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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O Guarda-Chuva Da "Mistica"

Começo a fincar cansado desta treta da "Mística", honestamente. Começa-me a fartar que haja tratamentos diferenciados para uns e outros, dependendo da origem geográfica ou da maior ou menos popularidade junto dos adeptos.

Se Iker Casillas tivesse feito a burrada que fez Helton na Taça de Portugal e nos tivesse custado um título, não haveria uma só voz que não lhe batesse, seria criticado e corrido ao pontapé. Exigir-lhe-iam a transferência imediata, encher-lhe-iam de comentários o instagram e o facebook.

Se Óliver estivesse aqui onze anos e ganhasse Liga Europa, Campeonatos e Taças várias, e chegasse ao fim e agradecesse - e fizesse questão de sublinhar esse qualificativo - aos adeptos todos do futebol e não só aos do FC Porto, seria insultado de filho da puta para baixo.

Mas Helton não! Como hoje - e estou certo que a contra-gosto - o FC Porto acaba por ser obrigado a comunicar, é falso que Helton não tivesse conhecimento de nada, é falso que tivesse ficado qualquer coisa por tratar, e a rescisão foi - tenho a certeza com montantes incluídos - acertada a 15 de Setembro último! 

Se fosse Rolando, por exemplo, a fazer uma cena como esta, mentindo descaradamente, que adjectivos lhe seriam averbados? Que tipo de julgamento de carácter seria dado? Isto agora é assim? A uns, tudo é permitido?

Quando é que, na hora de despedida, o Bicho iria agradecer a "todos os adeptos de futebol"? Quando é que o faria João Pinto ou António André?

E, já agora, e porque este é o Porto Universal, fica no ar uma pergunta: se Ivan Marcano se chamasse Ivo Macedo, fosse Portista desde o berço, se estivesse a comportar exemplarmente em campo desde o início da época , se, como no último jogo, fosse voz de comando e ajudado na defesa e no ataque, seria ou não considerado um jogador à Porto

Está na hora de pensarmos e repensarmos bem esta coisa de estar com uns que carregam o Brasão Abençoado e contra outros. Depois as surpresas acontecem e o amargo na boca fica...

NOTA: Não vou por a equipa provável nem antecipar o jogo de amanhã mais do que: a equipa é a mesma do Nacional e tem de ser para ganhar, por tudo e mais alguma coisa.

Para terminar, meu caro Rodolfo, querias ser o ponta de lança do FC Porto nos programas? Fácil! Puxa a box para trás e vê o Bernardino Barros ontem na TVI24. É assim - por exemplo - que se defende o FC Porto. Ok? Abraço!

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Por Um FC Porto à Porto!


O FC Porto faz hoje 123 anos. Sou Portista desde pequeno, desde os 6, 7 anos. Não tive a sorte de ter família Portista, para lá do meu primo Miguel e do meu primo Zito. Este último, fanático da bola, foi quem me acordou para as cores azuis e brancas.

Era uma paixão tão profunda que me entusiasmava. Evidentemente, na sua adolescência, Pinto da Costa era Deus. Já aqui o disse, o Pinto da Costa dos anos 80 era um dínamo impossível de travar, de uma bravura e raça fora do comum e, a todos os níveis, inspiradora.

Foram muitas admiráveis figuras as que jogaram e treinaram o FC Porto que estão perto do meu coração, entre as quais se destacaram António André, João Pinto, Jorge Costa, Fernando Couto, Madjer, Lima Pereira, Baía, Rui Barros, Pedro Emanuel, Deco, Capucho - que o meu tio Mário um dia me apresentou à porta da casa da minha avó -  e o grande Comandante Lucho González. Mas junto com eles estava a presença forte de um Artur Jorge, de um Sir Bobby Robson e de um José Mourinho, por quem, admito, ainda hoje torço. Bem sei que não é Portista, bem sei que me deixou estupefacto pela não-reacção à nossa grande vitória na Champions, mas que fazer, o coração é o coração.

Para lá disso, há André Villas-Boas, o treinador que me deixava entusiasmado por ser da minha idade e treinar o meu Grande Clube. Que fervor Portista, que gáudio que era ouvir o seu discurso e a forma arrasadora a que deixou o fifica a 21 pontos e o sportem a 36! Cada frase era um punhal, cada discurso uma ode, a paixão Azul e Branca era da ponta dos seus pés ao fio do cabelo ruivo. As alegrias que me deu, a motivação arrasadora que dava aos seus guerreiros, tudo me entusiasmava. Lembro-me de ter a certeza que iria rebentar com o adversário e que qualquer ponto perdido tinha de ser ganho suadamente pelos inimigos! Ok, saiu depois da "cadeira de sonho". Aos 33 anos, dizemos muita parvoíce e fazemos muitas asneiras. 

Já aí, contudo, não fosse a raça e a frontalidade de Villas-Boas e tudo poderia ter sido complicado. Pinto da Costa deixou de estar na primeira linha da defesa e o que aconteceu ao sucessor Vítor Pereira começara a deixar-me desgostoso. A soberba substituíra a defesa dos seus, e frases como " qualquer um pode treinar o FC Porto ", começaram a soar-me a ingratidão por um treinador que apenas perdera uma vez e por causa de um gamanço sem nome. VP já estava atirado às feras, já aparecia sozinho - bem como o seu antecessor - para enfrentar a maldosa comunicação social que queria acabar com a hegemonia de um FC Porto que era como uma barata que não conseguiam matar. Mas a lavagem cerebral conseguiu atirar Vitor Pereira para a porta da saída, zangado com os adeptos do seu Clube do coração, a quem ganhar não bastava

Seguindo a máxima da soberba, Pinto da Costa foi buscar a coqueluche desse ano a Paços de Ferreira, o mouro Palminhas, mas este já não tinha fibra. Lá veio o treinador da B, Luís Castro, tapar o fogo. A história deu o resultado que se conhece.

