segunda-feira, 6 de junho de 2016

FC Porto Nas Selecções: O Regresso Do Patinho Feio

 Durante esta silly season, e uma vez que a minha selecção é o FC Porto, vou fazendo compêndios dos jogos onde entram jogadores do FC Porto. Ontem o México de Herrera, Layún, Conona e Reyes - todos eles titulares - venceu o Uruguai de Maxi Pereira - também ele titular, tornando-se o jogador mais internacional de sempre do Uruguai com 113 internacionalizações - por 3-1, num jogo em que Herrera esteve em grande destaque.

Herrera jogou em zonas adiantadas do terreno, entre o 10 e o segundo avançado, como costuma fazer na selecção do México, com grandes resultados, e aos 3 minutos teve um cabeceamento que foi 3/4 do golo (só foi autogolo do nosso conhecido Palito porque lhe tocou na cabeça antes de entrar). Durante o jogo foi um autentico cavalo de corrida, espinha dorsal de um México que jogou em passada rápida como Herrera mais gosta e onde está mais confortável. Teve, ao longo do jogo, quatro bons remates, dois deles rendundando em golo, a abrir e a fechar a partida.

Layún ajudou na lateral defendendo bem, tentando fazer os seus cruzamentos de marca e tendo um remate que sai muito por cima. Reyes jogou a trinco/central e Corona esteve algo apagado, sendo substituido aos 61'. O resumo da partida pode ser visto aqui.

Herrera vai ser um caso de estudo para sempre no FC Porto. Apesar da sua entrega constante, de ser um dos capitães e de deixar sempre tudo em campo nos jogos, tem uma popularidade baixa entre os "exigentes", que frequentemente o assobiavam a cada passe errado. Falo no passado porque é, lamentavelmente, certo que nos vai deixar. O FC Porto está a deixa-lo jogar na Copa América Centenário, para poder subir um pouco a parada da sua venda, que será bem acima dos 20M. Assim, adivinha-se uma mais-valia financeira perto do dobro do seu custo. Há quem diga que isso é pouco.

Hector Miguel Herrera sempre honrou a camisola, sempre falou do FC Porto, dos seus adeptos e dos seus colegas com o máximo dos carinhos e  não duvido que será sempre um Dragão. Sou capaz de apostar que vai sair daqui para uma carreira de preponderância e sucesso. Como muitos dos que cá são menos bem vistos. 

É a minha convicção que esta pausa de selecções mostrará, uma vez mais, a real valência grande do plantel do FC Porto. E que a maioria joga muito mais do que conseguiu fazer aqui. Há muito potencial, mas é preciso que também os adeptos deixem de seguir o discurso nacional-verificanismo dos media, que foram capazes de dar destaque a um Raúl Jiménez que entrou a sete minutos do fim e ignorar Herrera. Há que mudar a atitude. Temos muito e bom talento. NES saberá potenciá-los. É fundamental meter o assobio no recto.

domingo, 5 de junho de 2016

Anteradas


A formação sub-19 é bicampeã. Ganhou o jogo de ontem por um 3-2 emocionante e soube ser forte e lutadora na altura dos apertos, apesar do sportem também ter vencido o seu desafio. Uma vez mais António Folha prova que tem um talento imensíssimo e é um grande motivador, uma vez que a equipa de sub-19 começou esta fase final de uma forma oscilatória e um pouco abaixo dos pergaminhos, mas depois de uma vitória suada sobre a Académica soube "encaixar-se" para vencer e levantar a Taça que tem direito.

É injusto estar a dar destaque a este ou aquele miúdo - são, afinal, miúdos - mas salta à vista que o FC Porto tem, a esta altura, uma formação de excelência e muita matéria prima para potenciar, perfeitamente identificada com o Ser Porto que se precisa e, em muitos casos - e ainda bem que são muitos! - qualidade a rodos para criar uma base sólida de um FC Porto à Porto e de umas vendas bastante interessantes.

