

No ano passado o expoente máximo desse "patinho feio" foi Adrián López. Não vou estar a falar muito, já falei sobre ele o suficiente. Foi vilipendiado todas as vezes que tocava na bola, todas as vezes que falhava um passe, todas as vezes que falhava um golo. Era o "senhor 11 milhões", caro e sem interesse. O senhor 11 milhões não foi vendido, e tivemos de o começar a pagar. Está no Villareal e, no jogo seguinte a marcar o golo da vitória ao Liverpool, faz isto. Desde os passes, os cruzamentos e um golo fantástico, esteve lá tudo. Era cepo? Não.

No início do ano, Aboubakar era extraordinário, não havia nada que não fizesse. Eu chamava-o de "Rei Bakar". Mas a confiança perdeu-se e a chama apagou-se. Nunca mais foi o mesmo.

Para mim, a maior pressão que amedronta os jogadores é a dos adeptos. Não compreendo, juro que não, qual é a lógica de insultar os seus e deixar os adversários à vontade. Os adeptos são examinadores? Os adeptos têm de ser convencidos? Mas ser adepto não é, literalmente, "gostar de"? 

A estrutura tem de mudar de atitude. O treinador tem de mudar de atitude, ou temos de mudar de treinador. Os jogadores têm de mudar. Mas, de uma vez por todas, depois de um Casemiro, um Danilo, um Lisandro, se calhar muitos outros que agora não me recordo, que passam de bestas a bestiais num ápice, está na hora de repensar o que significa ser adepto.


Nas outras equipas, do ficaben ao sportem, não se vê nada disto. Não se vê, por exemplo, esta pressão constante como a que sofreu esta época um dos nossos melhores jogadores, Hector Herrera. Mas passa pela cabeça de algum adepto do ficaben assobiar o Gaitán, nos jogos em que joga subpar? Ou ao Jonas? Ou ao Mitroglu? Ou ao Pizzi, em baixa notória de forma? E no sportem, o que aconteceu quando William esteve mal? Ou Adrien? Ou qualquer outro? Assobios de meia noite?

Hector Herrera foi insultado e assobiado a cada passe errado. Teve dois anos a jogar sem parar. No seu baixo de forma foi maltratado sem par, hoje carrega a equipa às costas, dentro do possível. Mas para a exigente massa assobiativa, é só sofrível, a unica coisa que fazem é assobiar menos.

Meus caros, estas birras de menino mimado, de quem se habituou a que a vitória é um dado adquirido, servem ao adversário, não ao FC Porto. Os treinadores adversários já contam convosco para pressionar os vossos!

Orgulhar-se-iam de que o FC Porto fosse conhecido como a casa que maltrata os seus? Que é uma pressão insustentável para os vossos? Sim, é que eu ouvi a claque do sportem, não ouvi foi os 45 mil restantes nas bancadas a contrariá-los, ou a puxar pela equipa. Se se dão ao trabalho de ir ao Dragão, como se justifica essa (ausência de) atitude?

Como disse ontem e, muito bem, Bernardino Barros, Villas Boas não servia, vendeu-se, Vítor Pereira não servia, era chato, Lopetegui não servia, não atacava, Jesualdo não servia, era chato. Neste momento, serve quem, para a nata goumet? Pep Guardiola? Diego Simeone? Não, este último, no FC Porto, era apupado do pior.

Mas o mais extraordinário é que, até nisso, o adepto é tendencioso: a uns permite todos os erros, má criadice, desresponsabilização, maus jogos em catadupa - é "dos nossos". A outros, é desde o primeiro minuto a malhar. Lopetegui foi assobiado desde o jogo da apresentação com o St. Ettiéne. Foi assobiado no jogo em que chegou ao primeiro lugar. José Peseiro não tem nada disso ao fim de oito derrotas.

E nada me move contra Peseiro, atenção. Tem toda a minha solidariedade! Teve uma mão péssima neste poker (plantel cansado, lesionado, despreparado, manco em posições defensivas) e fez o favor de vir quando, na minha opinião, mais ninguém quis. Estarei eternamente grato, como estive a José Couceiro, a Luís Castro e ao "Piccolo" Barros, pessoas que ainda hoje vejo de uma forma grata.