Com Lopetegui, Pinto da Costa fez o impensável: deu uma managerial power ao treinador, controle sobre o plantel e contratações, mas deixou-o a arder em lume brando desde a primeira hora, sobre o fogo do ardente gás da "hispanofobia", do preconceito e de uma oleosa e rancorosa máquina de imprensa que começou a delapidar a sua imagem desde a hora zero. O seu fim foi conhecido. As consequências de ter despedido um treinador que, com todos os seus defeitos, foi o treinador mais roubado da história recente do futebol português - isto apesar de quebrar recordes de invencibilidade no Dragão, de ter a baliza a zeros 20 jogos e ter estado nos quartos de final da Champions e ter feito umas vendas de 116M - estão à vista e deram no que deram.


Este ano, e estamos em Setembro, vimos uma gestão de plantel pavorosa e o FC Porto a tornar-se, cada vez mais, a sombra pálida do que foi. Pinto da Costa escolheu, aparentemente sozinho, Nuno Espírito Santo e os resultados estão à vista. O FC Porto vai-se descaracterizando e perdendo fôlego, e está a anos-luz do que já foi. 

Continuo com o friozinho na barriga de cada vez que faço a curva do Dragão a caminho da minha cadeira de sonho. Mas a certeza deu lugar à ansiedade. Em nome da História do Nosso Grande Clube, está na hora de deixar de realpolitiks de compras e vendas, chega de estar de tal maneira em Saturno que se desconheça em absoluto a realidade de todas as cadeiras abaixo dos camarotes e da Tribuna Presidencial, há que ter um regresso à realidade urgente.

O Nosso Grande Clube está doente. Está na hora de tomar medidas. E se não for o nosso Timoneiro, se este estiver cansado - 78 anos não são 78 dias! - pois erga-se a estátua que merece, dê-se o seu nome ao Estádio, mas passe-se o leme a quem o faça por demonstrar merecer. Ninguém o censurará. O lugar de Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa na História do futebol mundial e do do Nosso Grande Clube está garantido. O seu nome gravado nos nossos Corações Azuis e Brancos também.

Mas está mais do que na hora de restituir o Porto à Porto ao Futebol Clube do Porto! Por todos nós, pela glória do que ainda somos, pelo Futuro que merecemos ter! Exigimos de novo um FC Porto à Porto! Exigimos a retoma da Honra ao Brasão Abençoado! Exigimos Honra à Cor Azul e Branca!

Viva o Futebol Clube do Porto!

domingo, 25 de setembro de 2016

Discurso à Porto


"Só jogámos 45 minutos. Espero que para os meus jogadores seja uma lição e que não volte a acontecer: não quisemos jogar os primeiros 45 minutos, não estávamos disponíveis para o jogo, perdíamos a primeira e a segunda bola. Sofremos um golo de bola parada e outro na sequência de um lançamento de linha lateral. Ando no futebol há muitos anos, mas isto, para mim, é inadmissível. Não consigo admitir as pessoas, os profissionais, não quererem jogar futebol. Se o Paços de Ferreira estivesse a ganhar 4-0 ao intervalo mas a merecer e a jogar bem, com mérito, aceitava naturalmente. Assim, não!"

"O futebol tem de ser levado com seriedade, mas as pessoas têm que se divertir. As pessoas divertem-se a discutir e falar de futebol no país, e ainda bem. O que tento sempre alertar aos meus jogadores é para serem leais e sérios desde o primeiro ao último minuto, respeitando o futebol"

Estas declarações foram proferidas por Nuno Capucho, treinador do Rio Ave, há pouco, após a derrota com o Paços de Ferreira, fora. Na semana passada, o Rio Ave havia ganho ao todo-poderoso Jesus e o seu sportem por 3-1. Nem por isso Nuno Capucho se deixou deslumbrar e embandeirar em arco.

Outra coisa que Nuno Capucho não fez foi escudar-se em lugares comuns e discursos vazios nem fugir às suas responsabilidades. Já no ano passado, treinando o Varzim SC, foi lapidar e cortou como um punhal o laxismo dos seus jogadores!

Este é o verdadeiro discurso à Porto. Esta é a verdadeira personalidade de um treinador exigente, ambicioso e rigoroso. Espero um dia que possa ser treinador do Futebol Clube do Porto. Mística, claramente, não lhe falta. É assim que um treinador impõe a sua lei no balneário! Não duvido que os "meus caxineirinhos" vão fazer um grande campeonato!

Não tenho dúvidas que todos os jogadores crescerão e evoluirão com esta bitola. Espero que NES esteja atento ao seu ex-colega....

sábado, 9 de julho de 2016

Humildade e Trabalho

O comunicado de hoje deixou-me bastante feliz. O FC Porto veio esclarecer que não está interessado em Lucas Silva. Explico porque fico feliz. Apesar do silêncio ser a alma do negócio - e o melhor FC Porto sempre foi silencioso e cirúrgico - de vez em quando têm de sair pequenos sinais para que os adeptos possam inferir sobre o sentido do rumo do Clube.

E então fico feliz por poder continuar a acreditar que não haverá bombas de mercado no FC Porto. O FC Porto sempre foi um Clube de descobrir talento desconhecido e potenciá-lo, não de ir buscar "trutas" por empréstimo a grandes clubes ou talentos emergentes muito conhecidos. Na sua grande maioria, os grandes heróis Portistas foram sempre ilustres desconhecidos - ou quase! - até à chegada ao FC Porto. Os últimos anos foram uma inversão nessa filosofia, e o resultado está visto. Sejamos claros: prefiro dez formigas de trabalho a três "predestinados". E o FC Porto não foi o clube de Di Maria, David Luiz ou Saviola, foi o clube de João Pinto, Nuno Capucho e Pedro Emanuel. Claro, no meio houve Gomes, Futre, Madjer, Jardel. Mas Hulk e Deco eram talentos desconhecidos, por exemplo. 

