Inequidades

Tenho uma declaração a fazer. Como muitos de vós, sou Portista desde que me conheço. Sempre disse que era Portista, orgulhosamente. Continuarei a sê-lo, enquanto respirar. E orgulhoso.

No entanto, lamento dizê-lo, acho muito complicado que sejamos campeões. O triste é que não é devido à falta de empenho dos jogadores, à falta de qualidade do treinador. É que, quando uma equipa joga com os dados viciados, torna-se impossível vencer.

Nem todos permanecerão calados, mas os que falam vão mostrando que não têm a base estrutural para seguir a luta até ao fim.

Cresci a ver um Presidente lutador, que nos salvou, antes do meu tempo, de uma subserviência atroz em relação ao regime. É com muita pena que dou por mim a ver o círculo fechar-se, e o ponto de chegada ser igual ao de partida, há mais de 30 anos.

Por incrível que pareça, aquilo que o Miguel Lima descreveu aqui não mereceu qualquer comentário da direcção do Nosso Grande Clube. Nem uma linha, nem uma "boca" que fosse, nada.

Estamos mansos, subservientes, apáticos, amorfos. Mas, sobre isso, já falei múltiplas vezes. Não vale a pena falar mais.

Sou um daqueles que, mesmo que o FC Porto estivesse em sétimo todos os anos, nunca deixaria de ir ao Dragão. A minha alegria a ver o NGC é tão imensa que não depende de resultado.

Mas custa que tenhamos entregue os pontos desta forma. A massa adepta que se sacrifica para estar presente e apoiar, merecia mais e melhor. Os jogadores e treinadores também. Não peçam Mística quando não a sabem demonstrar.

Pouco me importa as razões do silêncio, eu não deixarei de falar. Mesmo que para o vento, mesmo que para o espaço vazio, o meu Portismo não desvanecerá.

O Porto Universal não fechará portas, estarei no Dragão no último dia deste ano. O meu Portismo não depende de vitórias. Nem o vosso, certamente. Irei ser Portista até ao fim. Não posso é ter fé numa luta que os próprios desistem de travar.

Contigo até ao fim, tu és o nosso amor.