Mas o nosso treinador mais ganhador, José Mourinho, também não saiu a bem com os adeptos, por isso...

Está na hora de repensar o que significa ser adepto do FC Porto. Precisamos de uma frente unida e coesa desde o primeiro segundo. Ontem vi, pela primeira vez, todos os paineleiros Portistas, Rodolfo incluído, a defender o FC Porto com unhas e dentes. Assim é que tem de ser. Bem sei que a estrutura também tem de dar o sinal, e que este foi dado, após o jogo, pelo NGP. Quando alguém lidera, é mais fácil seguir.

Mas a pergunta impõe-se: o que significa, para si, ser adepto do FC Porto? Pense nisso. Para o ano precisamos de todos a remar para o mesmo lado.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Esquizofrenia Autofágica Levada Ao Limite Do Estúpido


Não vou estar com grandes textos hoje, vou só deixar um pequeno pensamento no ar. Perguntem-se, como eu me pergunto, se fazem o favor, se à luz deste quadro - via Papa Pinto da Costa - ou da notícia deste link, porque raio os Portistas são tão insistentes na sua obsessão comissionista da sua casa e tão indiferentes ao que se passa ao lado? Não vêem que são vocês que abrem a auto-estrada para a bolha, o rascord e a lixeira fazerem grandes manchetes com os negócios algo opacos de um Clube, dando a entender que são caso único, quando acontecem em todo o lado? 

É incrível. Bem sei que não ganhamos o campeonato há 3 anos, podemos ter poucos títulos neste triénio, mas, caramba, não nos penhoram prémios, as nossas vendas não são, afinal, uma parcela daquilo que anunciamos nem temos de criar falsos interesses para vender os nossos jogadores!   
Bem sei que há, por esta bluegosfera, muito lugarzinho onde o único fito é o bota-abaixo, o auto-engrandecimento, como se de visionários se tratassem, de sibilinos juízes com o propósito da mais asceta moralização, mas caramba, se queremos ganhar campeonatos convém não marcar autogolos!

No Porto Universal, não haverá senão a união agregadora e a noção de que o verdadeiro inimigo mora FORA, não DENTRO. Aqui não se desarma.

Hoje, duas importantes provas: para os Bs, vencer o Villareal B para chegar à final, pela segunda vez consecutiva, da Premier League International Cup. No andebol, os nossos heróis vão, certamente, rebentar com o ficaben, para trazer a eliminatória para casa e despacharem quem tudo faz para conseguir vencer. Sim, porque o #colinho não é só no futebol: O senhor Trinca, árbitro de logo à noite, é um ficabenista doente. Só possível neste país.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O Felácio Ao Amigo E O Adepto Que O Admira

Não pode espantar ninguém minimamente que a capa da bolha seja esta - a do rascord também é gira. Claro que não haveria o caminho para os media tugas que não o do felácio ao ficaben como um miminho de consolação. De facto, a moral ficabenista tem de estar sempre alta. Era ver os ficabens todos no estádio a gritar pela sua equipa, a rodar o seu cachecol como se de uma grande vitória se tratasse. É, de facto, uma vitória moral, como nós bem apreciamos. Por todo o lado, nas 3 televisões generalistas e suas afiliadas do cabo orientadas para a informação, se teciam loas e alvíssaras ao "jogo de carácter" e a "exibição personalizada" do ficaben, que se "bateu olhos nos olhos" com o Bayern e "esteve perto de vencer". É, obviamente, falso, mas era o que faltava estar agora a analisar os jogos do inimigo.

Não me choca, não tenho nada a ver, que o ficaben fique todo contente pelas vitórias morais. Mas choca-me, e irrita-me, e enoja-me, e enfurece-me, que os media, alguns pagos por todos nós, passem a vida a minorar e desprezar os feitos de uns para hiperbolizar os dos outros, na melhor tradição do lip service tipo sexo oral sempre aos mesmos.