Se voltamos à camisola e números vermelhos de Viena - por falar nisso, doze horas de evento de apresentação das camisolas?! - espero que isto esteja a ser acompanhado pelo retorno da verdadeira filosofia à Porto: humildade, entrega, espírito de sacrifício e união. E que se sinta que há um inequívoco Portismo nos seus jogadores, quer a necessária inclusão daqueles heróis dos escalões inferiores que, através do seu esforço, dedicação e sacrifício merecem o lugar no plantel principal, quer da parte dos profissionais contratados de fora que sejam talento acrescentado ao plantel. Esta mistura é a poção mágica do FC Porto, transposta desde as modalidades até a todos os escalões de futebol.

Deixemos as estrelas para a camisola alternativa. Isso é mais para a segunda circular. Nós queremos humildade e trabalho.

PS - Senhor Comendador Pedro Mexia, o Porto Canal não é "um lugar onde habitualmente são ditas parvoíces". Começo a ficar farto deste verifiquismo doente do Governo Sombra. Ouvi, aliás, dizer, que há um programa muito ridículo de entrevistas muito parvas na televisão do seu clube. As suas manias da superioridade deveriam ser respondidas em termos pelo Porto Canal. Isto é, se o senhor Juca Magalhães se importasse minimamente em sequer parecer Portista.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Para Tudo Há Um Tempo

Helton Arruda é um dos símbolos do FC Porto, uma pessoa apreciada por todos, afável, amigo e acessível. Não acredito que haja alguém tão consensual e respeitado no FC Porto com Helton. Creio que todos os Portistas, sem excepção, ficaram radiantes e esperançosos ao ver o Helton em grande forma, há dois anos, naquele infame jogo da Taça da Liga com o Sporting de Braga em que ele foi absolutamente gigante. 

No entanto, há coisas que são, para mim, absurdas. Depois de um "Eternamente grato 1993-2014" que nunca chegou a explicar e uma críptica entrevista no início da época passada, vai-se repetindo este ano um folhetim, hoje transcrito n'O Jogo, que começa a cansar. Aos 38 anos e 12 de casa e como indiscutível Capitão, não tenho a mais pequena dúvida que Helton tem um ímpar acesso à SAD e ao seu corpo dirigente, inclusive ao Presidente, e não vejo estas declarações senão como uma inaceitável forma de pressão pública que, em qualquer outro atleta, seriam repudiadas vivamente por todos os adeptos Portistas! E o facto de se estar a tornar recorrente ainda torna tudo pior!

Quererá Helton voltar a ser suplente de Iker Casillas? Para quê? Para voltar a jogar novamente nas Taças? O resultado está à vista, e não acredito que fosse por falta de qualidade, mas sim de regularidade. Não duvido minimamente que Helton tenha o lugar que me merece na Estrutura do FC Porto, mas a sua continuidade só fará sentido se for para ser, de facto, opção. Se for para continuar no banco, não estará a fazer mais do que tapar a evolução natural das coisas, com José Sá (um excelente guarda-redes!), Raul Gudiño e João "Andorinha" Costa na calha para a sucessão. 

Seja como for, este estilo de pressão pública não é uma forma digna de um Capitão proceder, ainda mais no FC Porto! As questões contratuais resolvem-se intraportas e não em praça pública! E, se uma vez é muito, duas é demais, três é moléstia! 

Evidentemente, Helton será, certamente, muito útil ao FC Porto de variadíssimas formas. A sua simpatia, acessibilidade e bom trato, para lá de inequívoco Portismo, poderão e deverão ser aproveitadas pelo FC Porto. E sê-lo-ão certamente. Mas chega de novela e folhetim. Espero que os próximos dias sejam esclarecedores e que se acabe de vez toda a especulação. Mas espero, sinceramente, que esta não se torne uma prática corrente no FC Porto. O que é interno, interno deve ser!

Começo, também, a ficar farto dos Guardiões da Mística e das suas tretas. Agora foi a vez de Carlos Secretário vir dizer "é impossível o FC Porto voltar a ter a mística que tinha". Pois, Secretário, não voltará a ter a mística que tinha! Terá uma nova!  Confesso-me cansado deste discurso da treta. Mas foram sempre grandes jogos e goleadas pelo caminho?  Quem dá o direito a estes ex-jogadores de falar assim de uma equipa que ainda nem começou a treinar? E se estes limparem tudo? E se estes forem hexacampeões? Fará algum sentido esse discurso? E em que é que ajuda o FC Porto a voltar ao seu lugar natural? "Desistam, nunca mais vão chegar lá" é conversa de egocêntrico, não de Portista...

Como diria Pete Seeger, quando nos anos 60 compôs o mítico "Turn, Turn, Turn" - aqui na fantástica versão dos The Byrds - baseado no Livro de Eclesiastes:

"To everything
 There is a season,
 And a Time to every purpose,
 Under Heaven"

Ou, na sua conhecida tradução:

"Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus"

É tempo de dar tempo a um novo tempo.

Nesse sentido, é com incontida felicidade que vimos ontem o FC Porto ganhar a sua 15ª Taça de Portugal, vencendo os coisinhos por 4-2. Edo Bosh,  também ele uma referência, chega ao fim do seu ciclo no FC Porto de uma forma espetacular, com um enorme jogo e uma atitude extremamente digna.Mas assim se vê que, depois de um período de readaptação mais do que natura, temos um FC Porto de novo preparado para grandes feitos. 

