quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Análise FC Porto 1-1 FC Copenhaga - Inócuo (1ª Jornada Champio


"Não fomos a equipa que queremos ser e não fomos durante todo o jogo. Não primeira parte não fomos eficazes, demos demasiados momentos ao Copenhaga. A equipa tinha um plano de jogo e esse plano deveria ser cumprido com rigor perante os problemas. Esse rigor seria a forma de resolver os problemas.

Marcámos primeiro, tivemos mais oportunidades, mas não deveríamos ter permitido o golo do Copenhaga. Após o golo do Copenhaga quisemos reagir, quando antes deveríamos ter continuado à procura do segundo, do terceiro golo. Essa é a equipa que queremos ser, uma equipa eficaz.

Chegámos cedo ao golo, tivemos mais oportunidades e tivemos muita posse de bola. Mas queremos ter posse de bola com golos."

Se Nuno Espírito Santo diz isto, pouco mais há a dizer, a não ser alguns complementos. Contra pinheiros altos, bolas pelo ar e passes em profundidade são facilmente anuláveis. Temos qualidade nos jogadores e criatividade para poder fazer trocas rápidas e abrir espaços.

Jogamos lentos, parados e amorfos. Tal como esperava, no subconsciente dos jogadores estava a "superioridade" Portista. Nada mais errado. Os resultados são feitos no jogo. E não há vencedores antecipados.

Herrera e Casillas fizeram duas exibições pavorosas. O primeiro não deve ter percebido a velocidade a que tem de jogar neste lado do Atlântico. Também, a opção de pôr Herrera mais à frente do que Óliver... mas, mesmo assim, de frente para a baliza não remata, chega atrasado a passes e a tabelas... acho que está na hora de "descansar" um pouco no banco. Casillas, por seu lado, não pode tremer como varas verdes cada vez que lhe chegam à beira pelo ar. Afinal, não é ele o experiente multicampeão? Treinar segurar a bola e sair aos cruzamentos, se faz favor!

Para terminar, fica então a lição de humildade deste jogo, onde só Danilo esteve bem na sua função. E uma noção fundamental: golos não surgem de geração espontânea. Sem remates não se marcam golos. Sem jogadas não se fazem remates. 

Para a frente é que é caminho. Mas há muito trabalho pela frente, sem duvida. E com os pezinhos no chão, se faz favor! 

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Antevisão FC Porto - FC Copenhaga (1ª Jornada Fase de Grupos Champions)


Não gosto nada - mesmo nada - deste estilo de jogos. Não gosto de jogos onde somos "favoritos". São os jogos que têm tudo para correr mal e muito pouco para correr bem. Se ganhamos, é natural, se perdemos pontos é uma desgraça.

Não gosto do sub-consciente nestas partidas, não gosto da humildade falsa do treinador do Copenhaga - coitadinhos de nós, vamos jogar à defesa e no contra-ataque - não gosto dos músculos relaxados e do olhar menos focado.

No entanto, este ano tenho mais fé do que no ano do Maccabi de Telaviv. Nuno Espírito Santo foi peremptório - são os campeões dos países. Nós, não.

É, por isso, fundamental fazer um jogo sério, competente e eficaz. É o que se espera. É o que se deseja. É preciso tentar encarar o Copenhaga como um Chelsea ou um Barcelona. 

Sei que tal não é possível, mas acredito num FC Porto focado e organizado, não displicente e com vontade de procurar a vitória com toda a força, sabendo que esta não está garantida, de forma alguma!

O bom de ter de suar sempre pelas coisas - até as mais simples - é que nunca se conta como garantidas as coisas que têm de ser ganhas primeiro! Lá estaremos, todos juntos, a ser o 12º jogador, no nosso palco habitual - a Champions League.


NOTA: Para abafar as declarações de Talisca, criou-se por aí um falso "caso" com as declarações de Aboubakar sobre o FC Porto. A única coisa que ele disse é que NES não contava com ele. E isso é rigorosamente verdade. Tudo o resto é misdirection

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

A Indignação E A Revolta Perante Um Silêncio Evidente E Incómodo


Ontem aconteceu algo que é extraordinário. Todos os comentadores - Rodolfo incluído - foram curtos e grossos na defesa da realidade do roubo que acontecera no sábado.