Uma coisa acho curiosa: temos, dos Bs para baixo (B, sub-19,sub-17, etc) um scouting que se tem revelado bastante interessante e com uma taxa de sucesso muito boa. E esta gestão tem mão directa de Antero Henrique, o homem mais criticado de toda a SAD. De alto a baixo, é cada vez mais claro que a Casa do Dragão forma, mais do que futebolistas, indivíduos, cria uma relação umbilical com o Clube e uma camaradagem - irmandade pura - absolutamente de betão. Os resultados estão à vista: raça, querer, humildade, treino, intensidade, ligação.

E assim, um paradoxo se torna cada vez mais evidente: se no escalão formativo há toda esta união e evidente cultura à Porto, a que se se deve esta assimetria tão grande com a equipa principal? É algo a meditar. A mim parece-me que está muito para lá de um só homem, e que há muito mais a fazer e a pensar. Se a isso juntarmos as modalidades - parabéns a Rafael Reis, da W52 FC Porto, que venceu o Prémio JN (chamou-lhe um figo!) - temos um Clube que, à excepção dao que se passa na equipa principal, continua a ser a mesma força dominante que sempre foi. 


A causa da assimetria merece meditação. Há que mudar os procedimentos e arrancar as ervas daninhas que estão a impedir o crescimento da equipa principal de futebol. Há muitas mais causas para lá de um só indivíduo. Que, insisto, parece que até faz um bom trabalho em todos os lados, menos num, aparentemente.

Já agora, como neste FC Porto actual se crucifica quem acabou de chegar, acho que o autor disto vale 1,5M. Mas isso devo ser eu, que sou "crente", se calhar.

sábado, 4 de junho de 2016

Ó Tempo Volta Pra Trás (Mas Calminha Com O Andor)


A memória tem um mecanismo de protecção contra o trauma e depressão muito interessante chamado "nostalgia". Está provado cientificamente que os detalhes se esbatem na memória, tornando apenas os factores fortemente impressivos como um planalto na recordação de tempos idos. A generalização torna-se omnipresente, tornando o parcial total e afastando os momentos que não satisfaçam essa generalização. Até a memória eidética, conhecida como memória fotográfica, apela unicamente a detalhes e não compraz toda a experiência de uma vida, por esta não caber no espaço consciente.

Serve esta introdução para dizer que é absolutamente natural que se pense que "dantes é que era bom" e que "aí é que havia mística", quando não era bem assim. Todos fizeram jogos de porcaria, todos perderam pontos com equipas de menor dimensão, faz, aliás, parte da vida. Não se pode ganhar sempre e, quando isso acontece, algo não está bem. Posto isto, os jogadores de antigamente não eram heróis impolutos, abnegados seres que só viam azul e branco: eram profissionais, uns mais outros menos, talentosos, uns mais outros menos.

Não acompanho aqueles que pensam que a solução do nosso momento presente está num regresso ao passado, que suspiram por glórias Portistas que estejam em actividade. Sempre adorei Lucho González, mas tenho a plena consciência de que o que foi não volta a ser, mesmo que muito se queira, não seria o mesmo Lucho se voltasse, se calhar pouco jogaria. Compreendo aqueles que pensam que falta alguém que transmita a mentalidade de Ser Porto, mas para isso está lá o treinador e, sinceramente,  não percebo então para que serve Helton, que está cá há 10 anos. Mesmo então que descontemos Helton, Casillas é um multitituladíssimo jogador e Danilo tem todo o perfil de comando que precisamos - de caras. Se algo Moncho López nos pôde ensinar foi isso mesmo, que a superação da adversidade pode ser feita no grupo presente. E se se quiser ir buscar alguém como ponto de referência, deve ser alguém que põe o colectivo à frente do individual, que seja abnegado e jogue para a equipa.