Como corolário, ter Portistas a dizer "Peseiro, ponha o FC Porto a jogar à ficaben" ou "pelo menos não mamaram 6-1 como o Lopetegui" ou "ao menos sairam dignamente", deixa-me absolutamente arrepiado! 

Meus amigos, fomos altamente roubados na primeira mão - QUE GANHAMOS!!! - e despertamos a fúria bávara depois de se sentirem humilhados e fizeram-nos o mesmo que fizeram ao Arsenal, à Juve ou teriam feito ao Barça, não fosse Ter Stegen ter feito milagres naquele jogo! 

Tenho pena, sinceramente tenho, que muitos adeptos e bloggers vão na cartilha do nosso verdadeiro inimigo, este da Propaganda Goebbeliana de que o ficaben é um poço de virtudes ao passo que tudo o que fazemos de extraordinário é rigorosamente normal! 

Confesso, de cada vez que leio que "não foi pelas arbitragens que perdemos o campeonato" e coisas na linha de que não podíamos ter perdido nenhum ponto em 34 jornadas, bolso um bocado. Este nível de exigência impossível e de rejeição ao próprio clube do qual se diz amar, é tudo o que querem os mamões dos media. Dividir para conquistar, fazer implodir a instituição virando uns contra os outros. Enquanto se faz o elogio da mediocridade com os mais belos felácios ao Olimpo que nunca ganhou uma grande competição europeia a cores! 

Toca a acordar gente! Deixem de ser embalados na melodia do flaustista!

PS: O odioso João Miguel Tavares, do tutti-rosso Governo Sombra, fez um artigo abjecto criando um paralelismo entre António Costa e Pinto da Costa, na sua conduta "inimiga do estado de direito". João Miguel, se fosse a si, preocupava-me com os crimes que se fazem entre as suas portas (18). Mas atenção, o artigo de JMT é só o reflexo do amen dado por muitos adeptos Portistas, que lhes permite ter a veleidade de dar lições sobre o Nosso Grande Clube.

Parem de maltratar os vossos e elogiar os inimigos! Parem de fazer o trabalho deles por eles!!!

sexta-feira, 11 de março de 2016

O FC Porto É Uma Naçom (ACTUALIZADO)


"Eu, andrade, Dragão, mas sobretudo Portista me confesso.
 
Confesso que quando o meu FC PORTO perde também perco. Sobretudo as estribeiras e lanço impropérios a torto e a direito, a quem dá mais jeito.
 
Confesso que insulto o presidente, o treinador, os jogadores, o meu irmão que se senta a meu lado e, por uma razão qualquer, escapo ileso entre os pingos da chuva vernácula.
 
Confesso que muitas vezes me apetece assobiar a tribuna presidencial.

Mas também confesso que o FC PORTO já não é andrade. Confesso que foi um velhote que agora querem queimar numa fogueira inquisitorial histérica, que nos fez Dragões.
 
Confesso que no intimo de todos nós, Portistas, todos nós nascemos andrades! E só crescendo, lutando, sabendo que temos que fazer o triplo do que os outros fazem, é que nos tornamos Dragões.

Confesso que chorei baba e ranho quando em 1978 vi o meu FC PORTO ser campeão pela primeira vez!
 
Confesso que chorei quando o João Pinto se recusou largar a Taça. Eu também recusei largá-la!
 
Confesso que troquei a minha noite de núpcias por um jogo de frio e neve às 3 da manhã num longínquo Japão!
 
Confesso que me deu um gozo enorme ver o Mourinho ser despedido de um certo clube e tornar-se campeão europeu no meu!

Como também confesso que a cada derrota que me torna de novo em andrade, insultarei novamente o meu presidente.
 
Como também confesso que ando a insultar em demasia o treinador, os jogadores o médico, o preparador físico, a relva e os painéis publicitários!
 
Mas jamais acenderei o fósforo na pira do histerismo que alguns Portistas amontoam!

Também sei que não estou só. Sei que o dono deste estaminé é como eu, concordando discordando, sofrendo, cerrando os dentes, mas acreditando que acima de tudo que fazemos parte de um clube vencedor!

