sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Espaço Z - FC Porto vs ISMAI (27-22) & Madeira vs FC Porto (26-27)



Jogo - Viagem - Recuperação - Jogo - Viagem - Treino...

Tem sido este o ritmo da equipa de andebol do Porto praticamente desde o início da época, com jogos da Champions pelo meio. Praticamente um jogo a cada 3 dias, provocando um desgaste físico que nem as múltiplas soluções em todos os postos conseguem suprir. Se a isto somarmos o peso emocional da última derrota para a Champions - não só pelo que significou em termos de apuramento, como pela fase do jogo em que surgiu - temos uma boa parte da explicação para as exibições mais pálidas dos últimos dois jogos.

Ainda assim, foram dois jogos bastante distintos, contra adversários com características, ambições e virtudes bem diferentes.

No primeiro jogo, disputado em Viseu, foi muito por demérito do FC Porto que o jogo tanto se complicou. A equipa do ISMAI, crónico candidato na luta pela manutenção não possui argumentos sequer próximos de assustar uma equipa como a nossa. Houve muito cansaço, muito pouca cabeça, uma viagem longa pelo meio, alguma falta de motivação mas também alguma displicência. Defendeu-se razoavelmente bem,  mas atacou-se muito mal. Apesar da recuperação de 8 golos na 2ª parte, importa dizer que a 7 minutos do final, o jogo pendia para os maiatos. Salvou-nos Quintana, na parte final, e algum desacerto ofensivo dos maiatos, que nos permitiu resolver o jogo nos minutos finais. A não repetir mas, depois do encontro da Champions na 5ª feira, algo expectável.

Já na Madeira, defrontámos um adversário que, se não houver grandes surpresas, ocupará o 5º lugar na fase regular. Um conjunto superiormente orientado por Paulo FIdalgo, um dos bons treinadores nacionais, mas que peca por ter um plantel demasiado curto para as exigências desta competição. Num desporto cada vez mais físico e veloz, é fundamental ter mais do que uma opção válida por posto específico, coisa que o Madeira não tem. Se tal acontecesse, talvez os madeirenses pudessem lutar por um lugar diferente.

Um jogo interessante, este Madeira vs FC Porto. Uma boa batalha táctica, que colocou dificuldades diferentes do habitual aos nossos rapazes (à semelhança do que já acontecera no jogo do Dragão, que ao intervalo estava empatado a 14, se não me falha a memória). Defensivamente, os insulares estão muito bem preparados, conseguindo interpretar bem diferentes esquemas. Ofensivamente, tirando o pivot (talvez o elo mais fraco, um grupo de jogadores tarimbados, capazes de jogar bem no remate exterior (principalmente por Elias e Cláudio Pedroso), com pontas bastante eficazes e um central que me enche as medidas há já largos anos (Nuno Silva, irmão do noso Rui Silva), pela inteligência que coloca ao dispôr da sua equipa.

E o jogo pautou-se sempre por bastante equilíbrio, ainda que aqui e ali houvesse vantagens de 3 ou 4 golos. Ofensivamente, encontrámos uma defesa muito subida (ao contrário do habitual), procurando retirar a nossa força no remate exterior, obrigando a muito trabalho sem bola. Ora, quando o desgaste físico é evidente, é lógico que esse trabalho sem bola vai ser mais complicado. E sabendo que, no 1x1 é Cuni quem tem mais potencial para causar estragos, foi sem surpresa que o seu defesa directo estivesse constantemente mais subido, retirando-o ainda mais do jogo. Do nosso lado, lugar ao habitual 6x0, com especiais cuidados para as trajectórias de remate de Pedroso.

Tudo isto levou a que o jogo fosse evoluindo com diversas nuances tácticas muito curiosas, a constantes adaptações e readaptações posicionais e na disposição táctica que tornaram um jogo nem sempre bem jogado (tacticamente), num bom espectáculo de andebol, entre duas equipas que sabem jogar andebol. Desta feita, as nossas dificuldades foram, sobretudo, defensivas. Por algum demérito nosso (continuamos a defender mal na zona central, pela lentidão de Daymaro e Alexis), mas também pela boa leitura de jogo de Nuno Silva, e pela fenomenal forma de Cláudio Pedroso e Elias.

Caminhando para os últimos 7 minutos, foi Quintana quem nos fez regressar ao jogo, com um punhado de defesas em momentos muito importantes, e com dois golos de baliza a baliza (aproveitando o facto de o Madeira estar a jogar com guarda-redes avançado). Mas o momento do jogo foi a dupla defesa de Quintana, a um livre de 7 metros e respectiva recarga de Nelson Pina, quando havia 26-26 no marcador. De seguida Gilberto voltou a marcar o golo decisivo, num remate dos 13 metros, e Quitana voltou a parar o possível empate, opondo-se a remate de Pedroso.

14 vitórias em 14 jogos! Parece fácil, não parece? Acreditem... Não é!

No próximo fim de semana, teremos a provável despedida da edição da Champions, em casa contra o Vojdodina. Pelo trajecto imaculado destes rapazes em casa, e pela brilhante fase de grupos da Champions que fizeram, não espero nada menos do que uma casa a rebentar pelas costuras, como forma de lhes prestar homenagem, e para que possam despedir-se da Champions com nova vitória.

Um abraço

Z

8 comentários:

  1. Esta modalidade merece, não só o pavilhão cheio, mas também o " milagre" da conjugação de resultados. Magníficos!!!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Improvável mas não impossível! Fingers crossed!!

      Eliminar
  2. Alguém sabe se ainda há bilhetes para o jogo de amanha para não sócio. Nunca fui ver um jogo ao vivo desta modalidade e gostaria de ir.

    Parabéns pelas excelentes crónicas, ajudam a perceber imenso da modalidade para quem não acompanhava regularmente.

    Abraço
    Miguel S

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado Miguel S.
      Quanto aos bilhetes, confesso não poder ajudar, porque não sei se irão colocar à venda bilhetes para não sócio.

      Um abraço

      Eliminar
  3. Caro Z

    Esta equipa merece uma despedida de pavilhão a rebentar pelas costuras.
    Mas... se até agora ainda não houve nenhum jogo da champions que tivesse enchido, será agora?

    Cumpts,
    João Silva

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. João,

      Acho complicado que tal aconteça, para ser sincero. Consigo perceber que nem sempre rebente pelas costuras, porque pode haver quem não goste de determinado desporto, mas que merecem, merecem!

      Um abraço

      Eliminar