Se vim feliz do Dragão pela união que vi entre adeptos e equipa, não escondo que mais fiquei quando vi Miguel Guedes a ser tão directo e frontal na denúncia desta escandaleira, em plena ira, dizendo que não nos vamos calar neste absurdo.

A voz de Miguel Guedes fez cair a máscara de Oliveira e Costa, quando este diz que poderíamos gritar, de nada nos servirá, gritaremos ainda alguns anos, o poder não nos pertence. Para bom entendedor, meia palavra basta. Nojento.

Surpreendentemente, também Rodolfo faz um paralelo indesmentível entre os lances Portistas e os que aconteceram em Alvaláxia, que fez cair, ainda mais, a máscara à ratazana. Ficou bem claro a cor verdinha dos olhos do rato.

João Alves do fifica aproveitou para perguntar a Inácio sobre a utilização do filho do presidente do Conselho de Arbitragem, uma vez que se demonstra que não haveria nenhuma razão para a sua inclusão na academia do sportem.

No entanto, se ficamos felizes com esta união até de paineleiros na resposta a  esta ladroagem que grassa neste campeonato, vai-se tornando cada vez mais evidente a pergunta que é o elefante no meio da sala:

Se todos veem a evidente roubalheira que está a ser este campeonato, PORQUE NÃO FALA A SAD PORTISTA?


Só se vislumbram três motivos. Ou alguém detém alguma informação comprometedora sobre o Presidente e/ou membros da Direcção, que exige o silêncio dos mesmos, estando estes agrilhoados em chantagem, ou é uma questão estratégica para não prejudicar a nossa suposta "imagem exterior" e a "marca", ou bem que é puro desinteresse e alheamento da realidade.

A primeira exigiria que o Presidente mudasse a sua função. Não teria que sair do FC Porto, longe disso, poderia ser ainda Chairman, Presidente Emérito ou outro cargo honorífico semelhante, mas é certo que o FC Porto não pode sofrer ou prejudicar-se por causa de problemas pessoais. Esta hipótese não parece plausível, porque não duvido do Amor ao Clube por parte do maior Presidente da História, e não tenho a menor dúvida que já teria caído sobre a sua espada se tal se exigisse.

O segundo e terceiro casos necessitam de uma mudança de política urgente e uma atitude condizente com os tempos. Negar-se a compreender esta realidade significaria que, muito cedo, os adeptos deixariam de estar com a Direcção e tal não seria positivo para ninguém.

Temos uma equipa forte, com jogadores aguerridos e um treinador que está a devolver o ADN Porto à equipa. Para lá disso, temos um forte apoio dos adeptos e uma defesa inequívoca por parte dos comentadores nos programas televisivos.

SÓ FALTA QUE A SAD OS DEFENDA EM TERMOS. É AGORA O TEMPO DE TAL. DEPOIS SERÁ TARDE!

Espaço Z - "Apanhado"

1. Analisando a fundo todas as opções, questões de estabilidade na equipa técnica e do próprio plantel, organização interna, penso que partimos para esta temporada um pouco atrás dos nossos rivais na luta pelo título. Quer isto dizer que não podemos sonhar/acreditar no trabalho dos nossos rapazes? De todo. Significa apenas que teremos uma muito menor margem de erro; não podemos almejar a conquistar uma prova de regularidade e perder com Aroucas e Tondelas em casa, ou continuar a não conseguir ganhar um jogo ao medíocre Marítimo nos Barreiros. Temos de ser mais, correr mais, jogar mais, lutar mais. E isto tudo, sabendo que temos menos opções de qualidade do que Sporting e Benfica. E não há problema nenhum em reconhecê-lo: o primeiro passo para a glória costuma estar em conhecermos a fundo as nossas debilidades e defendermo-nos delas. Penso que haverá mais alguma qualidade em termos globais face à época passada (e o facto de não haver Suks ou Maregas a agredir a bola ajuda nesse aspecto), mas há algumas debilidades em posições fulcrais que deixam algumas preocupações - especialmente no sector mais recuado. Uma lesão ou um castigo podem trazer-nos alguns amargos de boca. Mas bom, só tivemos 5 meses para preparar esta nova época, e quem consegue fazer um bom trabalho num período tão curto de tempo, hein? Quem consegue? 

