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Correu-nos mal por falta de mística, também, concordo. Mas que mística é essa? É a mística da raça? De deixar tudo em campo? Não creio. É uma mística da rivalidade que vai até ao osso. E entendo o nosso histórico Capitão, nesse sentido. Mas Tello, Brahimi, Casemiro, Óliver, Indi e Marcano chegaram agora. E Lopetegui também. São 6 titulares, dois dos quais a nossa extremidade atacante em mais de metade do jogo, que são completamente novas. Nunca tinham jogado cá, um minuto que fosse, antes deste ano. Em Portugal e não só no FC Porto, diga-se. Mas toda a gente que é séria sabe que só uma equipa dominou o fatídico encontro. Compreendo, e concordo com o Bicho, quando diz que "para um Portista, é impensável perder com o benfas". Essa é a mística que, de facto, falta. Mas falta porque nenhum jogador dos que está a jogar a titular, neste momento, com excepção de Quaresma, tem como objectivo último o FC Porto. Se calhar, nem o treinador. E isso é culpa dos jogadores?
Se a Estrutura construiu, nos últimos 15 anos, uma equipa iminentemente vendedora, cujo objectivo último é a compra e venda de activos, numa perspectiva de mercado internacional, é de estranhar assim tanto que "vencer o benfas" não seja uma coisa tão visceral? Dou um exemplo: Diego Reyes afirmou recentemente que nunca jogaria noutro clube no México que não o América. Óliver é colchonero. Tello é culé. Aí, tenho a certeza que jogariam com a mística dos seus clubes, embora nunca tenha tido razões de queixa do Óliver. Mas não se prende com isso. Prende-se com a aversão a tudo o que é vermelho. Com a ânsia de mostrar aos mouros como é. E isso, hoje, ninguém à excepção de Quaresma e Rúben Neves têm, por cá.
Digo "por cá" porque se vê a atitude na Champions League, a vontade da nossa equipa transfigura-se. Dão o extra que deveriam ter aqui. Mas não são uma equipa, jogam num clube. Já Rúben Neves quando diz que "não tenho pressa, estou bem no meu clube", esse pronome diz tudo. O meu clube. Esse é o reverso da política expansionista da Estrutura do FC Porto. A dimensão internacional, da forma que está a ser construída, retira a Alma Guerreira caseira do FC Porto. Por isso, estou feliz que se vá apostar em potenciar jogadores da casa.
Está na hora de devolver o Portismo ao FC Porto. E acho que isso será feito.
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Uma questão comportamental, que dificilmente muda aos 30. Bicho, João Pinto, sempre foram jogadores assim, a dar tudo pela equipa. Quaresma não é isso, e dificilmente será. Só porque vai sempre haver aquele espírito de rebeldia e de "querer brilhar à força toda" dentro da sua cabeça. Porque a garra não é só detestar perder contra o Benfica. Garra é meter a cara à frente de pítons do adversário para impedir golos e não andar a tentar acertar nas canelas dos outros porque estamos chateados. Para isso, já tivemos o Bruno Alves.
ResponderEliminarAbracinho!
Esperemos que ele tenha percebido isso. Não estou a ver quem mais possa ser um Capitão para a nossa equipa, que bem falta faz.
EliminarAbraço
Concordo em absoluto com as duas últimas frases.
EliminarPor favor, não vamos confundir mística com birra ou mau perder!
Abraço
E as épocas muito mazinhas de equipas cheias da mística? Agora virou moda.
ResponderEliminarE novidades, ó Bicho?
Abraço
Pode crer! Não há paciência.
EliminarAbraço