segunda-feira, 28 de março de 2016

Andebol - 1/2 Final Playoff - 1ª Mão - FC Porto 31 vs 32 Benfica (após 1 prolongamento)

Começámos da pior das formas esta 1/2 Final do Playoff do Campeonato Nacional de Andebol, com uma amarga mas justa derrota frente ao Benfica, em pleno Dragão Caixa. Uma derrota vem sempre numa péssima altura, mas ganha um peso especial por ser a primeira da temporada (para o Campeonato), por ser em casa, e por ser... contra o Benfica - pode não ser o rival mais complicado (ABC e Sporting são, a meu ver, equipas mais complicadas), mas é sempre o nosso maior rival, seja em que modalidade for.

Como costumo acompanhar os diversos jogos de andebol, confesso que não fiquei surpreendido com os problemas que sentimos, ainda que pensasse que seríamos capazes de vencer o jogo. Para quem viu os jogos da Fase Regular, ficou com a clara ideia de que há um degrau de qualidade entre FC Porto e Benfica, facto confirmado com a segurança das duas vitórias obtidas. Só que este FC Porto está um bocado afastado daquela máquina trituradora da Fase Regular, e o Benfica melhorou um bocado, especialmente agora que tem todos os jogadores a 100%.

No geral, foi um jogo de andebol interessante, pautado por muito equilíbrio, um bocado à imagem do que tem sido estas 1/2 Finais, nos jogos entre ABC e Sporting. Houve nervos, houve emoção, bons momentos de andebol, e no final aceita-se que a vitória tenha caído para o lado lisboeta - como se aceitaria uma vitória nossa. O andebol tem destas coisas... Jogos equilibrados, tanto podem terminar com margens curtíssimas, como com margens um pouco superiores. Tudo se baseia em pormenores, e no timing em que ocorrem. Um pouco à semelhança do último FC Porto - Benfica em basket, que quase me provocou um enfarte.

Vamos aos altos e baixos deste jogo:

POSITIVO:
- Atitude Competitiva: de novo, reforço esta questão. A equipa perdeu, o que foi péssimo, mas a forma como combateu bravamente para disputar o jogo deve ser realçado. Sendo certo que não há vitórias morais, é sempre bom perceber que não é por falta de combatividade que os nossos rapazes não chegam lá.

- Acredito que possam não concordar, mas tenho de destacar uma boa exibição de Laurentino. Defendeu o que pôde, e foi dos principais responsáveis por termos chegado ao intervalo apenas a dois golos do Benfica. Precisa de ser mais ajudado pela defesa organizada...



- Gilberto Duarte, continua a carregar a equipa ás costas, e ressentimo-nos muito com o seu estouro físico (falarei disso mais abaixo). Pena que o seu último remate não nos tenha possibilitado, pelo menos, chegar aos últimos 15 segundos do prolongamento em vantagem no marcador. Destaco também a qualidade de Miguel Martins, Rui Silva e de António Areia, três dos principais responsáveis pelo ponto negativo que dedico a Ricardo Costa mais abaixo.








NEGATIVO:



- Ficou bem patente que a nossa incapacidade defensiva é já bem conhecida dos nossos adversários, que exploram até à exaustão a falta de velocidade de Daymaro ou de Alexis (quando defendem), e as fragilidades de Cuni, Gustavo, Rui Silva ou Nuno Gonçalves, quando se posicionam como segundos defensores. Se o central contrário for rápido, forte no 1x1, temos meio caminho andado para que se abram buracos logo no centro da defesa. Geralmente, o objectivo dos adversários passa por abrir bem o jogo, deixando Alexis ou Daymaro com muito espaço para defender um jogador mais rápido do que eles. Obviamente que se o central atacar o homem, será muito semelhante a chocar contra uma parede com 5 metros de espessura. Mas se o atacante explorar o espaço, obrigando um dos nossos a sair do local (quase sempre fora de tempo), isso vai obrigar o outro defensor central ou um dos segundos a ajudar, abrindo brechas para finalizações dos 9 metros sem grande oposição. Se do outro lado tivermos Borragan, Wellinton ou Elledy Semedo, é certo que vamos sofrer muitos golos.