Assim, sempre, a renascer de Azul e Branco!  Assim, eternamente, sempre diferente e, esperemos, sempre melhor!

Obrigado Edo, serás sempre e para sempre um dos nossos!

sábado, 4 de junho de 2016

Ó Tempo Volta Pra Trás (Mas Calminha Com O Andor)


A memória tem um mecanismo de protecção contra o trauma e depressão muito interessante chamado "nostalgia". Está provado cientificamente que os detalhes se esbatem na memória, tornando apenas os factores fortemente impressivos como um planalto na recordação de tempos idos. A generalização torna-se omnipresente, tornando o parcial total e afastando os momentos que não satisfaçam essa generalização. Até a memória eidética, conhecida como memória fotográfica, apela unicamente a detalhes e não compraz toda a experiência de uma vida, por esta não caber no espaço consciente.

Serve esta introdução para dizer que é absolutamente natural que se pense que "dantes é que era bom" e que "aí é que havia mística", quando não era bem assim. Todos fizeram jogos de porcaria, todos perderam pontos com equipas de menor dimensão, faz, aliás, parte da vida. Não se pode ganhar sempre e, quando isso acontece, algo não está bem. Posto isto, os jogadores de antigamente não eram heróis impolutos, abnegados seres que só viam azul e branco: eram profissionais, uns mais outros menos, talentosos, uns mais outros menos.

Não acompanho aqueles que pensam que a solução do nosso momento presente está num regresso ao passado, que suspiram por glórias Portistas que estejam em actividade. Sempre adorei Lucho González, mas tenho a plena consciência de que o que foi não volta a ser, mesmo que muito se queira, não seria o mesmo Lucho se voltasse, se calhar pouco jogaria. Compreendo aqueles que pensam que falta alguém que transmita a mentalidade de Ser Porto, mas para isso está lá o treinador e, sinceramente,  não percebo então para que serve Helton, que está cá há 10 anos. Mesmo então que descontemos Helton, Casillas é um multitituladíssimo jogador e Danilo tem todo o perfil de comando que precisamos - de caras. Se algo Moncho López nos pôde ensinar foi isso mesmo, que a superação da adversidade pode ser feita no grupo presente. E se se quiser ir buscar alguém como ponto de referência, deve ser alguém que põe o colectivo à frente do individual, que seja abnegado e jogue para a equipa.

E depois, nunca esquecer, estamos numa era onde as equipas todas têm conhecimento tecnicó-táctico grande e a exigência física é elevadíssima. Quantos das "Glórias da Mística" nem calçariam hoje em dia? Moncho López fez uma equipa com uma base que o acompanhou da Proliga e se identificava com o Clube e polvilhou-a com talento contratado. Também temos isso na nossa equipa actual! Temos Portistas desde pequeninos (André Silva, André André, Rúben Neves, Sérgio Oliveira, Chiicão Ramos) e mais quem suba da equipa B, temos um líder natural perfeitamente imerso no Ser Porto - Danilo Pereira - e caramba, temos um jogador que já foi Capitão da maior equipa do mundo e da selecção campeã do mundo que é Iker Casillas. É uma pessoa respeitadíssima por tudo e todos e, para mim, seria um paradoxo total que não tivesse a braçadeira no próximo ano, especialmente se Helton sair! E depois, temos jogadores raçudos como Layún ou Maxi, que dão o litro em campo e, especialmente no caso do primeiro, têm tudo para ser referências do FC Porto! Ponha-se um pouco mais de talento na frente e centrais sólidos, temos uma boa equipa! Construir o futuro no PRESENTE e não no PASSADO!

No entanto, o inverso também é verdadeiro. Os senhores da bolha estão cheios de vontade de pôr o predestinado numa catapulta, carago! Ah, já é indispensável? Já é a base da selecção?  Pá, braçadeira para o Sanches já! Se o ridículo matasse.... Mas, na verdade, não é nada ridículo ou vertigem, é só o vil metal! Sanches tem de jogar para que o verifique encaixe mais 5M - o único prémio mais ou menos possível - da sua venda! Como meretrizes de esquina, mas não merecendo um décimo do respeito que tenho pela difícil história de vida de muitas delas, vendem-se os senhores da bolha por muito pouco, fazendo descarada pressão sobre o seleccionador. Se o seleccionador aceita ou não essa pressão, dirá muito do seu carácter e personalidade. Mas é por estas e por outras que a minha selecção é o FC Porto!

Por último, parabéns à Dragões Diário pela boa resposta ao "senhor" Cadete. Parabéns! Esse é o caminho!

terça-feira, 3 de maio de 2016

Vontade, Querer E União: Os Ingredientes Do Sucesso [ADENDA KARMA]


Ontem, o Leicester, o underdog do campeonato inglês da Premier League, sagrou-se campeão. É a demonstração cabal de que os nomes, as estrelas, não fazem os campeões. O Leicester tem uma fracção do orçamento de um City, de um United ou de um Chelsea.

O que teve foi união, espírito de sacrifício e vontade. Num certo sentido, essa também é a matriz do que faz o FC Porto o FC Porto, desde sempre. Claro, fomos buscar talento aos trópicos e outros lugares, mas a área metropolitana do Porto sempre foi a raiz da identidade daquilo que faz a transposição da luta Nortenha para o futebol.

Não mudou o centralismo: está até cada vez pior. É por isso que faz falta recuperar o FC Porto enquanto símbolo de uma unidade Guerreira contra os poderes de um regime que nos quer fazer desaparecer a todo o custo. É por isso que "um por todos, todos pelo FC Porto" tem de ser um lema escrito no balneário, por muito ultra-moderno que seja. 