Não quero um tribunal de Dragões que se propõe curar uma dor de cabeça com a decapitação!
 
Não quero enlamear o nome de quem nos fez grande e depois hipocritamente dizer que merece o nome no estádio!
 
Não consigo ser ingrato para quem me fez levantar a cabeça e pronunciar com orgulho e altivez: SOU FC PORTO!!!!"

Este comentário, escrito pelo meu caro tertuliano Felisberto Costa, ilustra todo o meu sentimento: há que mudar, há que agir melhor, de outra forma mais consentânea com os tempos, mas não é por isso que abandonarei o Dragão, virarei as costas à equipa ou deixarei de ir com ela até ao fim.

Ser Portista é algo que não me - nos! - podem tirar. Já passamos por alturas difíceis antes mas havemos de dar a volta. É muito mais uma mera questão de vontade do que uma de possibilidade. Quem o tem de fazer, já o soube fazer, magistralmente, diga-se, antes. Basta ser o que sempre se foi e abandonar esta postura letárgica. O resto tomará forma, tenho a certeza.

Já agora, para quem gritou "Sois uma vergonha" a plenos pulmões, a uma equipa mutilada e desconexa, fica aqui a informação que o Tottenham, actual segundo classificado da Premier League, levou 3 do Dortmund. Fiquei feliz por termos ganho ao Bayern na primeira mão, estava lá, delirei, mas daí a achar que é o novo mínimo, vai uma distância de quilómetros. Não é só a SAD que tem de pôr os pés no chão....

E, por último, pessoas de imensa classe chegam aos adeptos, explicam-se, contactam, procuram esse contacto. Um exemplo a seguir, dentro e fora de campo, de quem nada tem a provar. Por mim, que esteja cá os muitos anos que diz querer estar.

 ADENDA: Quero partilhar uma imagenzinha para meditar. Tirem as vossas conclusões.


quinta-feira, 10 de março de 2016

A Desunião


Ver Peseiro a falar hoje foi penoso. Numa altura em que a maioria dos adeptos deveria perceber a pré-época em que estamos - Mourinho ficou em terceiro no ano em que chegou - vê-se um treinador, que até tem conseguido manter-nos à tona da água, a pedir a ajuda da massa adepta para que não prejudique.

Eu pergunto: é dos jogadores a culpa da mudança de treinadores? É dos jogadores a culpa da necessária adaptação a um modelo e dinâmicas completamente diferentes? É dos jogadores a culpa de que esse sistema os leve a uma inadequação natural em qualquer filosofia de jogo?

Era suposto o milagre da adaptação plena? Quem a fez? E, já agora, quem geriu o plantel? Foi Peseiro? Vendeu-se e deixou-se ir valores, entraram promessas. Que também elas levam tempo. Deixou-se sectores curtos. E a culpa é dos jogadores? De Peseiro? Porque recebem eles o assobio?

Agora é hora de apoiar, de incentivar, de ser paciente. Agora é a hora de deixar que se crie uma dinâmica para que se consigam os objectivos ainda realisticamente alcançáveis. E sem a união de todos tal não será possível.

Já agora, neste dia em que muito Portista acha que os outros, afinal, são os melhores do mundo, reflictamos na realidade destas imagens, via Papa Pinto da Costa. Depois digam-me que é tudo coincidência. Insisto e sublinho, ganhar quando se sabe que não se pode perder é muito motivador. E, para terminar, já que estamos em maré de perguntar coisas, perguntem a vós mesmos, se pensais que os outros são assim tão melhores: como é que é possível a vossa mente aceitar pacificamente que esta equipa que lidera a classificação não possa perder UM ponto sequer? Se calhar, a maior vitória é a lavagem cerebral de criar o mito da inevitabilidade. Se calhar esse é um problema ainda maior do que todos aqueles que, indubitavelmente, temos.
 


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Espaço Z: Exigência e Inteligência

Há já algum tempo que um pós-jogo não me deixava tão furioso como o de ontem. Fui lendo o que se escreveu por aí, as reacções "a quente" da bluegosfera e das redes sociais, e senti-me um bocado perdido numa qualquer dimensão a largas milhas daquela em que, conscientemente, penso que todos nos encontramos. Acho que anda tudo a delirar. Anda por aí muita gente enganada e, pior, não sabe que anda.