2. Muito se falou na altura sobre a escolha do novo treinador do FC Porto. Teria de ser assim e assado, com uma personalidade cozida e assada, a jogar na táctica 2-5-3 ou 7-2-1, e que falasse 3 línguas diferentes. Falou-se muito, analisou-se muito, e talvez se tivesse exagerado um pouco nas expectativas criadas. NES dificilmente seria a escolha de muitos de nós, mas talvez acabe por fazer sentido se olharmos para a nossa capacidade negocial actual (muito próximo do ridículo), para o "cemitério" em que nos tornámos nestas últimas épocas, na ausência dum plano desportivo a médio/longo prazo, talvez seja uma das opções que fazem sentido. Confesso não ser um admirador do estilo de jogo que NES promove - especialmente não sou nada admirador da sua actividade de redes sociais, regada de frases clichê, de alguém que tem de se capacitar da dimensão e responsabilidade de treinar um clube como o FC Porto - mas confio muito na seriedade do seu trabalho (e de toda a sua equipa técnica) e na capacidade de conseguir, mesmo que não deslumbrando, fazer do FC Porto uma equipa competente, personalizada, que mande na sua própria casa e que, acima de tudo, não encare nenhum adversário com receio nos olhos e nas pernas. Como sempre acontece, NES terá a minha total confiança para a época em curso, e espero que a massa associativa lhe consiga dar a tranquilidade necessária para que desenvolva o seu trabalho em paz. Talvez seja altura de pararmos de dar contribuições tão generosas para continuar a "enterrar" treinadores dentro das nossas portas.


3. Otávio, André Silva, João Teixeira, Óliver, Corona, Ruben Neves... Nestes nomes (quiçá noutros que não referi) reside o futuro a curto/médio prazo da nossa equipa de futebol. Sem estatísticas nas quais me possa basear, não tenho dúvidas de que a bola rola de outra forma quando temos estes jogadores em campo. E se a bola rola doutra forma, as probabilidades de ganhar jogos serão maiores. Nem só de correr muito, morder a língua e bater muito no peito se faz um jogador "à Porto"; nem só de talento se faz um jogador "à Porto"; terá de haver uma equipa equilibrada, de jogadores comprometidos com a vitória, e que tenham inteligência em campo. Um meio-campo com Danilo, Herrera e André André deixa-nos dependentes de fogachos individuais de algum dos 3 da frente. Espero que NES tenha conseguido perceber isso. Os melhores jogadores têm de jogar. Independentemente de apelido, nacionalidade ou idade. 

4. Por vários motivos, sinto-me mergulhado no final da década de 90, ou no final da primeira década deste milénio. E denoto laivos de Benfica e Sporting dentro do meu clube. Má gestão, negócios ruinosos, guerrilha interna. Discursos vazios, dirigentes escondidos, caos organizativo. Dá a sensação de que tudo é planeado em cima do joelho, quase nunca com os nossos melhores interesses no horizonte. Lembro-me dum tempo em que, com quase toda a estrutura directiva que hoje nos lidera, seguíamos com um avanço de 3 temporadas jogadores com potencial. Que os jogadores se "matavam" para vir cá parar (mesmo que não oferecêssemos ordenados superiores aos dos rivais). Neste momento temos o líder máximo do clube a aparecer a terreiro apenas depois de vitórias, com um discurso oco, com promessas que não se cumprem, cada vez mais afastado dos sócios e adeptos, esquecendo decerto que somos nós o combustível desta grandiosa instituição. E que se não temos memória curta, e nunca esqueceremos quem nos deu tudo o que podíamos querer, faremos cair com igual estrondo quem nos tratar como mentecaptos, meros clientes duma empresa privada. E convém que não haja medo de dizer e pensar tudo isto, mesmo sabendo do alcance das garras da Guarda Pretoriana que protege a cúpula do clube e da SAD. Passo bem sem a minha roseta de 25 anos de associado (que já cá devia cantar há cerca de 4 anos), mas que ninguém pense sequer em tentar fazer sombra ao meu clube. Ninguém! Estou convicto de que, de agora em diante, será no sentido da tribuna e não no sentido do relvado que seguirá a contestação se (Deus nos livre!) algo correr mal.