Acredito que este é o futuro do FC Porto, a substituição do orçamento pela raça, vontade e querer, até à última gota, até que as pernas se encham de cãibras, até que não sobre mais um átomo de energia para a vitória. Não temos de ser um colosso cheio de estrelas, temos de ser um dos grandes com gente humilde e trabalhadora, polvilhada com alguns craques mas cujo prazer seja jogar pelo FC Porto.

Acredito que essa será a grande novidade da próxima época. Não ficarei surpreendido, não ficarei senão agradado, se não vier o próximo craque que diga que fica muito feliz se jogar na Champions. Não. O campeonato é toda a prioridade. E as Taças. E Ser Porto. De uma vez por todas. Para nunca mais se perder o centro. E a razão de jogar. O Brasão Abençoado, no Início e No Fim.

Neste sentido importa também o ponto de vista de Simão Fernandes, sobre a união dos adeptos com o Clube, magistralmente exposto no comentário ao post de ontem reproduzido abaixo. (a formatação e destaques são meus)

"A minha opinião é simples e sucinta. 

Acho que nós portistas merecemos passar pela fase horrível pela qual passamos actualmente. Pode parecer quase masoquista da minha parte tirar esta ilação, mas estas aguas agitadas pelas quais navegamos foram, em boa parte provocadas por nós. 

Falando na situação desportiva apenas. Exigência sem coerência é isto que nós temos. A falta da adaptação à realidade desportiva e a falta de reconhecimento dos méritos dos nossos adversários é outro erro gritante. É verdade que eles são ajudados de forma vergonhosa (viva ao rico colinho) mas também é verdade que os tempos que eles tinham manducas e kikin fonseca, assim como fernando aguiar e beto ja la vai. ( não estou a incluir o sporting pois quero ver se este crescimento é continuo). 

Os campeonatos são para serem disputados até ao fim, os tempos dos 10 pontos de avanço já acabou a muito tempo e infelizmente nos ainda não aceitamos isto. Só por isso é que conseguimos mandar embora um treinador que perde uma jogo em 2 anos, só por isso é que conseguimos assobiar um treinador que com 16 jogadores novos faz mais de 80 pontos e não é campeão(se calhar era muito pesado para ser levado ao colo). Até o Jesualdo que fez milagres na transformação de jogadores e nos deu 3 titulos, foi assobiado

Aqueles espírito de luta e de sacrifício e de amor a camisola que pedimos ao jogadores? Desta forma não temos moral para cobrar. Nada serve, tudo é fraco. O que vale é que a teimosia de alguns (treinadores e dirigentes também) foi muitas vezes surda perante toda esta critica desmedida e nos deu titulos. Alguns não deram mais porque não os deixaram, outros porque nós não deixamos."

ADENDA: Podes enganar todas as pessoas algum tempo, algumas pessoas todo o tempo mas não todas as pessoas todo o tempo. Isto é só o começo.... e depois os corruptos somos nós! Pois!

terça-feira, 22 de março de 2016

Prioridades E Porreirismo


Mais um dia passa, mais uma cabal demonstração de que o inimigo "interno" incomoda mais do que o externo. A resposta às declarações de Vítor Baía parece da escola primária, de menino a fazer birrinha e a dizer "tu és cócó". O Presidente também se engana em números e datas, não é por aí. 

Poderia ser, sim, por outro lado: poderia ser por perguntar onde estava o sócio Vítor Baía aquando da Assembleia Geral, se ele precisa do follow spot para brilhar e se ele acha que o "momento certo" é quando tudo for pelo ar. Também, já agora, e sem fazer ataques ad hominem, que não é o meu estilo fazer, perguntar às "glórias do passado" se sempre puseram o Clube à frente de tudo o resto.

É legítimo procurar uma vida melhor e melhores contratos. É legítimo querer assegura uma vida, numa carreira tendencialmente curta e cheia de vicissitudes possíveis e prováveis. O que não se pode querer é Sol na eira e chuva no nabal. O FC Porto precisa de contenção na política de compra e venda e não necessariamente de a mudar. A espinha dorsal da "Mística" também veio de contratar grandes jogadores - que não grandes nomes - com o dinheiro de vendas. Só foi possível contratar Jackson, Danilo, Deco, Lisandro, Lucho, etc, etc porque se abriu o caminho com outros. Deveria ter ficado uma coluna de Capitães. Sem sombra de dúvida. Agora querer que a equipa B seja uma A, santa paciência!


Há muito Portismo, e às vezes com sotaque, na Casa do Dragão. É preciso preservá-lo. Como em tudo na Mãe Natureza, demora o seu tempo a expandir-se e florescer. Mas, no Presente, estamos à deriva. No meu entender, é preciso ir buscar um ou dois Capitães. Que joguem. Que sejam. Que vibrem. Para fazer a transição. Mas há muito Porto a pulsar nas veias das camadas jovens. E até com sotaque. Há muito por onde ir buscar.

Os "Guardiões da Mística" são os novos "cinco violinos".  São os dos tempo cor de sépia lindo, onde cada jogo era um hino, cada jogada uma ode. Pelamordasanta! Não me lixem! Ninguém vos tira o lugar na História. Não sejam é sobranceiros. Apropriadamente motivados, já podemos ter dois capitães agora: o Danilo pela sua raça e o André pela linhagem. Não é, contudo, com dois dias de casa que se ganha autoridade e ascendente para o comando. É com tempo e casa. Mas de certeza que não é a olhar para trás, maravilhados no Museu, que traremos novos títulos para este.