E depois, nunca esquecer, estamos numa era onde as equipas todas têm conhecimento tecnicó-táctico grande e a exigência física é elevadíssima. Quantos das "Glórias da Mística" nem calçariam hoje em dia? Moncho López fez uma equipa com uma base que o acompanhou da Proliga e se identificava com o Clube e polvilhou-a com talento contratado. Também temos isso na nossa equipa actual! Temos Portistas desde pequeninos (André Silva, André André, Rúben Neves, Sérgio Oliveira, Chiicão Ramos) e mais quem suba da equipa B, temos um líder natural perfeitamente imerso no Ser Porto - Danilo Pereira - e caramba, temos um jogador que já foi Capitão da maior equipa do mundo e da selecção campeã do mundo que é Iker Casillas. É uma pessoa respeitadíssima por tudo e todos e, para mim, seria um paradoxo total que não tivesse a braçadeira no próximo ano, especialmente se Helton sair! E depois, temos jogadores raçudos como Layún ou Maxi, que dão o litro em campo e, especialmente no caso do primeiro, têm tudo para ser referências do FC Porto! Ponha-se um pouco mais de talento na frente e centrais sólidos, temos uma boa equipa! Construir o futuro no PRESENTE e não no PASSADO!

No entanto, o inverso também é verdadeiro. Os senhores da bolha estão cheios de vontade de pôr o predestinado numa catapulta, carago! Ah, já é indispensável? Já é a base da selecção?  Pá, braçadeira para o Sanches já! Se o ridículo matasse.... Mas, na verdade, não é nada ridículo ou vertigem, é só o vil metal! Sanches tem de jogar para que o verifique encaixe mais 5M - o único prémio mais ou menos possível - da sua venda! Como meretrizes de esquina, mas não merecendo um décimo do respeito que tenho pela difícil história de vida de muitas delas, vendem-se os senhores da bolha por muito pouco, fazendo descarada pressão sobre o seleccionador. Se o seleccionador aceita ou não essa pressão, dirá muito do seu carácter e personalidade. Mas é por estas e por outras que a minha selecção é o FC Porto!

Por último, parabéns à Dragões Diário pela boa resposta ao "senhor" Cadete. Parabéns! Esse é o caminho!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Gasolina

Ontem, durante o jogo com a Inglaterra, aos 35 minutos, Bruno Alves fez uma entrada assassina à cabeça de um jogador inglês. Sim, eu sei, eu acho inadmissível. Deu vermelho directo, absolutamente incontestado por quem quer que fosse. Logo veio um senhor que gosta de beber pingas de café perguntar se "Estaria Bruno a pensar que ainda jogava no FC Porto, no início do século, com os árbitros desse tempo? Ou julgava que já tinha voltado a jogar no FCP, com os árbitros de hoje?". Não, senhor cromo, mas poderia pensar que joga no verifique dos últimos dez anos, inspirado pelo seu coleguinha Eliseu, uma vez que a este, aqui, nem falta marcada foi (pormenor nesta imagem via Papa Pinto da Costa). 

E é assim que somos vistos, estou cansado de o dizer. Arruaceiros, sujos e corruptos. Isto, apesar de Bruno Alves ter sido bem expulso e Eliseu ter tido muita paixão e não lhe ter acontecido nada. É este sentimento que Nuno Espírito Santo tem que aproveitar como gasolina para a próxima temporada: a percepção pública do que é o FC Porto e o jogo sujo, feio, porco, que a imprensa - até na imprensa generalista e dita séria - fazem sobre nós. Mas este é só um exemplo, muitos se seguirão. A lavagem cerebral continua e cabe a nós acordar as pessoas, especialmente os nossos!