5. Não tenham dúvidas: a nomeação do árbitro e a respectiva actuação no jogo em Alvalade foram a prova mais do que óbvia de onde se situa o "centro de decisão" neste momento. Retirando o jogo de Campo Maior, um outro em Alvalade em 02/03 e o de Barcelos na primeira época de VP, não me consigo recordar dum escândalo tão claro e nojento como o do jogo de Alvalade. Um resultado de 0-1, em que o FC Porto tem o controlo dos acontecimentos, praticamente sem ser incomodado, é transformado num 2-1, com dois golos feridos de ilegalidade (nem sei escolher qual deles o pior). Obviamente que uma equipa ainda em fase de crescimento, com tudo o que penou na época passada, a jogar fora de casa, ainda por cima contra um rival forte como o Sporting, teria uma tarefa muito complicada para tentar inverter o rumo dos acontecimentos. Expulsões perdoadas, mãos na bola, foras de jogo mal assinalados... E ainda há por aí quem consiga criticar a equipa? Quem critique a cor da camisola nesse jogo? Tenham juízo! Há jogos com erros arbitrais, e há jogos como o de Alvalade: "Calabotadas" do séc. XXI. E neste ponto, não hesito em afirmar: quem tenha visto um Porto amorfo e incapaz, depois das incidências vergonhosas do jogo de Alvalade (especialmente na 1ª parte), pode arrumar o cartão de sócio e ir apoiar o FC "Caralho Que o Foda". Foi assim, irritado, que me deixou o jogo de Alvalade. Deal with it!


6. Falhei em larga escala na fase final da época passada, no que diz respeito ao Andebol. Por falta de tempo, demorei bastante a conseguir ver os jogos todos das meias-finais contra o Benfica, e acabei por deixar arrastar o assunto, assim como a nossa equipa de andebol terminou a época: a arrastar-se. Li em diversos locais da bluegosfera que perdemos devido às arbitragens; eu estou em completo desacordo. Ricardo Costa não teve unhas para o potencial que tinha em mãos na época passada (estaremos cá para ver se as unhas entretanto cresceram), e brincou um bocado com a sorte depois da paragem de Janeiro. Uma equipa que despontou em anos anteriores pela agressividade na defesa, velocidade na transição, e condição física global, acabou a temporada de rastos, numa fase em que teve muito menos jogos do que o rival das meias finais. Mas para além da questão física, foi confrangedor ver o banho táctico que Mariano Ortega deu a Costa nas meias finais. Conseguiu colocar o jogo do Porto onde sempre quis (nos nossos piores jogadores em termos de tomada de decisão), em Gustavo e Cuni, forçando-os a cometer inúmeros erros; e foi aproveitando as ofertas, mais a supremacia física e anímica. Uma equipa limitadíssima conseguiu dar um festival táctico ao plantel mais forte da época transacta, e possivelmente o mais forte dos últimos 8/9 anos. Vou mais longe: até o jogo que o Benfica perdeu no Dragão Caixa, foi por clara decisão de Ortega, que decidiu rodar a equipa já a pensar na meia-final da Taça Challenge na Rússia, e com a possibilidade de resolver o playoff com o FC Porto já na Luz. Assim aconteceu. Ricardo Costa mostrou que não só não teve unhas para o Ferrari que lhe caiu no colo (literalmente no colo dum treinador com 1 ano de experiência na 1ª divisão), como é um treinador pouco inteligente. Querer uma ruptura total com os princípios de jogo que nos deram, pelo menos, 6 títulos, principalmente depois de um upgrade como a que a nossa equipa teve (com as entradas de Areia e de Rui Silva, principalmente) revela teimosia, falta de qualidade como treinador ou, mais assustador ainda, ambas. 