E pronto, como seria de esperar, o porreirismo de Peseiro chegou às primeiras páginas dos jornais. Como não haveria de chegar? Um treinador que admite ainda não sentir ainda o que é o FC Porto, que os seus jogadores também não, que são frágeis donzelas que devem ser protegidos, que o Maicon é fraco... Não poderia ser senão aproveitado por quem nos quer prejudicar. Será mentira? Discutível. Será uma avaliação honesta? Certamente. É o local apropriado para ter essa reflexão, o espaço público? CERTAMENTE QUE NÃO! 

Lopetegui era estupidamente fechado com a imprensa nacional e os adeptos. Peseiro tem língua solta. Havia um tempo em que o FC Porto era uma muralha. Está na hora de retornar ao que de bom se teve. Porque roupa suja não se lava na rua.

Há muita coisa a mudar, e urgentemente. Aproveitar o que serve, mudar o que não serve. Porque o futuro é já agora. E o FC Porto tem de estar à frente de qualquer ego.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Desfazer A Névoa, Pés Assentes Na Terra


Há pouco mais de mês e meio, foi despedido Lopetegui. Tivemos 15 longos dias de indefinição, onde Rui Barros liderou uma equipa fragilizada e traumatizada, desarrumada e cheia de fendas por todo o lado. Debandaram deste barco, desde essa altura, Osvaldo, Tello, Imbula, Lichnovsky e Maicon. Temos dois jogadores novos, na prática, que apesar de terem entrado com vontade, estão longe do entrosamento que seria normal a esta altura do campeonato.

Embora Peseiro já esteja, paulatinamente, a recuperar a atitude guerreira e a entrega que se exige de um jogador do FC Porto, por parte dos seus atletas, a verdade é que há muito que fazer, muito desequilíbrio no plantel e muitas condicionantes às quais este é alheio. Apanhar um comboio desgovernado em velocidade, a meio, é muito complicado. No entanto, muito tem feito Peseiro.

A alegria dos jogadores, durante o jogo, hoje em dia, não indiciaria o buraco anímico do mês passado. De Casillas a Aboubakar, todos jogam melhor. O grupo está unido e solidário, mais raçudo e combativo, já discute a as decisões do árbitro, já faz faltas duras e Danilo e Herrera (!!!!) já dão ordens duras à equipa e foi um regalo ver o Herrera Capitão ontem a protestar e a tentar parar o árbitro antes do amarelo ao Herrera.

Além disso, muito se fala em Mística e Raça, mas não vejo uma grande distância entre um Danilo que se ergue, cambaleante, depois de um estatelamento quase esquartejado no chão, e supera uma dor que só pode ser intensa, sempre com o único fito de seguir em frente e deixar tudo em campo, quando podia ter uma lesão grave, ou um Indi que se rasga todo por dentro a acompanhar Aubameyang e a impedir-lhe o sprint e joga o resto do tempo condicionado, e as "glórias da mística" de tempos idos. E são só alguns exemplos.


Isto para já nem falar de Miguel Layún, que parece Portista desde pequenino, abnegadamente a fazer tudo o necessário em prol da equipa, jogando nas duas laterais, a central, a extremo... creio que, se Peseiro lhe pedisse para jogar a ponta de lança, este o faria sem pestanejar!

Não me canso de dizer, e volto a repetir: para mim estamos na pré-época. Fizemos reboot e estamos a começar de novo, quando todos os outros já têm rotinas, andamento, ligações, etc. Dadas as circunstâncias, acho que até nos estamos a portar bastante bem. Evidentemente, não o suficiente para ter soluções alternativas para vencer um Dortmund quando estamos a 70% das nossas capacidades!

Quero apelar à responsabilidade dos adeptos, para fazerem a vossa parte e apoiar e não assobiar uma equipa que está a fazer o máximo que pode com o que tem. Expectativas irrealistas, a esta altura, só trazem exigência injusta. Já, pelo contrário, se a equipa contar com o apoio dos seus adeptos, vai galvanizar-se, sublimar-se e estará mais perto de atingir objectivos sonhados. Está na altura de, também nós, darmos tudo de nós pelo FC Porto, e fazer da nossa casa o Covil do Dragão que faz gelar a Alma dos adversários e dos árbitros que nos querem condicionar, e ser o 12º jogador em campo, a levar em ombros a nossa equipa até à vitória mais do que merecida.

A equipa do FC Porto conta connosco. O meu apoio já têm. E o vosso?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Incorporar A Mística


Cândido Costa era ontem um homem cheio de razão, ao destacar no pós-match (*) o lance do amarelo ao Danilo. Aquilo foi um lance para recordar, não propriamente pela justiça arbitral, mas pela comunhão total que se viu na equipa toda. Aliás, depois da expulsão do soneca Imbula (**), notou-se uma entreajuda e uma ligação quase umbilical entre os jogadores. Isso é de louvar muito.

Em tempos que se fala muito de "falta de Mística", acho que ontem ficou demonstrado que não falta Mística aos jogadores e técnico Portistas. Se nós queremos jogos de demonstração de suor de camisola, o de ontem foi total. Dobras de colegas de sectores diferentes, incentivo permanente de uns aos outros, defesa a cada lance do um por todos, todos por um. E aquele momento em que o "patinho feio" Herrera sai pelo meio campo fora a ser puxado para trás por todos os jogadores do Boavista, qual touro, é algo de uma disponibilidade que não vou esquecer tão cedo.

Outro exemplo é o de Brahimi. Quem o viu, a alguns momentos da época passada, entre a displicência e a pura indiferença, não diria que é o mesmo que ontem se entregou de corpo e Alma ao jogo, no ataque e na defesa, a nunca dar uma bola como perdida ou um lance como desperdiçado. E a forma como ele festejou a defesa do Helton, também demonstra o quanto está, a esta altura, connosco.