Outra gasolina para o nosso plantel deve ser a forma como os nossos jogadores são, sistematicamente, subvalorizados por quase todos os media. Danilo Pereira, a par de Ricardo Carvalho, foi, sem sombra de dúvida, o melhor jogador do jogo de ontem. Pois a bolha resolve escrever na capa que "decididamente, Renato Sanches merece mais tempo". É uma pressão inaceitável e uma promoção ridícula. O predestinado fez dois míseros passes de rotura. Já Danilo fez duas posições, tapou, cortou, jogou e fez jogar, organizou... e chamou a atenção da imprensa internacional, nomeadamente o The Times, em que Tony Cascarino escreve "José Mourinho esteve em Wembley e deve ter percebido como Danilo encaixaria tão bem em Old Trafford. O Manchester United precisa urgentemente de um jogador como ele. Ele varre as jogadas de forma fantástica e é fisicamente intimidante"

Claro que toda a nação Portista só quer que Mourinho cumpra a sua palavra e não leve nenhum português - Portista! - para Manchester. Mas este tipo de destaque internacional só pode ter agradado ao nosso Danilo e fez subir, certamente, a cotação internacional do nosso trinco/central/tudo e mais alguma coisa. Mas só o jornal "O Jogo" reparou nisso. Não sendo os clubes do regime, não interessa nada. Assim como se viu o esforço que Pedro "MaisTabaco" Sousa referisse o menos possível o nome de Danilo, ontem, nos relato do jogo. Mentalidades pequenas devem ser a nossa gasolina.

Como gasolina também deve ser a diferença de tratamento dos nossos jogadores internacionais. Quando Jonas marcou um golo que nada decidiu, parecia que tinha mudado o destino da selecção do Brasil, com notícias e destaques repetidos ad nauseam. Já quando Miguel Layún, agora nosso por quatro anos e Capitão do México, faz esta fabulosa assistência para Chicharrito fazer o golo da vitória do México contra o Chile, não acontece nada! Ok, quem tem de os valorizar somos nós!

Encorajo, pois, os nossos adeptos a perceberem o real valor do nosso plantel. Nestas pausas de selecções, tentarei dar a conhecer, o melhor possível, o progresso de cada um.

Por último, o Porto Universal dá os parabéns a Iker Casillas e à sua mulher, Sara Carbonero, pelo nascimento do seu filho Lucas!


quinta-feira, 2 de junho de 2016

Adequar-se à Realidade

Sim, é verdade, isto aconteceu. Sim, é verdade. Slimani vai cumprir um jogo de castigo pela cotovelada dada a Slimani... em Novembro. Vai cumpri-la, no início do ano. Se estiver cá. Talvez. Se calhar.

E é assim, meus amigos da SAD! O verifique apresentou uma queixa da agressão, o sportem contra-argumentou com oito (!), fez pressão pública, pôs Augusto Inácio a falar disso dia sim, dia sim...e o castigo saiu oito meses depois dos factos e mais de quinze dias depois do último jogo!

Essa é a diferença entre o nosso silêncio incompreensível, a nossa mensagem pífia e aqueles que chegam a ir ao cúmulo do exagero: resultados. Islam Slimani poderá vir a ser vendido e assim o castigo vai pró tecto. Não aconteceu isso a Hulk nem a Sapunaru, pois não?

Também acho muita piada às nomenclaturas e às "mudanças de sintaxe" que abundam pela segunda circular. Não são "comissões", são "outros custos do negócio", e não fazem grandes manchetes, ou posts de capa em qualquer site desportivo. Não, são pequenas notas de rodapé, caixas laterais e quejandos, passando despercebido o facto de que, se liquidassem o verifique neste momento, este estaria em falência técnica. São oito milhões - nas contas! - é certo, mas existem, e ninguém fique surpreendido se o verifique desate a vender. Não somos só nós a ter de vender para manter as contas equilibradas. 

Mas uma pergunta clara se impõe: era este o tão propalado "esforço de contenção" do verifique? Estas são o género de ideias que passam para a opinião pública e que criam estas falsas noções de que o FC Porto está cheio de "comissionistas" enquanto os outros clubes têm as finanças rigorosamente controladas. 

Não havendo quem aponte as hipocrisias dos outros e as suas mentiras repetidas, a nossa já desgastada imagem pública vai-se erodindo, tornando-nos casos isolados de algo que não é só geral mas também muito pior nos outros lados. Mas, mais grave do que isso, influenciando a opinião dos nossos adeptos, o que cria um clima de instabilidade e de divorcio entre estes e o Clube.