7. Para esta temporada, o FC Porto parte no grupo da frente, como sempre acontece, mas com uma baixa importantíssima: Gilberto Duarte. E sem Gilberto, qualquer equipa fica mais fraca. Convençamo-nos duma coisa: ver um talento como Gilberto a jogar com as nossas cores foi algo que poderá não se repetir tão cedo (só porque acho difícil que Miguel Martins se segure por cá muito mais tempo). Este tipo de jogador é insubstituível, e vai levar algum tempo a que a equipa se readapte a jogar sem Gilberto. Dos reforços, tirando Carrillo, tudo me parece muito medíocre para ser verdade. Contudo, hey, alguém tem de continuar a pagar as comissões ao Prof. Magalhães! E o que está a dar é ir buscar jogadores com ombros destruídos à Croácia, brasileiros de qualidade muito duvidosa, ou fazer acordos com a Federação de Cabo Verde (a nova Cuba do FC Porto), trazer para cá um saco de jogadores a troco de uns cobres, e enviá-los para a 2ª divisão para ganhar rodagem. É, eu sei muitas coisas. E hoje apeteceu-me debitar isto tudo. No andebol as coisas funcionam assim, por cunhas e jogos de bastidores. Se alguém tiver interesse em saber o rumo dos treinadores que "gravitam" em torno do FC Porto, FC Porto B e clubes "irmãos" (ISMAI, Colégio dos Carvalhos, FC Gaia... por aí fora), decerto terá surpresas desagradáveis. 

8. Tenho estado afastado desta (um bocadinho minha) "casa", mas sempre em cima do acontecimento. Continuo a não perder uma crónica do Jorge, do Miguel, do Silva, do Vila Pouca, do Bertochini, e do TdD. Continuo a gostar de ler opiniões diferentes, mas que transbordam portismo por todos os poros. Precisamos todos desse sentimento: é disso que é feito o clube. Dos associados. Dos adeptos. De quem respira FC Porto. Daqui a umas horas o Mundo terá um novo Portista. Meu filho, mas filho do Porto. Do FC Porto. Conto convosco, bloggers e leitores, para me ajudarem a trazê-lo para a família portista e fazê-lo perceber que também ele é "o" FC Porto. 


Um abraço,

Z.

domingo, 11 de setembro de 2016

Análise FC Porto 3-0 Vitória SC - Contra Tudo E Contra Todos, Encontrando O Caminho


Com um sistema de jogo novo - o 4x4x2 é tão melhor para baralhar marcações e criar soluções - foi natural que, no início, nos primeiros 20 minutos, o FC Porto ainda se estivesse a acomodar a orientar as peças. Mas a verdade é que, após o click das peças no seu lugar, criou-se um verdadeiro juggernault imparável com um resultado que só peca por escasso - e roubado. Do outro lado tivemos também uma equipa que, a contra-exemplo dos nossos rivais, se bateu pelo jogo e não nos fez a vida fácil, muito pelo contrário.

Jogar assim, sim. Este FC Porto não está nada fora da corrida, como nos querem fazer parecer. Aliás, é comovente ver as capas dos jornais de hoje. Quadradinhos muito pequeninos. Bom sinal. É sinal que estamos bem. Vamos a notas.


Óliver - Não escondo, toda a gente sabe, foi para mim um dia triste quando vimos partir o nosso Maestrinho sem saber se algum dia o voltaríamos a ver. Mas foi com uma alegria incontida e um sorriso aberto que soube do seu iminente regresso. E, se é verdade que em Alvaláxia parecia um bocadinho deslocado, ontem esteve soberbo - e ainda não está em forma! Óliver trata a bola com carinho, procura sempre encontrar linhas de passe, não tem nenhum pejo em partir para o remate e dá uma dinâmica e uma segurança extraordinárias ao jogo Portista. Se é verdade que é o eixo que faz rodar a roda, o Óliver faz rodar o FC Porto. Titular indiscutível. E a alegria dele a falar do FC Porto e do Dragão é absolutamente fantástica. Se este blog é o Porto Universal, a mim não me importa onde nasceu o Óli - é Dragão desde pequenino.