E por fim, que melhor exemplo do que este? Tão raro e bonito de ver, esta amizade entre colegas da mesma posição, entre lendas, uma do FC Porto e outra, bem.., do mundo inteiro. A forma como um puxa pelo outro e está genuinamente feliz quando o outro se sai bem, é algo de comovente e só possível em duas pessoas que se sentem em casa no Grande Clube onde estão. Aliás, o Twitter do Casillas isso o demonstra, alguém com bom humor e felicidade, como provam estes dois tweets. ("#esperasentado" é muito bom).

Estamos neste momento com um capital humano muito forte, que poderia ser aproveitado para nos levar ao Querer que é necessário para vencer. Mas não iremos aproveitá-lo porque temos uma SAD muda e calada, alheia a tudo o que é injusto às suas equipas, quer no futebol, quer nas modalidades. Um silêncio que se estranha e, como uma parede de lixa, cria um atrito que sangra. Se alguém - e eu fui um deles - pensa que este silêncio é estratégico, desengane-se. Já o disse e repito: Se o nosso Presidente não está com vontade ou não se sente capaz de falar, que alguém o faça por ele!

Consentir o corporativismo que vemos no Tribunal d'O Jogo de hoje, sem uma resposta adequada, significa também dizer que se está de acordo com os reiteirados, sistemáticos e desenvergonhados atropelos à justiça daquilo que se deve passar em campo. Não pode haver regras diferentes para uns e para outros, constantes inclinações de campo e número assimétrico de jogadores! Se a nossa SAD permite que o FC Porto continue a jogar contra 14, como esperam que a equipa sinta motivação para se superar, jogo após jogo? Nem tendo uma referência histórica no comando técnico da equipa? Nem tendo um grupo forte e solidário? Nem tendo os adeptos cheios de esperança num renascer da Mística Portista? Líderes fracos fazem fraca a forte equipa! E que tal questionar que, se Imbula foi expulso na primeira falta que fez digna desse nome, quantas vezes seria o amigo Idris expulso? Cada vez dá mais a ideia de que temos chefes de empresa e não de Clube! Acordem, carago! Assim não vamos lá!


(*) Tiago Marques não tem culpa, mas estaria alguém a querer muito que se acabasse a correr um pós-match onde tanta coisa aconteceu, para ver um qualquer programa de carácter generalista que vinha a seguir? Se o próprio Porto Canal pouco fala do FC Porto, como esperam que os outros falem?!

(**) Imbula faz-me lembrar aqueles alunos do tempo do liceu que, tendo capacidades e inteligência para mais, têm tal displicência e tédio, que o seu empenho é perto de nulo e a sua valia não é posta à prova. Se algum clube der o que a SAD pede por ele - sim, não vai de borla - pois que vá, ninguém quer cá jogadores contrariados!


E, por fim, referir apenas que há coisas que nunca mudam. Por muito que disfarcem, o desprezo e azia que os sulistas centralistas nos votam, transpira-lhes pelos poros. Continuem a tentar! Ainda não é desta que o Norte é ultrapassado! Parafraseando Iker Casillas, #esperemsentados!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O Portista Jesuíta E A Nova Mística

Já me vou habituando ao modelo táctico que parece encher as medidas dos adeptos Portistas - o de Jorge Jesus. Com Rodolfo Reis à cabeça, que domingo após domingo vai repetindo, directa e indirectamente, que o FC Porto ganha apesar de Lopetegui e que Jorge Jesus é "o melhor treinador a actuar em Portugal" (citado ipsis verbis anteontem), está visto o que lhes agrada: a vertigem de velocidade de um jogo completamente partido 90% do tempo, onde os seus jogadores são obrigados a correr durante todo o tempo de jogo, a fazer jogadas de absoluto delírio, fazendo da defesa ataque e sendo apanhado centenas de vezes com um espaço nas costas brutal. Mesmo a jogar contra 10, o que se viu foi o de sempre, em cada equipa de Jesus: depois de ataque à maluca sem tempo nem espaço para raciocínio, uma descompensação defensiva atroz. Um golo ao mesmo tempo do nosso, mas com uma diferença - o treinador esteve até  ao fim a olhar, desesperado, para o relógio.

E porquê? Porque quatro dias antes, tinha em casa levado um banho de bola dum Lokomotiv de Moscovo, num jogo em que tinha retirado bastantes jogadores porque claramente se está a borrifar na Europa. Já o disse, não me custa insistir: Daqui a dois meses o sporting não vai poder com a gata pelo rabo, vai ter a equipa estourada e vai estar apenas numa ou duas frentes. Atenção, se algum sportinguista me estiver a ler, não estou a criticar o vosso clube - estou apenas a fazer um sublinhado para quem quer este senhor a treinar o meu.

Lopetegui tinha de ganhar este clássico - que não era, com todo o respeito, contra o Nacional - foi jogar fora e mesmo assim não abdicou de nenhuma das frentes. Mas devo confessar, é uma coisa que acho curiosíssima na "exigência" Portista: não haveria "exigência" se JJ treinasse o FC Porto e deitasse a perder jogos da Champions para se "concentrar no campeonato"? Provavelmente não. Mas aconteceria o mesmo que está a acontecer em Alvalade - ninguém quer lá ficar. Não só os jogadores querem evoluir na carreira, como os Clubes são empresas, precisam de vender jogadores. Precisam de montra. Com Jesus a garantia disso é zero.