A parte do treinador já está. Tenho a certeza que o plantel está a ser tratado. Mas há que saber fazer, de novo, o resto - ser interventivo, estar em cima dos acontecimentos, ter resposta pronta e acutilante às questões. Em suma, ser o FC Porto no seu melhor estilo em todas as vertentes.

Ser agressivo na comunicação, pronto para atacar os problemas e competente nos jogos e na luta pelos títulos - essa é a chave do sucesso. Mas sem estas três vertentes, não será possível. E aí não seria culpa exclusiva de Nuno Espírito Santo.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Nuno Espírito Santo: Uma Boa Escolha


Quando me ofereceram álbuns como o "Automatic For The People", dos R.E.M, ou o "Post" da Björk, primeiro estranhei-os muito. Eram coisas bem diferentes daquilo que estava habituado a ouvir, tinham cadências e estruturas muito próprias, géneros pouco identificáveis. Com o passar do tempo - pouco - entranharam-se em mim tais faixas que passei a gostar delas todas.

Admito que, à excepção do meu caro amigo e colega de bancada Nuno Almeida, não conhecia mais ninguém que quisesse, ansiasse ou sequer encarasse como hipótese real o nome Nuno Espírito Santo. Mas uma coisa é certa: é um homem de fibra e raça, é uma homem com um discurso forte e agregador, foi líder da balneário e levou o Valência a um quarto posto na liga espanhola, o que não é mesmo nada fácil.

O futebol de Nuno Espírito Santo é intenso e atacante mas com solidez defensiva, é feito de muitas jogadas estudadas, de trocas rápidas e muito trabalho. Tem uma forte reacção à perda de bola e um grande sufoco desde o primeiro minuto. Todos recordaremos que não foi nunca nada fácil jogar contra o seu Rio Ave ou contra o seu Valência. Outra coisa que não vai ser nada difícil para NES é saber o que é Ser Porto. A expressão é, literalmente, dele! Creio que é Portista, tem uma forte identificação com a cultura Portista e viveu anos de muita Mística, como jogador e como treinador adjunto. E poderá, bem ajudado pela estrutura, ser um elemento agregador entre jogadores e adeptos. Mais, claro, que na realpolitik das coisas, a sua ligação de sempre a Jorge Mendes poderá facilitar a chegada de jogadores de qualidade ao Dragão. Nada disto é despiciente.


E sejamos francos. Qualquer que fosse o treinador estrangeiro que viesse a esta altura, teria vida difícil no Dragão... com assobios. Villas-Boas, que confesso que seria a minha alternativa preferida, é visto como muitos como um traidor e vendido, vida difícil no Dragão... com assobios. E Vítor Pereira não seria mais consensual.

Dos mais consensuais, Leonardo Jardim tem uma cláusula proibitiva e Marco Silva... bem, eu bem sei que a maioria gostava de o ver por cá.  Eu não sou uma delas. Acho que, no fundo, também não ganhou nada de especial (todos sabemos como ganhou a Taça de Portugal e o campeonato grego... bem...sem comentários) e lembro-me, distintamente, de o ver estático, imóvel, a ver Cristián Tello a espetar-lhe três batatas, sempre da mesma maneira, sem que isso esboçasse nele qualquer reacção. Não me entusiasmou particularmente. Tudo o resto seria um tiro no escuro.

Gosto da ideia de força discursiva, dureza no balneário (os problemas dele no Valência foram pelo castigo que deu a Negredo e, veio-se a ver, tinha toda a razão), raça, ambição e, espero, jogo sufocante. Cai-me bem, agora que passou o efeito surpresa. E mais do que tudo, este é o treinador do Futebol Clube do Porto! Conta com o meu apoio total.

Para cima deles, que há muito a fazer e pouco tempo para tal.