1- O mês de Janeiro foi dos meses mais negros na história azul-e-branca, desde que me recordo de ver futebol. Terá havido situações piores, acredito, mas talvez a fase final de Lopetegui tenha apenas comparação com o (felizmente) curto reinado de Octávio Machado. Todos nos divorciámos uns dos outros - jogadores entre si e do treinador, o treinador da direcção, a direcção do treinador, e os adeptos de quase tudo o que respira. A equipa caiu como um castelo de cartas, e a já frágil posição de Lopetegui abanou como se um terramoto o tivesse atingido. Pediu-se a cabeça do treinador, até não mais ser sustentável que continuasse. Uma série negra de resultados, equívocos, má gestão, azelhice, teimosia e, acima de tudo, de exibições miseráveis, fez com que a saída do basco fosse apenas uma questão de tempo, não porque fosse produzir qualquer milagre, mas porque deixou de haver um mínimo de condições para que continuasse. Uma solução mais forçada do que planeada. Um desgaste absoluto entre um indivíduo, jogadores e adeptos. Um fatalismo que se adivinhava.

2- Quem anda nisto há algum tempo, e tem a capacidade de ver tudo sem extremismos, fantasias pueris, soube que nesse momento se estava a dar uma machadada na presente época. As trocas de treinador raramente produzem resultados imediatos, e especialmente neste caso, tentar mudar o "chip" de jogadores que foram sendo formatados ao longo de um ano e meio para jogar sempre da mesma forma, num futebol previsível e mastigado, de pouco risco, era tarefa quase impossível. Nenhum treinador consegue fazer uma transição profunda com a época a meio. Nenhum! Especialmente num campeonato em que cada vez mais uma derrota pode significar um atraso irrecuperável, visto que os 3 principais candidatos raramente perdem pontos. Era, como tal, necessário escolher alguém que conseguisse minimamente juntar os cacos, limpar alguns corpos estranhos do balneário e, acima de tudo, reorganizar a equipa. Também era fixe que fosse conseguindo fazê-lo, ganhando. E se possível com jogos a cada 3 dias, portanto, com pouco espaço para treinar. Há ainda quem acredite que ser treinador é como no Football Manager: carrega-se nuns botões, faz-se a táctica, escolhe-se jogadores e coloca-se o Aliados do Lordelo a lutar pelo título de Campeão Europeu com o Barcelona. Se calhar, mas só se calhar, o treino é uma parte fundamental do sucesso duma equipa. Dos meiinhos às peladinhas, passando pelos exercícios complexos com cones de todas as cores, é aí que se corrige e trabalha os posicionamentos, movimentações, bolas paradas, etç. Lamento desapontar-vos, mas o sucesso dá trabalho. Do departamento de scouting aos fisioterapeutas. Do treinador aos preparadores. Do Chidozie ao Casillas. E não é em cima do joelho, sob intensa pressão, que se transforma merda em ouro. Não é mesmo. É preciso trabalho de base, treino, paciência, luta, tempo. Tempo. Tê-lo-emos? Trabalho de base... Pois...