- O apagão na posição de lateral direito tem sido nefasto para o nosso jogo. Sem lateral direito à altura, ficamos muito dependentes de Gilberto, e de Rui Silva ou Miguel Martins. Sei que Gustavo Rodrigues tem jogado em claras limitações físicas, mas Cuni tem estado absolutamente desastroso. A quantidade de erros na leitura das jogadas, e de bolas que perde é a-ssus-ta-do-ra! E que tal apostar em Areia como lateral direito?

- Fisicamente, preocupa-me que tenhamos chegado ao prolongamento de rastos. Se havia coisa que nunca falhava com Obradovic era a questão física. Éramos capazes de chegar ao final da temporada, com jogadores a aguentar fazer 60, 70, ou 80 minutos sempre em alta rotação; era isso que nos distinguia dos rivais, e era sempre nos últimos 15 minutos que conseguíamos resolver jogos equilibrados. Preocupa-me ver Gilberto a chegar rebentado aos 40 minutos de jogo...

- Ricardo Costa leva um carregado cartão vermelho neste jogo. Continuo sem compreender o porquê de Rui Silva, Miguel Martins e António Areia serem retirados e recolocados em campo com tamanha frequência, quando constituem, a par de Gilberto, Quintana e Alexis, o conjunto mais talentoso do nosso plantel. Comparem o rendimento da equipa quando temos pelo menos 4 ou 5 destes 6 jogadores em campo (agora, não podemos contar com Quintana), com as alturas em que temos Nunos Gonçalves, Moreiras e Nunos Roques, e decerto encontrarão diferenças. Chegou a altura realmente a doer, e nesta altura devem jogar os melhores. Não consigo compreender que Miguel Martins tenha tão pouco tempo de jogo, por exemplo. Ou que Areia tenha que jogar apenas uma parte, para Moreira jogar a 2ª. Pretende-se provar o quê? Que temos mais jogadores? Isso já sabemos... Agora, precisamos dos melhores.


A única boa notícia que daqui poderemos retirar, é que ainda temos (pelo menos) mais 3 jogos para conseguir reverter a elimnatória a nosso favor, e que se for necessário ir ao 5º jogo, este será em nossa casa. Mas temos de ir a Lisboa ganhar um dos jogos... e convinha mesmo ser já o próximo. Porque se não for, ficamos numa posição extremamente delicada.

Já agora, no próximo dia 2 de Abril, depois do jogo para a 2ª mão da 1/2 final na Luz, teremos novo encontro contra o Benfica, desta feita em Leiria, para a Final Four da Taça de Portugal. O outro jogo oporá o Sporting CP ao Madeira SAD.

Um abraço,

Z

4 comentários:


  1. @ Z

    tudo muito bem, tudo muito bonito; mas há um factor que ajudou a equilibrar a contenda: os manos Martins, de Leiria. e, contra esta dupla encarnada, não houve táctica que resistisse. então aquele livre de sete metros final, quando o jogador do Carnide deu (pelo menos) quatro apoios... desculpa, mas esta derrota também custou a digerir exactamente pelo factor martins.

    abr@ço forte
    Miguel | Tomo III

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  2. Sr. Jorge Vassalo, ao saber das comissões dadas a familiares nem dá gosta de puxar e sofrer por este clube.

    Luís (O do José Peseiro)

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  3. As vendas astronómicas no reino do DRAGÃO aumentaram o passivo e trouxeram resultados desportivos miseráveis.
    NÓS OS PORTISTAS vamos continuar a defender, apoiar e sofrer por este fcporto de comissionistas familiares? NEM PENSAR.
    Venha, antes que seja tarde, Vítor Baía para presidente, DO MEU, DO TEU, DO NOSSO FCPORTO.

    Luís (O do José Peseiro)

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