 

E a Mística do FC Porto, meus amigos, está perdida para sempre, está? Digam-me que aqueles 18 jogadores não estavam a sentir a vibrar FC Porto pelas veias! Digam-me que isto não é sentir genuinamente o FC Porto! Um dos melhores guarda-redes da história do futebol, meu senhores! Que fala do FC Porto assim, para todo o Mundo! (Via Tomo III) Digam-me que Layún, que Aboubakar, que Osvaldo, que Danilo, não sentiram na pele o que é ser FC Porto! Digam-me que não se entregaram com tudo o que tinham a ganhar a uma equipa que esteve totalmente à defesa! Não foram só os nossos meninos Rúben e André. Foram TODOS. Custa admitir que estamos em primeiro, contra tudo e contra todos, por mérito absolutamente próprio? Mais uma vez, foi uma aposta ganha investir em ter nas nossas fileiras quem galvanizasse o FC Porto, a maturidade e a exigência. Não diminuam a nossa vitória, foi absolutamente decisiva. Os melhores FC Porto dos últimos anos foram feitos assim - com a dinâmica de vitória e de união feita do aço que se vê este ano, sem desestabilizações e com todos a remar para o mesmo lado, guiados por alguém que, também ele, é sempre menosprezado, ridicularizado e vilipendiado até ao absurdo. No entanto, para mim é mesmo muito estranho que, ainda assim, se vá vendo por aí muito "livre pensador Portista" a achar que se ganhar apesar de Lopetegui! De onde acham que vem isto? De geração espontânea? Este ano temos um FC Porto à Porto, gostem ou não. Ainda vamos no início, há muito a melhorar, mas galvanizados pela união e pelo espírito de sacrifício, seremos sem dúvida mais fortes! Seremos, sem dúvida, vencedores!

segunda-feira, 11 de maio de 2015

A Coragem De Quem É De Ferro


Ontem, após o jogo contra o Gil Vicente, Julen Lopetegui apresentou-se na conferência de imprensa para falar do dito jogo. Foi bombardeado com perguntas sobre o benfas, se já tinha desistido, como é que o FC Porto se animava e o que achava sobre o que o chiclas tinha dito, ao afirmar que "já sabia que o FC Porto ia ganhar". Então, Lopetegui responde assim. Esta resposta, no meu entender, é de um homem de uma profunda coragem, de uma rectidão e honestidade a toda a prova e de alguém que tem os valores do FC Porto completamente enraizados dentro de si. Esta declarações são de um Homem Sem Medo, que não tem medo de chamar os bois pelos nomes nem de afrontar os interesses instalados e o pensamento dominante. Sem subterfúgios, mind games, nem qualquer outra indirecta. Um homem que já percebeu onde veio parar, o que tem pela frente.

E a seguir, Lopetegui responde assim à questão sobre Fabiano. Tenho pena que os videos não incluam as perguntas, de tão tendenciosas que são, quase sempre. Mas o que me impressionou muito positivamente nesta resposta foi o final. Lopetegui bate na mesa e diz, convictamente "Seguiremos. Seguiremos". E é muito importante o que ele diz e como o diz. Com força, convicção.

Aqui está um homem duro. De linhagem dura. Já o pai o era. As imagens deste post o demonstram. E está visto que não vai ceder a chantagens. A pressões psicológicas. Não vai pedir para sair quatro vezes. Nem vai virar a cara à luta. E isso é o que os assusta. E os faz responder de forma ridícula. Mas atenção: uma forma ridícula que foi incentivada por muitos paineleiros e adeptos Portistas, ao reconhecer que a inversão que fizeram à palavra "colinho" com aquela campanha, estava bem apanhada. Então toca a lateralizar, como as criancinhas.

O que Lopetegui diz do manto protector, é factual. Em primeiro lugar, chegado à Champions, foi o desastre que foi. E mais. A pequenez auto-imposta e auto-aceite era tal que ele nem sabia a quantas andava. E o número ridículo de expulsões em prova? E o facto dos jogadores que de lá saem andarem de cartão em cartão, de expulsão em expulsão? É tudo isso que Lopetegui diz, de uma forma frontal e corajosa.

E que dizer do desgosto que ainda consigo sentir por Rodolfo Reis. Depois de o ter elogiado, na hora da verdade, cai a máscara e fica pelo lado... do cheque. Eis a mística a fazer peça de reportagem. Não sabe o senhor o que queria o "Loptegue", como você diz, dizer com "manto protector"? Acha que é uma desculpa o #colinho agora, é? 

Sabe, Rodolfo, você é mais um dos que me desanima. Quando falam do seu tempo, salta-lhe a tampa, cai em cima deles. Agora, como é o espanhol, toca a marchar com a banda, não é verdade? Não se preocupe, o chequezinho não iria embora se você fosse um bocadinho mais do lado dos seus, sabe? Mas tudo bem, diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és.

E, já agora, quero dizer que me surpreende muito que alguns bloggers achem que Lopetegui parece "um tolinho" com estas declarações. Que "está a fazer um papel ridículo". Ele só está a defender a instituição que vocês dizem amar. 

Por fim, quero louvar mais uma tomada de posição pública dos nossos Super Dragões. Mas quero dizer que fico um pouco confuso. Esta tarja aqui em baixo é para quem? Para o treinador? Jogadores? Adeptos? SAD? É que se for dirigido ao "tolinho" do treinador, não concordo. Se for dirigido a alguns jogadores, também não. Se for dirigido a muitos adeptos, também não. Se for dirigido à SAD, subscrevo por inteiro. As cartas tem remetente e destinatário. Convinha sabermos quem. Mas a mensagem, eu subscrevo.


Nota: Lopetegui, no fundo, fez batota. Ele copiou descaradamente a atitude brilhante do meu caro Golden Dragon João. Posso pôr o video, João? Adorei!

ADENDA:  Olha a Mística a defender o Clube com unhas e dentes e Não há #colinho nenhum, é tudo invenção do "tolinhopegui"!