3- A maior falácia vendida esta época pela CS, foi a de que o nosso plantel é o "mais-melhor-fabuloso-invencivel do últimos 10 anos". Não, dos últimos 30 anos! E, como sempre acontece, lá houve portistas a emprenhar pelos ouvidos, gente que ainda não percebeu que é sempre necessário desconfiar mil vezes dos elogios da imprensa. Queria fazer uma comparação posição a posição, mas não tenho tempo nem energia para tal. Peco-vos que recordem as temporadas do mais recente tricampeonato e me digam um, um só (!!) jogador titular que não tivesse lugar de caras nesta equipa. O sucesso dá trabalho, dizia em cima. Mas também é preciso talento. Se possível, bastante talento. Surpreende-me, como tal, que haja quem diga que "não temos Danilo, Alex Sandro, Jackson, Oliver mas foram bem substituídos!". Comoooo?? Onde? Onde, caralho?? Maxi mais lutador do que Danilo? Talvez. André André mais portista do que Oliver, sem dúvida! Layun mais líder e menos soneca do que Alex? De acordo. Aboubakar mais... Nada do que Jackson? Também. Melhores? Muito melhor servidos? Mas estamos a brincar gente? Temos um plantel desequilibrado, com demasiados jogadores banais, demasiados jogadores apenas e só esforçados, lutadores, mas pouco mais. E os poucos verdadeiramente talentosos, não chegam para as encomendas. Pego em Danilo para exemplificar: tem sido um motor da equipa, mas já ouvi por aí que até faz esquecer o Fernando... Fará? Já viram a quantidade de golos que temos sofrido porque o rapaz recupera a passo? A quantidade de vezes que a nossa defesa fica exposta porque o corredor central não tem um único jogador a fazer transição defensiva? E não é de agora, é desde o início da época. Pode melhorar, decerto vai melhorar, mas ainda é um miúdo com potencial é muito para aprender. André André, um puto esforçado, de sangue na guelra, portista até aos dentes mas... Quantas vezes recebe e roda directamente para a baliza, como um bom médio deve fazer? Quantas bolas complicadas consegue colar no pé? A Malta gosta de comparações, mas esquecem-se muito duma coisa: para cada João Pinto, tínhamos um Madjer e um Futre; para cada Nuno Valente ou Ricardo Costa, tínhamos um Deco ou Alenichev; para um Jorge Costa, tínhamos um Ricardo Carvalho. Não nos deixemos enganar. Temos um plantel voluntarioso, solidário, mas muito, muito mediano. Melhor plantel porque gastamos muito dinheiro? Porque fomos "gastar 20M" em Imbula? Tenham juízo ...

4- A decisão de despedir Lopetegui não foi planeada. Erro colossal da SAD, que nos podia ter custado já o campeonato em Guimarães, ou a Taça no bessa. Brincou-se com o fogo, andou-se ali a enrolar porque, espantem-se, conseguir trazer para uma cadeira a arder um treinador em condições é muito difícil. Estou certo de que houve verdade em algumas das sondagens que foram sendo feitas, mas acredito que o timing tenha sido um obstáculo demasiado pesado para se avançar. Falou-se muito de Marco Silva, Leonardo Jardim, e até do regresso do traidorzeco AVB. A surpresa foi geral (incluo-me neste "pacote") com a opção por Peseiro. Não vou estar aqui a analisar o treinador a fundo, mas não me parece que seja uma opção excelente, nem uma opção tresloucada. Terá defeitos e qualidades mas, acredito, seria a opção mais viável para abraçar o colossal desafio de nos tentar fazer chegar a bom porto ainda esta época. E só pela coragem de entrar assim numa casa a arder por todos os lados, merece o meu respeito. Mais importante do que tudo, ao entrar em Janeiro, no ponto escandalosamente baixo que atingimos nessa altura, seria impossível assacar quaisquer responsabilidades a José Peseiro pelo que restasse da época, coisa que durou até ontem - segundo percebi.