Raça contra la maquina - Não importa quanto gamanço aconteça, quanto pau levem - vermelhos em lances isolados? Tá queto! - nada pára os jogadores do FC Porto. Ficou-me na memória uma entrada assassina sobre Depoitre em que este, naturalmente, cambaleia, mas nunca perde a bola e vai direito à baliza em corrida. E André Silva a ser carregado, puxado, empurrado e a continuar como se lhe estivessem a fazer festinhas. Isto só para dar uns exemplos. O FC Porto já vai, (in)felizmente, estando habituado a este estilo de coisas - o que só ajuda. Procurar sempre o passe, a desmarcação, a recuperação da bola, o golo. O resto, se marcam as faltas, os penaltis ou os cartões, logo se vê. Lamentavelmente, vê-se muito pouco. Mas isso é batalha de outrem.

Layún - Miguel Layún está em todas. Bom a defender, melhor a atacar, Layún é absolutamente indispensável no jogo Portista. Tem uma entrega e uma alegria em jogo absolutamente irrepreensíveis. Com ele em campo o acréscimo de qualidade é indesmentível. Uma boa dor de cabeça para Nuno Espírito Santo. Para variar.

Pequenas Grandes Notas - Para lá disto tudo, há, evidentemente, muitas outras coisas a destacar: Danilo está a começar a ficar perto da sua forma, a fazer cortes providenciais e a ser um ponto de equilíbrio muito importante. Depoitre mostrou que é muito mais do que um simples "pinheiro", segura e dá muito bem a bola, ficou a centímetros do golo mas nunca deixou de o procurar - mas também sempre a pensar nos companheiros - e tem uma velocidade e segurança muito superior àquela que se esperaria. Casillas fez algumas defesas que só Casillas sabe fazer, perdeu-se com as saídas à bola - a rever, urgentemente - mas é o patrão defensivo. André Silva vai crescer, indubitavelmente, ao lado de Depoitre. Lutou e trabalhou muito mais. O exemplo do colega também ajudou a aguentar ainda mais a carga de lenha que leva. Em pouco tempo, será um ponta de lança de classe mundial. Marcano, Felipe e Alex Telles estão a dar uma resposta muito positiva a quem dizia que a defesa era o nosso pior sector - segurança à prova de bala, cortes providenciais, pressão e intensidade. Não se pode pedir mais. André André só precisa de ser mais Capitão. Se os jogadores do Guimarães rodeiam o árbitro ele tem de estar lá. Mas a formiga trabalhadora está sempre lá.

Adeptos - Já não me lembrava de uma casa tão composta num jogo destes e tão unida com a equipa como a que pude presenciar ontem. Isto é exactamente o que tenho vindo a pedir desde o início do blog e foi obra e graça do Espírito Santo, mas o Nuno, que consegue passar a mensagem de Raça e luta à equipa e, que, justiça seja feita, demonstra que, quando a equipa assim o faz, deixando tudo em campo, o Dragão  corresponde! Que esta seja a primeira de muitas vezes em que, apesar de jogarmos contra 14, joguemos sempre com 12 em campo. Obrigado!


Gamanço sem vergonha - Jorge Sousa fez uma arbitragem pavorosa, horrível e ridícula. Para lá de invalidar um golo perfeitamente legal mas que, pelos vistos, só pode ser validado na segunda circular - ainda ontem houve outro assim - e que é tão claro que está à vista de todos os que não são tendenciosos corporativistas, como se pode ver aqui em baixo, houve ainda critérios hiper diferenciados em relação à marcação de faltas, mostragem de cartões e até à gestão dos tempos, permitindo que uns se arrastem em reposições e cantos que demoram anos a ser marcados e outros, como Layún, a serem mandados "andar mais depressa". Felizmente, houve uma demonstração de força e veemente repúdio por parte do FC Porto! Espera aí! Não não houve! Como querem que algo mude se tudo fica na mesma? Depois será tarde!


sábado, 10 de setembro de 2016

Antevisão FC Porto - Vitória SC (4ª Jornada) - Vencer Para Retornar Ao Caminho


Cá estamos nós de novo àquilo que nos faz feliz, por entre fait divers : a bola a rolar. Essa é a parte importante. Essa é aquela que nos faz vibrar, que faz sonhar o nosso Coração Azul e Branco.