NOTA: Quando Rui Vitória foi nomeado treinador do verifique, houve especiais, foi notícia de abertura e por aí em diante. Na SIC, a apresentação de Nuno Espírito Santo foi algures pelo meio.. enfim, nada muda. Mas se a bolha tv pode fazer perguntas na conferência de imprensa.... NÃO BASTA MUDAR DE TREINADOR!

Estranhas Assimetrias De Profissionalismo E Gestão À Porto


Moncho López deu uma extraordinária entrevista, ontem, no Universo Porto (aqui), a Paulo Miguel Castro. Foi uma entrevista frontal e directa de alguém que está embevecido e orgulhoso de todo o trajecto que fez até este título. Foi uma travessia no deserto de anos que desaguou no melhor dos finais, à custa de muito suor e sacrifício. Foi, além de tudo o mais que espero que tenham oportunidade de ver, uma entrevista que me deixou a pensar muito.

Quando falaram das contratações e da génese do projecto Dragon Force, à parte daquilo que o Presidente disse a Moncho, ou seja, que não ia deixar cair o basket e que o queria no comando, o que me surpreendeu mais foi saber que quem esteve sempre lá para ele tinha sido...Antero Henrique!

Moncho disse que Antero se desdobrou em esforços para a contratação-relâmpago de Troy DeVries, que esteve sempre disponível para tornar possível a satisfação de todas as necessidades da equipa de basket, desde psicólogos, dois fisioterapeutas, condições técnicas específicas e apoio aos jogadores, até a um mini-estágio especial no espaço desde dois últimos jogos contra o verifique, isolando-os do exterior, da pressão externa e das distracções mediáticas, ou mesmo do cansaço e stress das viagens, etc. Aliás, Moncho foi mais longe: disse que sabia que "se tiver uma inquietação ou um pensamento sobre a equipa à uma ou duas da manhã" teria "sempre alguém do outro lado para [o] ajudar".

E então eu pergunto: 

- Se no basket há a gestão da Estrutura Porto no seu melhor expoente - aquele a que nos habituou nos anos 90 e 2000 - como se explica esta a diferença de qualidade, para bem pior!, da modalidade principal para o basket (e Moncho garante que no andebol se passa o mesmo)? 

- Se no basket há cuidado com a comunicação social e o resguardo dos atletas e corpo técnico de toda a influência externa que possa influenciar o resultado, como se explica este regabofe que se passa no futebol em que tudo é permitido, até que o putativo futuro técnico do FC Porto possa apresentar o livro de alguém que faz DE TUDO para prejudicar a imagem do FC Porto? Como se explica tamanho profissionalismo numa modalidade que teve de fazer reboot e tamanho AMADORISMO na gestão da equipa principal de futebol?

- Se Antero Henrique é um vampiro comissionista que só quer governar a vidinha, porque raio haveria de estar a ter toda esta qualidade na gestão do basket, na sua fase mais "irrelevante"? Que teria ele a ganhar com isso, então?

São coisas que me deixam, como diria José Pedro Gomes em "O que diz Molero", com "muita atonitícia". Algo não bate certo neste filme. Algo interfere, claramente, no regular funcionamento do FC Porto e parece-me que é bem mais complicado do que simplesmente a raiz de todo o Mal ser uma só pessoa. Até porque parece que essa mesma pessoa, afinal, sabe fazer as coisas como deve em prol do melhor interesse do FC Porto!

Afinal, em que ficamos? 

NOTA: Um exemplo deste evidente desnorte é a forma como o Dragões Diário se refere hoje - uma vez mais! - a Miguel Sousa Tavares. Acho que há linhas que não se podem ultrapassar, e o ataque à família de MST não é só estúpido, é indecente, ignóbil e indigno.  Proponho que o FC Porto seja mais profissional como.... olhem... como no basket!

Já agora, o senhor Figo, além de mal informado, anda com as prioridades trocadas: eu, se fosse a ele, estava mais preocupado com pequenos almoços pagos a peso de ouro e com a quantidade de detergente que há na sua fundação... mas hey, isso sou eu, que "nessas coisas não me meto".