5- Quando todos caímos na realidade, e percebemos que qualquer colosso como o Dynamo Kyev conseguia vir dar um banho de bola ao Dragão com a maior das facilidades, ficou claro que a época europeia não. Semanas mais tarde, consumada a eliminação dessa competição, fomos colocados perante uma das mais difíceis (senão a mais dificil) equipas da Liga Europa. O poderoso Dortmund, renascido pelas mãos de Tuchel, 2º classificado dum campeonato eternamente liderado pelo super-Bayern, com o melhor ataque da competição. Uma equipa renascida das cinzas, com qualidade a rodos em praticamente todos os sectores. Campeões mundiais, campeões alemães, jovens a transpirar potencial e, acima de tudo, uma base humana e táctica que se mantém há seguramente 5/6 anos. Alguma semelhança com o FC Porto? Só por piada se pode pensar que sim. Poupem-me! Alguém pensou ser possível, no decorrer da hecatombe de Janeiro, virmos a melhorar tanto no espaço de mês e meio, para que fôssemos capazes de eliminar o Dortmund. A duas mãos? Jogando o primeiro jogo fora? Ainda por cima carregados de ausências e limitações? Eu gosto muito de acreditar em vitórias épicas, e acho que a vitória na Luz já teve contornos assim. Mas o Benfica não é o Dortmund. Campeonato não é eliminatória. Jogar sem um jogador, não é o mesmo que jogar sem vários. Ter toda a gente em forma, não é o mesmo que ter meia equipa de gatas. Não são desculpas; são factos. Estão ali, bem à vista de todos. Queriam o quê, meus caros? Que fôssemos de peito feito à Alemanha apanhar 4 na pá? Acham que íamos ter mais oportunidades de golo assim? Não consideram que teria sido bem diferente se tivéssemos jogado primeiro em casa? Queriam que esta equipa, com cacos colados com cuspo, conseguisse fazer dois jogos épicos contra uma equipa fortíssima?

6- Não me senti defraudado nem envergonhado pelo Porto desta eliminatória em Dortmund. Envergonhado, senti-me depois de Famalicão e de Santa Maria da Feira. Envergonhado senti-me na Luz o ano passado, ou em Alvalade este ano. Porque aí, para além de ver zero futebol, vi zero de atitude. Mas nestes dois jogos? Nada disso. Como muitos de vocês, odeio perder, odeio ter de me conformar com a superioridade do adversário. Mas por vezes precisamos de analisar bem os factos antes de recorrermos a conclusões idiotas, possivelmente as conclusões que mais tenho visto por esse mundo cibernético fora desde ontem. Acho muito bom sermos exigentes; gostava que essa exigência fosse bem medida. Não posso exigir mais a um treinador que chegou com um barco a afundar e que, neste momento, ainda o consegue manter à tona. Não consigo ficar chateado com uma equipa que, sabendo das suas limitações, e apesar da mediocridade de algumas unidades, chegou ao final do jogo completamente rebentada.

7- O argumento de "sentir-mo-nos defraudados por Peseiro disse uma coisa e depois fez outra", é absolutamente espectacular. Podia o homem ter dito "Vá, hoje vou colocar a jogar outros jogadores, porque tenho metade da equipa a soro desde Domingo, e no próximo Domingo dava-me jeito ganhar ao Belenenses. Partimos com uma desvantagem espectacular de 2-0 contra esta equipa fabulosa, mas como acho que não conseguimos dar a volta, vou poupar jogadores. Nem precisam de comparecer no Estádio; eu sei como vocês gostam de ir lá só mesmo se houver ópera e vitórias por 5-0, por isso nem se deem ao trabalho. Fiquem em casa quentinhos a ver o Big Picture, mas acendam uma velinha por nós, tá bem? Obrigado e Deus nos ajude!" ? Poder, podia. Mas se calhar ia ser um bocado complicado. Foi um discurso de clichês? Foi sim senhor, igual ao de 99% dos intervenientes no futebol. Se poupou André André e Herrera, Brahimi e Corona para que possam estar a 100 % para foder o Belenenses, óptimo! Ele não precisava de me dizer ao que ia: eu vejo todos os jogos do Porto, e percebi perfeitamente. Notas negativas a um treinador que está nesta posição? Críticas a quem menos culpa tem do momento que vivemos? Mas estamos a brincar? Um gajo que consegue fazer o que dois imbecis não conseguiram durante dois anos (ganhar na Luz e conseguir reviravoltas a perder por 0-2), com um plantel remendado e vindo directamente do esgoto, e é esta a paga. E os jogadores? Ontem, lutaram que se fartaram, correram até as pernas falharem. Se não fizeram mais, foi porque tiveram do outro lado uma equipa muito melhor. Uma equipa que, para chegar onde está, passou pelo Inferno, preparou as bases, e tem estado continuamente no Top da Europa. Muitos de nós parecem ter esquecido que foi com esse trabalho de base, com essa luta, com essa paciência e perseverança que conseguimos tudo o que conseguimos.