Após o roubo no wc, há que pegar na dor e sentimento de injustiça que o nosso treinador falou para mostrar ao mundo quem é o FC Porto! 

Assim sempre foi - e assim sempre seja! - que o FC Porto se "vinga" no jogo seguinte quando é roubado e injustiçado.

O FC Porto tem, naturalmente, um jogo muitíssimo difícil pela frente. A equipa do Guimarães está motivada por duas boas vitórias, uma delas de goleada. É um adversário que exige o mais profundo respeito, muito bem treinado por Pedro Martins e que tudo fará para mostrar a sua valia frente aos Dragões. Isto apesar de desfalcada do seu maior goleador, o melhor marcador do campeonato... Moussa Marega. Quem diria. Ou então, só não diriam aqueles que são muito rápidos a disparar contra os seus e apelidar de flops jogadores acabadinhos de chegar.

Ainda assim, e porque penso que o nosso plantel está, a esta altura, tem qualidade e profundidade mais que suficientes para atacar o Campeonato para o vencer, não espero nada mais do que uma exibição personalizada e convincente.

Para cima deles, carago!


NOTA: Layún disse numa entrevista esta semana que acredita "que a impaciência que existe pela ausência de títulos tem tido consequências. Por isso, considero importante que treinadores e jogadores estejam o mais tranquilos possível em cada partida para conseguirmos vitórias. Mas há mais. É importante que, quando jogas em casa, os adeptos se metam com a equipa adversária, pois isso dá-nos uma energia extra, um tanque de gasolina que, se estiver 0-0, aos 92 minutos, nos permita fazer um sprint de 90 metros para atacar o rival"

Talvez dita na primeira pessoa se perceba melhor a importância que detem assobiar a equipa certa. E essa não é a nossa. Sejamos o 12º jogador. Mas da nossa equipa!

Obrigado.

Já agora, a verdade é como o azeite.... mas não foi nenhum mau negócio. Não valia mais de 23M.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

O Discurso Forte Exige Acção Correspondente


Já aqui o disse, quando me pedem para dar a minha maior referência do FC Porto, respondo sempre: Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa. Mais que qualquer jogador ou treinador, é por causa de Pinto da Costa que tenho o meu coração tatuado a Azul e Branco.

Não conheci outro Presidente do Nosso Grande Clube. Sempre adorei o seu humor mordaz, a forma desinibida e directa como atacava - mesmo que as suas palavras fossem indirectas. Cada frase que dizia abanava por completo os noticiários e as análises desportivas, e muitas vezes mudava o status quo. Era emocionante saber que iria dar uma entrevista ou fazer uma declaração - haveria de vir aí uma bomba de fragmentação, com toda a certeza.

Assim, é provável que seja por causa de uma certa nostalgia que ainda me empolgo ao saber que o Presidente vai falar. Aguardo sempre por uma crítica mordaz, um antes e um depois dessa declaração. Mas a verdade é que tal se esvaziou. E fica um certo amargo de boca após as declarações ou discursos.

Não, não é pela idade, nem pela falta de clareza de discurso - essa mantém-se intacta, mesmo com a areia da ampulheta a descer. É porque ao discurso deve seguir-se a acção correspondente.

Já nem falo da enésima referência ao chouriço - Presidente ele gosta é da sua atenção - mas sim das críticas, mais do que justificadas, à lixeira da manhã e à bolha. 

É certo que os editoriais são pavorosos e os artigos difamatórios e tendenciosos. Mas sou capaz de apostar que, na próxima antevisão ao jogo, lá estarão, hipocritamente sorridentes, os microfones da lixeira e bolha tv. E aí reside o problema. Um discurso forte com uma acção fraca não significa coisa alguma.

Se Rui Cerqueira se negar a dar a palavra à lixeira e à bolha, saberei que algo terá mudado - para muito melhor. Se tal não se verificar, cada vez será maior a nostalgia e menos o interesse no discurso do Presidente. E esse será um dia triste.

Esperemos que o inverso se passe. Ainda tenho esperança que sim.